Pregado em 31 de julho de 2016
4 - assim como nos escolheu, nele, antes da
fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor 5 - nos predestinou para ele, para a adoção de
filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, 6 - para louvor da glória de sua graça, que ele nos
concedeu gratuitamente no Amado,
Se não houvesse o chamado eterno, ninguém olharia para o céu em busca de salvação.
A primeira benção mencionada no verso 3 é a eleição. A
eleição é a doutrina que nos ensina que o crente é escolhido antes da fundação
do mundo. É também a doutrina da predestinação que ensina que fomos escolhidos
para sermos filhos de Deus.
"Nos escolheu, nos predestinou" - Não tem como alterar o significado destas palavras escolhidas pelo Espírito Santo.
Esta escolha divina, esta eleição é baseada no amor
soberano de Deus que ele manifestou em Cristo – ao ser este enviado para
executar, tornar possível esta eleição ou predestinação que é a salvação dos
salvos.
A eleição ou predestinação é o propósito de Deus e
este propósito é apresentado não como sendo desta terra, mas do céu, pois já
existia antes da fundação do mundo. Segundo Calvino, “a eleição é o fundamento
e a primeira causa de todas as bênçãos.
O autor indica que a intenção de Deus para a salvação
dos salvos precede a criação do mundo e o processo da história. Poderíamos
dizer que a história existe por causa dos salvos. A história é o palco de Deus
executando seu plano eterno.
Deus nos escolheu antes de termos sido criados, para
sermos redimidos mediante a obra de Cristo que ainda não ocorrera. Esta é a
maravilha da extraordinária da graça eletiva de Deus.
Deus colocou a nós e a Cristo juntos no mesmo decreto.
Resolveu ou decretou tornar-nos – antes do mundo existir – seus próprios filhos
através da obra redentora de Cristo – que ainda não estava realizada..
Esta escolha é fruto de seu favor imerecido – visto
que nos escolheu – para sermos santos e irrepreensíveis perante ele – o que
mostra que nós - quando ele nos escolheu, éramos ímpios e culpados, e que não
merecíamos a adoção, mas o julgamento. Depois ele diz “e em amor nos
predestinou para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo ...”
Alguns irmãos acham uma afronta a doutrina da eleição
e dizem: “não fui eu quem escolheu a Deus?” – a resposta é: “sim, foi e
livremente, mas somente porque Deus o escolheu para isso antes do mundo
existir”.
O termo "escolheu" traz o sentido original de "selecionar", "enumerar. Segundo a Chave Linguística do NT de Rienecker e Rogers - "A raiz indica enumeração, e preposição prefixada no original indica a rejeição de alguns e a aceitação de outros."
A expressão "antes da fundação do mundo", indica deste a eternidade". O termo "predestinou", não há dúvidas, significa no original, na intenção original, antes da tradução - delimitar fronteiras, dar o destino antes, preordenar.
O texto fala de beneplácito, de vontade soberana, bom prazer, satisfação.
"A eleição e predestinação de Deus são um ato livre do amor de Deus que é fundamentado totalmente no próprio Deus e não há nada fora dele que contribua com qualquer coisa" Gaugler (conforme citado por Rienecker e Rogers).
O verso 6 e suas expressões nos fala da demonstração mais impressionante da exclusiva graça de Deus.
A eleição é a única possibilidade de salvação para alguém, que se deixado à sua própria escolha jamais escolheria a santificação, a pureza e a vida irrepreensível que deve caracterizar aquele que é salvo.
Aquele que não ouvir o chamado eterno, jamais olhará para o céu.
A DEFINIÇÃO DESTA DOUTRINA
I – A ELEIÇÃO É PESSOAL E É EM CRISTO.
Deus no seu decreto, colocou cada salvo e Cristo
juntos. Cristo morreu em para salvar pecadores, perdidos e condenados – Deus
elegeu pecadores, perdidos e condenados para crer na obra de Cristo.
II – A ELEIÇÃO É PARA A SALVAÇÃO ETERNA.
A eleição é Deus escolhendo indivíduos para crer no
Evangelho. Na prática esta decisão é pessoal, é um crer em Cristo – um crer no
Evangelho. Mas este chamado é muito mais do que para crer no Evangelho, mas
possuir as realidades espirituais do Evangelho. A vida eterna é a maior benção
do Evangelho.
Quando porém nos cremos, descobrimos que cremos porque
fomos escolhidos, amados, chamados para sermos santificados e finalmente
glorificados.
III – A ELEIÇÃO NÃO É MERA PRESCIÊNCIA, MAS CONHECIMENTO
DE DEUS DAQUILO QUE ELE DECRETOU.
Este Deus não diz que Deus simplesmente “previu” que a
salvação aconteceria – mas que ele “preordenou”. Em Romanos 8.29, diz que Deus
conheceu os salvos de antemão – isso significa que Deus os amou de antemão.
Fixou neles o seu coração desde a eternidade.
O texto diz que ele “em amor nos predestinou...”
IV – A ELEIÇÃO TEM COMO FUNDAMENTO A VONTADE DIVINA -
segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça,
que ele nos concedeu gratuitamente no Amado”.
Não é sobre o mérito humano ou pela fé prevista. Ou
seja, Deus não nos escolheu porque viu em nós méritos ou previu que teríamos
méritos. Não nos escolheu porque tínhamos fé, nem porque previu que teríamos
fé. Ele nos levou à fé. Ele nos leva à
práticas de boas obras.
Não é uma salvação por – mas uma salvação para. Não
porque tínhamos alguma coisa, mas para termos tudo.
V - A ELEIÇÃO É
UM PROPÓSITO DIVINO, PARA SUA GLÓRIA.
É isto que o verso 6 nos diz.
Não podemos dizer que é algo arbitrário – porque é
baseada segundo um propósito final – como está no verso 11.
É de acordo com a vontade de Deus. Com o seu
beneplácito, em conformidade com aquilo que lhe mais agradável. O seu
beneplácito é sua vontade amorosa. Sua vontade fruto de sua bem-aventurança
eterna. Sua perfeição.
A APLICAÇÃO DESTA DOUTRINA
1 – O conhecimento desta doutrina deve nos levar à
adoração a Deus.
Ele é o Bendito Deus que nos abençoa, que nos salva,
que nos escolhe, que nos tira do pecado e da perdição eterna.
2 – O conhecimento desta doutrina deve servir de
incentivo à santidade de não uma desculpa ao pecado.
Ele nos escolheu para sermos filhos – para sermos
santos e inculpáveis. É um encorajamento à santidade. O alvo é nossa perfeição.
Impõe-nos a necessidade de uma vida santa, porque a santidade é o alvo. Aqui
que começa a nossa santificação. O nosso desejo de separar-nos para Deus.
3 – O conhecimento desta doutrina é um incentivo é um
estimulo à humildade e não um motivo para orgulho.
Deve nos levar à justiça e não ao pecado. Deve nos
levar à gratidão e adoração. Deve nos levar à evangelização e não ao
isolamento. Deve nos levar ao sentimento de que somos pecadores redimidos e
salvos que sem a escolha divina permaneceríamos em nosso estado de pecado e
perdição.
4 – O conhecimento desta doutrina é um conforto e não
um incentivo à acomodação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário