Pregado em 07 de abril de 2019
Igreja Missional, Igreja consciente de sua missão no mundo
vs. 4,5 - Fiquei
sobremodo alegre em ter encontrado dentre os teus filhos os que andam na
verdade, de acordo com o mandamento que recebemos da parte do Pai. 5E
agora, senhora, peço-te, não como se escrevesse mandamento novo, senão o que
tivemos desde o princípio: que nos amemos uns aos outros.
No dias de
hoje, o amor de Deus é geralmente entendido como algo universal, indiscriminado
e incondicional. E por trás desta concepção está geralmente a centralidade do
ser humano.
Temos feito
do amor um ídolo que nos serve e, desse modo, redefinido o amor como algo que
jamais impõe julgamentos, condições ou ligações obrigatórias.
Contudo, nas
Escrituras encontramos a verdade de que o amor é totalmente centrado em Deus, o
que significa que é mais complexo do a concepção comum poderia imaginar. Ele só
faz sentido com a verdade. Ele combina salvação e julgamento. Ele é gracioso e
discriminatório. O amor de Deus não é incondicional. Ele muda o exterior e o
interior. Deus é amor e o amor necessariamente vem de Deus e só é verdadeiro o
amor que tem Deus como fonte. O amor é um anseio por aquilo que nos falta.
Para Platão
o amor tem a função de unir. Nossas almas estão separadas umas das outras, e o
amor constrói uma ponte entre elas. Mas para Platão Deus ou os deuses não
amavam. Se o amor era um anseio por aquilo que faltava ao ser e se não falta
nada a Deus, logo, Deus, ou os deuses não devem amar (symposium).
Para
Agostinho o amor é o movimento da alma em busca de algum bem. Ele fala do amor
como uma afeição poderosa. Mas ele diferente de Platão começa com os atributos
de Deus e com a definição bíblica de que “Deus é amor”. Segundo Agostinho a
Santíssima Trindade é a gênese onde o amor é pratica. O Pai ama o Filho, que
ama o Pai por meio das Afeições que se movem por meio do Espírito. Amor é
doação de si mesmo. O amor de Deus não é busca por algo – mas a doação de si
mesmo. O amor, portanto é Deus doando a si mesmo. O amor, portanto, é Deus
vindo de Deus. A Trindade
Segundo
Agostinho – você deve amar tendo como
referência o amor a Cristo, e preocupar-se com eles tendo como referência o
amor a Deus; e não amar nada que seja o Cristo; e odiar tudo naqueles que lhe
são mais próximos e mais queridos, se eles não quiserem saber de Cristo.
Devemos amar a Deus por causa de Deus, e devemos amar o nosso próximo por causa de Deus. Não devo amar você por sua causa. Demo amá-lo por causa de Deus, porque você pertence a ele.
Agostinho – Ama-te muito pouco aquele que ama outra coisa junto
contigo, a qual ele ama não por tua causa. Confissões
O amor
centrado em qualquer coisa que não seja Deus é oposto do amor; Se amarmos as
pessoas por outra razão, nós as odiaremos mais do que amaremos.
O amor puro
é o movimento da alma na direção do prazer de Deus, por causa dele mesmo, e
também na direção do prazer da própria pessoa e deu próximo por causa de Deus.
A cobiça é um movimento da alma na direção do prazer da própria pessoa. De seu
próximo ou de qualquer outro ser existente, por causa de outra coisa que não
seja Deus. - Sobre a Doutrina Cristã
I - A IGREJA
CONSCIENTE DE QUE DEVE PRATICAR A VERDADE COMO MANDAMENTO.
4 Fiquei sobremodo alegre em
ter encontrado dentre os teus filhos os que andam na verdade, de acordo com o
mandamento que recebemos da parte do Pai.
O presbítero se alegra por ter encontrado na igreja o amor pelos mandamentos e a prática dos mandamentos. Andar em amor é um mandamento. Agora ele também diz que andar na verdade é um mandamento.
O amor às
pessoas não deve estar separado de nosso amor pelos mandamentos.
Amar ao próximo faz parte da Lei.
“O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o
cumprimento da Lei é o amor” Rm 13.10
Amar as
pessoas sem amar o mandamentos nos torna meros praticantes de obras. Nos torna
altruístas, humanitários, ativistas de alguma ideologia. O cristão ama as
pessoas, como extensão do amor de Deus em nós.
Não se pode ser um cristão
verdadeiramente devoto sem amor aos mandamentos.
O Salmo 119 é uma grande declaração apaixonada, uma celebração da
Lei
Veja por exemplo estas declarações do Salmo 119. 126 Já é tempo, Senhor, para intervires, pois a tua lei está sendo violada. 127 Amo os teus mandamentos mais do que o ouro, mais do que o ouro refinado. 128 Por isso, tenho por, em tudo, retos os teus preceitos todos e aborreço todo caminho de falsidade. 129 Admiráveis são os teus testemunhos;
por isso, a minha alma os
observa.
A igreja
bíblica e saudável é ensinada sobre os mandamentos do Senhor e é ensinada a
amar os mandamentos. Faz parte da vida devocional da igreja amar e praticar os
mandamentos. O cristão amadurece ao aprender sobre a perfeição da lei de Deus.
A igreja bíblica e saudável não será legalista, pois ela não vai ensinar que a
Lei salva – não vai ser ensinada sobre méritos. Ela vai ser ensinada sobre a
suficiência da obra de Cristo.
A Igreja
bíblica e saudável, ser vai ensinada que os mandamentos são para a santificação
da vida.
São para a
formação da cultura devocional da igreja.
“..andam na verdade, de acordo
com o mandamento que recebemos da parte do Pai.’
A verdade
não é apenas a crença naquilo é verdadeiro. Não é apenas uma adesão ao
verdadeiro. Se fosse sermos moralistas bastaria.
Não é apenas
ter um código de ética – A máfia também tem um código de ética. As gangues
também tem um código de ética.
A igreja não
tem uma lista moralista de isso pode, aquilo não pode.
A igreja tem
os mandamentos. Eles vêm de Deus.
Deus nos deu
mandamentos como prova de amor. Os mandamentos são demonstrações de amor de
Deus por nós.
Nossa
moralidade própria não nos mantém longe dos atos abomináveis que ofendem a
Deus.
Como seria
se não houvesse os mandamentos de Adorar somente a Deus? A idolatria seria
infinitamente mais praticada do que jamais foi.
O nome de
Deus não seria reverenciado. Não haveria um dia de culto nunca. Não haveria
obediência aos pais. O sexo seria livre. Não haveria nenhum respeito pelo
próximo.
Graças a
Deus pelos mandamentos.
Mesmo os
pagãos têm escrito os mandamentos de Deus na sua índole, que é a consciência.
Agostinho - "Tarde
te amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Eis que estavas dentro
e eu fora. Estavas comigo e não eu contigo. Exalaste perfume e respirei. Agora
anseio por Ti. Provei-Te, e tenho fome e sede. Tocaste-me e ardi por Tua paz”. Confissões
Agostinho
coloca a verdade como algo superior ao homem, inclusive à própria razão:
Agostinho - “Eu tinha prometido, se te lembras, de haver de provar que existe uma realidade muito mais sublime do que a nossa mente e nossa razão. Ei-la diante de ti: é a própria Verdade!” – O Livre arbítrio
II - A IGREJA CONSCIENTE DE QUE O AMOR É UMA CAMINHO PARA ANDAR, NÃO APENAS UMA AFEIÇÃO PARA SENTIR - v.5 E agora, senhora, peço-te, não como se escrevesse mandamento novo, senão o que tivemos desde o princípio: que nos amemos uns aos outros.
6 E o amor é este: que
andemos segundo os seus mandamentos. Este mandamento, como ouvistes desde o
princípio, é que andeis nesse amor.
Um dos pontos mais importantes na cultura de uma igreja local e que vai formar um DNA missional é o amor praticado.
Amar o
próximo é um mandamento antigo. Esse mandamento aparece pela primeira vez na
declaração dos mandamentos no Sinai. “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”
Levítico 19.18
Este mandamento é resultado de um outro maior – “amarás o Senhor
teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de toda a tua força” Dt
6.5
Ele diz que
este não é um mandamento novo, mas é o mandamento que forma a igreja, a própria
identidade cristã. O que ele está afirmando é que tudo começa com Jesus e
termina com Jesus. Jesus é o início, o meio e o fim de tudo na igreja. Jesus é
a fim finalidade de cada ato da igreja.
O cristão é um seguidor de Jesus. E Jesus acima de tudo amou os seus.
Ele entregou-se pelos seus.
João 13.1 Ora, antes da Festa da Páscoa, sabendo Jesus
que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os
seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim.
João 13. 34 - Novo mandamento vos dou: que vos
ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos
outros. 35 Nisto conhecerão todos que sois meus
discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.
O amor aos
irmãos é uma espécie de antídoto ao ensino dos falsos mestres, pois o amor é um
mandamento que vem do próprio Senhor Jesus desde o inicio da igreja. Quando há
amor na igreja, os falsos mestres passam a ter pouco espaço. O amor entre os
irmãos anula os maus sentimentos, como iras, contendas, disputas etc.
O amor é uma conduta. É uma forma de viver. Uma forma
da igreja ser igreja e fazer o que Jesus mandou
e viver da forma que Jesus viveu.
1 Jo
2.6 aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele
andou. O antigo e o novo mandamentos: o
amor fraternal 7 Amados, não vos escrevo mandamento novo, senão
mandamento antigo, o qual, desde o princípio, tivestes. Esse mandamento antigo
é a palavra que ouvistes.
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