sexta-feira, 15 de abril de 2022

O DIA DA EXPIAÇÃO – Levítico 16.1-10 – Sermão 22

 Pregado em 16 de dezembro de 2018


                O DIA DA EXPIAÇÃO – Levítico 16 – Parte 02

Levítico 16.1-10

1Falou o Senhor a Moisés, depois que morreram os dois filhos de Arão, tendo chegado aqueles diante do Senhor. 2Então, disse o Senhor a Moisés: Dize a Arão, teu irmão, que não entre no santuário em todo tempo, para dentro do véu, diante do propiciatório que está sobre a arca, para que não morra; porque aparecerei na nuvem sobre o propiciatório. 3Entrará Arão no santuário com isto: um novilho, para oferta pelo pecado, e um carneiro, para holocausto. 4Vestirá ele a túnica de linho, sagrada, terá as calças de linho sobre a pele, cingir-se-á com o cinto de linho e se cobrirá com a mitra de linho; são estas as vestes sagradas. Banhará o seu corpo em água e, então, as vestirá. 5Da congregação dos filhos de Israel tomará dois bodes, para a oferta pelo pecado, e um carneiro, para holocausto.
6Arão trará o novilho da sua oferta pelo pecado e fará expiação por si e pela sua casa. 7Também tomará ambos os bodes e os porá perante o Senhor, à porta da tenda da congregação. 8Lançará sortes sobre os dois bodes: uma, para o Senhor, e a outra, para o bode emissário. 9Arão fará chegar o bode sobre o qual cair a sorte para o Senhor e o oferecerá por oferta pelo pecado. 10Mas o bode sobre que cair a sorte para bode emissário será apresentado vivo perante o Senhor, para fazer expiação por meio dele e enviá-lo ao deserto como bode emissário.
O dia da Expiação era a representação máxima da obra de Jesus na Cruz e seus benefícios em favor dos salvos.

O dia da expiação era o dia mais importante do calendário litúrgico do povo israelita, junto com a páscoa. A páscoa era o dia mais festivo, o dia da Expiação era o mais solene. 

Não havia outro dia semelhante em todo o ano. Os sacrifícios deste dia formavam o fundamento dos caminhos de Deus em graça, misericórdia e bondade de Deus. Era o dia em que Deus oferecia perdão ao povo.

O dia Expiação, depois da destruição do Templo passou a ser comemorada com jejuns e humilhação diante de Deus e hoje é conhecido como o dia de Yom Kippur, ou dia do perdão. É o dia mais importante do calendário judaico. 

Este dia, segundo o texto era comemorado uma vez por ano, no décimo dia do décimo mês (v.29). Deveria ser um dia onde ninguém deveria trabalhar, nem comer, nem fazer sexo. O propósito destas abstinências era a purificação (vs 29-33). Se os rituais fossem oferecidos de acordo com as prescrições, então o povo todo era beneficiado com o perdão dos pecados.

Os sacrifícios oferecidos ao contrário dos mencionados anteriormente não eram para benefícios pessoais, mas coletivos.

O ritual era oferecido em três etapas.

 - Na primeira o sumo sacerdote oferecia o novilho como oferta pela sua casa – v.6

- Depois, dois bodes eram apresentados ao Senhor, mas era sorteado um para ser oferecido em expiação – era o bode expiatório e o outro era solto no deserto que era o bode emissário – chamado de Azael – que significa o – bode que vai.

- Na terceira etapa do ritual, consistia em produzir fumaça com o incensário.  Era preciso uma nuvem de fumaça

A parte mais emblemática do dia era a parte onde dois bodes eram apresentados ao Senhor. Eles eram sorteados e um era sacrificado e o outro enviado ao deserto. O que isso representava.

O BODE SACRIFICADO – Bode Expiatório - SIGNIFICAVA A MORTE DE JESUS COM RELAÇÃO A DEUS.

Veja que a sorte era – pelo Senhor.  Este bode simbolizava a morte de Jesus, mediante a qual Deus foi perfeitamente glorificado. A morte de Jesus foi para Deus. A morte de Jesus foi primeiramente para Deus. Para que Deus salvasse os pecadores. A morte de Jesus foi para Deus para que mesmo ele sendo o Santo ele pudesse perdoar pecadores tão imundos. Ali na cruz Deus foi glorificado, pois havia obediência incondicional à sua vontade santa. Jesus se entregou na cruz e Deus Pai foi glorificado. 

Os pecadores desprezam a Deus. A história humana é a história de pecadores. Para entender isso, é preciso entender como Deus tem sido desonrado no mundo. A sua verdade desprezada, a sua santidade é desconhecida; a sua majestade desconsiderada; a sua Lei desobedecida e ignorada; o seu nome blasfemado e o seu caráter difamado.

Ora a morte de Cristo vindicou, anunciou, resgatou, anunciou, proclamou todos estes direitos. A morte de Jesus glorificou a Deus. A morte de Cristo cumpriu todas as exigências de Deus, por isso expiou os pecados dos pecadores. A morte de Jesus sendo para Deus foi a base para a qual o bendito Deus pudesse agir em graça, misericórdia e paciência para com os pecadores.

A morte de Jesus é a resposta de Deus ao Diabo e aos malignos todos. A morte de Jesus é o fundamento da salvação dos salvos e da condenação dos condenados. A morte de Jesus forma o fundamento do governo moral de Deus. Em  virtude da cruz, Deus pode atuar segundo a sua soberania para salvar e condenar

Nada senão a expiação efetuada por nosso Senhor Jesus Cristo podia ter glorificado plenamente a Deus, mas na cruz ele foi glorificado. A cruz reflete toda a glória do caráter divino como nunca poderia ser refletida por coisas criadas. Jesus é o resplendor da glória divina. A cruz é a demonstração da graça divina. A demonstração suprema do amor, misericórdia e benevolência divina. Mas a cruz também é a maior demonstração do juízo divino. 

O sacrifício de Jesus beneficiou neste sentido a todos. Em virtude deste sacrifício, os mais ímpios, atrevidos e blasfemos – vivem, movem-se e existem; comem. Bebem e dormem. Até o alimento com que se alimentam deve-se ao sacrifício de Jesus. O sol, as chuvas, a prosperidade dos empreendimentos dos ateus são em virtude do sacrifício de Jesus. O fôlego do infiel a voz do ateu que nega com palavras a existência de Deus se devem ao sacrifício de Jesus. Se não fosse o sacrifício de Jesus, só existiria o inferno.

Duas coisas distintas que brotam do sacrifício de Jesus: o perdão e a salvação que Deus dá ao pecador por um lado – e – a paciência que tem com ele e as bênçãos temporais que lhe outorga. As duas coisas são em virtude da cruz – pois mais uma vez afirmo, que sem a cruz, só existiria o inferno.

Logo o primeiro bode simbolizava a morte de Jesus para a glória de Deus. Este é o aspecto mais glorioso da morte de Cristo. Antes de ser por nós, foi para Deus.

II - O BODE ENVIADO AO DESERTO – Bode Emissário - REPRESENTA A MORTE DE JESUS EM RELAÇÃO A NÓS PECADORES.

Aqui temos a segunda ideia e o segundo significado da morte de Cristo, a saber, o perdão completo e final dos salvos. O segundo bode era enviado ao deserto, como símbolo de que os pecados haviam sido levados. Se a morte de Cristo constitui o fundamento da glória de Deus, constitui também o fundamento do perfeito perdão aos pecadores que se achegam a ele.  Este é uma aspecto inferior da expiação, embora temos a tendência de considerá-lo o mais importante.  A glória de Deus está em primeiro lugar. A nossa salvação em segundo. Manter a glória de Deus era o objetivo principal do coração de Jesus. Ele seguiu este objetivo deste o princípio ao fim com propósito definido e fiel.  

João 13. 31-32 - disse Jesus: Agora, foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele; 32 se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará nele mesmo; e glorificá-lo-á imediatamente.

A glória de Deus era o objetivo supremo do Senhor Jesus Cristo na vida e na morte. Ele viveu e morreu para glorificar o nome de seu Pai. O centro do coração de Jesus era a glória do Pai.

Mas Deus também é glorificado pela abolição dos nossos pecados. Onde estão nossos pecados? Foram tirados. Foram levados. Foram levados pelo sacrifício de Jesus na cruz, pelo qual Deus Pai foi glorificado por toda a eternidade.

Os dois bodes, do dia da expiação, dão-nos o duplo aspecto ma morte de Jesus. Num vemos como é mantida a glória de Deus – no outro, como são tirados nossos pecados. Um é tão perfeito como o outro. Pela morte de Jesus nós somos inteiramente perdoados e Deus é perfeitamente glorificado.

Assim como o bode emissário ia para o deserto, nossos pecados são levados embora.

1 - Vocês sabem que os pecados de vocês estão perdoados segundo a perfeição do sacrifício de Jesus?

2 - Vocês sabem que o perdão dos pecados significa que eles são tirados para sempre?

3 - Vocês sabem que vocês não precisam “experimentar o perdão”? Em todo o evangelho não existe uma palavra como experimentar. Não somos salvos por nossas experiências, mas por Cristo e para ter Cristo por toda a eternidade, em toda a sua plenitude e preciosidade é preciso apenas crer – crer somente. 

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