terça-feira, 19 de abril de 2022

O SACERDOTE E O EXEMPLO DA VERDADEIRA APLICAÇÃO DOS MANDAMENTOS - Levítico 21 - Sermão 26

 Pregado em 13 de janeiro de 2019


 Levítico 21

1Disse o Senhor a Moisés: Fala aos sacerdotes, filhos de Arão, e dize-lhes: O sacerdote não se contaminará por causa de um morto entre o seu povo, 2salvo por seu parente mais chegado: por sua mãe, e por seu pai, e por seu filho, e por sua filha, e por seu irmão; 3e também por sua irmã virgem, chegada a ele, que ainda não teve marido, pode contaminar-se. 4Ele, sendo homem principal entre o seu povo, não se contaminará, pois que se profanaria. 5Não farão calva na sua cabeça e não cortarão as extremidades da barba, nem ferirão a sua carne. 6Santos serão a seu Deus e não profanarão o nome do seu Deus, porque oferecem as ofertas queimadas do Senhor, o pão de seu Deus; portanto, serão santos. 7Não tomarão mulher prostituta ou desonrada, nem tomarão mulher repudiada de seu marido, pois o sacerdote é santo a seu Deus. 8Portanto, o consagrarás, porque oferece o pão do teu Deus. Ele vos será santo, pois eu, o Senhor que vos santifico, sou santo. 9Se a filha de um sacerdote se desonra, prostituindo-se, profana a seu pai; será queimada.
10O sumo sacerdote entre seus irmãos, sobre cuja cabeça foi derramado o óleo da unção, e que for consagrado para vestir as vestes sagradas, não desgrenhará os cabelos, nem rasgará as suas vestes. 11Não se chegará a cadáver algum, nem se contaminará por causa de seu pai ou de sua mãe. 12Não sairá do santuário, nem profanará o santuário do seu Deus, pois a consagração do óleo da unção do seu Deus está sobre ele. Eu sou o Senhor. 13Ele tomará por mulher uma virgem. 14Viúva, ou repudiada, ou desonrada, ou prostituta, estas não tomará, mas virgem do seu povo tomará por mulher. 15E não profanará a sua descendência entre o seu povo, porque eu sou o Senhor, que o santifico.
16Disse mais o Senhor a Moisés: 17Fala a Arão, dizendo: Ninguém dos teus descendentes, nas suas gerações, em quem houver algum defeito se chegará para oferecer o pão do seu Deus. 18Pois nenhum homem em quem houver defeito se chegará: como homem cego, ou coxo, ou de rosto mutilado, ou desproporcionado, 19ou homem que tiver o pé quebrado ou mão quebrada, 20ou corcovado, ou anão, ou que tiver belida no olho, ou sarna, ou impigens, ou que tiver testículo quebrado. 21Nenhum homem da descendência de Arão, o sacerdote, em quem houver algum defeito se chegará para oferecer as ofertas queimadas do Senhor; ele tem defeito; não se chegará para oferecer o pão do seu Deus. 22Comerá o pão do seu Deus, tanto do santíssimo como do santo. 23Porém até ao véu não entrará, nem se chegará ao altar, porque tem defeito, para que não profane os meus santuários, porque eu sou o Senhor, que os santifico. 24Assim falou Moisés a Arão, aos filhos deste e a todos os filhos de Israel.


O sacerdote era o símbolo da Antiga Aliança.

 Ele era o representante de Deus para o povo e o representante do povo para Deus. Ele era, portanto, um mediador. Ele era separado e ungido para tal ofício. Deveria pertencer à tribo de Levi e ser descendente de Arão.

Ele faria os ofícios dos sacrifícios. O povo deveria ir até ele para oferecer seu culto a Deus e ele seria o mediador do culto.

O sacerdote, como já vimos, tinha uma razão de ser. Ele representava Cristo. Jesus é o verdadeiro sacerdote que o sacerdócio israelita representava. O livro de Hebreus é o espelho do Levítico e vai mostrar que o sacerdote israelita era imperfeito, Cristo era perfeito. O sacerdote israelita oferecia um sacrifício temporário, Cristo um sacrifício permanente e eterno.

O sacerdócio israelita teria validade até que Jesus viesse.

Sendo o sacerdote um tipo de Cristo e a congregação israelita um tipo da igreja – os princípios dos mandamentos para o sacerdócio, tem a ver com Cristo e com a igreja. Ou seja conosco. Tudo o que foi ensinado aos sacerdotes, deve ser observado por nós como princípios de santidade.

I - O SACERDOTE DEVERIA ZELAR PELA PUREZA RELIGIOSA – vs 1 - 6

As religiões pagãs da época cultuavam a morte e os mortos. Era comum uma veneração à morte, pois geralmente se cultuava os antepassados.

Os sacerdotes eram proibidos de comparecer a cerimônias fúnebres a não ser de parentes próximos. As religiões do oriente próximo, e a maioria das religiões do mundo todo, costumavam promover o uso de santuários familiares e cultuar os mortos. As religiões pagãs também valorizavam as moças virgens, das famílias sacerdotais por que criam que a pureza delas interessava aos deuses. A virgindade em Israel, era valorizada em função do casamento e de fidelidade ao pai e depois ao futuro noivo.

Em nossa aplicação devemos reafirmar a pureza da nossa fé.

Não deveríamos acrescentar nenhum resquício de paganismo ao nosso cristianismo. A cultura de cada época obviamente influencia a fé cristã, no sentido que o cristianismo sempre se adequou à cultura, até o ponto de não relativizar seus padrões, princípios e pressuposições essenciais.

II - O SACERDOTE DEVERIA ZELAR PELA PUREZA MORAL DA SUA FAMÍLIA – vs 7-15

O mandamento de que o sacerdote não deveria casar-se com uma mulher que havia sido prostituta ou divorciada, é porque ele representava Jesus e a igreja. A família do sacerdote deveria ser a primeira a observar os mandamentos, por causa do que ela representava.

III - O SACERDOTE DEVERIA ZELAR PELA PUREZA DE SI MESMO – vs 16 -21

Um sacerdote não poderia ter nenhum defeito físico. Aqui também era porque ele representava a perfeição de Jesus. Os defeitos físicos eram o defeitos aparentes, indicando que esta perfeição deveria atingir as áreas mais profundas da vida. Veja que não envolvia os ofícios mais básicos, mas as funções principais e o oficio de sumo sacerdote.

Obviamente, isso tem a ver com o tipo que ele representava e não tem a ver com os ofícios de hoje. Um pastor, por exemplo, pode não ter um olho, um braço etc. Não é disto que o texto está falando, mas sobre Jesus.

Ele é o sacerdote perfeito. E por ser um sacerdote perfeito, oferece o sacrifício perfeito.

IV - O SACERDOTE DEVERIA ZELAR PELA PUREZA DOS RITUAIS DO CULTO – vs 22 -24

Veja que o texto fala aqui da santidade do ritual. Ele poderia fazer determinados rituais, mas outros não eram permitidos.

Tudo deveria ser de acordo com as ordens divinas.

O que precisamos aprender aqui é que a verdadeira religião se pratica com aquilo que é verdadeiro e aceito por Deus. Isso devemos levar muito a sério. 

Mas o que fica mesmo para nós hoje, é sabermos que o perfeito já veio.

Os rituais da Antiga Aliança eram imperfeitos, temporários e ineficazes para a salvação. O sacerdote perfeito já veio e é nosso perfeito mediador.

O sacrifício perfeito já foi oferecido e já nossos pecados são perdoados. A nossa salvação foi alcançada.

Temos um sacerdote perfeito a quem podemos recorrer para nos socorrer. Ele pode nos salvar e nos manter salvos. Ele pode nos perdoar e nos manter perdoados. 

Hebreus 7.18-28 -18Portanto, por um lado, se revoga a anterior ordenança, por causa de sua fraqueza e inutilidade 19(pois a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma), e, por outro lado, se introduz esperança superior, pela qual nos chegamos a Deus. 20E, visto que não é sem prestar juramento (porque aqueles, sem juramento, são feitos sacerdotes, 21mas este, com juramento, por aquele que lhe disse: O Senhor jurou e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre); 22por isso mesmo, Jesus se tem tornado fiador de superior aliança.

23Ora, aqueles são feitos sacerdotes em maior número, porque são impedidos pela morte de continuar; 24este, no entanto, porque continua para sempre, tem o seu sacerdócio imutável. 25Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. 26Com efeito, nos convinha um sumo sacerdote como este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus, 27que não tem necessidade, como os sumos sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro, por seus próprios pecados, depois, pelos do povo; porque fez isto uma vez por todas, quando a si mesmo se ofereceu. 28Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens sujeitos à fraqueza, mas a palavra do juramento, que foi posterior à lei, constitui o Filho, perfeito para sempre.

  Hebreus 4.14-16 - 14Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão. 15Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. 16Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna.


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