Pregado em 17 de fevereiro de 2019
Depois da Páscoa que anunciava a redenção, dos Pães
Asmos e a limpeza do lixo do Egito, a Festa das Primícias anunciava o começo de
uma nova vida.
A Páscoa acontecia na sexta-feira. No sábado
começava a semana dos Pães Asmos. No domingo, no terceiro dia, era a Festa das
Primícias. A Páscoa era celebrada com a morte de um cordeiro. Era feito uma
ceia com carne do cordeiro, ervas amargas, pão e vinho. A Páscoa celebrava a
redenção, a libertação do Egito. No dia seguinte, era o primeiro dia da Semana
dos Pães Asmos, onde o povo durante sete dias comia pão sem fermento. A Semana
dos Pães Asmos representava que eles não havia trazido nenhum lixo da cultura e
da religião do Egito. No outro dia (no nosso domingo) era a Festa das
Primícias. Era o início da colheita. O povo deveria colher os primeiros frutos,
os primeiros feixes e apresentá-los ao Senhor. Esta festa tinha o significado
da nova vida que eles começaram depois que foram libertos do Egito.
Esta festa deveria ser comemorada após a entrada na
Terra Prometida para celebrar os primeiros frutos da colheita. Eles teriam que
pegar os primeiros frutos, preparar feixes ou colocá-los em cestos e
apresentá-los ao sacerdote. O sacerdote o movia diante do Senhor como oferta
movida. Este movimento era apresentar em direção ao Senhor e retornar o
movimento em direção ao ofertante. A oferta era dada ao Senhor e retornava em
forma de benefícios ao ofertante. Esta era uma celebração de louvor, de
gratidão, de ações de graças pela benevolência do Senhor. Neste dia era
trazidos estes frutos como dízimos ao Senhor. Neste dia também o estrangeiro e
o pobre eram lembrados. Era um dia de alegria extrema. Era o dia de celebrar
uma nova vida, um tempo de bênçãos.
Deuteronômio 26
Ao entrares na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá por herança, ao possuí-la e nela habitares,
2 tomarás das primícias
de todos os frutos do solo que recolheres da terra que te dá o SENHOR, teu
Deus, e as porás num cesto, e irás ao lugar que o SENHOR, teu Deus, escolher
para ali fazer habitar o seu nome.
3 Virás ao que,
naqueles dias, for sacerdote e lhe dirás: Hoje, declaro ao SENHOR, teu Deus,
que entrei na terra que o SENHOR, sob juramento, prometeu dar a nossos pais.
4 O sacerdote tomará o
cesto da tua mão e o porá diante do altar do SENHOR, teu Deus.
5 Então, testificarás
perante o SENHOR, teu Deus, e dirás: Arameu prestes a perecer foi meu pai, e
desceu para o Egito, e ali viveu como estrangeiro com pouca gente; e ali veio a
ser nação grande, forte e numerosa.
6 Mas os egípcios nos
maltrataram, e afligiram, e nos impuseram dura servidão.
7 Clamamos ao SENHOR,
Deus de nossos pais; e o SENHOR ouviu a nossa voz e atentou para a nossa
angústia, para o nosso trabalho e para a nossa opressão;
8 e o SENHOR nos tirou
do Egito com poderosa mão, e com braço estendido, e com grande espanto, e com
sinais, e com milagres;
9 e nos trouxe a este
lugar e nos deu esta terra, terra que mana leite e mel.
10 Eis que, agora, trago
as primícias dos frutos da terra que tu, ó SENHOR, me deste. Então, as porás
perante o SENHOR, teu Deus, e te prostrarás perante ele.
11 Alegrar-te-ás por
todo o bem que o SENHOR, teu Deus, te tem dado a ti e a tua casa, tu, e o
levita, e o estrangeiro que está no meio de ti.
12 Quando acabares de
separar todos os dízimos da tua messe no ano terceiro, que é o dos dízimos,
então, os darás ao levita, ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, para que comam
dentro das tuas cidades e se fartem.
13 Dirás perante o
SENHOR, teu Deus: Tirei de minha casa o que é consagrado e dei também ao
levita, e ao estrangeiro, e ao órfão, e à viúva, segundo todos os teus
mandamentos que me tens ordenado; nada transgredi dos teus mandamentos, nem
deles me esqueci.
14 Dos dízimos não comi
no meu luto e deles nada tirei estando imundo, nem deles dei para a casa de
algum morto; obedeci à voz do SENHOR, meu Deus; segundo tudo o que me
ordenaste, tenho feito.
15 Olha desde a tua
santa habitação, desde o céu, e abençoa o teu povo, a Israel, e a terra que nos
deste, como juraste a nossos pais, terra que mana leite e mel.
16 Hoje, o SENHOR, teu
Deus, te manda cumprir estes estatutos e juízos; guarda-os, pois, e cumpre-os
de todo o teu coração e de toda a tua alma.
17 Hoje, fizeste o
SENHOR declarar que te será por Deus, e que andarás nos seus caminhos, e
guardarás os seus estatutos, e os seus mandamentos, e os seus juízos, e darás
ouvidos à sua voz.
18 E o SENHOR, hoje, te
fez dizer que lhe serás por povo seu próprio, como te disse, e que guardarás
todos os seus mandamentos.
19 Para, assim, te
exaltar em louvor, renome e glória sobre todas as nações que fez e para que
sejas povo santo ao SENHOR, teu Deus, como tem dito.
Esta festa de celebração da colheita, contrastava
de forma grandiosa com as celebrações supersticiosas das nações vizinhas. Em
Canaã, os adoradores de Baal realizavam sacrifícios angjustiantes com seus
deuses na tentativa de conquistar o favor dos deuses da fertilidade. Os filhos
de Baal cortavam-se até sangrar. O adoradores de Moloque entregavam seus filhos
para serem queimados. Israel simplesmente trazia seus feixes para alegrar-se
com o Senhor. A cada dia os israelitas davam graças e reconheciam a provisão
generosa, a benevolência maravilhosa do Senhor e desfrutavam a vida em comunhão
com ele.
Para celebrar a misericórdia e a benevolência do
Senhor, eles mesmos tinham a ordem divina de praticar também. Em Deuterônomio
24.17 ss Deus define leis que dizia para durante a colheita não colher os
frutos que caiam e deixar as bordas para que os pobres colhessem. O povo de
Deus não deveria viver a vida de forma egoísta. Eles deveriam lembrar dos
necessitados, dos órfãos, das viúvas e dos estrangeiros.
Na profecia de Malaquias o Senhor reclama que o
povo havia esquecido esta prática.
Malaquias 3.4 -10 - 4 Então, a oferta de Judá e de Jerusalém será agradável ao SENHOR, como nos dias antigos e como nos primeiros anos. 5 Chegar-me-ei a vós outros para juízo; serei testemunha veloz contra os feiticeiros, e contra os adúlteros, e contra os que juram falsamente, e contra os que defraudam o salário do jornaleiro, e oprimem a viúva e o órfão, e torcem o direito do estrangeiro, e não me temem, diz o SENHOR dos Exércitos. 6 Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.7 Desde os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós outros, diz o SENHOR dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar? 8 Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.
Mais tarde o povo havia perdido este espírito de comemoração da misericórdia. Ele não comemoravam mais as Primícias como deveriam. Eles não traziam mais os dízimos ou primícias, e não lembravam mais de praticar misericórdia.
O significado maior é que esta festa era tipo de
Cristo e sua obra de redenção. Ele morreu na noite da Páscoa e ressuscitou no
dia das Primícias. A sexta-feira foi o fim da velha ordem e o domingo da
ressurreição foi o começo da nova ordem.
A Festa das Primícias se cumpriu em Cristo
totalmente, plenamente. Vejamos como:
I – A FESTA DAS PRIMÍCIAS ERA SOMBRA DA REDENÇÃO
PLENA QUE VIRIA EM CRISTO.
Jesus foi o Cordeiro de Deus, oferecido na Páscoa e
sepultado na véspera da Festa dos Pães Asmos e ressuscitou no dia da Festa das
Primícias.
A Festa anunciava uma nova vida, um novo tempo. Um
tempo de bênção. Esta Festa anunciava o tempo da salvação. A salvação é a maior
bênção que veio ao mundo. Em Efésios, Paulo define muito bem isso – “Bendito o
Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte
de bênçãos espirituais, nos lugares celestiais” Ef 1.2-3.
As Primícias era uma festa material, com feixes,
grãos, cestos cheios que eram movidos diante do Senhor e que voltava em forma
de bênçãos e benefícios. Em Efésios o apóstolo define como sendo as bênçãos da
salvação que ele lista depois.
II – A FESTA DAS PRIMÍCIAS ANUNCIAVA A RESSURREIÇÃO DE CRISTO
A data da ressurreição de Jesus não foi acidental.
Não foi por acaso que ocorreu no dia das Primícias. A festa da primícias
anunciava e define o significado da ressurreição. Não foi apenas a vida depois
da morte, mas o início de um novo mundo. Um mundo depois da ressurreição. Um
mundo que a ressurreição cria. Um mundo de ressuscitados. A ressurreição de
Jesus foi as primícias da sepultura física. A ressurreição de Jesus tragou o
poder da morte. A ressurreição de Jesus foi as primícias da ressurreição do
corpo.
III – A FESTA DAS PRIMÍCIAS ANUNCIAVA A SALVAÇÃO DOS SALVOS.
Aqueles que segue a Jesus são primícias, porque são
os frutos que Jesus apresenta ao Pai. Os cristãos são aqueles que são de Cristo
são aqueles que Deus Pai deu a seu filho. Esta consciência de que Jesus era o
cumprimento pleno das Primícias estava marcado na mente e na interpretação
teológica da igreja apostólica, especialmente no Apóstolo Paulo. Ele se refere
aos crentes como primícias.
Ele diz que Epêneto era – Primícias da Ásia para
Cristo – Rm 16.5
Ele diz o mesmo de Estéfanas – “sabeis que a casa
de Estéfanas são as primícias da Acaia”.
Ele estava interpretando a Festa das Primícias. Ele
estava dizendo que em Cristo um novo mundo estava começando. O Evangelho faria
a colheita na grande lavoura (seara) que era o mundo.
IV – A FESTA DAS PRIMÍCIAS ANUNCIAVA A INAUGURAÇÃO DO REINO DE DEUS – DA NOVA TERRA E NOVOS CÉUS.
A ressurreição de Jesus e os nascidos de novo
anunciam que a ressurreição de Jesus é cumprimento das primícias. Também a
regeneração de pessoas que estavam mortas em pecados é o cumprimento das
primícias. Isso significa que um novo mundo começou. Uma nova ordem
começou – o Reino de Deus foi inaugurado na terra. A vida eterna foi anunciada.
Já tem gente na terra vivendo a nova vida, a vida eterna. Na cruz, Jesus
venceu o pecado e ao ressuscitar ele conquistou a morte. O Evangelho é o anúncio
desta nova ordem. O Evangelho de Cristo está em termos literais produzindo
colônias de vida nova que tem se espalhado pelo mundo afora. Os cristãos “são
cidadãos do céu, colonizando a terra”. Essas colônias são a prova de que o novo
céu e a nova terra estão irrompendo neste mundo. No final do Apocalipse é
anunciada a chegada da “Nova Jerusalém’, da “noiva adornada para seu esposo’ e
esta é “noiva do cordeiro”. Ele está se referindo à igreja. A igreja chegou
neste mundo. É como Deus vê a igreja. A Nova Jerusalém é a igreja agora,
a comunidade dos redimidos. A Nova Jerusalém, a cidade santa é a igreja
redimida. Ela está enfeitada para o noivo. Ela é o tabernáculo de Deus com os
homens. Deus habita neles. Eles são o povo de Deus. Deus enxuga as lágrimas
deles. A morte já foi vencida. As primeiras coisas passaram. Ela brilha no
mundo. Ela é a cidade perfeita. É a cidade de Deus, feita de ouro que é sua
glória. Ela não precisa de um santuário, de um templo. O santuário, o templo é
o Senhor e o cordeiro. Já temos a árvore da vida que nos alimenta.
Apocalipse 2.1 Vi novo céu e nova terra, pois o
primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. 2
Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de
Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo. 3
Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com
os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo
estará com eles. 4 E lhes enxugará dos
olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto,
nem dor, porque as primeiras coisas passaram. 5 E
aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E
acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.
Apocalipse 22.1-3 - 1 Então,
me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de
Deus e do Cordeiro. 2
No meio da sua praça, de uma e outra margem do rio, está a árvore da vida, que
produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são
para a cura dos povos. 3
Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela, estará o trono de Deus e do
Cordeiro. Os seus servos o servirão, 4
contemplarão a sua face, e na sua fronte está o nome dele. 5
Então, já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do
sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos
séculos.
Isso tudo já é realidade. Você pode dizer – não!
Isso é futuro. Sim, é futuro porque já é presente e se a história cominha para sua plenitude, se já é presente será pleno no
futuro.
Era isto que a Festa das Primícias anunciava. Em
Cristo temos a plenitude disso tudo.
Somos chamados a entender isso.
Somos chamados a viver isso.
Somos chamados e dar graças pela benevolência do
nosso Deus.
Somos chamados a viver a vida do reino de Deus.
Somos chamados a desfrutar dos benefícios da salvação e viver a vida como se
estivéssemos no Reino de Deus – pois estamos nele.
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