sábado, 23 de abril de 2022

Uma igeja missional - parte 05 - Segunda Carta de João

 Pregado em 14 de abril de 2019


Igreja missional, igreja consciente de sua missão no mundo.

EXPOSIÇÃO DA SEGUNDA CARTA DE JOÃO – IV

2 João  - vs 7-13

7Porque muitos enganadores têm saído pelo mundo fora, os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne; assim é o enganador e o anticristo. 8Acautelai-vos, para não perderdes aquilo que temos realizado com esforço, mas para receberdes completo galardão. 9Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho. 10Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas. 11Porquanto aquele que lhe dá boas-vindas faz-se cúmplice das suas obras más.12Ainda tinha muitas coisas que vos escrever; não quis fazê-lo com papel e tinta, pois espero ir ter convosco, e conversaremos de viva voz, para que a nossa alegria seja completa. 13Os filhos da tua irmã eleita te saúdam.


A igreja saudável tem discernimento quanto Sã Doutrina e o erro doutrinário.

Depois de falar sobre a verdade e o amor que precisam ser vividos, praticados pela igreja, o presbítero passa agora a dizer o porquê estas duas realidades precisam estar presentes de formas simultâneas na vida e na prática da igreja.  O motivo principal são os falsos mestres que chegam com falsos ensinos. Amor, sem o discernimento da verdade e não impõe critério nenhum, torna a comunidade acessível a libertinos. Já a verdade sem amor pode colocar pessoas recuperáveis e que estão sendo enganadas à perdição.

Esta é a conclusão do presbítero. A igreja precisa praticar o amor como consequência da verdade que são os mandamentos do Senhor. Quem não pratica a verdade, não pode fazer parte da igreja.

Por isso, nos versos seguintes aprendemos:

I - A IGREJA PRECISA ESTAR ATENDA AOS ENSINOS E DISCERNIR O PERIGO DOS FALSOS MESTRES.

7 Porque muitos enganadores têm saído pelo mundo fora, os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne; assim é o enganador e o anticristo.

Aqui ele chega ao ponto onde ele gostaria – a denuncia dos falsos mestres. Estes mestres não estão fora da igreja, mas dentro dela e são pregadores de verdades, mas não da verdade. Eles saem mundo a fora – eles carregam falsas doutrinas. Eles falam de Jesus, mas não de acordo com o ensinamento apostólico, no caso aqui, uma das doutrinas era a espiritualização, gnostização da pessoa de Jesus.

ver 1 João 4.2-3 - Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; 3e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo. 

 Eles tem um questionamento muito peculiar – eles não são apostólicos. Eles são enganadores. Eles carregam o espírito do anticristo. Eles não imitam a Cristo no amor. Eles não amam a igreja. Eles não representam a Cristo – logo. Ele não chama estes mestres de anticristos – ele diz: assim é o enganador (o diabo) e  assim é o anticristo (aquele que se opõe a Cristo).

É possível ser um cristão aparentemente pregador grandioso e fervoroso. Um mestre muito eloquente e convincente – com maravilhosa presença entre o povo e com notável forma de ensinar. É possível ser uma pessoa defensora firme da verdade da Palavra e mesmo assim não demonstrar o amor de Jesus. É possível que esta pessoa “grande” em aptidões supostamente espirituais, mas não praticar misericórdia, paz e a graça. Não amar. É isto que João está tentando dizer.

Na época do presbítero as heresias eram distorções sobre a natureza de Jesus. Uns afirmavam a sua humanidade, mas negavam a sua divindade. Outros, afirmavam a sua divindade, mas negavam a sua divindade.

Hoje, os falsos ensinos mais nocivos são outros. Hoje temos a Teologia da Prosperidade – A Confissão Positiva – A fé mística – a Cobertura espiritual – A doutrina do discipulado da paternidade – As doutrinados do Principio da honra – A doutrina do pastor como rei entre o rebanho – a doutrina da família sacerdotal do pastor. O arminianismo extremo que afirma que a salvação depende de nós. A Teologia do Processo que diz que Deus está construindo o futuro e evoluindo e aprendendo com ele. A Teologia Aberta que diz Deus não sabe o futuro. O Teologia Coaching, que diz que somos nós que decidimos nosso futuro com nossas palavras e decisões positivas. Deus planeja, mas temos uma borracha para apagar o que Deus planeja. O pentecostalismo extremo das profecias inconsequentes.  São muitos desvios. A igreja é simples. A doutrina é simples.

Sola Scriptura – Somente a Escritura

Solus Christus – Somente Cristo

Sola Gratia – Somente a graça

Sola Fide – Somente a fé

Soli Deo Gloria – Somente a Deus seja a glória

II -A IGREJA PRECISA ESTAR CONSCIENTE DO ENSINO CONSISTENTE DA PALAVRA.

8 Acautelai-vos, para não perderdes aquilo que temos realizado com esforço, mas para receberdes completo galardão.

Se formos ver as igrejas do tempo do Apocalipse (cerca de uma década depois), veremos como o trabalho dos falsos mestres foi bem feito – um mal feito, feito. Ali vemos os Nicolaítas, os que sustentavam a doutrina de Balaão e a profetiza Jezabel. Igrejas como a de Pérgamo, são elogiadas porque vencera o mundo, a perseguição e ameaça de fora, mas internamente desenvolveu uma cultura de pecados e de pecaminosidade.

Como isso foi possível? Pela atuação dos falsos mestres. Quem permitiu que isto acontecesse?  Os pastores da igreja. Esta a preocupação de terceira carta quando ele escreve a Gaio que tenha cuidado com Diotrefes.

Aquele pastor que não combate de forma eficaz o falso ensino, perde o que realiza com esforço. No caso aqui, ele faz em perder o esforço conjunto – ergasametha – trabalhamos.

Aprendendo com estas duas cartas, mais os exemplos do Apocalipse, podemos chegar á conclusão que o pastor deverá prover seus pregadores daquilo que eles irão ensinar. A Igreja bíblica saberá discernir o ensino verdadeiro do falso.

Um cristão que aprende a Palavra de forma consistente não vai tolerar, suportar ou aceitar falsos ensinos. Nada que não seja a doutrina saudável vai satisfazer a sua alma.

III - A IGREJA PRECISA ESTAR CONSCIENTE DA IMPORTÂNCIA DA SÃ DOUTRINA

9 Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho

Ultrapassa – proaguem – aquele que avança, que corre adiante – dá a entender os ensinos de uma igreja que vai além dos limites da doutrina estabelecida.  No caso aqui, ele está falando da Doutrina de Cristo – isto significa a doutrina apostólica como era ensinada. Parece aqui que ele está falando daqueles ensinos que ultrapassam os fundamentos estabelecidos pelos apóstolos quanto a pessoa e obra de Cristo. Era o que estava acontecendo no período final do primeiro século. Após isso em pouco mais de 70 anos – a igreja já estava dividida em muitos grupos com diferentes ênfases doutrinárias.

As lições aqui são claras. Quem deve prover os pregadores da igreja deve ser o pastor – mas que este não seja limitado em um círculo autolimitante e restrito, principalmente nestes dias de pluralismo doutrinário.

O pastor deverá buscar recursos para prover seus ensinadores de  fartos subsídios. Quando o pastor não tiver este alcance intelectual deve mentorear o aprendizado daqueles que estão se intelectualizando – pois pode até falta conhecimento – mas este deve ser então substituído por sabedoria direcional.

Um cristão bem ensinado, quando ouvir uma pregação que distoa do ensino bíblico, ele não vai aceitar. Ele não vai aceitar que alguém o engane com suas falsas doutrinas e ensinamentos.

IV - A IGREJA PRECISA ESTAR CONSCIENTE DA MÁ INTENÇÃO DOS FALSOS MESTRES.

10 Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas. 11 Porquanto aquele que lhe dá boas-vindas faz-se cúmplice das suas obras más.

Um mestre que não traz a boa doutrina deve ser evitado. Mais do que isto deve ser denunciado como ele faz na terceira epístola. Todos os mestres da igreja devem ter duas coisas que os identificam – o amor aos irmãos e a boa doutrina.

A igreja precisa ser ensinada sobre os falsos mestres. No contexto da carta, o falso ensino era recebido, com o acolhimento daquele que trazia o falso ensino. Hoje não é preciso receber o mensageiro, uma vez que sua mensagem, sua falsa doutrina vem pelo vento. O que fica aqui para nós é a lição de que não podemos dar ibope aos pregadores que não são fieis à Palavra. Não podemos dar crédito a igrejas que não sejam saudáveis biblicamente.

V -  A IGREJA CONSCIENTE DO VALOR DO ENSINO DE QUEM ENSINA COM AMOR E QUE TEM AMOR À VERDADE. Vs 12-13

12 Tendo muito que escrever-vos, não quis fazê-lo com papel e tinta; mas espero ir ter convosco e falar de boca a boca, para que o nosso gozo seja cumprido. 13 Saúdam-te os filhos de tua irmã, a eleita. Amém!

A igreja bíblica é uma igreja feliz. Uma igreja onde a verdade é dita, onde a doutrina é saudável, mas o ambiente é de gozo, de alegria de felicidade. É uma igreja de povo satisfeito.

A igreja ensinada biblicamente vai valorizar seus mestres. Não se trata de cobertura espiritual, não se trata de discipulado radical, de paternidade e nem de princípios de honra. Todas estas coisas são “novidades” de líderes personalistas  e dominadores.

Que nossa igreja seja uma igreja bíblica. Que amemos os mandamentos.

I “Não terás outros deuses diante de mim” (Ex 20.3).

II “Não farás para ti imagem de escultura (Ex 20.4-6).

III “Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão” (Ex 20.7).

IV “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar”       (Ex 20.8-10).

V “Honra a teu pai e a tua mãe” (Ex 20.12).

VI “Não matarás” (Ex 20.13).

VII “Não adulterarás” (Ex 20.14).

VIII “Não furtarás” (Ex 20.15).

IX “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (Ex 20.16).

X “Não cobiçarás nada do teu próximo" (Ex 20.17).

Que o Senhor nos ajude a colocar estes ensinamentos em prática.

 

 

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