quarta-feira, 20 de abril de 2022

O SENHOR É O DEUS DA PROVIDÊNCIA E DA PROVISÃO - A FESTA DOS TABERNÁCULOS - Lev. 23.33-44 - Sermão 32

 Pregado em 10 de março de 2019



Levítico 23. 33-44

   Disse mais o SENHOR a Moisés:34 Fala aos filhos de Israel, dizendo: Aos quinze dias deste mês sétimo, será a Festa dos Tabernáculos ao SENHOR, por sete dias.35 Ao primeiro dia, haverá santa convocação; nenhuma obra servil fareis.36 Sete dias oferecereis ofertas queimadas ao SENHOR; ao dia oitavo, tereis santa convocação e oferecereis ofertas queimadas ao SENHOR; é reunião solene, nenhuma obra servil fareis.37 São estas as festas fixas do SENHOR, que proclamareis para santas convocações, para oferecer ao SENHOR oferta queimada, holocausto e oferta de manjares, sacrifício e libações, cada qual em seu dia próprio,38 além dos sábados do SENHOR, e das vossas dádivas, e de todos os vossos votos, e de todas as vossas ofertas voluntárias que dareis ao SENHOR.39 Porém, aos quinze dias do mês sétimo, quando tiverdes recolhido os produtos da terra, celebrareis a festa do SENHOR, por sete dias; ao primeiro dia e também ao oitavo, haverá descanso solene.40 No primeiro dia, tomareis para vós outros frutos de árvores formosas, ramos de palmeiras, ramos de árvores frondosas e salgueiros de ribeiras; e, por sete dias, vos alegrareis perante o SENHOR, vosso Deus.41 Celebrareis esta como festa ao SENHOR, por sete dias cada ano; é estatuto perpétuo pelas vossas gerações; no mês sétimo, a celebrareis.42 Sete dias habitareis em tendas de ramos; todos os naturais de Israel habitarão em tendas,43 para que saibam as vossas gerações que eu fiz habitar os filhos de Israel em tendas, quando os tirei da terra do Egito. Eu sou o SENHOR, vosso Deus.44 Assim, declarou Moisés as festas fixas do SENHOR aos filhos de Israel.


A Festa dos Tabernáculos era um memorial de que os peregrinos foram sustentados pelo Senhor no deserto.
Era comemorada uma semana depois do sábado da expiação.
Esta era a última festa e durava uma semana. Comemorava-se o fim da colheita e principalmente a peregrinação no deserto. Quando os israelitas entrassem na Terra Prometida, as Festa dos Tabernáculos os lembraria que haviam sido estrangeiros e peregrinos na terra e que o Senhor os havia sustentado e guiado milagrosamente.
Os israelitas construíam cabanas e viviam nelas para lembrar-se dos anos em haviam morado em tendas. Era uma festa alegre – “vos alegrareis perante o Senhor” (v.40). No primeiro dia os israelitas levavam ramos de palmeiras e de outras árvores, regozijando-se no Senhor. O motivo era recordar que o Senhor os havia ajudado, havia-lhes dado graça para suportar o desconforto e as provas da peregrinação e os havia trazido à terra que manava leite e mel.
O povo celebrou esta festa nos tempos de Josué e depois disso nunca mais comemorou. Nos dias de Esdras e Neemias (entre 460 a 440 a.C. eles voltaram a comemorar. Quase 900 anos depois, portanto.

Neemias 8.8-18  Leram no livro, na Lei de Deus, claramente, dando explicações, de maneira que entendessem o que se lia.
9 Neemias, que era o governador, e Esdras, sacerdote e escriba, e os levitas que ensinavam todo o povo lhe disseram: Este dia é consagrado ao SENHOR, vosso Deus, pelo que não pranteeis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei.
10 Disse-lhes mais: ide, comei carnes gordas, tomai bebidas doces e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto, não vos entristeçais, porque a alegria do SENHOR é a vossa força.
11 Os levitas fizeram calar todo o povo, dizendo: Calai-vos, porque este dia é santo; e não estejais contristados.
12 Então, todo o povo se foi a comer, a beber, a enviar porções e a regozijar-se grandemente, porque tinham entendido as palavras que lhes foram explicadas.
13 No dia seguinte, ajuntaram-se a Esdras, o escriba, os cabeças das famílias de todo o povo, os sacerdotes e os levitas, e isto para atentarem nas palavras da Lei.
14 Acharam escrito na Lei que o SENHOR ordenara por intermédio de Moisés que os filhos de Israel habitassem em cabanas, durante a festa do sétimo mês;
15 que publicassem e fizessem passar pregão por todas as suas cidades e em Jerusalém, dizendo: Saí ao monte e trazei ramos de oliveiras, ramos de zambujeiros, ramos de murtas, ramos de palmeiras e ramos de árvores frondosas, para fazer cabanas, como está escrito.
16 Saiu, pois, o povo, trouxeram os ramos e fizeram para si cabanas, cada um no seu terraço, e nos seus pátios, e nos átrios da Casa de Deus, e na praça da Porta das Águas, e na praça da Porta de Efraim.
17 Toda a congregação dos que tinham voltado do cativeiro fez cabanas e nelas habitou; porque nunca fizeram assim os filhos de Israel, desde os dias de Josué, filho de Num, até àquele dia; e houve mui grande alegria.
18 Dia após dia, leu Esdras no Livro da Lei de Deus, desde o primeiro dia até ao último; e celebraram a festa por sete dias; no oitavo dia, houve uma assembléia solene, segundo o prescrito.

Com os anos, eles adicionaram elementos novos à festa.

No último dia da festa, celebrava-se uma cerimônia que lembrava a provisão de água no deserto. Um sacerdote conduzia um jarro de ouro com água desde o Tanque de Siloé até o Templo onde derramava numa bacia de prata. Esta cerimônia, não está prescrita nas ordenanças da festa, mas foi acrescentada com o tempo. Jesus deu legitimidade a esta cerimônia.

João 6.37 - No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba.
38 Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.
39 Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o Espírito até aquele momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado.

Jesus, portanto, 
chama para si o cumprimento desta festa.
Hoje o nome da Festa é Sukot – que significa tendas.
Não comemoramos mais a festa dos Tabernáculos, porque ela tinha
 um significado que já foi cumprido em Cristo. A salvação em Jesus é nossa Festa. 
Nós vivemos na Festa dos Tabernáculos. Nós celebramos as provisões divinas.
 O cristão habita em tendas, no sentido que seu status no mundo é de peregrino. 
O Cristão tem sua identidade em Jesus. Ele é um cidadão dos céus.
 Ele entende que sua condição no mundo é de transitoriedade.

Vejamos as implicações teológicas do cumprimento da Festa em Jesus.

I
Jesus habitou temporariamente entre nós.
A Festa dos Tabernáculos aponta para a humanidade e divindade de Jesus. Jesus tornou-se humano, ou seja ele montou sua tenda entre nós.

João 1.14 - E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.
O termo “habitou” lembra o termo hebraico “tabernaculou” ou montou sua tenda.
Deus habitava na Tenda, no Tabernáculo no deserto.
Jesus habitou no mundo ou seja, no “deserto”. Ele se despiu de sua glória e habitou entre nós.
Este é o sentido da festa.

II 
 Nós habitamos temporariamente neste mundo e Deus habita em nós.
O cristão como nascido de novo, pertencente ao Reino de Deus. Resgatado do reino das trevas, transportado para o Reino de Jesus, se torna um peregrino neste mundo.

Colossenses 3.1 Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus.
2 Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra;
3 porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus.
4 Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória.5 Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria;
1 Pedro 2.11 Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma,
12 mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação.

Esta é a linguagem do Apóstolo Paulo, quando diz que nossa vida neste corpo é um tabernáculo temporário e transitório.

2 Coríntios 5 .1 Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus.
2 E, por isso, neste tabernáculo, gememos, aspirando por sermos revestidos da nossa habitação celestial;
3 – Enquanto habitamos neste mundo, somos supridos pela benevolência do Senhor o tempo todo.

João 15.15 Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal.
16 Eles não são do mundo, como também eu não sou.
17 Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.

 A igreja, de agora até o porvir, é o Tabernáculo de Deus com a humanidade redimida.

Apocalipse 21. 1 Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe.
2 Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo.
3 Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles.
4 E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.
5 E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.

Tomando a imagem de um casamento, 
Deus mora com seu povo, como numa tenda. 
A Nova Jerusalém, enfeitada como noivo para o esposo,
 é a igreja que é formada por cada pessoa que foi salva por Jesus.
Aquele que está em Cristo não pertence mais à velha ordem, ao velho mundo

2 Coríntios 5.17 E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.

Aqui está o sentido de tudo e o cumprimento de tudo.

A Festa dos Tabernáculos representava duas coisas:
 O desprendimento do mundo
 e a dependência da 
provisão divina
 em tudo.

O cristão é desapegado do mundo.
Deveria ser pelo menos.
 Este é o ideal da vida
 com Deus.

Salmos 73 . Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em quem eu me compraza na terra. 26 Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre.

Salmos 16.11 Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente.

Este caráter transitório, 
esta consciência de que
 há 
uma pátria celestial
 e que aqui só há tendas,
 acompanhou todos os heróis da fé 

Hebreus 11.8 Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu,
 a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia.
 9Pela fé, peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, habitando 
em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa;
 10porque aguardava a cidade que tem fundamentos, 
da qual Deus é o arquiteto e edificador. 
11Pela fé, também, a própria Sara recebeu poder para ser mãe, não obstante o avançado de sua idade, 
pois teve por fiel aquele que lhe havia feito a promessa. 
12Por isso, também de um, aliás já amortecido, saiu uma posteridade tão numerosa 
como as estrelas do céu e inumerável como a areia que está na praia do mar.
13Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas;
 vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra. 
14Porque os que falam desse modo manifestam estar procurando uma pátria. 
15E, se, na verdade, se lembrassem daquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar.
 16Mas, agora, aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, 
Deus não se envergonha deles, 
de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade.



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