quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Breve Catecismo de Westminster - Das perguntas 8 e 11 - Decretos e Providência


Pregado em 16 de abril de 2016 - Na Capela Missional em Porto Alegre
 

 
 


 
                                                    
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PERGUNTA 8. Como executa Deus os seus decretos?
R. Deus executa os seus decretos nas obras da criação e da providência.
Dn 4.11; Dn 4.35; Is 14.26-27;  Is 40.26;  Is 46.9-11; At 4.24

PERGUNTA 11. Quais são as obras da providência de Deus?
R. As obras da providência de Deus são a sua maneira muito santa, sábia e poderosa de preservar e governar todas as suas criaturas, e todas as ações delas.
Sl 145.17; Sl 104.10-24; Hb 1.3; Mt 10.29-30; Os 2.6

 
 ALEGRIA SUPREMA QUE O CRENTE DEVE TER AO CONHECER OS DECRETOS DE DEUS.
Ap 4.11- Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas.
Os filhos de Deus se alegram ao conhecer a vontade perfeita de Deus se cumprindo. Os filhos de Deus se alegram ao saber que tudo existe pela vontade Deus.  Os filhos de Deus se alegram ao saber que tudo é decretado e controlado soberanamente por Deus.
 O texto lido destaca a adoração dos seres celestiais pela soberania de Deus. Eles o fazem “sem cessar”. O Livro de Apocalipse destaca isso – a majestade e a soberania de Deus e adoração por parte de seu povo, tanto no céu como na terra. O termo “Tu és digno” se refere ao ser de Deus, à sua santidade, à sua bem-aventurança. Glória se refere ao esplendor do ser divino, por isso a glória é atribuída ao Deus Trino. A honra se refere às virtudes e excelências divinas. 
O poder é a declaração da sua soberania e o exercício de seu poder criador e sustentador de todas as coisas. A doutrina da soberania de Deus deve ser motivo ou causa de suprema alegria no coração dos filhos de Deus. Esta doutrina de que Deus decreta todas as coisas deve conduzir a alma dos crentes à plena paz e satisfação em Deus.
Ela nos reanima em meio às provações da vida, e nos deixa contentes porque sabemos que a providência divina está agindo. Isto deve nos levar ao exercício feliz da piedade e da devoção e alegres diante da expectativa de uma felicidade infinita eterna com nosso Deus. Somos abençoados por esta revelação. Por isso os seres presentes no drama da redenção em Apocalipse 4 – cantam – “Tu és digno Senhor...”
or isso em Atos, no começo da igreja cristã, diante de todas as dificuldades, perseguições e sofrimentos eles afirmaram em oração - At 4.24. “ Ouvindo isto, unânimes, levantaram a voz a Deus e disseram: Tu, Soberano Senhor, que fizeste o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há;” A verdade bíblica dos decretos divinos, não é apenas santificadora, mas deve também ser causa de felicidade intensa no coração dos crentes. As gloriosas verdades sobre Deus, sobre seus atributos, sobre seus decretos e sobre sua soberania são suficientes para permitir que os filhos de Deus tenham prazer no Senhor.

O que podemos afirmar diante disso:
1 – DEVEMOS NOS ALEGRAR E GLORIFAR A DEUS POR SUA SOBERANIA.
Ele decidiu criar todas as coisas por sua própria vontade e não por alguma necessidade. Foi sua vontade soberana e perfeita que levou Deus a criar tudo o que existe. Ele decidiu criar o mundo, as estrelas, o sol, a lua, as árvores, o mar, as flores, as pessoas. Tudo foi Deus que criou por sua vontade. Is 14.26-27 - 26 - Este é o desígnio que se formou concernente a toda a terra; e esta é a mão que está estendida sobre todas as nações. 27 Porque o SENHOR dos Exércitos o determinou; quem, pois, o invalidará? A sua mão está estendida; quem, pois, a fará voltar atrás?
Devemos  portanto, glorificar a Deus, porque sem sua vontade soberana nada do que existe, existiria. Assim como os santos na antiguidade se regozijavam na vontade e no governo de Deus, também se regozijavam nas suas obras. Eles viam nelas as manifestações da sua soberania, sabedoria, poder e bondade. “Foi ele quem nos fez e dele somos” Sl 100.3
A grandeza da bondade de Deus que transparece nas obras de Deus desperta gratidão na pessoa piedosa.

2 – DEVEMOS NOS ALEGRAR E GLORIFICAR A DEUS POR SUA SABEDORIA.
Devemos dar toda a honra a Deus, porque ele criou tudo com sabedoria. Tudo o que ele criou foi por sua vontade, mas ele criou tudo de forma perfeita. Ele criou tudo da maneira certa. Tudo o que existe, ninguém conseguira fazer melhor. Ninguém faria uma terra melhor, uma flor melhor, uma lua melhor, um anjo melhor. Em tudo vemos a sabedoria do criador. Quem não reconhece a sabedoria de Deus na criação é como uma loucura. Dn 4.35 - Todos os moradores da terra são por ele reputados em nada; e, segundo a sua vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?
Devemos então, reconhecer a sabedoria de Deus em tudo e glorificar a Deus por sua sabedoria perfeita e maravilhosa, maravilhosa e perfeita.
Ao saber que tudo vem de um decreto divino, isto deveria produzir em nós o mais elevado êxtase. Os temas da criação e da providência deveria infundir em nós grandiosa satisfação na alma e não questionamentos ímpios.

3 – DEVEMOS NOS ALEGRAR E GLORIFICAR A DEUS POR SEU PODER.
Ele não apenas decidiu criar todas as coisas. Ele criou tudo com sabedoria, tudo no seu lugar perfeito. Isto significa que ele tem todo o poder para criar. Mas depois  de criar, ele mantém, cuida, protege e sustenta toda a criação. Este é seu poder. Poder para criar e poder para sustentar. É ele quem de forma soberana controla e governa todas as coisas criadas.
 Por isso, o sol não sai do lugar determinado por Deus, a lua não sai andando universo à fora, as estrelas não caem. Tudo é mantido debaixo do poder de Deus. Que o amor por Deus queime em nossos corações, enquanto contemplamos os fatos de sua existência e de seus atributos.
Is 40.26 - Levantai ao alto os olhos e vede. Quem criou estas coisas? Aquele que faz sair o seu exército de estrelas, todas bem contadas, as quais ele chama pelo nome; por ser ele grande em força e forte em poder, nem uma só vem a faltar.

4 – DEVEMOS NOS ALEGRAR E GLORIFICAR A DEUS, POR SUA PROVIDÊNCIA E PROVISÃO SEMPRE.
Este texto lido no início, nos ensina a glorificar a Deus por sua criação e por sua providência. A providência é o poder e o amor que Deus em cuidar de seus filhos. Este conhecimento da vontade de Deus, deve nos levar à fé de que o mesmo Deus que criou tudo por sua vontade. Que fez tudo de acordo com sua sabedoria. Que mantém tudo com seu poder, é o mesmo Deus que cumpre sua vontade em nós e para nós. Devemos ter fé em Deus, Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.
Deus é poderoso e é sua vontade cuidar de nós. E ele sempre cumpre sua vontade.
É pecado tanto se queixar, como duvidar e negar a providência divina.
Crer na providência divina é um antídoto contra o medo extremo de que as coisas que acontecem são ordenadas pelo decreto de Deus e por sua providência.


Is 46.9-11; 9 Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; 10 que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade;11 que chamo a ave de rapina desde o Oriente e de uma terra longínqua, o homem do meu conselho. Eu o disse, eu também o cumprirei; tomei este propósito, também o executarei.

Tanto as alegrias quanto as tristezas da vida são parte da providência divina. Por isso:
- Tenha a providência divina como motivo de plena alegria. Admiremos a providência divina e que esta alegria nos leve a confiar plenamente nele, descansando nele.
-  Aprenda a ter prazer em se submeter à providência divina, pois isso te levará à paz de alma, quando tiver que esperar em Deus em meio às dificuldades.
- Creia que a providência divina, no final coopera para o seu bem, para seu crescimento no conhecimento dele e para sua salvação.
- Alegrando-se na providência divina, você estará permitindo que a misericórdia providencial de Deus gere gratidão no teu coração. 

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