Pregado em 15 de julho de 2018 - na Capela Missional - Igreja Cristã de Confissão Reformada em Porto Alegre
2º – PONTO – ELEIÇÃO INCONDICIONAL
A ELEIÇÃO DE
JACÓ COMO MODELO DA ELEIÇÃO DOS SALVOS. RM 9.9-23
A doutrina da graça soberana nos ensina que a
escolha divina, a eleição é o fundamento de todas as bênçãos que recebemos em
Cristo.
Os Cinco Pontos do Calvinismo como é conhecido tem na Tulipa seu símbolo - Tulip em inglês. Usando as letras da Tulip chegou-se à definição de cada uma das doutrinas essenciais do calvinismo, conhecidas como - Os Cinco Pontos do Calvinismo .
Esses Cinco Pontos são:
T - Total Depravity - Depravação Total
U - Unconditional Election - Eleição Incondicional
L - Limited Atonement - Expiação Limitada
I - Irresistible Grace - Graça Irresistível
P - Perseverance of the Saints - Perseverança dos Santos
Quanto a maiores detalhes - ver sermão anterior.
Todas as
dádivas, benefícios, bênçãos ou ações de Deus para a salvação dos pecadores
podem ser resumidas numa palavra. Graça.
As doutrinas
da graça são as doutrinas que tratam da salvação providenciada por Deus por
meio de Jesus Cristo.
A graça é
soberana, porque vem de Deus. Deus é o Deus de toda graça.
A graça é este amor
eterno de Deus transbordando para suas criaturas. Visto que a graça é desde a
eternidade, o texto nos ensina que a nossa eleição é desde a eternidade e que é
o fundamento de todas as bênçãos subsequentes.
Como a eleição é a graça
manifestada e transbordada, ela é demonstrada na pessoa de Jesus Cristo que é o
fundamento eterno da graça e da salvação.
Foi na cruz que ele historicamente
demonstrou o amor de Deus.
A eleição é um decreto de nossa salvação, mas não é
o decreto divino que nos salva, e sim a obra de Cristo na cruz. O decreto não é
o meio da salvação, mas sim o sacrifício de Jesus.
Esta palavra tem o objetivo
de nos levar à uma verdadeira, profunda e comprometedora adoração a Deus – por
isso vamos estudar a nossa salvação, estudando o caso da eleição de Jacó –
Baseado no texto de Romanos 9.9-16.
I - A ELEIÇÃO INCONDICIONAL EVIDENCIADA EM JACÓ - vs 11 ao 16
1 - DEUS
ESCOLHEU A JACÓ ANTES DE ELE NASCER. “ainda não eram o gêmeos
nascidos...”v.11
Jacó não
tinha razões para despertar a atenção de Deus. Jacó não tinha nenhum mérito.
Ele já nasceu grudado no calcanhar de seu irmão. Conhecido como enganador.
Enganou seu irmão e seu pai. Jacó foi escolhido antes de nascer – antes de
praticar obras boas que o justificasse. Assim aconteceu conosco. A nossa luta é
tentar achar algo em nós pra justificar nossa salvação. Deus amou Jacó,
assim como nos ama. A causa do amor de Deus por nós, não está em nós mesmos.
Deus ama
objetos de sua ira. A ira de Deus é por causa de sua santidade. A
santidade de Deus o leva a reagir e abominar o pecado. a nossa ira é pecaminosa
e ira de Deus é santa.– Deus mesmo nos salva de sua ira. Esta é a graça de Deus
2 – DEUS ESCOLHEU
A JACÓ DE FORMA INCONDICIONAL. v.11 - nem tinham praticado o bem ou
o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por
obras, mas por aquele que chama),
Nós sabemos
que depois que eles cresceram Jacó não era nenhum exemplo de pessoa. Não havia
nenhuma condição em Jacó de ser aceito e abençoado.
O povo de
Israel no Egito não tinha a mínima condição de salvar a si mesmos de lá. Deus
teve que intervir. *2 Tm 1.8-10. Não
te envergonhes, portanto, do testemunho de nosso Senhor, nem do seu
encarcerado, que sou eu; pelo contrário, participa comigo dos sofrimentos, a
favor do evangelho, segundo o poder de Deus, 9 que nos salvou e nos
chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua
própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos
eternos,
Antes dos
tempos eternos – esta é a história da graça. Soberana e eterna.
3 – A ELEIÇÃO
DE JACÓ, NÃO FOI BASEADA NUMA PREVISÃO DE QUE ELE FUTURAMENTE
CORRESPONDERIA ÀS EXPECTATIVAS DIVINAS – VS.12-16 12 - já
fora dito a ela: O mais velho será servo do mais moço.
13 - Como está escrito: Amei Jacó,
porém me aborreci de Esaú.
14 - Que diremos, pois? Há
injustiça da parte de Deus? De modo nenhum!
15 - Pois ele diz a Moisés: Terei
misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me
aprouver ter compaixão.
Deus escolheu
Jacó por sua graça e misericórdia. Esta escolha foi graça divina, graça
soberana.
4 – A ELEIÇÃO
DE JACÓ TEVE POR FUNDAMENTO O PRÓPRIO DEUS E NÃO JACÓ.
V. 16 - Assim, pois, não depende de quem
quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia.
Assim
necessariamente devemos chegar a algumas conclusões sobre a eleição de Jacó:
– DEUS NÃO
ESCOLHEU A JACÓ POR CAUSA DOS PRIVILÉGIOS LEGAIS. Esaú era o mais velho.
– DEUS NÃO
ESCOLHEU JACÓ POR CAUSA DE SEU CARÁTER – todos sabemos como era o caráter de
Jacó. Deus não escolheu a Jacó porque seu caráter era justo , bom e santo. Jacó
não era o mais correto.
– DEUS NÃO
ESCOLHEU JACÓ POR CAUSA DE BOAS OBRAS – não por causa de boas obras, mas para
boas obras. O crente cresce em manifestação de boas obras – não como meios de
sermos justificados, mas como manifestação de nossa justificação.
– DEUS NÃO
ESCOLHEU JACÓ POR CAUSA DE SUA VIDA SANTA – A salvação não é por causa de nossa
santidade, mas para a santidade. Para a santificação. A santificação tira nosso
prazer pelo pecado.
– DEUS NÃO
ESCOLHEU JACÓ POR CAUSA DE SUA FÉ. A salvação não por causa da fé – mas para a
fé. A fé é fruto da regeneração. Quando nascemos de novo começamos a crer. Ef
2.8-9 - Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem
de vós; é dom de Deus; 9 não de obras, para que ninguém se glorie.
Se hoje temos
fé é graça de Deus.
2 cor 4.5,6
-Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós
mesmos como vossos servos, por amor de Jesus.6 Porque Deus, que disse: Das
trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para
iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo.
Deus
ilumina nossa mente para crermos em Jesus. A fé é resultado e fruto de nossa
salvação.
– DEUS NÃO
ESCOLHEU JACÓ POR CAUSA DE SUA OBEDIÊNCIA. Somos rebeldes contra Deus.
Queremos um Deus que possamos controlar. 1 Pe 1.2 eleitos, segundo a
presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a
aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas.
Nenhum de nós
foi escolhido porque obedecia. Jacó não foi escolhido porque obedeceu. Israel
não foi escolhido porque obedecia. Somos escolhidos para a obediência. Somos
escolhidos para obedecer. Nos vamos aprendendo a obedecer. É Deus que nos leva
a obediência. Quando ele escolhe ele providencia todos os meios para a
fidelidade daquela pessoa. Sem estes meios não há como alguém corresponder a
Deus. Isso é "Monergismo." Tudo o que necessitamos para nossa
salvação está em Deus. Não há recursos em nós mesmos, por outro lado, recursos
suficientes encontram-se nele. A capacidade de obedecer a Deus é uma dádiva
divina. Não está em nós, somos rebeldes por natureza.
O que vale
para a eleição de Jacó vale para nossa. Jacó é usado como exemplo para explicar
a eleição incondicional de Deus.
Isto está
claro nos versos seguintes.
II – E ELEIÇÃO INCONDICIONAL E A GLÓRIA DE DEUS - vs 17 a 23
1 - A ELEIÇÃO EVIDENCIA SUA SOBERANIA.
v.17 Porque a Escritura diz a Faraó:
Para isto mesmo te levantei, para mostrar em ti o meu poder e para que o meu
nome seja anunciado por toda a terra.
18 Logo, tem ele misericórdia de
quem quer e também endurece a quem lhe apraz.
2 - A ELEIÇÃO EVIDENCIA A SUA VONTADE
IRRESISTÍVEL.
v.19 Tu, porém, me dirás: De que se
queixa ele ainda? Pois quem jamais resistiu à sua vontade?
3 - A ELEIÇÃO EVIDENCIA O DIREITO
ABSOLUTO DO CRIADOR SOBRE SUA CRIATURA
v.20 Quem és tu, ó homem, para discutires
com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste
assim?
v.21 Ou não tem o oleiro direito
sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para
desonra?
4 - A ELEIÇÃO EVIDENCIA A LONGANIMIDADE
DE DEUS COM OS REPROVADOS
v.22 Que diremos, pois, se Deus,
querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita
longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição,
5 - A ELEIÇÃO EVIDENCIA O PROPÓSITO DE
DEUS NA VIDA DOS ELEITOS, QUE É A GLÓRIA DE DEUS.
v.23 a fim de que também desse a
conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão,
Diante disso
sabendo como foi a eleição de Jacó e a nossa só resta cairmos diante de Deus em
profunda adoração à ele.
Esta doutrina
deve nos levar agora ao reconhecimento de que somos indignos aos seus olhos.
Não é pra gerar conforto em nós – mas compreendermos que sendo confrontados com
a manifestação da espantosa graça divina, a única resposta justificável é adoração
e não explicação. Não conforto, mas segurança. Não conforto, mas certeza
de que a segurança de nossa salvação, não são nossos méritos, mas os de Cristo
na cruz. O cristão necessita saber que sua fé descansa completamente
sobre a obra de Deus, sobre a obra de Cristo na cruz – e não sobre o fundamento
inseguro de qualquer coisa que se encontre em si mesmo.
- Você
descansa em quê? Seria na sua fé frágil, no seu comportamento cristão, na sua
ética, no culto que você presta, na sua fidelidade aos compromissos financeiros
com a igreja, no seu histórico de vida? Não frágeis estas coisas? Estas coisas
são suficientes para garantir sua salvação?
- Como você
poderia reagir à esta doutrina? Será possível você levá-la para o seu dia a
dia, para suas decisões, para suas crises, para suas dores, para suas
carências, para o seu momento de festa, seu momento de dor e até para seus
piores ou melhores momentos?
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