Pregado em 14 de abril de 2019
Igreja missional, igreja consciente de sua missão no mundo.
EXPOSIÇÃO DA SEGUNDA
CARTA DE JOÃO – IV
2 João - vs 7-13
7Porque
muitos enganadores têm saído pelo mundo fora, os quais não confessam Jesus
Cristo vindo em carne; assim é o enganador e o anticristo. 8Acautelai-vos, para não perderdes aquilo
que temos realizado com esforço, mas para receberdes completo galardão. 9Todo aquele que ultrapassa a doutrina de
Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem
tanto o Pai como o Filho. 10Se
alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem
lhe deis as boas-vindas. 11Porquanto
aquele que lhe dá boas-vindas faz-se cúmplice das suas obras más.12Ainda tinha muitas coisas que vos escrever;
não quis fazê-lo com papel e tinta, pois espero ir ter convosco, e
conversaremos de viva voz, para que a nossa alegria seja completa. 13Os
filhos da tua irmã eleita te saúdam.
A igreja saudável tem
discernimento quanto Sã Doutrina e o erro doutrinário.
Depois de falar sobre a
verdade e o amor que precisam ser vividos, praticados pela igreja, o presbítero
passa agora a dizer o porquê estas duas realidades precisam estar presentes de
formas simultâneas na vida e na prática da igreja. O motivo principal são os falsos mestres que
chegam com falsos ensinos. Amor, sem o discernimento da verdade e não impõe
critério nenhum, torna a comunidade acessível a libertinos. Já a verdade sem
amor pode colocar pessoas recuperáveis e que estão sendo enganadas à perdição.
Esta é a conclusão do
presbítero. A igreja precisa praticar o amor como consequência da verdade que
são os mandamentos do Senhor. Quem não pratica a verdade, não pode fazer parte
da igreja.
Por isso, nos versos
seguintes aprendemos:
I - A IGREJA PRECISA
ESTAR ATENDA AOS ENSINOS E DISCERNIR O PERIGO DOS FALSOS MESTRES.
7 Porque muitos enganadores têm saído pelo mundo fora,
os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne; assim é o enganador e o
anticristo.
Aqui ele chega ao ponto
onde ele gostaria – a denuncia dos falsos mestres. Estes mestres não estão fora
da igreja, mas dentro dela e são pregadores de verdades, mas não da verdade.
Eles saem mundo a fora – eles carregam falsas doutrinas. Eles falam de Jesus,
mas não de acordo com o ensinamento apostólico, no caso aqui, uma das doutrinas
era a espiritualização, gnostização da pessoa de Jesus.
ver 1
João 4.2-3 - Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito
que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; 3e todo espírito que não confessa a
Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a
respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no
mundo.
Eles tem um questionamento muito peculiar –
eles não são apostólicos. Eles são enganadores. Eles carregam o espírito do
anticristo. Eles não imitam a Cristo no amor. Eles não amam a igreja. Eles não
representam a Cristo – logo. Ele não chama estes mestres de anticristos – ele
diz: assim é o enganador (o diabo) e
assim é o anticristo (aquele que se opõe a Cristo).
É possível ser um
cristão aparentemente pregador grandioso e fervoroso. Um mestre muito eloquente
e convincente – com maravilhosa presença entre o povo e com notável forma de
ensinar. É possível ser uma pessoa defensora firme da verdade da Palavra e
mesmo assim não demonstrar o amor de Jesus. É possível que esta pessoa “grande”
em aptidões supostamente espirituais, mas não praticar misericórdia, paz e a
graça. Não amar. É isto que João está tentando dizer.
Na época do presbítero
as heresias eram distorções sobre a natureza de Jesus. Uns afirmavam a sua
humanidade, mas negavam a sua divindade. Outros, afirmavam a sua divindade, mas
negavam a sua divindade.
Hoje, os falsos ensinos
mais nocivos são outros. Hoje temos a Teologia da Prosperidade – A Confissão
Positiva – A fé mística – a Cobertura espiritual – A doutrina do discipulado da
paternidade – As doutrinados do Principio da honra – A doutrina do pastor como
rei entre o rebanho – a doutrina da família sacerdotal do pastor. O
arminianismo extremo que afirma que a salvação depende de nós. A Teologia do
Processo que diz que Deus está construindo o futuro e evoluindo e aprendendo
com ele. A Teologia Aberta que diz Deus não sabe o futuro. O Teologia Coaching,
que diz que somos nós que decidimos nosso futuro com nossas palavras e decisões
positivas. Deus planeja, mas temos uma borracha para apagar o que Deus planeja.
O pentecostalismo extremo das profecias inconsequentes. São muitos desvios. A igreja é simples. A
doutrina é simples.
Sola Scriptura – Somente a Escritura
Solus Christus – Somente Cristo
Sola Gratia – Somente a graça
Sola Fide – Somente a fé
Soli Deo Gloria – Somente a Deus seja a glória
II -A IGREJA PRECISA
ESTAR CONSCIENTE DO ENSINO CONSISTENTE DA PALAVRA.
8 Acautelai-vos, para não perderdes aquilo que temos
realizado com esforço, mas para receberdes completo galardão.
Se formos ver as
igrejas do tempo do Apocalipse (cerca de uma década depois), veremos como o
trabalho dos falsos mestres foi bem feito – um mal feito, feito. Ali vemos os
Nicolaítas, os que sustentavam a doutrina de Balaão e a profetiza Jezabel.
Igrejas como a de Pérgamo, são elogiadas porque vencera o mundo, a perseguição
e ameaça de fora, mas internamente desenvolveu uma cultura de pecados e de
pecaminosidade.
Como isso foi possível?
Pela atuação dos falsos mestres. Quem permitiu que isto acontecesse? Os pastores da igreja. Esta a preocupação de
terceira carta quando ele escreve a Gaio que tenha cuidado com Diotrefes.
Aquele pastor que não
combate de forma eficaz o falso ensino, perde o que realiza com esforço. No
caso aqui, ele faz em perder o esforço conjunto – ergasametha – trabalhamos.
Aprendendo com estas
duas cartas, mais os exemplos do Apocalipse, podemos chegar á conclusão que o
pastor deverá prover seus pregadores daquilo que eles irão ensinar. A Igreja
bíblica saberá discernir o ensino verdadeiro do falso.
Um cristão que aprende
a Palavra de forma consistente não vai tolerar, suportar ou aceitar falsos
ensinos. Nada que não seja a doutrina saudável vai satisfazer a sua alma.
III - A IGREJA PRECISA
ESTAR CONSCIENTE DA IMPORTÂNCIA DA SÃ DOUTRINA
9 Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela
não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai
como o Filho
Ultrapassa – proaguem –
aquele que avança, que corre adiante – dá a entender os ensinos de uma igreja
que vai além dos limites da doutrina estabelecida. No caso aqui, ele está falando da Doutrina de
Cristo – isto significa a doutrina apostólica como era ensinada. Parece aqui
que ele está falando daqueles ensinos que ultrapassam os fundamentos
estabelecidos pelos apóstolos quanto a pessoa e obra de Cristo. Era o que
estava acontecendo no período final do primeiro século. Após isso em pouco mais
de 70 anos – a igreja já estava dividida em muitos grupos com diferentes
ênfases doutrinárias.
As lições aqui são
claras. Quem deve prover os pregadores da igreja deve ser o pastor – mas que
este não seja limitado em um círculo autolimitante e restrito, principalmente
nestes dias de pluralismo doutrinário.
O pastor deverá buscar
recursos para prover seus ensinadores de
fartos subsídios. Quando o pastor não tiver este alcance intelectual
deve mentorear o aprendizado daqueles que estão se intelectualizando – pois
pode até falta conhecimento – mas este deve ser então substituído por sabedoria
direcional.
Um cristão bem
ensinado, quando ouvir uma pregação que distoa do ensino bíblico, ele não vai
aceitar. Ele não vai aceitar que alguém o engane com suas falsas doutrinas e
ensinamentos.
IV - A IGREJA PRECISA
ESTAR CONSCIENTE DA MÁ INTENÇÃO DOS FALSOS MESTRES.
10 Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas. 11 Porquanto aquele que lhe dá boas-vindas faz-se cúmplice das suas obras más.
Um mestre que não traz
a boa doutrina deve ser evitado. Mais do que isto deve ser denunciado como ele
faz na terceira epístola. Todos os mestres da igreja devem ter duas coisas que
os identificam – o amor aos irmãos e a boa doutrina.
A igreja precisa ser
ensinada sobre os falsos mestres. No contexto da carta, o falso ensino era
recebido, com o acolhimento daquele que trazia o falso ensino. Hoje não é
preciso receber o mensageiro, uma vez que sua mensagem, sua falsa doutrina vem
pelo vento. O que fica aqui para nós é a lição de que não podemos dar ibope aos
pregadores que não são fieis à Palavra. Não podemos dar crédito a igrejas que
não sejam saudáveis biblicamente.
V - A IGREJA CONSCIENTE DO VALOR DO ENSINO DE
QUEM ENSINA COM AMOR E QUE TEM AMOR À VERDADE. Vs 12-13
12 Tendo muito que escrever-vos, não quis fazê-lo com papel e tinta; mas espero ir ter convosco e falar de boca a boca, para que o nosso gozo seja cumprido. 13 Saúdam-te os filhos de tua irmã, a eleita. Amém!
A igreja bíblica é uma
igreja feliz. Uma igreja onde a verdade é dita, onde a doutrina é saudável, mas
o ambiente é de gozo, de alegria de felicidade. É uma igreja de povo
satisfeito.
A igreja ensinada
biblicamente vai valorizar seus mestres. Não se trata de cobertura espiritual,
não se trata de discipulado radical, de paternidade e nem de princípios de
honra. Todas estas coisas são “novidades” de líderes personalistas e dominadores.
Que nossa igreja seja uma igreja
bíblica. Que amemos os mandamentos.
I “Não terás outros deuses diante de mim” (Ex 20.3).
II “Não farás para ti imagem de escultura (Ex 20.4-6).
III “Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão” (Ex 20.7).
IV “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar” (Ex 20.8-10).
V “Honra a teu pai e a tua mãe” (Ex 20.12).
VI “Não matarás” (Ex 20.13).
VII “Não adulterarás” (Ex 20.14).
VIII “Não furtarás” (Ex 20.15).
IX “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (Ex 20.16).
X “Não cobiçarás nada do teu próximo" (Ex 20.17).
Que o Senhor nos ajude
a colocar estes ensinamentos em prática.
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