sábado, 9 de dezembro de 2017

Breve Catecismo de Westminster - Da pergunta 13 - O Pecado Original


Pregado em 14  de maio de 2017 - Na Capela Missional em Porto Alegre
 
 
 
 
PERGUNTA 13. Conservaram-se nossos primeiros pais no estado em que foram criados?
R. Nossos primeiros pais, sendo deixados à liberdade da sua própria vontade, caíram do estado em que foram criados, pecando contra Deus. Rm 5.12 - Gn 3.6 – Ef 2.1-3- Rm 3.10-23

O PECADO  ORIGINAL

Ef 2.1-3 - Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados,2 nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência;3 entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais.
"O pecado original é a depravação e a corrupção hereditárias de nossa natureza, difundida através de todas as partes da alma, tonando-nos passíveis da ira divina” - Calvino

Somente entenderemos a grandeza de nossa salvação, se entendermos a natureza de nossa perdição. O pecado entrou no mundo pela desobediência de Adão e Eva, quando estes quebraram o pacto.
Gn 3.6 - Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu.
Neste momento houve a perda do estado original de inocência, a natureza humana é corrompida e o ser humano se torna um pecador. Como Adão era o pai da humanidade, toda a sua posteridade se torna herdeira por propagação da natureza caída.
Rm 5.12 -  Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.

Mas não apenas isso, mas também por imitação.

“Quando se diz que o pecado de Adão nos torna sujeitos ao julgamento divino, não se deve entender que nós, sendo inocentes, fomos imerecidamente sobrecarregados com a culpa do pecado...porque embora a natureza pecaminosa seja herdada, pecamos por nossa própria pecaminosidade e não pela pecaminosidade de outrem” -  Calvino

“Todo ser humano está traz a corrupção hereditária inerente desde a concepção, a qual é a consequência desta transgressão primitiva e pela qual toda a sua natureza está corrompida e espiritualmente morta” - Fórmula Helvética.

Esta é a condição do ser humano, de perdição até que seja resgatado pela graça de Deus, por meio do pagamento à justiça de Deus feito por Cristo na cruz.
O fato é que o ser humano se encontra num estado de pecado, perdição e condenação.
A Bíblia ensina isso – que nossos problemas decorrem todos da desobediência inicial; que o ser humano é um rebelde contra Deus e deliberadamente se rebela contra Deus.
O texto diz que a condição do ser humano é – Morto em delitos e pecados- v.1
Anda no curso do mundo - v.2
É conduzido, dirigido pelo diabo -  v.2 
É filho da desobediência v.2
Anda na vontade da carne, é conduzido por pensamentos pecaminosos e é filho da ira v.3

Vejamos a condição do ser humano no pecado
1 – CORRUPÇÃO DA NATUREZA
Ele está “morto em delitos e pecados”. V.1
A natureza humana foi corrompida pelo pecado. O ser humano foi criado inocente, bom e voltado para Deus, com a desobediência ele perdeu sua condição original e sua natureza passou a condição de caída e corrupta. O ser humano que era capaz de não pecar, agora fica incapaz de não pecar.

2 – CORRUPÇÃO DA VONTADE
Ele “anda na desobediência” “Faz a vontade da carne e dos pensamentos
Desde a queda de Adão, o livre-arbítrio, a vontade livre não existe. Adão tinha o livre-arbítrio. A liberdade da vontade perdeu-se na Queda e passou a ser escravo do pecado e a estar sob o domínio do diabo. Sua vontade está presa. Ele anda ‘segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que atua nos filhos da desobediência.” V.2

3- CORRUPÇÃO DA MENTE.
“ ele anda segundo as inclinações da carne, faz a vontade da carne e dos pensamentos”v.3
A mente do ser humano não é livre. Não é livre para não pecar.  Ele é incapaz de não pecar. Ele está dominado pelo pecado. Mas veja que ele ama isso. Ele ama pecar e ama o pecado. Ele gloria-se no pecado, esta é sua mentalidade.

4- CORRUPÇÃO DO CORAÇÃO
“ele segundo inclinações da carne e do pensamento” v.3. Ele tem disposições interiores pecaminosas. Por isso, o pecado é mais do que ação que o pecador pratica. O pecado real é o que o leva à prática da ação pecaminosa. O que o levou á esta ação? A resposta é que algo interior, que está dentro do ser, que faz parte do ser. É do coração, do interior que procede o pecado (ver Mt 15.18,19).

Esta é a natureza decaída, pecaminosa. É a lei do pecado (Rm 7).
Esta natureza, este “eu profundo”, esta realidade interior é má, é corrupta por natureza e naturalmente. Essencialmente, profundamente até a raiz. Por isso o ser humano é filho da ira. Está morto espiritualmente e somente a graça pode o tirar desta condição. Somente a regeneração, pode tirar o ser humano deste estado e transforma-lo num filho de Deus.

Todos nós estamos em pecado, somos filhos da desobediência, herdeiros de uma natureza decaída, estando sob a ira de Deus – a menos que sejamos regenerados, resgatados por meio do redentor.

É nisto que consiste a salvação. Nós estávamos mortos em nossa condição de pecado. Espiritualmente mortos, mas Jesus nos deu vida, estando nós mortos. Jesus Cristo em sua morte na cruz nos substituiu, pagou nossa divida, assumiu nossa culpa, tomou sobre si o juízo que era nossa, levou sobre si a ira de Deus e nosso pecado foi justificado, ou seja, perdoado. Isto é a maravilhosa graça, que nos resgata de nossa condição pecaminosa.

APLICAÇÕES

Estávamos mortos, ele nos deu vida – vamos ainda andar como mortos?

Estávamos com nossa mente, emoções e vontade escravizadas pelo pecado – vamos andar ainda como escravos em nossas faculdades?

Éramos filhos da desobediência, filhos da ira, Cristo nos resgatou – Vamos ainda andar na desobediência?

Éramos condenados por nossa natureza pecaminosa, ele nos justificou e nos santificou, nos resgatou, nos libertou – Vamos ainda continuar pecando deliberadamente?

 

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