terça-feira, 26 de abril de 2022

Segundo sermão na Pandemia - Entender os acontecimentos do mundo - Lucas 13

                                             pregado em 05 de abril 2020


                                                 Vídeo no Youtube

A VISÃO CRISTÃ SOBRE OS ACONTECIMENTOS DO MUNDO E COMO VIVER NESTES TEMPOS

Lucas 13.1-5

1 Naquela mesma ocasião, chegando alguns, falavam a Jesus a respeito dos galileus cujo sangue Pilatos misturara com os sacrifícios que os mesmos realizavam. 2 Ele, porém, lhes disse: Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem padecido estas coisas? 3 Não eram, eu vo-lo afirmo; se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis. 4 Ou cuidais que aqueles dezoito sobre os quais desabou a torre de Siloé e os matou eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? 5 Não eram, eu vo-lo afirmo; mas, se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis.

Todos somos iguais diante das tragédias, a diferença é que uns se voltam para Deus, outros se distanciam ainda mais dele.

Quando há um acontecimento que as pessoas qualificam como anormal, especialmente tragédias, logo a grande pergunta que as pessoas fazem é, porque Deus deixou que aquilo acontecesse.
Quando acontece o ataque às Torres Gêmeas, esta foi a pergunta. Quando a aconteceu o histórico Tsunami na Indonésia, esta foi a pergunta. E, assim, sucessivamente, quando acontece uma tragédia ou algo que traga mais dores à humanidade, esta sempre foi a pergunta.
Agora, diante do Covid 19, com tudo o que está acontecendo em consequência, as pessoas estão perguntando sobre Deus. Deus permitiu? Deus decretou? Como Deus deixa isso acontecer? Isso não poderia num momento desaparecer?
Um dos desafios que temos quando acontecem coisas assim, é aprender sobre a natureza do que está acontecendo.
Quero adiantar que tese principal deste sermão – é que o ser humano com sua ingorância, ganância e ansiedade é o grande responsável, o grande provocador das maiores tragédias. E, quando não é o responsável direto, é o causador dos grandes males que se seguem às tragédias.
É desta forma que Jesus olharia para o Ataque às Torres Gêmeas, para as guerras, para os genocídios, para a fome no mundo e até mesmo para as epidemias. Tudo começa no coração ou na ação de alguém.
No texto que lemos, Jesus é interrogado sobre um massacre de vários galileus no momento em que iriam oferecer sacrifícios. Eles são massacrados por ordem de Pilatos.
Ao invés de Jesus justificar, explicar ou fazer uma especulação teológica sobre o fato – ele vai direto à maior necessidade das pessoas nestas horas – a volta para Deus – ele chama todos ao arrependimento.
As pessoas quando olham para um acontecimento no mundo – elas não lembram das pessoas cruéis, da ganância humana, da condição humana, mas elas querem acusar ou responsabilizar a Deus. 
Mas no registro do texto já há a causa do acontecimento.

I - O massacre foi ordem de Pilatos.
v. 1 Naquela mesma ocasião, chegando alguns, falavam a Jesus a respeito dos galileus cujo sangue Pilatos misturara com os sacrifícios que os mesmos realizavam.

Na resposta de Jesus havia a identificação de como as pessoas interpretavam o fato;

II - As pessoas pensavam que os atingidos eram mais pecadores do que os não atingidos.
v. 2 Ele, porém, lhes disse: Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem padecido estas coisas?

A pergunta, Jesus identifica isso, era porque eles tinham morrido por ter mais pecados do que os outros, uma espécie de castigo ou consequência dos seus pecados, até mesmo porque eles foram mortos no momento em que iriam oferecer sacrifícios no templo.

III - Todos são pecadores e estão num mundo de pecados.
v. 3 Não eram, eu vo-lo afirmo; se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis. 4 Ou cuidais que aqueles dezoito sobre os quais desabou a torre de Siloé e os matou eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? 5 Não eram, eu vo-lo afirmo; mas, se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis.

IV - Todos são pecadores e estão num mundo de pecados e por isso, necessitam de arrependimento.
v. 3 Não eram, eu vo-lo afirmo; se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis. 4 se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis.

As pessoas atingidas por males, ao voltarem-se para Deus são livres da verdadeira tragédia que é a condenação eterna.

A resposta de Jesus nos demonstra a maneira como ele olhou para os acontecimentos – e nos mostra como devemos entender o nosso mundo e nos indica como devemos viver num mundo de dores.

1 – Devemos considerar que vivemos em mundo cheio de maldade e que esta maldade vem do coração humano.

O texto deixa claro que o autor daquele acontecimento foi a autoridade romana – Pilatos, o governador. Ele alerta que haverá prestação de contas diante de Deus. Ao falar de arrependimento, ele está chamando as pessoas para uma conversão a Deus.

Aquele acontecimento para Jesus era fruto da maldade humana. Da falta de arrependimento. Pessoas não arrependidas, pessoas sem Deus, ou que não estão em obediência a Deus provocam males no mundo.

Vejam o chineses, por exemplo – todos acusam os chineses de comer as piores coisas – mas, será que é porque querem? Não será consequência de um histórico de fome e necessidade. E de onde vem o fato de que uns passam tanta necessidade e outros não? A resposta é do egoísmo e ganância de outros.

2 – Devemos considerar que vivemos em mundo em decadência.

Jesus ao comentar uma tragédia, lembrou de outra. Vivemos em um mundo onde o mal acontece. Jesus nos ensinou a orar – livra-nos do mal. Este não é um mundo perfeito. Todos morrem. Desde a Queda, do evento pecado, o ser humano mesmo construiu um mundo que aos poucos foi melhorando em muitos aspectos. O mundo ainda está, no sentido físico, de bem estar, de tecnologia, de recursos melhorando. Mas o coração humano não melhora naturalmente. O egoísmo, a ganância, a maldade ainda é a cultura cultivada.

3 – Devemos considerar que as pessoas não querem se aproximar de Deus apesar dos acontecimentos.

Lá no início da humanidade havia um culto à impiedade. Hoje este culto à impiedade, o elogio ao que é sujo, o elogio à vida profana é a cultura dominante. As pessoa se divertem com sua vida imoral e iníqua. Em tempos de tragédias, muitos se arrependem a se voltam para Deus, mas a maioria ainda continua iníqua. Gananciosa. Egoísta. Continuam traindo. Brigando. Adulterando. Cultuando deuses falsos. Não cultuando a Deus. Desobedecendo aos pais. Adulterando. Matando. Roubando. Cobiçando etc.

Por isso, Deus chama seu povo ao arrependimento. É isso que diferencia seu povo.

4 – Devemos considerar que num mundo assim, todos estão na mesma condição de vulneráveis – mas o que faz diferença é o coração voltado a Deus.

Jesus disse, que não se arrepende perece. Esta á a maneira de Jesus falar da vida eterna. Não perecer é não se perder eternamente. É não ser condenado no juízo. É herdar a vida eterna.

Quando cremos na vida eterna prometida nas Escrituras a nossa visão da vida e do mundo ganha outra interpretação.
A grande resposta de Deus a toda a maldade humana é a cruz de Cristo. Ali onde a maldade humana foi demonstrada , Jesus morrendo na cruz ofereceu o amor de Deus. Jesus morrendo na cruz oferece a eternidade ao pecador. Ele morre na cruz pelos pecadores. Em substituição aos pecadores.

5 – Devemos considerar que não somos nós que julgamos o mundo, mas Deus – logo não devemos condenar as pessoas, mas oferecer a elas o amor de Deus.

Aqueles que foram perguntar a Jesus sobre o acontecimento, já foram com o conceito pronto – se foram atingidos é porque mereciam.
Esta é uma maneira religiosa de ver o mundo. Devemos olhar o mundo com o mesmo olhar de Jesus – o olhar de compaixão e misericórdia.
Mas, é no mundo de dores que o amor de Deus é pregado. Ao vermos as tragédias - uma maneira de contrapor é ajudar os atingidos a transmitir a todos o amor de Deus. O cristão é aquele que conheceu a bondade de Deus, a graça de Deus, a benevolência de Deus e a sua infinita misericórdia. Logo, estes valores, estes atributos devem ser revelados em nossas ações no mundo.
É isso que devemos fazer – confiar no Senhor – e levar outras pessoas a fazerem o mesmo.

Ajudar, amparar, socorrer, repartir o que temos, repartir a nossa vida.
 Oferecer ajuda. 
Oferecer socorro.
 Esta é maneira como devemos viver nos tempos difíceis.

Nenhum comentário:

VIVER COM PACIÊNCIA, ESPERANÇA E PERSEVERANÇA – Romanos 8.18-25

  Pregado em 03 de maio de 2020 sexto sermão na Pademia                                                                                     ...