Pregado em 23 de junho de 2019
Salmo 2
1 Por que se enfurecem os gentios e os povos imaginam coisas vãs?
2 Os reis da terra se levantam, e os príncipes conspiram contra o SENHOR e
contra o seu Ungido, dizendo: 3 Rompamos os seus laços e sacudamos de nós
as suas algemas. 4 Ri-se aquele que habita nos céus; o Senhor zomba deles.
5 Na sua ira, a seu tempo, lhes há de falar e no seu furor os
confundirá.6 Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião.
7 Proclamarei o decreto do SENHOR: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu,
hoje, te gerei. 8 Pede-me, e eu te darei as nações por herança e as
extremidades da terra por tua possessão.9 Com vara de ferro as regerás e
as despedaçarás como um vaso de oleiro.10 Agora, pois, ó reis, sede
prudentes; deixai-vos advertir, juízes da terra.11 Servi ao SENHOR com temor
e alegrai-vos nele com tremor.12 Beijai o Filho para que se não irrite, e
não pereçais no caminho; porque dentro em pouco se lhe inflamará a ira.
Bem-aventurados todos os que nele se refugiam.
A
soberania de Deus governa o mundo em sua plenitude.
Este Salmo é um dos
que é conhecido como Salmos Reais que comemoravam a entronização de um Rei. O
Rei em Israel era uma antecipação do Reinado do Messias. Este Salmo, também é
um Salmo conhecido como Messiânico e é o primeiro a mencionar o termo “Ungido”
ou “Messias”. O Rei governava debaixo do governo do verdadeiro Rei. O Rei que
não entendia isto, que na verdade ele era um subgovernante, debaixo do
verdadeiro governo do Soberano, era um rei ímpio. Por isso, todos os governos
da terra são ímpios, porque não governam debaixo da Lei de Deus. Os reis da
Terra, ou seja, os sistemas humanos são rebeldes e sua rebelião é contra Deus.
O Salmo também mostra que a rebelião contra Deus é contra o seu Ungido que é
Jesus. O mundo foi criado para ser conduzido ao Filho. Ao reinado do Filho. Toda
a história humana é o palco da ação de Deus. Calvino - Como o reino de Cristo é de paz e esta paz
flui para o mundo que é alcançado, devido à perversidade e malícia humanas,
porém, ele jamais sai da obscuridade para se tornar público sem que surjam distúrbios.
Por isso, não é surpresa, nem incomum se o mundo começa a enraivecer-se tão
logo se erija um trono para Cristo.
A história humana é uma história de pecado e
rebelião. Este Salmo traz este diagnóstico. Este Salmo mostra, portanto, o
grito da rebelião humana, a reação divina e a revelação dos propósitos divinos
para o mundo e para a história do mundo.
I
- O GRITO DA REBELIÃO HUMANA É CONTRA O GOVERNO DIVINO – VS 1-3
1
– Os governos humanos são manifestações de rebelião contra o domínio soberano
de Deus na história – VS 1-2
A
rebelião humana é a rebelião do pecado contra Deus. É a rebelião de não aceitar
o governo divino, os padrões divinos. É a busca da autonomia.
2
– Todo o projeto humano é de autonomia com relação à soberania de Deus – v.3
Os
povos da terra não querem um Deus Santo. Eles querem um ídolo que aceitem seus
pecados. Eles querem um deus tolerante. Eles querem um Deus complacente. Eles
querem um deus que os aceite como eles são.
II - A REAÇÃO DIVINA É DE DESPREZO ANTES DO JUÍZO - VS 4-6
1
- O TERRÍVEL RISO DIVINO É MANIFESTÇÃO DE DESPREZO PELA AMBIÇÃO HUMANA – V.4
A
reação divina é em primeiro lugar é de desprezo. O Salmo atribui o riso ao
soberano celeste e não é um riso compassivo. Em outros dois salmos pode-se ver
o riso de Deus
Sl 37.11 - 13 –Mas os mansos herdarão a
terra e se deleitarão na abundância de paz. 12 Trama o ímpio contra o
justo e contra ele ringe os dentes. 13 Rir-se-á dele o Senhor, pois vê
estar-se aproximando o seu dia.
Sl 39. 5 Tu, SENHOR, Deus dos Exércitos, és o Deus de Israel; desperta, pois, e vem de encontro a todas as nações; não te compadeças de nenhum dos que traiçoeiramente praticam a iniquidade. 6 Ao anoitecer, uivam como cães, à volta da cidade. 7 Alardeiam de boca; em seus lábios há espadas. Pois dizem eles: Quem há que nos escute? 8 Mas tu, SENHOR, te rirás deles; zombarás de todas as nações.
Calvino - Se Deus não estende imediatamente sua mão
contra os ímpios, é porque hoje é o tempo de rir-se.
2
- O TERRÍVEL JUÍZO DIVINO É A MANISFESTAÇÃO DE SUA JUSTIÇA E SANTIDADE CONTRA O
PECADO DA AMBIÇÃO HUMANA - VS-5-6
Deus
governa de Sião que seu trono e tem em Jerusalém sua identificação temporal e
visível. Sião é visto como portador da vontade divina superior à história. o juízo divino é sua
reação ao pecado das nações.
III - DEUS GOVERNA O MUNDO E A HISTÓRIA PARA UM FIM - VS 7-9
Estes
versos mostram que o eterno penetra no história, no temporal para dar um
sentido ao mundo e à história do mundo. o mundo tem um sentido e um propósito
que é a glória de Deus. Este decreto - Tu és meu filho, hoje te gerei - e
citado em Hebreus com referência à ressurreição de Cristo que foi o dia em a
natureza divina de Cristo foi atestada definitivamente para o mundo.
1
- O Mundo foi feito para Cristo - v.7-8
Calvino - Como a majestade de Deus tem resplandecido em seu
unigênito Filho, assim o Pai não será temido nem adorado senão na pessoa do
Filho.
As
nações são herança do Senhor e não estão soltas por si mesmas e a si mesmas. A
história do mundo não de autonomia, mas Deus conduz tudo para um fim.
2
- O governo divino é por meio de Cristo - v.9
Calvino - Portanto, todos aqueles que não se submetem à
autoridade de Cristo, fazem guerra contra Deus. Visto que a Deus apraz
governar-nos pela mão de seu próprio filho, aqueles que se recusam a obedecer o
próprio Cristo negam a autoridade de Deus, e lhe é inútil fazer uma profissão
de fé diferente.
o
governo de Cristo agora é preliminar e culminará com o seu governo vindouro que
elimina as nações ímpias.
IV- O GOVERNO DE CRISTO É O ÚNICO GOVERNO IDEAL - VS 10 -12
Todo
o raciocínio do Salmo é mostrar que diante da insurreição do mundo ímpio, que
atrás do rei de São está Deus, o Pai como realidade vida, como único dominador
e verdadeiro Senhor do mundo, que dirige tudo com vontade infalível.
1
- Deus chama as nações ao arrependimento - v.10
Os
governantes do mundo deveriam se submeter ao governo e à Lei de Deus.
Calvino - A rebeldia do mundo caído, se pudesse baniria Deus
do trono. Os inimigos de Cristo quando se veem compelidos a reconhecerem sua
autoridade, o reputam como uma humilhação degradante como se a máxima desgraça
abatesse sobre eles.
2 - A única alternativa contra o juizo seria a submissão das nações á Cristo - v. 11-12
Esta
é a tônica de todo o AT e também do Apocalipse.
Os reis da terra deveriam entender isso e tirar a única conclusão possível
e sensata - submeter-se ao Todo Poderoso e servi-lo com temor e tremor.
Beijar
é filho é reconhecer e adorar ao Filho de Deus.
a
preocupação última do Salmo é o reconhecimento de Deus como Senhor do mundo.
Não
deixa pairar dúvida nenhuma sobre a seriedade da situação da humanidade diante
de Deus.
Só
há vida na atitude do temor de Deus. Quem não teme a Deus, perde a vida no
final, pois está sob o juízo de Deus., está sob a ira de Deus.
o
interesse de todo o Salmo é que Deus é o Senhor e seja reconhecido como tal.
A
ira de Deus é uma ameaça, uma sombra que paira sobre aqueles que o desprezam,
enquanto sua ajuda, seu socorro aguarda e guarda aqueles que procuram refúgio
diante dele. Aqueles que agradam o filho, agradam o Pai.
O
Novo Testamento aplicou a Jesus este Salmo - At 13.33; Hb1.5 e 5.5
Veja
os contrates das atitudes das nações no inicio do Salmo com o chamado divino no
final.
Se
amotinam - Sejam sensatos, prudentes
Planejam
uma rebelião - deixem-se corrigir.
Fazem
aliança contra Deus - Sirvam com temor
Conspiram
contra o reino do Filho- beijem o filho
Gregorio
de Nissa - Aqueles que desprezavam a Lei de Deus foram chamados ao reino que
domina todos os reinos. Aqueles que viviam sem Deus tornaram-se herdeiros de
Deus pela fé naquele que foi gerado de Deus e ungido para reinar sobre eles.
Também eles renascem como reis. com seu cetro de ferro, ou seja, com seu poder
invencível, rompe o que neles é argila e barro e os transforma em natureza gloriosa
e incorruptível.
Este
Salmo então se aplica a nós nos trazendo esperança.
Este
Salmo se aplica a nós para que não nos apeguemos à ideologias pagãs, mundanas,
secularistas, ateístas, humanistas e sem sentido escatológicos.
Calvino - Ainda que neste tempo nos seja necessário
chorarmos, não nos entreguemos à amargura e tristeza, sim, enxuguemos nossas
lágrimas como resultado da revelação deste texto, sabendo que Deus não é
conivente com a perversidade de seus
inimigos como que movido por indolência e debilidade, mas porque por enquanto
ele deve enfrentar a insolência deles com completo desprezo.
O
que precisamos entender sobre Deus - A paciência, a tolerância, a benignidade
de Deus, não é placidez, nem inatividade.
Sua
ira inflamada não é falta de controle. Seu riso não é crueldade. Sua compaixão
não é sentimentalismo.
O
salmo termina com a graça anunciada. o que as nações e as pessoas do mundo interpretam
como servidão, é, na realidade segurança
e felicidade. Não há refúgio contra ele, mas refúgio nele.
Se
o mundo entendesse que as Leis de Deus transformariam o mundo em um mundo
abençoado, todos se curvariam diante de Deus e o mundo seria um mundo de
obediência à sua Lei.
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