quarta-feira, 20 de abril de 2022

O SENHOR É DEUS LIBERTADOR - A PÁSCOA - lEVÍTICO 23.4-8 - Sermão 27

Pregado em 03 de fevereiro de 2019 



                                                   LEVÍTICO 23.4-8

4São estas as festas fixas do Senhor, as santas convocações, que proclamareis no seu tempo determinado: 5no mês primeiro, aos catorze do mês, no crepúsculo da tarde, é a Páscoa do Senhor6E aos quinze dias deste mês é a Festa dos Pães Asmos do Senhor; sete dias comereis pães asmos. 7No primeiro dia, tereis santa convocação; nenhuma obra servil fareis; 8mas sete dias oferecereis oferta queimada ao Senhor; ao sétimo dia, haverá santa convocação; nenhuma obra servil fareis.

 

A páscoa era uma celebração ao Deus libertador.

O termo original é “Pessach’ e significa, passagem, em referência à passagem do anjo da morte por ocasião da noite da Décima Praga no Egito. Foi a noite onde os primogênitos morreriam, a não ser que o sangue de um cordeiro fosse colocado na porta. Se houvesse na porta o sangue de um cordeiro, o anjo da morte passaria por cima daquela casa e o primogênito seria salvo. Foi também o que motivou a saída do povo de Israel do Egito depois de mais de 400 anos. Estas duas coisas, a salvação dos primogênitos e a saída do Egíto, seriam lembrados pela comemoração da Páscoa. A celebração ocorreria no décimo quarto dia do mês de Nisã ou Abibe, que corresponde a março e abril do nosso calendário. 

Os elementos da Páscoa era um cordeiro que seria morto e que seria comido com ervas amargas e pão sem fermento. O cordeiro era chamado de “cordeiro pascal”, porque aquele cordeiro havia sido morto em lugar dos primogênitos de Israel e também havia sido o motivo da libertação do povo do Egito. 

A Páscoa israelita ou judaica passou a ser a festa mais importante porque lembrava que Deus os havia libertado do Egito. Ela é comemorada até hoje pelos israelitas. Ela, comemorava um fato real, histórico para o povo, tinha um dia específico e era um memorial, pois lembrava de algo específico. Mas também e acima de tudo, do ponto de vista divino, ela apontava para a verdadeira páscoa, que era a salvação eterna, provida pelo verdadeiro cordeiro, que era Jesus. A Páscoa era sombra, tipo ou representação da obra de Jesus na cruz.

Jesus comemorou a Páscoa junto com os discípulos e durante a refeição, durante a Ceia, ele instituiu o que chamamos de “A Ceia do Senhor” ou “Santa Ceia”.  

Marcos 14. 22 E, enquanto comiam, tomou Jesus um pão e, abençoando-o, o partiu e lhes deu, dizendo: Tomai, isto é o meu corpo.

23 A seguir, tomou Jesus um cálice e, tendo dado graças, o deu aos seus discípulos; e todos beberam dele.

24 Então, lhes disse: Isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos.

Neste momento Jesus cumpre a Ceia Israelita, dá sentido pra ela e a suplanta, porque ele era o verdadeiro cordeiro que aquele representava. O sangue daquele cordeiro representava o sangue de Jesus e as ervas amargas representava todo o sofrimento que ele teria que passar. Naquele momento a Páscoa judaica foi substituída pela Ceia do Senhor que era a cerimônia que inaugurava a Nova Aliança cumprindo a Antiga. 

João Batista, o último profeta quando viu Jesus já havia declarado - “Eis o crodeiro de Deus que tira o pecado do mundo” - João 1.29

Na refeição da Páscoa, Jesus tomou pão e mergulhou no recipiente onde estavam as ervas amargas - que representavam a ira de Deus e o sofrimento do cordeiro e disse - “tomai, comei, isto é o meu corpo”. Depois de comer o pão, ele toma a taça com vinho, que representava o sangue do cordeiro e diz - “Isto é o meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado em favor de muitos.”

Jesus estava cumprindo a Páscoa e ele mesmo estava se transformando na Páscoa. A verdadeira Páscoa era ele. O verdadeiro cordeiro era ele. O verdadeiro sangue era o dele. As ervas amargas era o seu sofrimento. A verdadeira libertação e salvação era devido a ele. Era ele. Era ele.

A Páscoa, quatro ações divinas:

1 - Na Páscoa, a morte do cordeiro substituiu quem deveria morrer - A primeira ação - Expiação.

Na noite da Pessach, o cordeiro foi morto em lugar dos primogênitos. Houver ali a substituição. O cordeiro morreu para que os primogênitos israelitas que Deus desejava preservar não morressem. Aqui está resumida toda a doutrina cristã, tudo o que um cristão mais crê. Sendo Jesus o cordeiro de Deus ele morreu em lugar dos pecadores a quem Deus queria salvar. O cordeiro foi o substituto. Sendo Jesus o verdadeiro cordeiro, ele nos substituiu. Ele morreu para que tenhamos a vida. Ele sofreu o juízo divino para que nós fiquemos livres desta juízo. Ele sofreu a condenação, para que nós não fossemos julgados e condenados.

2 - Na Páscoa, a morte do cordeiro eliminava o medo da morte - A segunda ação - Justificação.

Na noite da Pessach, o anjo da morte passaria de casa em casa. Havia medo da morte. Pais e filhos viveriam uma noite de terror. Mas o sangue do cordeiro na porta era a libertação para este medo. Quando o anjo da morte visse o sangue, ele passaria por cima. Aqui está a grande lição da justificação. Deus nos justifica, nos salva pela morte de seu cordeiro. Somos livres da condenação do pecado, somos declarados não condenados pelos méritos de Jesus. Justificados pela morte substitutiva de Jesus, os cristãos são livres da culpa e do medo e vivem uma vida alegre e satisfeita diante de Deus. 

3 - Na Páscoa, a morte do cordeiro libertava da morte e foi a causa da libertação da escravidão -  A terceira ação - Redenção.

Na noite da Pessach, as casas israelitas ficaram livres da morte e no dia seguinte ficariam livres também da escravidão. Aqui mais uma vez vemos representada a fundamental doutrina cristã da redenção que é síntese da salvação. Somos salvos da morte eterna e ficamos livres do pecado. O cristão vive a verdadeira liberdade. Não se trata apenas de liberdade da condenação do pecado, mas também vida livre, com liberdade para uma vida nova. 

4 - Na Páscoa, a morte do cordeiro, deu  nova vida aos filhos dos israelitas e tornou os israelitas filhos de Deus - A quarta ação - Adoção.

Na noite da Pessach, os primogênitos foram livres da morte e Israel passou a ser chamado de “meu primogênito.”

Oséias, o profeta, séculos mais tarde, ele vai interpretar a Páscoa da seguinte forma: “Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei o meu filho.” Oséias 11.1

Quando Moisés é enviado por Deus para falar com Faraó para deixar o povo ir ele o instruiu da seguinte forma:

Êxodo 4 - 21 Disse o SENHOR a Moisés: Quando voltares ao Egito, vê que faças diante de Faraó todos os milagres que te hei posto na mão; mas eu lhe endurecerei o coração, para que não deixe ir o povo.

22 Dirás a Faraó: Assim diz o SENHOR: Israel é meu filho, meu primogênito.

23 Digo-te, pois: deixa ir meu filho, para que me sirva; mas, se recusares deixá-lo ir, eis que eu matarei teu filho, teu primogênito.

Isto se tornou pleno em Jesus e anuncia a doutrina da Adoção ou Filiação - como está declarado em João 1.12 - “A todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos Filhos de Deus”.

Romanos 8.14-17 - Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. 15 Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. 16 O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. 17 Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados.

Esta identidade jubilosos de todos os que crêem em Cristo no presente. Somos filhos de Deus e deveríamos viver como filhos. Como herdeiros. Sabendo que somos amados por Deus.

5 - Na Páscoa, a morte do cordeiro foi uma provisão divina para as famílias - A quarta ação - A graça.

Na noite da Pessach, as famílias experimentaram a maravilhosa graça de Deus. Os filhos foram livres por que Deus providenciou a substituição. No outro dia, os israelitas foram livres, porque Deus providenciou esta libertação. A redenção não se baseou nos esforços dos escravos, mas mediante uma solução divina. A graça de Deus foi revelada plenamente em Jesus. Ele é a graça de Deus. Ele quem perdoa nossos pecados. Ele quem nos livra do juízo divino. Ele quem nos leva a Deus. Ele quem nos faz ser aceitos por Deus. A graça de Deus é Jesus. Estávamos condenados à morte, ele nos livrou. Estávamos condenados pelo juízo, ele nos libertou.

Hoje, não celebramos mais a Páscoa Judaica, porque ela era Cristo.

Hoje, celebramos a Ceia do Senhor, que nos identifica com a obra de Jesus.

Hoje, somos salvos, justificados, libertos da condenação, adotados por Deus como filhos e desfrutamos da graça de Deus.

Hoje, temos Jesus, que é a provisão de Deus para tudo e deveríamos não apenas exercer uma fé fria, intelectual, teológica, formal nele - mas deveríamos desfrutar dele como o maior prazer da vida, a maior realização da vida. A maior dádiva para a nossa alma.




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