sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Série Sobre o Pai Nosso, 7º Sermão - Perdoa as Nossas Dívidas - Exposição do Breve Catecismo - Pergunta 107

Pregado em 17 de Junho de 2018 na Capela Missional - Igreja Cristã de Confissão Reformada - em Porto Alegre



PERGUNTA 105. Pelo que oramos na quinta petição?
R. Na quinta petição, que é: "E perdoa-nos as nossas dividas, assim como nós também perdoamos aos nossos devedores", pedimos que Deus, por amor de Cristo, nos perdoe gratuitamente os nossos pecados, o que somos animados a pedir, porque, pela Sua graça somos habilitados a perdoar de coração ao nosso próximo.
Oração do Pai nosso.

         O ENSINO BÍBLICO SOBRE O PERDÃO -  Mateus 18.15-35
15 Se teu irmão pecar [contra ti], vai argüi-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. 16 Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça. 17 E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano. 18 Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra terá sido ligado nos céus, e tudo o que desligardes na terra terá sido desligado nos céus. 19 Em verdade também vos digo que, se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que, porventura, pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai, que está nos céus. 20 Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles. 21 Então, Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes? 22 Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete. 23 Por isso, o reino dos céus é semelhante a um rei que resolveu ajustar contas com os seus servos. 24 E, passando a fazê-lo, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. 25 Não tendo ele, porém, com que pagar, ordenou o senhor que fosse vendido ele, a mulher, os filhos e tudo quanto possuía e que a dívida fosse paga. 26 Então, o servo, prostrando-se reverente, rogou: Sê paciente comigo, e tudo te pagarei. 27 E o senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida. 28 Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem denários; e, agarrando-o, o sufocava, dizendo: Paga-me o que me deves. 29 Então, o seu conservo, caindo-lhe aos pés, lhe implorava: Sê paciente comigo, e te pagarei. 30 Ele, entretanto, não quis; antes, indo-se, o lançou na prisão, até que saldasse a dívida. 31 Vendo os seus companheiros o que se havia passado, entristeceram-se muito e foram relatar ao seu senhor tudo que acontecera. 32 Então, o seu senhor, chamando-o, lhe disse: Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste; 33 não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti? 34 E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida. 35 Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão.

Perdoar é uma reação natural a quem já teve todos os pecados perdoados por Deus, pela morte de Cristo na Cruz.

Todo pecado que cometemos é um divida para com Deus – não uma dívida a alguém como nós – mas com o Deus que é absolutamente santo. Todo pecado é contra o ser santo de Deus.
Todos nós estamos endividados, a menos que Jesus Cristo já tenha pago esta dívida. E somente quem já tem a Jesus Cristo como salvador de sua vida – já tem um substituto que pagou a dívida. Jesus Cristo na cruz, foi  a graça de Deus por seus filhos – portanto, graciosamente, ele mesmo providenciou o perdão de nossas dívidas – ou seja de nossos pecados.
Existem pessoas que já tiveram seus pecados perdoados e sua infinita divida paga. Existem pessoas que já experimentaram o perdão divino – não são mais devedores.
O que aconteceu? Deus em sua infinita misericórdia, aceitou o sacrifício de seu próprio filho como preço pago a ele por todos as nossas dívidas – ou seja – nossos pecados.
Já experimentamos o perdão – devemos nos sentir perdoados.
Esta é a base – o fundamento do perdão com que devemos perdoar – 70x 7 – nosso irmão. É nosso dever perdoar sempre – mas – sempre é sempre? Devemos perdoar a todos? O nosso perdão deve ser baseado no perdão divino.
O perdão divino é fruto de sua misericórdia, bondade, benevolência, compaixão – graça. O perdão divino é condicionado ao arrependimento de quem peca. Deus leva aquele a quem ele deseja perdoar ao arrependimento. O perdão divino é definitivo – ele cancela a divida totalmente – mas não é incondicional.
O perdão divino exige que o preço seja pago. Todo pecado precisa ser pago. Todo pecado, todo pecador precisa ser castigado – ele é Santo.
O Senhor Jesus Cristo sofreu o castigo de quem Deus quer perdoar. Ou seja, o perdão divino quando acontece, acontece porque Deus colocou esta divida sobre o preço pago por Jesus. O castigo é anulado porque Jesus sofreu o castigo no lugar do perdoado.
Vejamos as lições do texto:
1 - O PERDÃO EXIGE CONFRONTAÇÃO
15 Se teu irmão pecar [contra ti], vai ter com ele, entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão.16 Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça.17 E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano.
Lucas 17. 3 Acautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe. 4 Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe.
2 - O PERDÃO É DOM CELESTIAL NA IGREJA
18 Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra terá sido ligado nos céus, e tudo o que desligardes na terra terá sido desligado nos céus.19 Em verdade também vos digo que, se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que, porventura, pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai, que está nos céus.20 Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.
3 - O PERDÃO É INFINITO – OU – DEVEMOS PERDOAR SEMPRE
21 Então, Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?22 Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete.
4 - O PERDÃO TEM ORIGEM EM DEUS – TODOS NÓS SOMOS DEVEDORES A DEUS.
23 Por isso, o reino dos céus é semelhante a um rei que resolveu ajustar contas com os seus servos.
24 E, passando a fazê-lo, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos.
5 - NENHUM DE NÓS PODE PAGAR, SEJA SUA PRÓPRIA DIVIDA, SEJA DE SEU IRMÃO – MAS, TAL DIVIDA TEM DE SER PAGA.
25 Não tendo ele, porém, com que pagar, ordenou o senhor que fosse vendido ele, a mulher, os filhos e tudo quanto possuía e que a dívida fosse paga.
26 Então, o servo, prostrando-se reverente, rogou: Sê paciente comigo, e tudo te pagarei.
6 - POR MEIO DO SACRIFICIO PROPICIATÓRIO, A DIVIDA FOI PAGA PARA AQUELES QUE RECEBEM ESTA GRAÇA.
27 E o senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida.
7 - SEM A GRAÇA, NÃO AGIMOS COM MESMA MISERICÓRDIA COM QUE DEUS AGIU CONOSCO.
28 Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem denários; e, agarrando-o, o sufocava, dizendo: Paga-me o que me deves. 29 Então, o seu conservo, caindo-lhe aos pés, lhe implorava: Sê paciente comigo, e te pagarei. 30 Ele, entretanto, não quis; antes, indo-se, o lançou na prisão, até que saldasse a dívida. 31 Vendo os seus companheiros o que se havia passado, entristeceram-se muito e foram relatar ao seu senhor tudo que acontecera.
8 - AQUELE QUE EXPERIMENTA A GRAÇA, NÃO DEVERIA TER TANTA DIFICULDADE EM PERDOAR, VISTO QUE SABE QUE DEUS A QUEM ELE TINHA UM DIVIDA INFINITA E IMPAGÁVEL, CANCELOU SUA DÍVIDA.
32 Então, o seu senhor, chamando-o, lhe disse: Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste;
33 não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti?
9 - A ALEGRIA DE ESTAR PERDOADO SÓ SENTE PLENAMENTE  AQUELE QUE ESTÁ DISPOSTO A PERDOAR OS PECADOS QUE FORAM COMETIDOS CONTRA ELE.
34 E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida.
35 Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão.
Duas lições principais – em primeiro lugar devemos no coração perdoar. Isso é, não desejar o mal e não desejar vingança. Nem vingança indireta, muito menos direta.
Agostinho diz que devemos perdoar quem nos deve inclusive dinheiro. Porque a pessoa que não paga, não paga porque é pobre. Pobre duas vezes: Não paga porque não tem como pagar ou avarento, que é uma pobreza pior.
O que não está correto é o ensino do perdão terapêutico. Aquele do perdoar para sentir-se bem. Perdoar pra não carregar a pessoa. O perdão é misericórdia com a pessoa que errou. Também não é para deixar a pessoa livre. O perdão é uma resposta à misericórdia divina que nos perdoou, não incondicionalmente, mas com a condição do prego pago por Jesus na cruz.
Se alguém pecou contra ti – Se possível confronte ela no seu erro. Se ela se arrepender – feito – ganhou ela.
Se alguém pecou contra ti – de forma grave – E ela for confrontada e ela não reconhecer o erro e você seguir o que a Bíblia diz como foi ensinado – deixe-a em paz – mas siga as seguintes aplicações:
Se alguém pecou contra ti – não deseje te vingar. Vingança direta.
Se alguém pecou contra ti – não deseje que a pessoa se dê mal – vingança indireta.
Se alguém pecou contra ti – não negue socorro se ela necessitar.
Se alguém pecou contra ti – jamais diga: deixa assim, está tudo bem. Isso não é ajudar. Isso não é pregar e aplicar o Evangelho.

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