sábado, 30 de abril de 2022

VIVER COM PACIÊNCIA, ESPERANÇA E PERSEVERANÇA – Romanos 8.18-25

 Pregado em 03 de maio de 2020

sexto sermão na Pademia 

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 PACIÊNCIA, ESPERANÇA E PERSEVERANÇA 

Romanos 8.18-25
18 Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós. 19 A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. 20 Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, 21 na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. 22 Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora. 23 E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo. 24 Porque, na esperança, fomos salvos. Ora, esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera? 25 Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos.

O cristão ao viver a esperança, não joga tudo para o futuro, mas vive em paz o presente, pois confia que o Senhor está presente, no presente.

O cristão espera o mundo porvir. É a bendita esperança do cristão. 
Ele vive no mundo com a certeza da vida eterna.
 Do mundo eterno. 
Da glória futura. 
Este texto define bem isto. O cristão vive no mundo, 
crendo e esperando a glória eterna ou a glória do mundo porvir.

Isto é entendido por alguns como uma resignação ao estado presente, 
imaginando que o cristão se contenta com os sofrimentos, com as dores, com as injustiças, com a pobreza, com fome, jogando tudo para a eternidade. 
Mas não é isso. 
Na verdade o cristão que entende esta tensão entre sofrimento e 
glória, entende que são duas eras. 
A era presente é de sofrimento - a era futura é de glória. 
Mas o cristão ao entender isso, chama o mundo por vir para o agora. 
Ele vive no mundo, não apenas desejando, vislumbrando o mundo futuro,
 mas vivendo o máximo dele aqui e ensinando na prática aos outros o máximo das virtudes do mundo porvir.
Alguém afirmou, que as pessoas que mais trabalharam por este mundo aqui, foram aquelas que mais acreditavam no mundo porvir.
O fato é que a era presente, este tempo, é um tempo de muitas dores. 
Porém, o cristão não viverá como um alienado, afirmando que – tudo visa ao melhor de todos os mundo possíveis no futuro.
O cristão também não afirmará que – o mundo pertence ao diabo. 
O cristão não será um pessimista duro que anuncia uma escuridão crescente e permanente. 
O cristão não será um triunfalista, que acha que tudo naturalmente vai melhorar. 
O cristão não tem esta linguagem de – piorar ou melhorar. 
Ele viverá na esperança futura e na perseverança de sua fé no mundo.
O cristão afirmará que o mundo é de Deus, ele é glorificado por suas obras e quando Deus é glorificado, seus filhos são abençoados, neste mundo.
Deus tendo filhos neste mundo, estes agem no mundo para que a graça de Deus seja conhecida por meios da vida que vive as virtudes do mundo futuro. 
O melhor cristão não é aquele que vive com a cabeça no céu – mas que ao crer na eternidade, se envolve no mundo para que este sofra menos as consequências de suas próprias trevas.
Isso nos faz lembrar que Jesus nos disse – no mundo vocês terão aflições. Mas este texto nos traz conforto, esperança e nos anima na perseverança. Este texto nos ensina como viver no mundo. Como viver a esperança e como perseverar.

I – QUANDO ENFRENTAMOS AFLIÇÕES, DEVEMOS LEMBRAR QUE NO MUNDO ESTAS COISAS SÃO INEVITÁVEIS – VS 18-20 / Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós. 19 A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. 20 Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou,

Neste mundo embora salvos, passaremos por muitos e sérios problemas. 
 As aflições são certas.
Mas a palavra de Deus revela que nós também está reservada a glória futura.
Se essa glória a ser revelada no futuro é a vida eterna e se a vida eterna significa desfrutar da presença pessoal plena de Deus para sempre, 
os sofrimentos e as aflições deste tempo tornam-se suportáveis, por que ganham um sentido – não é só sofrer e deu.
Os sofrimentos e as aflições do tempo presente são fatos.
São momentâneos quando comparados à glória guardada, a felicidade que Deus tem para os seus.
É neste mundo que temos que viver a nossa fé. É neste mundo que os que foram conquistados na cruz por Jesus vivem.
O cristão vive no mundo sabendo disso – logo ele será uma pessoa abençoada – por isso construtiva – por isso semelhante ao seu Senhor. Por isso abençoadora.

II – QUANDO ENFRENTAMOS AFLIÇÕES. DEVEMOS LEMBRAR QUE O MUNDO EM QUE VIVEMOS É REFÉM DA QUEDA. VS 21-23 - / na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. 22 Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora. 23 E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo.

A criação é refém da queda. O mundo é o palco dos pecadores. 
A criação foi atingida. Ela anela, anseia, aguarda
 a chegada da redenção plena e final dos filhos de Deus. 
O autor aqui quis dizer – que a criação, o mundo, precisa de redenção. 
Desde que o pecado entrou no mundo, o mundo é refém do pecado. 
A criação toda sofreu os efeitos do pecado cometido pelo ser humano.
 A Terra foi declarada maldita.
Mas a glória dos filhos de Deus vai acontecer. Um novo mundo vai ser criado.
O pecado será vencido, e todos nós seremos para sempre glorificados.

III – QUANDO ENFRENTAMOS AFLIÇÕES, DEVEMOS ALIMENTAR A ESPERANÇA EM NOSSO CORAÇÃO E EM NOSSA MENTE. V 24 -  Porque, na esperança, fomos salvos. Ora, esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera?

Junto com a criação aguardamos com expectativa essa glorificação com a redenção do nosso corpo na ressurreição.
Aguardamos o que já recebemos na verdade. 
Mas ainda estamos na limitação do mundo, da vida no mundo. Ainda adoecemos. Ainda perdemos. Ainda sofremos. Ainda gememos. Ainda temos medos. 
Ainda somos limitados em todos os sentidos. 
Recebemos a nossa salvação aqui na base da esperança e da fé.
Mas já temos os vislumbres da gloriosa vida, na vida glorificada.
Enquanto isso, antecipamos esta vida, vivendo na expectativa dele. Isso nos fará ativos, felizes e produtivos no mundo. Pessoas com esperança. Pessoas que olham para o futuro e querem fazer este futuro conhecido agora.

IV – QUANDO ENFRENTAMOS AFLIÇÕES, DEVEMOS ALIMENTAR A PACIÊNCIA EM PERSERVERANÇA E PERSEVERANÇA PACIENTE.
 v.25 /Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos.

Até que o mundo passe. Até que o mundo pecador seja
 superado pelo mundo novo, redimido – aguardemos com paciência. 
Aguardemos com perseverança.
Isso deve ser alimentado em nós. Esta fé deve ser crida por nós e praticada.
Somos cristãos. Somos cidadãos da glória futura vivendo no mundo. 
Que diferença isso faz? Que diferença isso faz?
Nas horas de aflições do mundo – que diferença fazem os cristãos,
 cidadãos do mundo eterno? Que diferença fazem?
Que diferença fazem na pandemia? Que diferença fazem aos necessitados. 
Que diferença os redimidos por Jesus na cruz – que 
alcançaram o entendimento de que 
fazer parte do mundo eterno fazem aos aflitos?
 Que diferença fazem.

sexta-feira, 29 de abril de 2022

Felicidade e Contentamento em Tempos Difíceis - Salmos 105

 Pregado em 26 de abril de 2020

Quinto Sermão na Pandemia 




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FELICIDADE E CONTENTAMENTO

Alegrem-se. As Provisões do Senhor são para o seu Povo.

Salmos 105. 39-45
39 Ele estendeu uma nuvem que lhes servisse de toldo e um fogo para os alumiar de noite.
 40 Pediram, e ele fez vir codornizes e os saciou com pão do céu. 41 Fendeu a rocha, e dela brotaram águas,
que correram, qual torrente, pelo deserto. 42 Porque estava lembrado da sua santa palavra e de Abraão, seu servo.
 43 E conduziu com alegria o seu povo e, com jubiloso canto, os seus escolhidos. 44 Deu-lhes as terras das nações,
 e eles se apossaram do trabalho dos povos, 45 para que lhe guardassem os preceitos e lhe observassem as leis. Aleluia!

A providência do Senhor traz alegria ao seu povo.

O autor deste salmo está escrevendo um memorial da história do povo de Deus nos dias passados. Aquele povo havia sido preservado pelo Senhor.
O Salmo inteiro é uma declaração da soberania e provisão do Senhor.
É um louvor ao poder de Deus que agiu no meio do povo.
Se não fosse o Senhor – o autor reconhece – o povo não existia mais.

Este é o Salmo onde é narrada a atuação de Deus na história. É o Salmo onde se declara que a história está nas mãos do Deus Eterno.
A divisão desta incrível Salmo pode ser a seguinte:

I – Um convite à alegrar-se no Senhor pelo que Ele é e pelo que ele faz – vs 1-7
1 Rendei graças ao Senhor, invocai o seu nome, fazei conhecidos, entre os povos, os seus feitos. 2 Cantai-lhe, cantai-lhe salmos; narrai todas as suas maravilhas. 3 Gloriai-vos no seu santo nome; alegre-se o coração dos que buscam o Senhor.
4 Buscai o Senhor e o seu poder; buscai perpetuamente a sua presença.
5 Lembrai-vos das maravilhas que fez, dos seus prodígios e dos juízos de seus lábios, 6 vós, descendentes de Abraão, seu servo, vós, filhos de Jacó, seus escolhidos. 7 Ele é o Senhor, nosso Deus; os seus juízos permeiam toda a terra.
II – Um Testemunho da Fidelidade de Deus - vs 8-11
8 Lembra-se perpetuamente da sua aliança,
da palavra que empenhou para mil gerações; 9 da aliança que fez com Abraão e do juramento que fez a Isaque; 10 o qual confirmou a Jacó por decreto e a Israel por aliança perpétua,
III – Uma declaração da Proteção de Deus – vs 12-15
11 dizendo: Dar-te-ei a terra de Canaã como quinhão da vossa herança. 12 Então, eram eles em pequeno número, pouquíssimos e forasteiros nela; 13 andavam de nação em nação, de um reino para outro reino. 14 A ninguém permitiu que os oprimisse; antes, por amor deles, repreendeu a reis, 15 dizendo: Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas.
IV – Uma afirmação da Providência do Senhor – vs 16-22
16 Fez vir fome sobre a terra e cortou os meios de se obter pão. 17 Adiante deles enviou um homem, José, vendido como escravo; 18 cujos pés apertaram com grilhões e a quem puseram em ferros, 19 até cumprir-se a profecia a respeito dele, e tê-lo provado a palavra do Senhor. 20 O rei mandou soltá-lo;
o potentado dos povos o pôs em liberdade. 21 Constituiu-o senhor de sua casa e mordomo de tudo o que possuía, 22 para, a seu talante, sujeitar os seus príncipes e aos seus anciãos ensinar a sabedoria.
V – Declaração de Fé na ação de Deus em trazer Livramento ao seu povo – vs 23-27
23 Então, Israel entrou no Egito, e Jacó peregrinou na terra de Cam. 24 Deus fez sobremodo fecundo o seu povo e o tornou mais forte do que os seus opressores. 25 Mudou-lhes o coração para que odiassem o seu povo e usassem de astúcia para com os seus servos. 26 E lhes enviou Moisés, seu servo, e Arão, a quem escolhera, 27 por meio dos quais fez, entre eles, os seus sinais e maravilhas na terra de Cam.
VI – A afirmação de que o Juízo sobre as nações fazem parte da providência de Deus – vs 28 - 38
28 Enviou trevas, e tudo escureceu; e Moisés e Arão não foram rebeldes à sua palavra. 29 Transformou-lhes as águas em sangue e assim lhes fez morrer os peixes. 30 Sua terra produziu rãs em abundância, até nos aposentos dos reis. 31 Ele falou, e vieram nuvens de moscas e piolhos em todo o seu país. 32 Por chuva deu-lhes saraiva e fogo chamejante, na sua terra. 33 Devastou-lhes os vinhedos e os figueirais e lhes quebrou as árvores dos seus limites. 34 Ele falou, e vieram gafanhotos e saltões sem conta, 35 os quais devoraram toda a erva do país e comeram o fruto dos seus campos. 36 Também feriu de morte a todos os primogênitos da sua terra, as primícias do seu vigor. 37 Então, fez sair o seu povo, com prata e ouro, e entre as suas tribos não havia um só inválido. 38 Alegrou-se o Egito quando eles saíram, porquanto lhe tinham infundido terror.
VII – Ele especialmente Guiou o seu povo – v.39 
 Ele estendeu uma nuvem que lhes servisse de toldo e um fogo para os alumiar de noite.Deus não os deixou desamparados, mas os acompanhou. Não apenas os acompanhou, mas os dirigiu, os guiou, os conduziu para o destino que ele havia providenciado. Dava direção à noite com um coluna de fogo e durante o dia cobria-lhes a retaguarda com uma nuvem.Estes dois fenômenos eram manifestações sobrenaturais. Era a providência de Deus em ação. O Senhor não é um Deus distante, mas ele intervém para preservar seu povo.
VIII – Ele especialmente Alimentou o seu povo – v.40 Pediram, e ele fez vir codornizes e os saciou com pão do céu.
A provisão do Senhor, alimentando-os foi algo maravilhoso. Como não havia pão, Deus fez cair o maná, que cessou depois que chegaram á terra prometida.
Deus sempre agiu trazendo provisões para o seu povo.
Individualmente
Elias – 1Reis 17.2-9 / Veio-lhe a palavra do Senhor, dizendo: 3 Retira-te daqui, vai para o lado oriental e esconde-te junto à torrente de Querite, fronteira ao Jordão. 4 Beberás da torrente; e ordenei aos corvos que ali mesmo te sustentem. 5 Foi, pois, e fez segundo a palavra do Senhor; retirou-se e habitou junto à torrente de Querite, fronteira ao Jordão. 6 Os corvos lhe traziam pela manhã pão e carne, como também pão e carne ao anoitecer; e bebia da torrente. 7 Mas, passados dias, a torrente secou, porque não chovia sobre a terra. 8 Então, lhe veio a palavra do Senhor, dizendo: 9 Dispõe-te, e vai a Sarepta, que pertence a Sidom, e demora-te ali, onde ordenei a uma mulher viúva que te dê comida.
A viúva que Acolheu a Elias – 1Rs 17.14-16
14 Porque assim diz o Senhor, Deus de Israel: A farinha da tua panela não se acabará, e o azeite da tua botija não faltará, até ao dia em que o Senhor fizer chover sobre a terra. 15 Foi ela e fez segundo a palavra de Elias; assim, comeram ele, ela e a sua casa muitos dias. 16 Da panela a farinha não se acabou, e da botija o azeite não faltou, segundo a palavra do Senhor, por intermédio de Elias.
IX – Especialmente também saciou a sede de seu povo – v.41
41 Fendeu a rocha, e dela brotaram águas, que correram, qual torrente, pelo deserto.
X – A conclusão do Salmo é uma celebração da Aliança e da Lei de Deus para alegria do seu povo – vs 42-45
42 Porque estava lembrado da sua santa palavra e de Abraão, seu servo. 43 E conduziu com alegria o seu povo e, com jubiloso canto, os seus escolhidos. 44 Deu-lhes as terras das nações, e eles se apossaram do trabalho dos povos, 45 para que lhe guardassem os preceitos e lhe observassem as leis. Aleluia!
Todos estes milagres, intervenções de Deus como ação da sua providência, foram demonstrações de sua fidelidade. Era Deus mesmo se dando ao seu povo. Era cumprimento de sua Aliança. Era sua fidelidade em ação. Os propósitos do Senhor era preservar o seu povo para que fosse fiel à sua Palavra e que esta fidelidade os alegrasse nele. Eles deveriam ser felizes simplesmente por ter o Deus que tinham. O grande alvo era conduzir a história até a cruz. Estas provisões e intervenções eram tipos daquilo que transbordaria da cruz de Cristo. Cristo morrendo na cruz foi a máxima provisão do Senhor. Tudo apontava para a cruz.

Lições práticas para nós:
1 – É pela providência de Deus que temos que viver.
A nossa forma de viver. A nossa opção de como viver no mundo. Nosso estilo de vida. Nossas expectativas devem ser desenvolvidas dentro desta perspectiva. Crendo na sua provisão. Crendo que na hora em que precisarmos ele nos ajudará.
2 – A Ação de Deus no passado, nos ajudará a ter fé quanto ao futuro.
Olhando para o que o Senhor fez pelo seu povo e deixou registrado. Olhando para o que ele fez na cruz, dando seu Filho. Não devemos temer o futuro.
3 – A maior provisão de Deus foi revelada na cruz de Cristo.
Ali, mais do que tudo – ele se aproximou de nós. Nos colocu em comunhão com ele. Deus em Cristo providenciou todas as bênçãos que podemos receber, a começar pelo perdão dos pecados. A salvação eterna. A provisão diária – tudo faz parte da providência do Senhor.

Viva sua vida nesta perspectiva. Você tem um Deus vivo. Presente. Que intervém. Que em sua providência quer alegrar seu povo nele mesmo.




quinta-feira, 28 de abril de 2022

A Felicidade Bíblica e a Satisfação em Deus - Paulo aos Filipenses

Pregado em 19 de abril de 2020

                                              Quarto Sermão na Pandemia




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   Filipenses 4. 10-13
10 Alegrei-me, sobremaneira, no Senhor porque, agora, uma vez mais, renovastes a meu favor o vosso cuidado; o qual também já tínheis antes, mas vos faltava oportunidade. 11 Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. 12 Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; 13 tudo posso naquele que me fortalece.


O Apóstolo Paulo, mesmo preso e passando privações extremas escreveu um dos textos mais positivos da Bíblia. Um dos textos mais positivos de toda a literatura mundial até. A Carta aos Filipenses.
Filipenses é um convite à felicidade.
Foi escrito quando seu autor, o grande apóstolo, estava preso, numa daquelas épocas de Paulo de grandes dores.
Mesmo preso, ele escreve uma carta animando a igreja a alegrar-se.
Filipenses 1.3-6 - Dou graças ao meu Deus por tudo que recordo de vós, 4 fazendo sempre, com alegria, súplicas por todos vós, em todas as minhas orações, 5 pela vossa cooperação no evangelho, desde o primeiro dia até agora. 6 Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus.

Veja que texto intenso, onde ele transborda a sua própria alma – notadamente em estado de felicidade extrema.
Uma vez que Cristo, de qualquer modo, está sendo pregado, quer por pretexto, quer por verdade, também com isto me regozijo, sim, sempre me regozijarei. 
Filipenses 1.18 -  Uma vez que Cristo, de qualquer modo, está sendo pregado, quer por pretexto, quer por verdade, também com isto me regozijo, sim, sempre me regozijarei. 

Vejam este momento onde ele anima os irmãos, e onde parece que está em um êxtase feliz
Filipenses 2.1-4 -  Se há, pois, alguma exortação em Cristo, alguma consolação de amor, alguma comunhão do Espírito, se há entranhados afetos e misericórdias, 2 completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento. 3 Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. 4 Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros.

Veja um momento transcendente de expressão de fé
Filipenses 2. 17-18  - Entretanto, mesmo que seja eu oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, alegro-me e, com todos vós, me congratulo. 18 Assim, vós também, pela mesma razão, alegrai-vos e congratulai-vos comigo.

Mas veja que ele estava passando por momentos de extremas provações e privações.

Filpenses 2.25-30 -  Julguei, todavia, necessário mandar até vós Epafrodito, por um lado, meu irmão, cooperador e companheiro de lutas; e, por outro, vosso mensageiro e vosso auxiliar nas minhas necessidades; 26 visto que ele tinha saudade de todos vós e estava angustiado porque ouvistes que adoeceu. 27 Com efeito, adoeceu mortalmente; Deus, porém, se compadeceu dele e não somente dele, mas também de mim, para que eu não tivesse tristeza sobre tristeza. 28 Por isso, tanto mais me apresso em mandá-lo, para que, vendo-o novamente, vos alegreis, e eu tenha menos tristeza. 29 Recebei-o, pois, no Senhor, com toda a alegria, e honrai sempre a homens como esse; 30 visto que, por causa da obra de Cristo, chegou ele às portas da morte e se dispôs a dar a própria vida, para suprir a vossa carência de socorro para comigo.

A fonte de sua felicidade era que ele tinha uma alma satisfeita no Senhor

Filipenses 4.4 -7 - Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos. 5 Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor. 6 Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. 7 E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.

Aqui está a marca de uma pessoa feliz – sua alma é uma alma satisfeita. Estes versos são como um cântico de satisfação devota. É um chamado à devoção da alma para que encontre no Senhor toda a sua satisfação.
Ele está preso, mas faz da alegria um mandamento – “alegrai-vos sempre no Senhor, outra vez digo: alegrai-vos.
Ele diz que o contentamento é o estilo de vida da alma satisfeita, da alma feliz. “ Seja a vossa moderação conhecida de todos”.
Ele fala contra a ansiedade como estilo de vida - . Não andeis ansiosos de coisa alguma.”
Ele incentiva a vida devota praticada com devocionalidade prática diante do Senhor – “ em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças.
E ele fala o que traz a felicidade – “ E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.”
Esta paz de Deus – no entendimento. Este coração e mente minados pela paz de Deus e em Cristo Jesus é o que constitui a felicidade.
Então biblicamente falando a felicidade não depende de se conseguir o que quer.
Não é viver a vida sem problemas .
Não é privilégio de quem tem tudo.
Mas é uma maneira de entender, assimilar e viver a vida.
É possível mesmo em meios a problemas extremos.
À luz da Palavra é nossa satisfação em Deus e em Cristo.
Mas a felicidade das pessoas se vai quando:
Quando as insatisfações da vida e quando as circunstâncias levam as pessoas a dizerem – ah, se ....
Quando se começa a caçar soluções em inúmeras fontes vazias.
Quando se desenvolve uma maneira egoísta de viver.
Quando comparamos nossa vida com a dos outros. Quando queremos a vida do outro.
Voltando ao texto vemos duas faces da felicidade para o cristão:

I – A Felicidade de Paulo não dependia das circunstâncias - v. 10 Alegrei-me, sobremaneira, no Senhor porque, agora, uma vez mais, renovastes a meu favor o vosso cuidado; o qual também já tínheis antes, mas vos faltava oportunidade. 11 Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação.
Paulo está alegre, e esta alegria é no Senhor. Sua alegria é no Senhor por causa dos outros. Ele mesmo está com a alma satisfeita no Senhor e sua alegria é pelos outros.
Ele mesmo estava preso.
 Filipenses 1.7-8 – Aliás, é justo que eu assim pense de todos vós, porque vos trago no coração, seja nas minhas algemas, seja na defesa e confirmação do evangelho, pois todos sois participantes da graça comigo. 8 Pois minha testemunha é Deus, da saudade que tenho de todos vós, na terna misericórdia de Cristo Jesus.
Filipenses 1.13-14 – de maneira que as minhas cadeias, em Cristo, se tornaram conhecidas de toda a guarda pretoriana e de todos os demais; 14 e a maioria dos irmãos, estimulados no Senhor por minhas algemas, ousam falar com mais desassombro a palavra de Deus.
Filipenses - 1.19-21 – Porque estou certo de que isto mesmo, pela vossa súplica e pela provisão do Espírito de Jesus Cristo, me redundará em libertação, 20 segundo a minha ardente expectativa e esperança de que em nada serei envergonhado; antes, com toda a ousadia, como sempre, também agora, será Cristo engrandecido no meu corpo, quer pela vida, quer pela morte. 21 Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro.

Ele estava preso, mas seu estado de espírito não era de angústia ou infelicidade, mas de extrema alegria.
Ele não se amargura, nem reclama, mas vive em ações de graças.
Ele não desenvolve uma vida pessimista, mas de fé no Senhor.

II – A felicidade de Paulo tinha como fonte a satisfação de sua alma em Deus - vs 12,13 -  Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; 13 tudo posso naquele que me fortalece.

Ele, com a alma satisfeita no Senhor, desenvolve um estilo de vida de contentamento – sabendo que sua vida depende do Senhor e da provisão divina.
Ele desenvolve uma consciência de que o Senhor está com ele, e a presença do Senhor é tudo.
A felicidade, portanto, para Paulo, mesmo estando preso era um fato.
Sei estar contente em qualquer situação ele diz.
Ele não sentia-se um fraco – mas fortalecido no Senhor e pelo Senhor.
Ele não sentia-se um fraco, pois pra ele era fato, que
 o Senhor ressuscitado estava presente.
 O Senhor do universo estava vivo. 
Havia ressuscitado. 
Deus o ressuscitou – ele afirma na metade da carta. 
Deus o exaltou. 
Todo joelho se dobrará, toda língua confessará que Jesus Cristo é Senhor, para a glória de Deus Pai. 
Este é o cântico da alma satisfeita. 
Esta é a declaração de fé da alma feliz.
Neste tempo de privações dos amigos – da família – da igreja – desenvolva formas devocionais que anime o coração e a alma. 
Que traga satisfação à tua alma.
 Para glória de Deus.

quarta-feira, 27 de abril de 2022

NO FIM, A GLORIFICAÇÃO - Terceiro sermão na Pandemia - Filipenses 2.5-11

Pregado em 12 de abril de 2020




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                                                        NO FIM, A GLORIFICAÇÃO


Filipenses 2.5-11
5 Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, 6 pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; 7 antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, 8 a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. 9 Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, 10 para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, 11 e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.

No fim de tudo, o propósito que desde o início foi anunciado, que tudo alcançará a sua finalidade que é a glória de Deus.

O Senhor Jesus é o nosso salvador. Ele é o Filho Eterno de Deus Pai.

Ele deixou sua glória e veio ao mundo e experimentou a humilhação entres os seres humanos. Experimentou todas as limitações do ser humano. Foi morto, mas ressuscitou e finalmente, foi glorificado.

Nesta manhã da ressurreição, precisamos lembrar o caminho do nosso Senhor. Precisamos lembrar que já houve a ressurreição. Ele já é o ressuscitado. Ele já é o glorificado. Ele está na glória. Aquele que está conosco, que nos salva, é o Senhor da glória. O Rei da glória. Mas o seu caminho foi um caminho primeiramente de humilhação, dor e sofrimentos.

I – Jesus veio ao mundo em estado de humilhação
- Ele se fez carne – “esvaziou-se a si mesmo” v.7

Jesus assumiu uma condição de profunda humilhação. O apóstolo Paulo estava ensinando uma atitude de profunda humildade. Ao ensinar esta lição de atitude de humildade, ele evolui para um ensino grandioso da condição de Cristo.

II – Jesus ao vir ao mundo, veio com a missão de servir como servo -Ele fez-se servo – “tomando a forma de servo” v.7

Descendo da glória, Jesus não ocupou o lugar de Senhor ou dominador aqui – mesmo sendo. Ele não deixou de ser, mas fez-se servo.
Ele veio ao mundo com a missão de obedecer ao Pai, servindo-o.

III – Jesus veio ao mundo sabendo de sua maior missão - Ele se dispor a morrer – “Obediente até a morte” v.8

A morte que ele veio morrer foi a missão do resgate. Ele não morreu a sua morte, mas a nossa.
A morte é consequência do pecado. Ele morreu a nossa morte, para vivermos a sua vida. Morrendo, ele nos deu vida. A sua vida. O amor dele foi tão grande, que, sem pecar, se dispôs a sofrer a pena do pecador.

IV – Jesus ao vir ao mundo veio para sofrer a pior humilhação. - Ele suportou a cruz – “a morte de cruz” v.8

Ele se dispôs a suportar uma forma de condenação reservada a malfeitores da pior espécie. A cruz era indigna, infame e maldita. Mas o Senhor submeteu-se a ela por amor, transformando-a em fonte de bênçãos.
A cruz era a suprema humilhação e ele a enfrentou. Era a grande humilhação, mas ele a suportou por nós.

V – Jesus ao vir ao mundo, não seria vencido pelo mundo - Ele foi exaltado – “Deus o exaltou sobremaneira..”v.9

Cumprida a sua parte, no plano divino de redenção – Deus o ressuscitou dentre os mortos. O Filho foi exaltado através da ressurreição dentre os mortos. Ele não ficou preso na morte. A morte não pode o deter. O poder da morte, que é o maior poder que o ser humano enfrenta, não foi capaz de deter o filho de Deus. Este é o poder que enfrentamos. A morte nos ameaça. A destruição nos ameaça. Todos temos este inimigo a enfrentar. Poucos podem dizer que não a temem. É um poder que desconhecemos. Mas Jesus, o nosso Senhor a enfrentou e venceu. Venceu para possibilitar nossa ressurreição. A morte é um fato, mas a ressurreição é a melhor notícia que podemos ouvir.

VI – Jesus no início vem em humilhação, mas no final é reconhecido em estado de glória. Ele foi glorificado e recebeu o reconhecimento de todo o universo. – “toda alíngua confesse que Jesus Cristo é o Senhor” v.11

Após a ressurreição, ele foi elevado aos céus e foi recebido na glória.
Jesus que se deixou humilhar para levantar o ser humano.
Foi exaltado pelo pai – e receberá na parousía a honra final do universo inteiro. Não é salvação universal. Mas a final submissão de todos os seres do universo.
A igreja participará dessa glória final de Jesus.
Este é o Evangelho anunciado na Páscoa. 
No domingo da ressurreição anunciamos
 esta gloriosa realidade que é a ressurreição.
 Quando o mundo inteiro teme a morte. 
Quando o mundo inteiro se protege da morte. 
Quando o mundo inteiro se esconde de um mal. 
O mundo inteiro é assolado pelo medo do mal. 
O Evangelho hoje, anuncia uma grande esperança para o cristão.
A vitória sobre a morte.
 O grande inimigo que temos que enfrentar – já foi enfrentado e vencido. 
O Senhor Jesus morreu, mas está vivo. 
Ressurgiu dentre os mortos. 
Esta é a nossa fé. 
A morte foi vencida. 
O poder da morte é vencido. 
O poder da ressurreição está operando em nós que cremos no ressuscitado. 
Esta é a certeza. 
Nada nos destruirá –
 porque o pior que pode nos acontecer é a morte –
 mas mesmo ela não nos destruirá –
 pois a venceremos com certeza.
 Este é o final. 
A vitória final não é da morte – mas da vida. 
Jesus disse – aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá.

terça-feira, 26 de abril de 2022

Segundo sermão na Pandemia - Entender os acontecimentos do mundo - Lucas 13

                                             pregado em 05 de abril 2020


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A VISÃO CRISTÃ SOBRE OS ACONTECIMENTOS DO MUNDO E COMO VIVER NESTES TEMPOS

Lucas 13.1-5

1 Naquela mesma ocasião, chegando alguns, falavam a Jesus a respeito dos galileus cujo sangue Pilatos misturara com os sacrifícios que os mesmos realizavam. 2 Ele, porém, lhes disse: Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem padecido estas coisas? 3 Não eram, eu vo-lo afirmo; se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis. 4 Ou cuidais que aqueles dezoito sobre os quais desabou a torre de Siloé e os matou eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? 5 Não eram, eu vo-lo afirmo; mas, se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis.

Todos somos iguais diante das tragédias, a diferença é que uns se voltam para Deus, outros se distanciam ainda mais dele.

Quando há um acontecimento que as pessoas qualificam como anormal, especialmente tragédias, logo a grande pergunta que as pessoas fazem é, porque Deus deixou que aquilo acontecesse.
Quando acontece o ataque às Torres Gêmeas, esta foi a pergunta. Quando a aconteceu o histórico Tsunami na Indonésia, esta foi a pergunta. E, assim, sucessivamente, quando acontece uma tragédia ou algo que traga mais dores à humanidade, esta sempre foi a pergunta.
Agora, diante do Covid 19, com tudo o que está acontecendo em consequência, as pessoas estão perguntando sobre Deus. Deus permitiu? Deus decretou? Como Deus deixa isso acontecer? Isso não poderia num momento desaparecer?
Um dos desafios que temos quando acontecem coisas assim, é aprender sobre a natureza do que está acontecendo.
Quero adiantar que tese principal deste sermão – é que o ser humano com sua ingorância, ganância e ansiedade é o grande responsável, o grande provocador das maiores tragédias. E, quando não é o responsável direto, é o causador dos grandes males que se seguem às tragédias.
É desta forma que Jesus olharia para o Ataque às Torres Gêmeas, para as guerras, para os genocídios, para a fome no mundo e até mesmo para as epidemias. Tudo começa no coração ou na ação de alguém.
No texto que lemos, Jesus é interrogado sobre um massacre de vários galileus no momento em que iriam oferecer sacrifícios. Eles são massacrados por ordem de Pilatos.
Ao invés de Jesus justificar, explicar ou fazer uma especulação teológica sobre o fato – ele vai direto à maior necessidade das pessoas nestas horas – a volta para Deus – ele chama todos ao arrependimento.
As pessoas quando olham para um acontecimento no mundo – elas não lembram das pessoas cruéis, da ganância humana, da condição humana, mas elas querem acusar ou responsabilizar a Deus. 
Mas no registro do texto já há a causa do acontecimento.

I - O massacre foi ordem de Pilatos.
v. 1 Naquela mesma ocasião, chegando alguns, falavam a Jesus a respeito dos galileus cujo sangue Pilatos misturara com os sacrifícios que os mesmos realizavam.

Na resposta de Jesus havia a identificação de como as pessoas interpretavam o fato;

II - As pessoas pensavam que os atingidos eram mais pecadores do que os não atingidos.
v. 2 Ele, porém, lhes disse: Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem padecido estas coisas?

A pergunta, Jesus identifica isso, era porque eles tinham morrido por ter mais pecados do que os outros, uma espécie de castigo ou consequência dos seus pecados, até mesmo porque eles foram mortos no momento em que iriam oferecer sacrifícios no templo.

III - Todos são pecadores e estão num mundo de pecados.
v. 3 Não eram, eu vo-lo afirmo; se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis. 4 Ou cuidais que aqueles dezoito sobre os quais desabou a torre de Siloé e os matou eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? 5 Não eram, eu vo-lo afirmo; mas, se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis.

IV - Todos são pecadores e estão num mundo de pecados e por isso, necessitam de arrependimento.
v. 3 Não eram, eu vo-lo afirmo; se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis. 4 se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis.

As pessoas atingidas por males, ao voltarem-se para Deus são livres da verdadeira tragédia que é a condenação eterna.

A resposta de Jesus nos demonstra a maneira como ele olhou para os acontecimentos – e nos mostra como devemos entender o nosso mundo e nos indica como devemos viver num mundo de dores.

1 – Devemos considerar que vivemos em mundo cheio de maldade e que esta maldade vem do coração humano.

O texto deixa claro que o autor daquele acontecimento foi a autoridade romana – Pilatos, o governador. Ele alerta que haverá prestação de contas diante de Deus. Ao falar de arrependimento, ele está chamando as pessoas para uma conversão a Deus.

Aquele acontecimento para Jesus era fruto da maldade humana. Da falta de arrependimento. Pessoas não arrependidas, pessoas sem Deus, ou que não estão em obediência a Deus provocam males no mundo.

Vejam o chineses, por exemplo – todos acusam os chineses de comer as piores coisas – mas, será que é porque querem? Não será consequência de um histórico de fome e necessidade. E de onde vem o fato de que uns passam tanta necessidade e outros não? A resposta é do egoísmo e ganância de outros.

2 – Devemos considerar que vivemos em mundo em decadência.

Jesus ao comentar uma tragédia, lembrou de outra. Vivemos em um mundo onde o mal acontece. Jesus nos ensinou a orar – livra-nos do mal. Este não é um mundo perfeito. Todos morrem. Desde a Queda, do evento pecado, o ser humano mesmo construiu um mundo que aos poucos foi melhorando em muitos aspectos. O mundo ainda está, no sentido físico, de bem estar, de tecnologia, de recursos melhorando. Mas o coração humano não melhora naturalmente. O egoísmo, a ganância, a maldade ainda é a cultura cultivada.

3 – Devemos considerar que as pessoas não querem se aproximar de Deus apesar dos acontecimentos.

Lá no início da humanidade havia um culto à impiedade. Hoje este culto à impiedade, o elogio ao que é sujo, o elogio à vida profana é a cultura dominante. As pessoa se divertem com sua vida imoral e iníqua. Em tempos de tragédias, muitos se arrependem a se voltam para Deus, mas a maioria ainda continua iníqua. Gananciosa. Egoísta. Continuam traindo. Brigando. Adulterando. Cultuando deuses falsos. Não cultuando a Deus. Desobedecendo aos pais. Adulterando. Matando. Roubando. Cobiçando etc.

Por isso, Deus chama seu povo ao arrependimento. É isso que diferencia seu povo.

4 – Devemos considerar que num mundo assim, todos estão na mesma condição de vulneráveis – mas o que faz diferença é o coração voltado a Deus.

Jesus disse, que não se arrepende perece. Esta á a maneira de Jesus falar da vida eterna. Não perecer é não se perder eternamente. É não ser condenado no juízo. É herdar a vida eterna.

Quando cremos na vida eterna prometida nas Escrituras a nossa visão da vida e do mundo ganha outra interpretação.
A grande resposta de Deus a toda a maldade humana é a cruz de Cristo. Ali onde a maldade humana foi demonstrada , Jesus morrendo na cruz ofereceu o amor de Deus. Jesus morrendo na cruz oferece a eternidade ao pecador. Ele morre na cruz pelos pecadores. Em substituição aos pecadores.

5 – Devemos considerar que não somos nós que julgamos o mundo, mas Deus – logo não devemos condenar as pessoas, mas oferecer a elas o amor de Deus.

Aqueles que foram perguntar a Jesus sobre o acontecimento, já foram com o conceito pronto – se foram atingidos é porque mereciam.
Esta é uma maneira religiosa de ver o mundo. Devemos olhar o mundo com o mesmo olhar de Jesus – o olhar de compaixão e misericórdia.
Mas, é no mundo de dores que o amor de Deus é pregado. Ao vermos as tragédias - uma maneira de contrapor é ajudar os atingidos a transmitir a todos o amor de Deus. O cristão é aquele que conheceu a bondade de Deus, a graça de Deus, a benevolência de Deus e a sua infinita misericórdia. Logo, estes valores, estes atributos devem ser revelados em nossas ações no mundo.
É isso que devemos fazer – confiar no Senhor – e levar outras pessoas a fazerem o mesmo.

Ajudar, amparar, socorrer, repartir o que temos, repartir a nossa vida.
 Oferecer ajuda. 
Oferecer socorro.
 Esta é maneira como devemos viver nos tempos difíceis.

Primeiro sermão na Pandemia - Salmos 90 - O Ser humano diante da Ira e da Misericórdia de Deus.

                      
Primeiro Sermão da Pandemia - pregado em 29 de março de 2020


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O SER HUMANO ALVO DA IRA E DA MISERICÓRDIA DE DEUS.

Salmos 90

1Senhor, tu tens sido o nosso refúgio,
de geração em geração.
2Antes que os montes nascessem
e se formassem a terra e o mundo,
de eternidade a eternidade, tu és Deus.
3Tu reduzes o homem ao pó
e dizes: Tornai, filhos dos homens.
4Pois mil anos, aos teus olhos,
são como o dia de ontem que se foi
e como a vigília da noite.
5Tu os arrastas na torrente, são como um sono,
como a relva que floresce de madrugada;
6de madrugada, viceja e floresce;
à tarde, murcha e seca.
7Pois somos consumidos pela tua ira
e pelo teu furor, conturbados.
8Diante de ti puseste as nossas iniquidades
e, sob a luz do teu rosto, os nossos pecados ocultos.
9Pois todos os nossos dias se passam na tua ira;
acabam-se os nossos anos como um breve pensamento.
10Os dias da nossa vida sobem a setenta anos
ou, em havendo vigor, a oitenta;
neste caso, o melhor deles é canseira e enfado,
porque tudo passa rapidamente, e nós voamos.
11Quem conhece o poder da tua ira?
E a tua cólera, segundo o temor que te é devido?
12Ensina-nos a contar os nossos dias,
para que alcancemos coração sábio.
13Volta-te, Senhor! Até quando?
Tem compaixão dos teus servos.
14Sacia-nos de manhã com a tua benignidade,
para que cantemos de júbilo
e nos alegremos todos os nossos dias.
15Alegra-nos por tantos dias quantos nos tens afligido,
por tantos anos quantos suportamos a adversidade.
16Aos teus servos apareçam as tuas obras,
e a seus filhos, a tua glória.
17Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus;
confirma sobre nós as obras das nossas mãos,
sim, confirma a obra das nossas mãos.

 Este salmo expõe a perplexidade do ser humano quando pensa na grandeza de Deus diante de sua transitoriedade e insuficiência.

Neste salmo um homem amadurecido, experiente, com a idade já mais avançada, faz um inventário da vida humana, a partir da sua própria vida e compara a si mesmo, o ser seu finito comparados com a eternidade de Deus.

Ele então, entende que a única via para não negar o valor da vida, é reconhecer a grandeza de Deus, e que a vida pertence a Deus e só tem sentido com ele. Ele da noção de Deus como criador, o grande Deus criador de tudo, e chega à dimensão divina onde ele cuida pessoalmente do ser humano necessitado.  O salmo inicia com o louvor a Deus como criador (vs 1,2). Em seguida ele faz um contraste entre a eternidade de Deus e a transitoriedade do ser humano (vs 2.6). Na sequência, ele traz a oposição entre a vontade humana e a vontade divina (vs 7-12) e finalmente, ele traz um elogio da alma à graça e misericórdia divina.

I – O SENHOR É CRIADOR E PROTETOR  - v. 1 SENHOR, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração. 2 Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus.  

 Nestes dois primeiros versos temos a síntese de como o povo do Antigo Testamento via a Deus. Como um Deus eterno, mas pessoal. O Deus majestoso, mas que cuida dos necessitados, aflitos que nele buscam refúgio. Ele é o Senhor, o Eterno, o grande, o criador de todas as coisas – mas que abriga aquele que o procura e o tem como Deus.

Este é o chão firme sob os pés, quando o ser humano na sua infinitude necessidade de defronta com a transitoriedade da vida.  Sem esta fé na existência de Deus. Sem esta pessoalidade de Deus, o ser humano não encontraria em Deus aquilo que este salmo encontra – que somos, pertencemos a ele para o obedecer, mas também para dele desfrutar.

II – O SENHOR É ETERNO, O SER HUMANO É TRANSITÓRIO – VS 3-6 / 3 Tu reduzes o homem à destruição; e dizes: Volvei, filhos dos homens. 4 Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou, e como a vigília da noite.5 Tu os levas como corrente de água; são como um sono; são como a erva que cresce de madrugada; 6 de madrugada, cresce e floresce; à tarde, corta-se e seca.

No verso 3 quando diz -  reduzes o homem à destruição é – reduzes o homem ao pó. É Deus quem o cria, e é ele quem o reduz ao pó. Por isso a pergunta, quem é o homem diante da grandeza de Deus. Só resta reconhecê-lo como Deus. Por isso, o apelo -  volvei, filhos dos homens – voltem-se para ele.

No verso 4 temos a soberania sobre o tempo, pois tudo o que é humano é pequeno. Mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou, e como a vigília da noite. Tal fato humilha o orgulho humano, os projetos humanos, pois qualquer projeto ou projeção humana não passam de um pequeno detalhe diante da eternidade.

O verso 5 e o 6 mostra a realidade definitiva de como as coisas são se vistas apenas do ponto de vista humanos.

 5 Tu os levas como corrente de água; são como um sono; são como a erva que cresce de madrugada; 6 de madrugada, cresce e floresce; à tarde, corta-se e seca.

Mas vistos do ponto de vista divinos dá pra ver as verdadeiras realidades da vida. Se a vida fosse vista desta perspectiva, valorizaríamos o que realmente tem valor. Daríamos valor aquilo que realmente traz virtudes em si.

III – O SER HUMANO É PECADOR E O PECADO ATRAI A IRA DE DEUS - VS 7-12

7 Pois somos consumidos pela tua ira e pelo teu furor somos angustiados. 8 Diante de ti puseste as nossas iniquidades; os nossos pecados ocultos, à luz do teu rosto.9 Pois todos os nossos dias vão passando na tua indignação; acabam-se os nossos anos como um conto ligeiro. 10 A duração da nossa vida é de setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o melhor deles é canseira e enfado, pois passa rapidamente, e nós voamos. 11 Quem conhece o poder da tua ira? E a tua cólera, segundo o temor que te é devido? 12 Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos coração sábio.

Os versos 7 e 8 – demonstram que todos os problemas do ser humano é devido ao pecado -  Pois somos consumidos pela tua ira e pelo teu furor somos angustiados. O ser humano é um pecador, e isso já foi declarado anteriormente. A transitoriedade do ser humano é devido à sua própria natureza, ele é um pecador. Ele pecou contra Deus. O pecado é a causa das  angústias do ser humano.

Os versos 9 e 10 mostram como a vida seria desesperadora analisada apenas em si mesmo a e a partir de si mesma. 9 Pois todos os nossos dias vão passando na tua indignação; acabam-se os nossos anos como um conto ligeiro. 10 A duração da nossa vida é de setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o melhor deles é canseira e enfado, pois passa rapidamente, e nós voamos.

Por isso, necessitamos ver a vida não como apenas passageira. Não apenas como aqui e agora – mas com a esperança da eternidade. Os versos 11 e 12 – nos ensinam que somente por meio da Palavra de Deus, entendemos que Deus é favorável a nós - 11 Quem conhece o poder da tua ira? E a tua cólera, segundo o temor que te é devido? 12 Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos coração sábio.

A partir da ressurreição do Senhor Jesus temos esta perspectiva, esta esperança, esta alegria em viver na presença de Deus.

 IV -  O DEUS DA IRA É O DEUS DA GRAÇA E DA MISERICÓRDIA VS 13 – 17 / 13 Volta-te para nós, SENHOR; até quando? E aplaca-te para com os teus servos. 14 Sacia-nos de madrugada com a tua benignidade, para que nos regozijemos e nos alegremos todos os nossos dias. 15 Alegra-nos pelos dias em que nos afligiste, e pelos anos em que vimos o mal. 16 Apareça a tua obra aos teus servos, e a tua glória, sobre seus filhos. 17 E seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus; e confirma sobre nós a obra das nossas mãos; sim, confirma a obra das nossas mãos.

Este apelo – volta-te para nós – é a transformação da ira em misericórdia. O Deus da ira é o Deus da misericórdia.

O verso 13 é a invocação da misericórdia de Deus e uma afirmação de que não podemos dar conta nós mesmos de nossa vida. Somos inteiramente necessitados do Senhor.

O verso 14 é uma afirmação de que necessitamos da graça de Deus para tudo. A graça de Deus se constitui o apoio, o conteúdo e o que dá sentido à vida.

Irmãos, o apelo – sacia-nos de madrugada – significa que cada dia começa de novo -  as misericórdias e a fidelidade de Deus – renovam-se a cada manhã e renovam-nos a cada manhã.

O verso 15  - Alegra-nos pelos dias em que nos afligiste, e pelos anos em que vimos o mal. Nos mostra que o perdão de nossos pecados nos devolvem a alegria plena. O juízo é superado pela graça e pela misericórdia.

Nos versos 16 e 17 nos traz uma luz sobre a verdade de que a graça de Deus confere conteúdo e sentido à obra humana.  Vendo a vida sob a  luz da Palavra, o que é passageiro,  ganha durabilidade pois é feito para a glória de Deus. O que é pobre ganha o valor divino. O que era absurdo converte-se em algo com significado. O que estava perdido, não fica na perdição. O que estava sob juízo agora é justificado.

E precisamos entender estes dois atributos divinos – Ira e misericórdia.

Onde a ira e a misericórdia de Deus atuam? No ser humano pecador.

Onde a ira e a misericórdia de Deus forma demonstradas? Na cruz de Cristo.

Jesus foi alvo da ira de Deus – pois na cruz ele foi julgado em nosso lugar.

Mas foi na cruz que a misericórdia de Deu transbordou para os pecadores.

 

segunda-feira, 25 de abril de 2022

OS REINOS DO MUNDO PERTENCEM AO FILHO DE DEUS. Salmos 02

 Pregado em 23 de junho de 2019


OS REINOS DO MUNDO PERTENCEM AO FILHO DE DEUS.

Salmo 2 

1 Por que se enfurecem os gentios e os povos imaginam coisas vãs? 2 Os reis da terra se levantam, e os príncipes conspiram contra o SENHOR e contra o seu Ungido, dizendo: 3 Rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas. 4 Ri-se aquele que habita nos céus; o Senhor zomba deles. 5 Na sua ira, a seu tempo, lhes há de falar e no seu furor os confundirá.6 Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião. 7 Proclamarei o decreto do SENHOR: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei. 8 Pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua possessão.9 Com vara de ferro as regerás e as despedaçarás como um vaso de oleiro.10 Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos advertir, juízes da terra.11 Servi ao SENHOR com temor e alegrai-vos nele com tremor.12 Beijai o Filho para que se não irrite, e não pereçais no caminho; porque dentro em pouco se lhe inflamará a ira. Bem-aventurados todos os que nele se refugiam.

A soberania de Deus governa o mundo em sua plenitude.

Este Salmo é um dos que é conhecido como Salmos Reais que comemoravam a entronização de um Rei. O Rei em Israel era uma antecipação do Reinado do Messias. Este Salmo, também é um Salmo conhecido como Messiânico e é o primeiro a mencionar o termo “Ungido” ou “Messias”. O Rei governava debaixo do governo do verdadeiro Rei. O Rei que não entendia isto, que na verdade ele era um subgovernante, debaixo do verdadeiro governo do Soberano, era um rei ímpio. Por isso, todos os governos da terra são ímpios, porque não governam debaixo da Lei de Deus. Os reis da Terra, ou seja, os sistemas humanos são rebeldes e sua rebelião é contra Deus. O Salmo também mostra que a rebelião contra Deus é contra o seu Ungido que é Jesus. O mundo foi criado para ser conduzido ao Filho. Ao reinado do Filho. Toda a história humana é o palco da ação de Deus. Calvino - Como o reino de Cristo é de paz e esta paz flui para o mundo que é alcançado, devido à perversidade e malícia humanas, porém, ele jamais sai da obscuridade para se tornar público sem que surjam distúrbios. Por isso, não é surpresa, nem incomum se o mundo começa a enraivecer-se tão logo se erija um trono para Cristo.

 A história humana é uma história de pecado e rebelião. Este Salmo traz este diagnóstico. Este Salmo mostra, portanto, o grito da rebelião humana, a reação divina e a revelação dos propósitos divinos para o mundo e para a história do mundo.

I - O GRITO DA REBELIÃO HUMANA É CONTRA O GOVERNO DIVINO – VS 1-3

1 – Os governos humanos são manifestações de rebelião contra o domínio soberano de Deus na história – VS 1-2

A rebelião humana é a rebelião do pecado contra Deus. É a rebelião de não aceitar o governo divino, os padrões divinos. É a busca da autonomia.

2 – Todo o projeto humano é de autonomia com relação à soberania de Deus – v.3

Os povos da terra não querem um Deus Santo. Eles querem um ídolo que aceitem seus pecados. Eles querem um deus tolerante. Eles querem um Deus complacente. Eles querem um deus que os aceite como eles são.

II - A REAÇÃO DIVINA É DE DESPREZO ANTES DO JUÍZO - VS 4-6

1 - O TERRÍVEL RISO DIVINO É MANIFESTÇÃO DE DESPREZO PELA AMBIÇÃO HUMANA – V.4

A reação divina é em primeiro lugar é de desprezo. O Salmo atribui o riso ao soberano celeste e não é um riso compassivo. Em outros dois salmos pode-se ver o riso de Deus

Sl 37.11 - 13 –Mas os mansos herdarão a terra e se deleitarão na abundância de paz. 12 Trama o ímpio contra o justo e contra ele ringe os dentes. 13 Rir-se-á dele o Senhor, pois vê estar-se aproximando o seu dia.

Sl 39. 5 Tu, SENHOR, Deus dos Exércitos, és o Deus de Israel; desperta, pois, e vem de encontro a todas as nações; não te compadeças de nenhum dos que traiçoeiramente praticam a iniquidade. 6 Ao anoitecer, uivam como cães, à volta da cidade. 7 Alardeiam de boca; em seus lábios há espadas. Pois dizem eles: Quem há que nos escute? 8 Mas tu, SENHOR, te rirás deles; zombarás de todas as nações.

Calvino - Se Deus não estende imediatamente sua mão contra os ímpios, é porque hoje é o tempo de rir-se.

2 - O TERRÍVEL JUÍZO DIVINO É A MANISFESTAÇÃO DE SUA JUSTIÇA E SANTIDADE CONTRA O PECADO DA AMBIÇÃO HUMANA - VS-5-6

Deus governa de Sião que seu trono e tem em Jerusalém sua identificação temporal e visível. Sião é visto como portador da vontade divina  superior à história. o juízo divino é sua reação ao pecado das nações.

III - DEUS GOVERNA O MUNDO E A HISTÓRIA PARA UM FIM - VS 7-9

Estes versos mostram que o eterno penetra no história, no temporal para dar um sentido ao mundo e à história do mundo. o mundo tem um sentido e um propósito que é a glória de Deus. Este decreto - Tu és meu filho, hoje te gerei - e citado em Hebreus com referência à ressurreição de Cristo que foi o dia em a natureza divina de Cristo foi atestada definitivamente para o mundo.

1 - O Mundo foi feito para Cristo - v.7-8

Calvino - Como a majestade de Deus tem resplandecido em seu unigênito Filho, assim o Pai não será temido nem adorado senão na pessoa do Filho.

As nações são herança do Senhor e não estão soltas por si mesmas e a si mesmas. A história do mundo não de autonomia, mas Deus conduz tudo para um fim.

2 - O governo divino é por meio de Cristo - v.9

Calvino - Portanto, todos aqueles que não se submetem à autoridade de Cristo, fazem guerra contra Deus. Visto que a Deus apraz governar-nos pela mão de seu próprio filho, aqueles que se recusam a obedecer o próprio Cristo negam a autoridade de Deus, e lhe é inútil fazer uma profissão de fé diferente.

o governo de Cristo agora é preliminar e culminará com o seu governo vindouro que elimina as nações ímpias.

IV- O GOVERNO DE CRISTO É O ÚNICO GOVERNO IDEAL - VS 10 -12

Todo o raciocínio do Salmo é mostrar que diante da insurreição do mundo ímpio, que atrás do rei de São está Deus, o Pai como realidade vida, como único dominador e verdadeiro Senhor do mundo, que dirige tudo com vontade infalível.

1 - Deus chama as nações ao arrependimento - v.10

Os governantes do mundo deveriam se submeter ao governo e à Lei de Deus.

Calvino - A rebeldia do mundo caído, se pudesse baniria Deus do trono. Os inimigos de Cristo quando se veem compelidos a reconhecerem sua autoridade, o reputam como uma humilhação degradante como se a máxima desgraça abatesse sobre eles.

2 - A única alternativa contra o juizo seria a submissão das nações á Cristo - v. 11-12

Esta é a tônica de todo o AT e também do Apocalipse.  Os reis da terra deveriam entender isso e tirar a única conclusão possível e sensata - submeter-se ao Todo Poderoso e servi-lo com temor e tremor.

Beijar é filho é reconhecer e adorar ao Filho de Deus.

a preocupação última do Salmo é o reconhecimento de Deus como Senhor do mundo.

Não deixa pairar dúvida nenhuma sobre a seriedade da situação da humanidade diante de Deus.

Só há vida na atitude do temor de Deus. Quem não teme a Deus, perde a vida no final, pois está sob o juízo de Deus., está sob a ira de Deus.

o interesse de todo o Salmo é que Deus é o Senhor e seja reconhecido como tal.

A ira de Deus é uma ameaça, uma sombra que paira sobre aqueles que o desprezam, enquanto sua ajuda, seu socorro aguarda e guarda aqueles que procuram refúgio diante dele. Aqueles que agradam o filho, agradam o Pai.

O Novo Testamento aplicou a Jesus este Salmo - At 13.33; Hb1.5 e 5.5

Veja os contrates das atitudes das nações no inicio do Salmo com o chamado divino no final.

Se amotinam - Sejam sensatos, prudentes

Planejam uma rebelião - deixem-se corrigir.

Fazem aliança contra Deus - Sirvam com temor

Conspiram contra o reino do Filho- beijem o filho

Gregorio de Nissa - Aqueles que desprezavam a Lei de Deus foram chamados ao reino que domina todos os reinos. Aqueles que viviam sem Deus tornaram-se herdeiros de Deus pela fé naquele que foi gerado de Deus e ungido para reinar sobre eles. Também eles renascem como reis. com seu cetro de ferro, ou seja, com seu poder invencível, rompe o que neles é argila e barro e os transforma em natureza gloriosa e incorruptível.

Este Salmo então se aplica a nós nos trazendo esperança.

Este Salmo se aplica a nós para que não nos apeguemos à ideologias pagãs, mundanas, secularistas, ateístas, humanistas e sem sentido escatológicos.

Calvino - Ainda que neste tempo nos seja necessário chorarmos, não nos entreguemos à amargura e tristeza, sim, enxuguemos nossas lágrimas como resultado da revelação deste texto, sabendo que Deus não é conivente com  a perversidade de seus inimigos como que movido por indolência e debilidade, mas porque por enquanto ele deve enfrentar a insolência deles com completo desprezo.

O que precisamos entender sobre Deus - A paciência, a tolerância, a benignidade de Deus, não é placidez, nem inatividade.

Sua ira inflamada não é falta de controle. Seu riso não é crueldade. Sua compaixão não é sentimentalismo.

O salmo termina com a graça anunciada. o que as nações e as pessoas do mundo interpretam como servidão, é,  na realidade segurança e felicidade. Não há refúgio contra ele, mas refúgio nele.

Se o mundo entendesse que as Leis de Deus transformariam o mundo em um mundo abençoado, todos se curvariam diante de Deus e o mundo seria um mundo de obediência à sua Lei.

 

VIVER COM PACIÊNCIA, ESPERANÇA E PERSEVERANÇA – Romanos 8.18-25

  Pregado em 03 de maio de 2020 sexto sermão na Pademia                                                                                     ...