Pregado em 03 de março de 2019
Levítico 23.23-25
23Disse mais o Senhor a Moisés: 24Fala aos filhos de Israel, dizendo: No mês sétimo, ao primeiro do mês, tereis descanso solene, memorial, com sonidos de trombetas, santa convocação. 25Nenhuma obra servil fareis, mas trareis oferta queimada ao Senhor.
A festa das trombetas anunciava que o tempo pertencia ao Senhor,
lembrando do passado quando Deus deu a Lei e anunciando o futuro, pois se
aproximava o dia da Expiação.
A festa das trombetas era no primeiro dia do sétimo mês – hoje pra nós fica
entre setembro e outubro. Para eles, o primeiro mês era o que pra nós é março/
abril.
A festa das trombetas sempre era no primeiro dia do sétimo mês e este dia era
transformado num sábado – um dia sem trabalho e dedicado a Deus. Ela anunciava
que no outro sábado, oito dias depois seria o dia mais importante do ano, que
era o dia da Expiação, do dia do perdão.
As trombetas eram tocadas para que o povo se preparasse para a próxima semana,
pois no próximo sábado seria o Dia da Expiação.
A TROMBETA que era tocada tem o nome de SHOFAR. O Shofar era feito de um chifre
de carneiro.
O toque do shofar era recorrente em Israel. Anunciava o início de cada sábado,
de cada lua, na luz nova havia toques especiais, a cada mudança de mês.
Até hoje os israelitas tocam o chifre de carneiro ou shofar para anunciar seus
dias santos.
A igreja não usa o shofar. O shofar tinha um significado que agora a pregação
do Evangelho faz, que é chamar as pessoas para Deus.
Na festa, dois toques das trombetas era importantes:
O primeiro era o chamado para a reunião.
O último era a preparação para o dia do perdão.
Em termos doutrinários a Festa das Trombetas tem
dois significados: O anúncio do juízo divino a também da graça divina.
I – A PRIMEIRA TROMBETA TOCADA LEMBRAVA O PASSADO
E O PRESENTE.
A primeira trombeta era um chamado, uma santa convocação. Era um dia para
lembrar de que o Senhor continuava presente.
A primeira trombeta apontava para o passado.
Deus se manifestou ao povo de Israel logo após a saída do Egito. Acampado ao pé
do Monte Sinai, Israel foi convocado a se reunir diante do Senhor ao som do
Shofar. Êxodo 19.16- 19 16 Ao amanhecer do terceiro dia, houve trovões, e
relâmpagos, e uma espessa nuvem sobre o monte, e mui forte clangor de trombeta,
de maneira que todo o povo que estava no arraial se estremeceu. 17 E Moisés
levou o povo fora do arraial ao encontro de Deus; e puseram-se ao pé do monte.
18 Todo o monte Sinai fumegava, porque o SENHOR descera sobre ele em fogo; a
sua fumaça subiu como fumaça de uma fornalha, e todo o monte tremia
grandemente. 19 E o clangor da trombeta ia aumentando cada vez mais; Moisés
falava, e Deus lhe respondia no trovão.
Neste dia o povo israelita foi ao encontro com
Deus que o havia remido e, portanto, possuía direitos reais de governar sobre
eles como Senhor. Ali, a Lei foi promulgada. Ali a santidade de Deus foi
revelada, ao ser humano foi exigido que se santificasse e duas obras divinas
foram reveladas: O juízo e a Graça. O juízo como punição ao pecado, a graça
como dádiva divina aos escolhidos.
Deus se declarava como o Rei das nações, sobre a terra. O Deus de Israel não
era uma simples divindade territorial, como era os ídolos das nações. O toque
do Shofar anunciava que Deus estava convocando o povo e que ele estava presente.
Salmos 47. 5 Subiu Deus por entre aclamações, o SENHOR, ao som de trombeta.
6 Salmodiai a Deus, cantai louvores; salmodiai ao
nosso Rei, cantai louvores.
7 Deus é o Rei de toda a terra; salmodiai com harmonioso cântico.
8 Deus reina sobre as nações; Deus se assenta no seu santo trono.
9 Os príncipes dos povos se reúnem, o povo do Deus de Abraão, porque a Deus
pertencem os escudos da terra; ele se exaltou gloriosamente.
A Festa das Trombetas com o tempo mudou o seu significado em Israel. O Judaísmo
posterior colocou como festa do ano novo, tirando o seu significado original.
II – A ÚLTIMA TROMBETA ANUNCIAVA O FUTURO.
A última trombeta tocada neste dia era um anúncio para o futuro.
A última trombeta anunciava que no sábado seguinte haveria o dia da Expiação.
Era um toque de preparação.
No Novo Testamento, a última trombeta é associada à Volta do Senhor.
A última trombeta tem um significado especial no Novo Testamento, pois anuncia
a consumação de toda a história da salvação.
Vai ser o fim de tudo que este mundo é o começo do novo mundo de Deus.
Veja que no Livro do Apocalipse são tocadas Sete Trombetas.
Apocalipse 8.2-13
2 Então, vi os sete anjos que se acham em pé diante de Deus, e lhes foram dadas
sete trombetas.
3 Veio outro anjo e ficou de pé junto ao altar, com um incensário de ouro, e
foi-lhe dado muito incenso para oferecê-lo com as orações de todos os santos
sobre o altar de ouro que se acha diante do trono;
4 e da mão do anjo subiu à presença de Deus a fumaça do incenso, com as orações
dos santos.
5 E o anjo tomou o incensário, encheu-o do fogo do altar e o atirou à terra. E
houve trovões, vozes, relâmpagos e terremoto.
6 Então, os sete anjos que tinham as sete trombetas prepararam-se para tocar.
7 O primeiro anjo tocou a trombeta, e houve saraiva e fogo de mistura com
sangue, e foram atirados à terra. Foi, então, queimada a terça parte da terra,
e das árvores, e também toda erva verde.
8 O segundo anjo tocou a trombeta, e uma como que grande montanha ardendo em
chamas foi atirada ao mar, cuja terça parte se tornou em sangue,
9 e morreu a terça parte da criação que tinha vida, existente no mar, e foi
destruída a terça parte das embarcações.
10 O terceiro anjo tocou a trombeta, e caiu do céu sobre a terça parte dos
rios, e sobre as fontes das águas uma grande estrela, ardendo como tocha.
11 O nome da estrela é Absinto; e a terça parte das águas se tornou em absinto,
e muitos dos homens morreram por causa dessas águas, porque se tornaram
amargosas.
12 O quarto anjo tocou a trombeta, e foi ferida a
terça parte do sol, da lua e das estrelas, para que a terça parte deles
escurecesse e, na sua terça parte, não brilhasse, tanto o dia como também a
noite.
13 Então, vi e ouvi uma águia que, voando pelo meio do céu, dizia em grande
voz: Ai! Ai! Ai dos que moram na terra, por causa das restantes vozes da
trombeta dos três anjos que ainda têm de tocar!
Apocalipse 11.15 O sétimo anjo tocou a trombeta, e
houve no céu grandes vozes, dizendo: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor
e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.
16 E os vinte e quatro anciãos que se encontram sentados no seu trono, diante
de Deus, prostraram-se sobre o seu rosto e adoraram a Deus,
17 dizendo: Graças te damos, Senhor Deus, Todo-Poderoso, que és e que era, porque
assumiste o teu grande poder e passaste a reinar.
18 Na verdade, as nações se enfureceram; chegou, porém, a tua ira, e o tempo
determinado para serem julgados os mortos, para se dar o galardão aos teus
servos, os profetas, aos santos e aos que temem o teu nome, tanto aos pequenos
como aos grandes, e para destruíres os que destroem a terra.
19 Abriu-se, então, o santuário de Deus, que se acha no céu, e foi vista a arca
da Aliança no seu santuário, e sobrevieram relâmpagos, vozes, trovões,
terremoto e grande saraivada.
As Sete Trombetas contam história das
consequências do pecado, de todo o mal que ele causa na terra, de todas as
catástrofes. Já a última Trombeta anuncia o fim de tudo e o começo do mundo
onde Cristo é o Senhor. A Sétima Trombeta nos mostra a morte de Jesus na cruz,
o anúncio do Juízo definitivo e a redenção dos salvos.
O autor dos Hebreus faz um contraste entre a
Primeira Trombeta e a última.
Hebreus 12 18 Ora, não tendes chegado ao fogo palpável e ardente, e à
escuridão, e às trevas, e à tempestade,
19 e ao clangor da trombeta, e ao som de palavras tais, que quantos o ouviram
suplicaram que não se lhes falasse mais,
20 pois já não suportavam o que lhes era ordenado: Até um animal, se tocar o
monte, será apedrejado.
21 Na verdade, de tal modo era horrível o espetáculo, que Moisés disse:
Sinto-me aterrado e trêmulo!
22 Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém
celestial, e a incontáveis hostes de anjos, e à universal assembleia
23 e igreja dos primogênitos arrolados nos céus, e a Deus, o Juiz de todos, e
aos espíritos dos justos aperfeiçoados,
24 e a Jesus, o Mediador da nova aliança, e ao sangue da aspersão que fala
coisas superiores ao que fala o próprio Abel.
25 Tende cuidado, não recuseis ao que fala. Pois, se não escaparam aqueles que
recusaram ouvir quem, divinamente, os advertia sobre a terra, muito menos nós,
os que nos desviamos daquele que dos céus nos adverte,
26 aquele, cuja voz abalou, então, a terra; agora, porém, ele promete, dizendo:
Ainda uma vez por todas, farei abalar não só a terra, mas também o céu.
27 Ora, esta palavra: Ainda uma vez por todas significa a remoção dessas coisas
abaladas, como tinham sido feitas, para que as coisas que não são abaladas
permaneçam.
28 Por isso, recebendo nós um reino inabalável,
retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência
e santo temor;
29 porque o nosso Deus é fogo consumidor.
A última trombeta, portanto aponta para a redenção
até a glorificação. Paulo diz que ao ressoar a última trombeta acontecerá a
ressurreição.
1 Coríntios 15 51 Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas
transformados seremos todos, 52 num momento, num abrir e fechar de olhos, ao
ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão
incorruptíveis, e nós seremos transformados.
1 Tessalonicenses 4. 14 Pois, se cremos que Jesus
morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua
companhia, os que dormem. 15 Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor,
isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum
precederemos os que dormem. 16 Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de
ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos
céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; 17 depois, nós, os vivos,
os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o
encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. 18
Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras.
Portanto, meus irmãos, precisamos ver tudo á luz
de Cristo. A festa das Trombetas apontavam para a obra de Cristo desde o seu
cumprimento da Lei até a sua gloriosa segunda vinda.
Assim como os israelitas viviam na expectativa do
toque das trombetas, do toque do Shofar – assim, devemos viver na expectativa
da Volta do Senhor. Aguardando a sua Segunda Vinda. Não naquela espera do
“tomara que venha” – mas na expectativa de o seu Reino seja consumado em todo
mundo. Que a glória do Reino exceda os limites da igreja. Que o pecado seja
extinto da terra. Que a glória eterna venha. Que o Juízo final aconteça.
Na esperança de que a glória de Deus
se manifeste em todo mundo - a melhor maneira
de aguardar a Parousía, a Segunda Vinda de Jesus,
é vivendo a realidade
dela aqui e agora - antecipando
as virtudes do mundo porvir
entre nós
e os que nos cercam.
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