terça-feira, 28 de novembro de 2017

O VOCABULÁRIO DA GRAÇA - Efésios 1.3-6

Série - Identidade da Igreja
Pregado em 07 de agosto de 2016




As riquezas da Graça de Deus.

Efésios 1.3-6 
Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, /  assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor /  nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade,/ 
para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado,

As doutrinas bíblicas são explicadas nas Escrituras - por termos que expressam as riquezas da graça de Deus.
 
Deus Pai é o que age por iniciativa soberana. Ele não criou o universo para completar-se a si mesmo. Não criou os exércitos celestes por necessidade de ajuda. Não criou o ser humano por que necessitava ser amado livremente, como alguns afirmam. O texto nos diz que tudo foi de acordo com seu “beneplácito”, sua vontade soberana e boa.
Falando especificamente sobre o plano de redenção,  Ele tomou iniciativa de vir ao nosso encontro porque não tínhamos por nós mesmos a força suficiente, ou, melhor, força nenhuma para realizarmos a nossa salvação.
 É por isso que a salvação é dom de Deus. Existem alguns estudiosos, que ensinam a chamada “Teologia Aberta” (Open Theology), que ensinam que Deus está construindo o futuro, e que necessita de nossa ajuda para chegar ao alvo final. 
Em outras palavras, Deus não conseguirá sozinho. 
Ele é uma espécie de arquiteto e nós os obreiros, e assim como numa obra, o arquiteto não constrói, mas os construtores, não haverá futuro se não ajudarmos a Deus. 
Nesta ideia, Deus até quer vencer o mal, mas não consegue, por isso conta conosco, para ‘algum dia” conseguir. Outros dizem que Deus depende e espera a decisão humana para executar seus planos.
Na verdade, não é assim, pois Deus é soberano e nossa cooperação como obreiros é uma ato soberano de graça e misericórdia em nosso favor. 
Ele nos chama para sermos seus obreiros na igreja. Quanto aos atos divinos, ele é suficiente em si mesmo.
Os verbos que descrevem a ação de Deus no texto lido, estão num tempo  grego chamado aoristo, que significa atos realizados no passado. 
É ato concluído. 
Não é que ele está construindo ou fazendo.
 1 - BENÇÃOS ESPIRITUAIS “(...) nos abençoou com toda as bênçãos espirituais nas regiões celestes” ( v. 3 ). Nos “abençoou” significa que Deus  “ nos tornou benditos”. Não é uma referência estrita a bênçãos materiais, mas a “espirituais”. As materiais podem vir, mas não necessárias e obrigatoriamente. A grande benção se dá nas “regiões celestes”. 
O estar assentado nas regiões celestes com Cristo, significa a nossa posição como redimidos, é o status dos filhos de Deus (1.20.). 
É uma consequência da salvação, ou seja, não estamos mais perdidos, condenados e julgados, mas somos agora cidadãos do céu (2.6).
 2 – ELEIÇÃO - ELEGEU - “(...)” nos elegeu nele antes da fundação do mundo” (v.4).
 A eleição é um ato soberano de Deus Pai. O ser humano, enquanto criatura caída, não pode basear-se em si mesmo para chegar-se a Deus e ser aceito por ele, pois ele mesmo sendo pecador,  não é o fundamento da salvação. Ele é livre para rejeitar , mas, ao se aproximar de Deus, ele percebe que Deus oferece gratuitamente a salvação. A eleição como ato de Deus quer mostrar que a iniciativa pertence a Deus, que não nos chamou por causa dos nossos méritos, mas impulsionado pelo amor que sente pelos perdidos.
3 – PREDESTINAÇÃO – PREDESTINOU -  “(...)” nos predestinou”(v.5).
Literalmente, em grego, é “decidir previamente”, então pré-ordenar ou predeterminar. Deus não é pego de surpresas. Ele sabe “desde a eternidade” todas as coisas e, baseado neste conhecimento eterno, ele sabe quem vai e quem não vai ser salvo. Ele não predestinou no sentido de ter inflexivelmente determinado a salvação de uns e a perdição de outros.
4 - GRAÇA - “(...) sua graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado” (v.6).
Ele nos deu a graça “gratuitamente” em Jesus, o qual foi o meio da manifestação da graça de deus entre nós. A salvação vem pela graça de Deus; é um dom dele por meio de Jesus. 
É pela graça, porque nós não merecemos nada do que ele faz por nós.
 A obra de Deus é plena de propósitos para a vida do crente e da igreja. Ele nos “elegeu (...) para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor” (v.4). A eleição não foi apenas para a salvação, mas para a santidade de vida. Somos santos diante “dele”, e isto é possível porque fazemos “em amor” e não por meio de listas de deveres legalistas. 
A nossa vida de santidade não pode ser encarada como obrigação, mas por amor. 
Ele também nos “predestinou para sermos filhos de adoção (...) para si mesmo” ( v.5 ).
Ele quer que todos cheguem ao conhecimento e entrem
 numa relação de Pai para filho e vivam para Ele. 
O alvo de Deus é que tenhamos comunhão plena 
com Ele e vivamos “para o louvor da glória da sua graça” (v.6).
 Uma vida de santidade, comunhão e louvor, isto é o que deseja Deus para cada um de nós.
A salvação é um presente. A salvação nos foi dada como graça divina gratuita, em troca de nada. Mas, resulta na feitura de uma pessoa tornada graciosa aos olhos do Senhor. A graça tem como objetivo transformar pessoas inimigas de Deus em filhos de Deus. Pessoas condenadas em seres celestiais glorificados. Pessoas caídas em herdeiras com Cristo das coisas celestiais.
 COMO VIVER ESTAS VERDADES BÍBLICAS.
1 - A maior benção da salvação é estar em Cristo. Por isso vivemos
 abençoados, porque podemos viver acima das coisas passageiras da vida e nos fixarmos mais nas coisas celestes (ver Col 3.1-2).
2 – Sabendo que fomos escolhidos por Deus, devemos viver para o propósito para o qual fomos chamados – nos santificar e sermos irrepreensíveis.
3 – Sabendo que somos predestinados em amor, devemos responder e corresponde a este amor divino com nossa  adoração a Deus e vivermos com Deus e para Deus.


4 – A graça de Deus nos torna agradáveis a Deus e por isso devemos viver de modo agradável a Deus em correspondência à graça recebida gratuitamente.

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