Pregado em 10 de março de 2019
Levítico 23. 33-44
Disse mais o SENHOR a
Moisés:34 Fala aos filhos de Israel, dizendo: Aos quinze dias deste mês sétimo, será a
Festa dos Tabernáculos ao SENHOR, por sete dias.35 Ao primeiro dia, haverá santa convocação; nenhuma obra servil fareis.36 Sete dias oferecereis ofertas queimadas ao SENHOR; ao dia oitavo, tereis
santa convocação e oferecereis ofertas queimadas ao SENHOR; é reunião solene,
nenhuma obra servil fareis.37 São estas as festas fixas do SENHOR, que proclamareis para santas
convocações, para oferecer ao SENHOR oferta queimada, holocausto e oferta de
manjares, sacrifício e libações, cada qual em seu dia próprio,38 além dos sábados do SENHOR, e das vossas dádivas, e de todos os vossos
votos, e de todas as vossas ofertas voluntárias que dareis ao SENHOR.39 Porém, aos quinze dias do mês sétimo, quando tiverdes recolhido os produtos
da terra, celebrareis a festa do SENHOR, por sete dias; ao primeiro dia e
também ao oitavo, haverá descanso solene.40 No primeiro dia, tomareis para vós outros frutos de árvores formosas, ramos
de palmeiras, ramos de árvores frondosas e salgueiros de ribeiras; e, por sete
dias, vos alegrareis perante o SENHOR, vosso Deus.41 Celebrareis esta como festa ao SENHOR, por sete dias cada ano; é estatuto
perpétuo pelas vossas gerações; no mês sétimo, a celebrareis.42 Sete dias habitareis em tendas de ramos; todos os naturais de Israel
habitarão em tendas,43 para que saibam as vossas gerações que eu fiz habitar os filhos de Israel em
tendas, quando os tirei da terra do Egito. Eu sou o SENHOR, vosso Deus.44 Assim, declarou Moisés as festas fixas do SENHOR aos filhos de Israel.
A Festa dos Tabernáculos era um memorial de que os peregrinos foram sustentados
pelo Senhor no deserto.
Era comemorada uma semana depois do sábado da expiação.
Esta era a última festa e durava uma semana. Comemorava-se o fim da colheita e
principalmente a peregrinação no deserto. Quando os israelitas entrassem na
Terra Prometida, as Festa dos Tabernáculos os lembraria que haviam sido
estrangeiros e peregrinos na terra e que o Senhor os havia sustentado e guiado
milagrosamente.
Os israelitas construíam cabanas e viviam nelas para lembrar-se dos anos em
haviam morado em tendas. Era uma festa alegre – “vos alegrareis perante o
Senhor” (v.40). No primeiro dia os israelitas levavam ramos de palmeiras e de
outras árvores, regozijando-se no Senhor. O motivo era recordar que o Senhor os
havia ajudado, havia-lhes dado graça para suportar o desconforto e as provas da
peregrinação e os havia trazido à terra que manava leite e mel.
O povo celebrou esta festa nos tempos de Josué e depois disso nunca mais
comemorou. Nos dias de Esdras e Neemias (entre 460 a 440 a.C. eles voltaram a
comemorar. Quase 900 anos depois, portanto.
Neemias 8.8-18 Leram no livro, na Lei de
Deus, claramente, dando explicações, de maneira que entendessem o que se lia.
9 Neemias, que era o governador, e Esdras, sacerdote e escriba, e os levitas
que ensinavam todo o povo lhe disseram: Este dia é consagrado ao SENHOR, vosso
Deus, pelo que não pranteeis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo
as palavras da Lei.
10 Disse-lhes mais: ide, comei carnes gordas, tomai bebidas doces e enviai
porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao
nosso Senhor; portanto, não vos entristeçais, porque a alegria do SENHOR é a
vossa força.
11 Os levitas fizeram calar todo o povo, dizendo: Calai-vos, porque este dia é
santo; e não estejais contristados.
12 Então, todo o povo se foi a comer, a beber, a enviar porções e a
regozijar-se grandemente, porque tinham entendido as palavras que lhes foram
explicadas.
13 No dia seguinte, ajuntaram-se a Esdras, o escriba, os cabeças das famílias
de todo o povo, os sacerdotes e os levitas, e isto para atentarem nas palavras
da Lei.
14 Acharam escrito na Lei que o SENHOR ordenara por intermédio de Moisés que os
filhos de Israel habitassem em cabanas, durante a festa do sétimo mês;
15 que publicassem e fizessem passar pregão por todas as suas cidades e em
Jerusalém, dizendo: Saí ao monte e trazei ramos de oliveiras, ramos de
zambujeiros, ramos de murtas, ramos de palmeiras e ramos de árvores frondosas,
para fazer cabanas, como está escrito.
16 Saiu, pois, o povo, trouxeram os ramos e fizeram para si cabanas, cada um no
seu terraço, e nos seus pátios, e nos átrios da Casa de Deus, e na praça da
Porta das Águas, e na praça da Porta de Efraim.
17 Toda a congregação dos que tinham voltado do cativeiro fez cabanas e nelas
habitou; porque nunca fizeram assim os filhos de Israel, desde os dias de
Josué, filho de Num, até àquele dia; e houve mui grande alegria.
18 Dia após dia, leu Esdras no Livro da Lei de Deus, desde o primeiro dia até
ao último; e celebraram a festa por sete dias; no oitavo dia, houve uma
assembléia solene, segundo o prescrito.
Com os anos, eles adicionaram elementos novos à festa.
No último dia da festa, celebrava-se uma cerimônia que lembrava a provisão de
água no deserto. Um sacerdote conduzia um jarro de ouro com água desde o Tanque
de Siloé até o Templo onde derramava numa bacia de prata. Esta cerimônia, não
está prescrita nas ordenanças da festa, mas foi acrescentada com o tempo. Jesus
deu legitimidade a esta cerimônia.
João 6.37 - No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou:
Se alguém tem sede, venha a mim e beba.
38 Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água
viva.
39 Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele
cressem; pois o Espírito até aquele momento não fora dado, porque Jesus não
havia sido ainda glorificado.
Jesus, portanto,
chama para si o cumprimento desta festa.
Hoje o nome da Festa é Sukot – que significa tendas.
Não comemoramos mais a festa dos Tabernáculos, porque ela tinha
um significado
que já foi cumprido em Cristo. A salvação em Jesus é nossa Festa.
Nós vivemos
na Festa dos Tabernáculos. Nós celebramos as provisões divinas.
O cristão
habita em tendas, no sentido que seu status no mundo é de peregrino.
O Cristão
tem sua identidade em Jesus. Ele é um cidadão dos céus.
Ele entende que sua condição
no mundo é de transitoriedade.
Vejamos as implicações teológicas do cumprimento da Festa em Jesus.
I
Jesus habitou temporariamente entre nós.
A Festa dos Tabernáculos aponta para a humanidade e divindade de Jesus. Jesus
tornou-se humano, ou seja ele montou sua tenda entre nós.
João 1.14 - E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de
verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.
O termo “habitou” lembra o termo hebraico “tabernaculou” ou montou sua tenda.
Deus habitava na Tenda, no Tabernáculo no deserto.
Jesus habitou no mundo ou seja, no “deserto”. Ele se despiu de sua glória e
habitou entre nós.
Este é o sentido da festa.
II
Nós habitamos temporariamente neste mundo e Deus habita em nós.
O cristão como nascido de novo, pertencente ao Reino de Deus. Resgatado do
reino das trevas, transportado para o Reino de Jesus, se torna um peregrino
neste mundo.
Colossenses 3.1 Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai
as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus.
2 Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra;
3 porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus.
4 Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis
manifestados com ele, em glória.5 Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão
lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria;
1 Pedro 2.11 Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos
absterdes das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma,
12 mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que,
naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em
vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação.
Esta é a linguagem do Apóstolo Paulo, quando diz que nossa vida neste corpo é
um tabernáculo temporário e transitório.
2 Coríntios 5 .1 Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se
desfizer, temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna,
nos céus.
2 E, por isso, neste tabernáculo, gememos, aspirando por sermos revestidos da
nossa habitação celestial;
3 – Enquanto habitamos neste mundo, somos supridos pela benevolência do Senhor
o tempo todo.
João 15.15 Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal.
16 Eles não são do mundo, como também eu não sou.
17 Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.
A igreja, de agora até o porvir, é o Tabernáculo de Deus com a humanidade
redimida.
Apocalipse 21. 1 Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira
terra passaram, e o mar já não existe.
2 Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de
Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo.
3 Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com
os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo
estará com eles.
4 E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não
haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.
5 E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as
coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.
Tomando a imagem de um casamento,
Deus mora com seu povo, como numa tenda.
A
Nova Jerusalém, enfeitada como noivo para o esposo,
é a igreja que é formada
por cada pessoa que foi salva por Jesus.
Aquele que está em Cristo não pertence mais à velha ordem, ao velho mundo
2 Coríntios 5.17 E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas
antigas já passaram; eis que se fizeram novas.
Aqui está o sentido de tudo e o cumprimento de tudo.
A Festa dos Tabernáculos representava duas coisas:
O desprendimento do mundo
e
a dependência da
provisão divina
em tudo.
O cristão é desapegado do mundo.
Deveria ser pelo menos.
Este é o ideal da vida
com Deus.
Salmos 73 . Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em quem eu me compraza na
terra. 26 Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a
fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre.
Salmos 16.11 Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude
de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente.
Este caráter transitório,
esta consciência de que
há
uma pátria celestial
e que
aqui só há tendas,
acompanhou todos os heróis da fé
Hebreus 11.8 Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu,
a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia.
9Pela fé, peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, habitando
em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa;
10porque aguardava a cidade que tem fundamentos,
da qual Deus é o arquiteto e edificador.
11Pela fé, também, a própria Sara recebeu poder para ser mãe, não obstante o avançado de sua idade,
pois teve por fiel aquele que lhe havia feito a promessa.
12Por isso, também de um, aliás já amortecido, saiu uma posteridade tão numerosa
como as estrelas do céu e inumerável como a areia que está na praia do mar.
13Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas;
vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra.
14Porque os que falam desse modo manifestam estar procurando uma pátria.
15E, se, na verdade, se lembrassem daquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar.
16Mas, agora, aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso,
Deus não se envergonha deles,
de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade.
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