quinta-feira, 30 de novembro de 2017

SOBRE O CREDO - "Foi crucificado, morto e sepultado; desceu ao Inferno."

Pregado em 23 de outubro de 2016

 


                                 Credo Apostólico - Sermão 10


  JESUS NO GETSÊMANI,  O CÁLICE DA IRA DE DEUS 
Marcos 14.32-41
32 Então, foram a um lugar chamado Getsêmani; ali chegados, disse Jesus a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou orar. /  33 E, levando consigo a Pedro, Tiago e João, começou a sentir-se tomado de pavor e de angústia.34 E lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai.35 E, adiantando-se um pouco, prostrou-se em terra; e orava para que, se possível, lhe fosse poupada aquela hora.36 E dizia: Aba, Pai, tudo te é possível; passa de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, e sim o que tu queres. 37 Voltando, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Simão, tu dormes? Não pudeste vigiar nem uma hora?38 Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.39 Retirando-se de novo, orou repetindo as mesmas palavras.40 Voltando, achou-os outra vez dormindo, porque os seus olhos estavam pesados; e não sabiam o que lhe responder.41 E veio pela terceira vez e disse-lhes: Ainda dormis e repousais! Basta! Chegou a hora; o Filho do Homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores.
No Getsêmani Jesus começou a sofreu na alma todas as angústias dos condenados pelo pecado, para que eles pudessem ser salvos das angústias eternas da condenação.  Jesus no jardim do Getsemani, sofreu a maior das agonias, porque sobre ele seria descarregada a ira de Deus, contra o pecado de toda a humanidade que ele estava levando. Esta agonia é inexplicável. Não sabemos descrever o que seja agonia. Somente quem já sentiu sabe explicar. O sentimento de Jesus no Getsemani, nos é apresentado de diversas maneiras pelos evangelistas. Em Lucas, é uma consternação pavorosa. Ele estava consternado, apavorado, horrorizado.
Lucas 22.44 – “E estando em agonia, orava mais intensamente, e o seu suor se tornou como gotas de sangue.” Em Mateus, a ideia é de uma perturbação misturada com tristeza profunda.
Mateus 26.38 – “A minha alma está profundamente triste até a morte.”
 A gente sabe o que é ter a mente perturbada. Não conseguimos nos aquietar.
Em Marcos, ele está assombrado, com o espírito horrorizado, um momento de horror, como se um sombra pavorosa viesse sobre ele. Getsemani, quer dizer: lugar onde a azeitona é prensada. A alma de Jesus também estava sentindo tudo isto por causa do cálice que teria que beber.
  ELE VIVEU INTENSAMENTE A MAIOR EXPERIÊNCIA DE ESCURIDÃO – V. 33 “ começou a sentir-se tomado de pavor e angústia” -( Salmo 22.1-22 ).
 Ele enfrentou em si mesmo a maior experiência de angústia. V.34 “ a minha alma está profundamente triste até a morte.”

Catecismo de Heidelberg - Pergunta  44. Por que se acrescenta: "desceu ao inferno"?
R. Porque meu Senhor Jesus Cristo sofreu, principalmente na cruz inexprimíveis angústias, dores e terrores. Por isso, até nas minhas mais duras tentações, tenho a certeza de que Ele me libertou da angústia e do tormento do inferno.

ELE ABRIU MÃO DE SUA VONTADE V. 35-36 “ prostrou-se em terra; orava para que, se possível, lhe fosse poupada aquela hora. E dizia: Aba, Pai, tudo te é possível; passa de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, e sim o que tu queres.”
 – não a vontade de não ir para a cruz.  Esta era a sua vontade – mas ele não desejava enfrentar a ira de Deus. Mas enfrentou-a de forma voluntária, por amor ao Pai e amor aos salvos.
ELE SABIA QUE EXPERIMENTARIA A MAIOR DE TODAS AS DORES – AS DORES DIVINAS E HUMANAS. V.36 
O verdadeiro cálice não eram as dores físicas. Ele não temia as dores do calvário. Ele não era um fraco. Ele era um forte. Sua presença era forte, sua mão era forte, sua voz era forte. Ele não era menor do que aqueles foram condenados á morte antes e depois dele. Jesus não era menor do que aqueles heróis da fé de

Hb 11.36-38 - 36 outros, por sua vez, passaram pela prova de escárnios e açoites, sim, até de algemas e prisões.37 Foram apedrejados, provados, serrados pelo meio, mortos a fio de espada; andaram peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos, maltratados 38 (homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos antros da terra.
O cálice que Jesus temia, o motivo da angustia de Jesus era a Ira, o juízo de Deus. O cálice era a ausência de Deus, das trevas sobre a alma que aconteceria na cruz. Desde este momento no Getsmêmani, Jesus viveu o que conhecemos como a Paixão de Cristo.

ELE DECIDIU POR AMOR AO PAI, FAZER ATÉ O FIM A VONTADE DO PAI. SUA DECISÃO GLORIFICOU AO PAI. V.41 “Chegou a hora; o Filho do Homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores.” -
 
Como nos identificamos com o Getsêmani?
1 – TAMBÉM NÓS EM ALGUMAS FASES DA VIDA ATRAVESSAMOS A ESCURIDÃO.
Assim como Jesus, também em determinados momentos temos a alma prensada. São momentos em que enfrentamos a escuridão na alma. É nosso Getsemani. Um desses tempos é quando lutamos contra a vontade de Deus. Fazer a vontade de Deus significa abrir mão de certos direitos, de coisas que julgamos importantes.muitas e muitas vezes, Deus nos pressiona dizendo: quero fazer a minha vontade em tua vida.
Acontece também quando lutamos batalhas espirituais. Temos, então o nosso getsemani, onde sentimos nossa alma prensada. Onde nos sentimos no escuro. Cristo é a presença certa nestes nossos momentos.
2- QUANDO ESTIVERMOS NO GETSEMANI, DEVEMOS ENFRENTAR NOSSA PRÓPRIA ANGUSTIA, A MAIOR ANGUSTIA NÃO SENTIREMOS, PORQUE HOUVE UM SUBSTITUTO. Ninguém pode passar por este processo em nosso lugar. Como Jesus, oramos, sofremos sozinhos...e mesmo que totalmente sozinhos, estamos salvos, porque não é o sofrimento da condenação, neste sentido houve um substituto.  Alguém pode interceder por nós, mas não nos substituir. Alguém pode sentar ao nosso lado, mas ninguém pode fazer nada por nós. Não podemos nos salvar do getsêmani, o custo, seria perder a benção. O  deserto para onde Deus nos manda é nossa benção. Ele é nossa maior benção. O nosso maior bem.
3- NOS MOMENTOS DO GETSEMANI E DE ANGUSTIA, DEVEMOS ABRIR MÃO DE NOSSA PRÓPRIA VONTADE. Durante esta prova de decisão, antes de tudo, há uma batalha entre duas vontades. A nossa e a de Deus. Podemos implorar e barganhar, mas no final das contas – se quisermos sair vitoriosos devemos entregar a ele o controle de nossa vontade.
4- ACEITANDO A VONTADE DE DEUS, VENCEMOS O EGOISMO DE NOSSOS PLANOS E ENTENDEMOS QUE DEVEMOS VIVER PARA A GLÓRIA DE DEUS.
Muitas pessoas sofrem a dor do seu próprio egoísmo.
Muitos estão buscando a felicidade a qualquer custo. Deus não quer em primeiro lugar neste mundo nos dar felicidade, mas santidade. Assim com Jesus, no Getsemani, a única maneira de cumprir o propósito de Deus é dizer como Jesus: “não se faça a minha vontade mas a tua” . “não como eu quero, mas como tu queres”.
As perguntas que eu tenho que fazer:
Será que minhas metas não são frutos de meu egoísmo? Será que minhas decisões não são baseadas em egoísmo? Será que minha vida não está sendo construída só para satisfazer minha própria vontade?
Será que estou procurando saber a vontade de Deus para minha vida.
Será que eu posso dizer em qualquer circunstância: “não a minha vontade, Senhor, mas a tua”? 
 

SOBRE O CREDO - "Padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi cruficado, morto e sepultado."


Pregado em 16 de outubro de 2016

                           Credo Apostólico - Sermão 10
 

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NA CRUZ, JESUS EXPERIMENTOU A CONDENAÇÃO AO INFERNO EM NOSSO LUGAR.
MT 26.36-46 e 27.46
Jesus sofreu sozinho, porque ninguém poderia sofrer o sofrimento substitutivo por todos os atingidos pela queda e pelas dores causadas pelo pecado.
Estes versos falam da agonia de Jesus no Getsêmani. Quando ele entra no jardim, a tristeza o abate.
Ali começa sua paixão. Ali, Deus começou a feri-lo, ali ele foi moído por nós. Era o momento de sua angustia. Não se tratava, porém, de nenhuma dor corporal ou tormento exterior.
Não era também um conflito interior, nem com o Pai. Não era desespero, nem desconfiança. A sua angustia tinha as seguintes razões:
1- ELE ESTAVA EMPENHADO CONTRA OS PODERES DAS TREVAS.
Ele estava enfrentando a oposição das trevas. 
 Jesus disse: “ Esta é a hora das trevas reinarem” Lc 22.53
A pressão dos poderes das trevas era muito grande. Os terrores das forças malignas geravam dores e angustias em Jesus. O diabo sabia que Jesus viera para salvar e resgatar pecadores e queria impedi-los.
Jesus veio para nos resgatar como um grande vencedor.
Colossenses 2.13-15 - 13 E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos;14 tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz;15 e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz.
2- ELE ESTAVA LEVANDO A INIQUIDADE DE MUITOS.
As iniquidades do mundo seriam lançadas sobre Jesus. O Pai havia posto esta missão para ele. Os sofrimentos que iria padecer era por nossos pecados.
Muitos hoje, sofrem por seus próprios erros, seus pecados, suas ignorâncias, seus erros, suas escolhas e suas más obras.  Jesus, estava sofrendo porque estava obedecendo ao Pai, renunciando à sua própria vontade.
3- ELE ESTAVA TENDO UMA VISÃO CLARA E PLENA DE TODOS OS SOFRIMENTOS QUE O AGUARDAVAM.
Ele conhecia antecipadamente a traição de Judas, a negação de Pedro, a maldade e ingratidão dos judeus.
A morte em seu aspecto mais aterrador, a morte com toda a sua pompa e seus terrores se lançava em seu rosto.
A morte substituta por nós seria o pagamento para alcançar para nós o perdão pelos nossos pecados. Ele sabia também como seria amargo o cálice da ira de Deus que ele teria que beber.
 
4- ELE TINHA CONHECIMENTO QUE AO ENFRENTAR TUDO ISSO, ELE NÃO RECEBERIA AJUDA NENHUMA, DE NINGUÉM.
Seu sacrifício não seria como os outros. Não haveria a misericórdia de Deus, nem a graça especial que é derramada sobre os mártires.
É verdade que os mártires sofreram e sofrem por Cristo. Os mártires sofrem e morrem, mas ao entregar a vida, eles recebem a ajuda de Cristo, o poder de Deus. Com Jesus foi bem diferente:
a. Ele não teria o apoio e o consolo que os mártires desfrutavam, porque se negou a receber esta ajuda.
Ele não estava morrendo, sofrendo como um justo, mas como pecado.
b. Os sofrimentos de Jesus eram de natureza diferente dos mártires. Sobre as cruzes dos santos se pronunciava uma benção que lhes dava animo, para que se alegrassem mesmo no suplicio  (Mt 5.10,12).
Mas Cristo na cruz, leva a maldição, a nossa maldição (Gl 3.13).
Debaixo do peso daquela cruz, se sentia cheio de tristeza e maldição,e esta maldição da cruz era o fundamento da alegria das cruzes dos demais.
Os testemunhos nos falam da alegria nas arenas, nas fogueiras e nas cruzes dos cristãos que foram martirizados. Jesus, portanto, suportou a noite sozinho. Sem apoio, sem amigos , sem companhia, sem a benção e sem Deus.
É isto que significa que Jesus desceu ao inferno. Não foi que ele desceu a algum lugar, mas foi a intensidade da dor.
Catecismo de Heidelberg - Pergunta  44. Por que se acrescenta: "desceu ao inferno"?
R. Porque meu Senhor Jesus Cristo sofreu, principalmente na cruz inexprimíveis angústias, dores e terrores. Por isso, até nas minhas mais duras tentações, tenho a certeza de que Ele me libertou da angústia e do tormento do inferno.

 A intensidade da condenação que ele sofreu. Ele sofreu a condenação de todos os salvos. Ele sofreu a dor que todos deveriam sentir. Ele sentiu a ira que todos mereciam. Ele substituiu a todos os salvos. Recebeu a condenação de todos os salvos. Ele nos substituiu. Sofreu a condenação que era nossa. Foi pra cruz que era nossa.
Por isso, temos a possibilidade da benção em nossa vida. No nosso sofrimento não seremos abandonados.
Nenhum sofrimento nosso é em vão. Nossas dores, ele levou, por isso, hoje temos a graça, temos a benção. Temos a certeza de que sofrimento algum, luta alguma, cruz alguma pode nos vencer. Nada tem poder para nos separar da benção final (Rom 8.31-39).
Como não crer em Jesus? Como não seguir a Jesus?
APLICAÇÕES PRÁTICAS
1 – Sabendo que Jesus lutou contra as trevas eu vou me identificar todos os dias nesta luta, pois sei que nele sou um vencedor.
2 – Sabendo que Jesus levou minhas iniquidades, vou aceitar sua provisão para vencer o pecado em minha vida.
3 – Sabendo que Jesus sofreu sabendo o que ia sofrer, eu vou viver na consciência do seu amor por mim.
4 - Sabendo o que Jesus sofreu por mim, eu preciso segui-lo, por amor, pois por amor ele fez tudo por mim.

SOBRE O CREDO - "Foi concebido por obra do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria."

 
Pregado em 16 de outubro de 2016
                         Credo Apostólico - Sermão nº 09
 

 
 
AS DUAS NATUREZAS DE CRISTO – PERFEITAMENTE DEUS – PERFEITAMENTE HUMANO.
Efésios 1.9-12 - 9 desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, 10 de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra;11 nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade,12 a fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo;
 João 1.1-2 - 1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. 2 Ele estava no princípio com Deus.

A plenitude do tempo, é o tempo na história onde Deus vem ao mundo na pessoa de Jesus. Na pessoa de Jesus, Deus veio ao mundo. Ele era Deus, se fazendo humano. A ortodoxia teológica ensina esta verdade.
O Senhor Jesus unia em si mesmo as duas naturezas. Ele era perfeitamente humano e perfeitamente divino. Ele em sua encarnação se fez  Deus humano – humano divino.
Jesus era o verbo, que estava com Deus e que era Deus. Ele foi Deus que se fez humano. Ele não era apenas parecido com um ser humano. Ele era um ser humano de verdade, de carne e sangue, como qualquer um de nós. Ele nasceu de uma mulher e cresceu como qualquer outra criança. Quando cresceu se tornou um carpinteiro numa pequena idade judia, era bem conhecido dos seus vizinhos. Cresceu em uma família de quatro irmãos e tinha irmãs (Mc 6.3). Ele foi um homem real na história, viveu de modo simples. Nunca viajou muito longe de sua cidade natal. Nunca foi um líder de um grande grupo, nem político, nem militar. Mas ele foi um homem diferente de todos os que já viveram. Ninguém pode ser comparado a Jesus Cristo. Ele se destaca sozinho na história. Seu nascimento de uma virgem, sua vida sem pecado, seu caráter santo, seu amor incomparável, seus muitos milagres, seu poder sobre todas as coisas, sua morte sacrificial, sua ressurreição vitoriosa e sua ascensão corpórea ao céu nos dizem uma coisa: jamais houve um homem como esse. Jesus é um homem que é Deus. Ele é Deus que se tornou humano.
Ele é o Filho de Deus, a Segunda Pessoa da Trindade, é verdadeiro e eterno Deus, da mesma substância do Pai e igual ao Pai, pois assim o Pai o determinou.
Quando chegou a plenitude do tempo, o tempo da redenção, que era um plano eterno, O Filho tomou sobre si a natureza humana com todas as suas propriedades essenciais e fraquezas que era comuns a um ser humano. Como era Filho de Deus, gerado pelo Pai, era sem pecado, ou seja, mesmo se tornando um ser humano, sua natureza era sem pecado. Sendo concebido no ventre da virgem Maria, ganhou a substância dela e herdou dela uma natureza humana com suas fragilidades. Assim, ele possuía duas naturezas, divina e humana, plenas, completas, inteiras, mas distintas – A Divindade e a humanidade – foram inseparavelmente unidas em uma só pessoa, sem conversão uma à outra – ou seja, sem uma se tornar a outra, sem composição ou confusão.  Essa pessoa, Jesus, é verdadeiro Deus e verdadeiro homem; Filho de Deus e Filho do homem – É o Cristo, o único mediador entre Deus e o homem, podendo representar a Deus entre os homens, pois era Deus; podendo representar os homens diante de Deus, pois era homem. O Senhor Jesus tendo natureza divina, revestiu-se de humanidade, sem contudo, deixar jamais de ser divino. Ele, em sua natureza humana unida à divina, era santo, portanto e reunia em si a essência da humanidade e da Divindade, por isso foi Deus Pleno e homem pleno.
Porque Jesus tinha de ser assim.
O SALVADOR SÓ PODERIA SER UM SER UM HUMANO.
O nosso representante precisar ser humano, por que? Porque somos humanos. Foi o ser humano que caiu; é o ser humano que é pecador. É o ser humano que por causa do pecado estava em desgraça. Foi a raça humana que caiu. Logo não poderia ser um anjo  por exemplo.
Hebreus 2.17 – “convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo.” O nosso representante tinha de ser um de nós. Por isso, o “verbo se fez carne e habitou entre nós”.
O SALVADOR DEVERIA CUMPRIR A LEI.
O pecado é a quebra da lei de Deus. Quem quebra um ponto só da lei se torna culpado de quebrar toda a Lei.
Tiago 2.10 “ Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos.” Como pecadores quebramos a Lei de Deus e nos tornamos culpados e quem quebra a Lei de Deus – recebe a maldição da Lei. É condenado pela Lei. Como nosso representante ele veio para cumprir a Lei em nosso lugar. Como nosso representante ele cumpriu a Lei em nosso lugar. A sua obediência perfeita  à Lei  nos livra da maldição e da condenação da Lei. Ele foi inclusive morto por aplicação da Lei – tudo como nosso perfeito substituto.
 Romanos 10.4 – “ Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê.’
 Gálatas 2.16 - “  sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado.”
Gálatas 2.19 – “Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo;
Gálatas 2.20 – “logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.”
Ele levou nossa culpa e nossa punição. Ele tinha de ser humano, caso contrário, não poderia levar nossa culpa e nossa punição e não poderia ter morrido, porque um anjo não pode morrer, Deus não pode morrer – ele morreu em nosso lugar.
O SALVADOR DEVERIA SER DEUS – PORQUE SÓ DEUS PODE SALVAR.
O nosso representante tinha de ser divino, porque, se não fosse Deus não poderia nos salvar. Se fosse apenas humano, a culpa e o peso de nossos pecados o teriam esmagado. O nosso fardo o mataria e o destruiria. A separação de Deus, quando a ira de Deus caía sobre ele, ira que era nossa – teria sido demais para ele.  Mas ele era Deus e também homem – a um só tempo Deus e homem – “o verbo se fez carne”. Ele não deixou de ser Deus, mas fez homem. As duas naturezas em uma só pessoa.
Que salvação temos – que salvador temos – que socorro temos – por ter sido assim.
Hebreus 2. 17,18 - “Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo. Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados.”
SOMENTE DEUS VINDO À NÓS, PODERÍAMOS IR À ELE.
O Senhor Jesus Cristo fez tudo isso pode nós. Ele conhece quem somos, conhece a nossa estrutura, porque esteve nela. Ele conhece  nossas tentações, a dificuldades que temos para batalhar contra o mundo, contra o diabo e contra o pecado. Ele conhece tudo sobre nós. Ele se misturou como os seres humanos. Ele experimentou todas as nossas limitações. Por isso quando formos ao trono da graça, podemos ir com ousadia e confiança.
Hebreus 4.15 “Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.” Hebreus 4.16 “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna.”
Hebreus 5.7 – “Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade,
5.8 - embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu
5.9 -  e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem”.
 
Que salvador nós temos! Que grande salvador.
Nossa humanidade com todas as fraquezas que ela carrega, como todas as limitações, com todos os pecados – tem um salvador para salvá-la. 
O salvador cumpriu a lei em teu lugar, logo você está livre da maldição e da condenação, e não  mais que cumprir a Lei para se  salvar, porque ele te salvou ao cumprir a lei.
Tua natureza caída não é o fim, porque Jesus é Deus e ele te transmite sua natureza divina, te fazendo nova criatura – te dando o novo nascimento – para que você possa vencer o pecado.
Ele que passou todas as limitações que você passa, está contigo, é poderoso para te socorrer e é poderoso para te salvar de todas as forma que você precisa ser salvo.

SOBRE O CREDO - "Nasceu da Virgem Maria..."


O Credo Apostólico - Sermão N.08
Pregado em 09 de outubro de 2016



O NASCIMENTO VIRGINAL DE JESUS
Efésios 1.9-12 - 9 desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, 10 de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra; / 11 nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade, 12 a fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo;
 
Lucas 1.26-35 - 26 No sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado, da parte de Deus, para uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, / 27 a uma virgem desposada com certo homem da casa de Davi, cujo nome era José; a virgem chamava-se Maria. / 28 E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Alegra-te, muito favorecida! O Senhor é contigo. / 29 Ela, porém, ao ouvir esta palavra, perturbou-se muito e pôs-se a pensar no que significaria esta saudação. / 30 Mas o anjo lhe disse: Maria, não temas; porque achaste graça diante de Deus. / 31 Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus. / 32 Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; / 33 ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim.34 Então, disse Maria ao anjo: Como será isto, pois não tenho relação com homem algum? 35 Respondeu-lhe o anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus.
O Nascimento Virginal de Cristo é ao mesmo tempo um juízo sobre a natureza humana incapaz de se auto redimir e o anúncio da redenção. 
O Senhor Jesus Cristo é o verbo que se fez carne. Ele é eterno. Ele é Deus eterno. Ele estava no princípio com Deus e era Deus (João 1.1-2). Esta é a doutrina da preexistência de Cristo. Desde a queda de Adão e Eva no Paraíso, quando o pecado entrou no mundo, Deus fez a promessa de redenção. Todo o Antigo Testamento é uma promessa da vinda do Redentor. Desde as vestes que Deus fez para cobrir o primeiro casal, o sacrifício de Abel, a Arca que salvou a família de Noé do dilúvio, o cordeiro que substituiu Isaque no altar, a vida de José que é traído pelos irmãos, depois salva sua família, os sacrifícios previstos na Lei de Moisés, tudo era o anúncio da vinda do redentor.
CONFISSÃO BELGA -  “Confessamos, então, que Deus cumpriu a promessa, feita aos pais antigos pela boca dos seus santos profetas, quando enviou ao mundo seu próprio, único e eterno Filho, no tempo determinado por Ele. Este assumiu a forma de servo e tornou-se semelhante aos homens, tomando realmente a verdadeira natureza humana com todas as suas fraquezas, mas sem o pecado. “
O nascimento de Cristo foi um ato soberano de Deus. Cremos que Deus em Deus, que existe na forma de três pessoas – O Pai, o Filho e o Espírito Santo.
O Pai enviou o Filho ao mundo, e o Filho foi gerado no útero de Maria pelo Espírito Santo. Este foi o milagre da concepção milagrosa de Jesus. 
CONFISSÃO BELGA – “Foi concebido no ventre da bem aventurada virgem Maria, pelo poder do Espírito Santo, sem intervenção do homem. E não somente tomou a natureza humana quanto ao corpo, mas também a verdadeira alma humana, para que fosse um verdadeiro homem. Pois, estando perdidos tanto a alma como o corpo, Ele devia tomar ambos para salvá-los.”
Portanto, o milagre do nascimento de Jesus, foi um ato divino colocando o Filho de Deus no mundo para o resgatar.
Hebreus 1.5-6 – “Pois a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei Pai, e ele me será Filho? E, novamente, ao introduzir o Primogênito no mundo, diz: E todos os anjos de Deus o adorem.”
O nascimento virginal de Jesus cumpre os propósitos de Deus, pois faz parte do Plano de Deus.
 Portanto, o nascimento virginal de Cristo cumpre quatro pressupostos.
1 – O NASCIMENTO VIRGINAL DE JESUS É UM MILAGRE DIVINO.
É um ato divino. Um anjo é enviado para anunciar a Maria que o Espírito Santo e envolveria e ela ficaria grávida por obra divina. Aquele que criou o ser humano, estaria agora, no útero de uma criatura sua. Assim, como tudo na Bíblia é uma história da salvação, assim como a própria é a Revelação sobrenatural de Deus, assim é o nascimento de Jesus. É um desafio ao nosso racionalismo. Se a nossa fé, parar aqui, não conseguiremos ir adiante e não poderemos crer nos milagres que se sucedem como a transformação da água em vinho, as curas milagrosas, paralíticos andando, cegos vendo, pecados sendo perdoados, pães sendo multiplicados, tempestade sendo acalmadas, mortos sendo ressuscitados como Lázaro, como o filho de uma viúva, e , principalmente, a ressurreição do próprio Senhor dentre os mortos. O nascimento virginal de Cristo é uma demonstração graciosa de Deus para todos nós. É o principio do Evangelho. É a primeira fé que temos que exercitar em Cristo.
2 – O NASCIMENTO VIRGINAL DE CRISTO FOI UM JULGAMENTO DE DEUS SOBRE E NATUREZA HUMANA E O ANUNCIO DA REDENÇÃO DA NATUREZA HUMANA.
A humanidade havia se perdido. “..tomou a natureza humana quanto ao corpo, também a verdadeira alma humana, para que fosse um verdadeiro homem. Pois, estando perdidos tanto a alma como o corpo, Ele devia tomar ambos para salvá-los.” Esta é a declaração da necessidade do redentor. A humanidade necessitando de um redentor, não poderia, ela mesma produzir este redentor. O redentor deveria vir de fora. Deus, assim como para Isaque, providencia um cordeiro, um redentor.
Karl Barth – “A natureza humana não possui capacidade de tornar-se a natureza humana de Jesus Cristo.”
Somente Deus, mesmo poderia tomar a iniciativa, e por meio de um milagre introduz seu filho no mundo. O ser humano necessitava de redenção e somente um ser humano poderia ser o representante da raça humana. Mas, por outro lado somente Deus poderia salvar o ser humano. O milagre é este, Jesus Cristo, tornou-se humano como o ser humano, mas era Deus como Deus.
3 – O NASCIMENTO VIRGINAL DE CRISTO É O ANUNCIO DA NOVA CRIAÇÃO REDIMIDA.
Este é o alvo da redenção, uma nova criação. O criador está redimindo a criação. Ele vem resgatar o ser humano de sua perdição. Toda a criação foi envolvida pela escuridão do pecado. A criação não pode suportar uma eternidade sem redenção.
Romanos 8.19-25
19 A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. 20 Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, / 21 na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. 22 Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora. / 23 E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo. / 24 Porque, na esperança, fomos salvos. Ora, esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera?25 Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos.”
Sem redenção, não há esperança nenhuma, nem para o ser humano, nem para criação. Tudo se envolveria num caos progressivo, até sua autodestruição. Por isso, Jesus ter vindo ao mundo é a manifestação da bondade máxima de Deus, seu beneplácito demonstrado em forma de redenção. Foi para isto que Jesus como filho de Deus veio ao mundo – na plenitude dos tempos – para que ele fosse o fator de convergência entre o criador e a criatura. Entre o criador e a criação. Entre a história humana e a eternidade.
4 – O NASCIMENTO VIRGINAL DE JESUS É O NASCIMENTO DO FILHO DE DEUS, CARREGANDO A NATUREZA HUMANA, SEM A NATUREZA PECAMINOSA.
Esta doutrina carrega outras duas doutrinas que são – a Filiação divina de Cristo e a Impecabilidade de Cristo. Jesus se fez ser humano, mas sua semente é divina. A natureza humana de Cristo, não existe por um só momento a não ser como a humanidade de Deus. Ele não se torna Deus no processo. Ele vem ao mundo como Filho de Deus. Ele nasce da Virgem, mas é concebido pelo Espírito Santo, logo sua natureza é santa. Não é o fato de Jesus não ter pai humano que o faz sem pecado, porque Maria também era pecadora. O fato é ele ser gerado pelo Espírito Santo. É uma geração totalmente a parte da vontade humana. Não foi obra do ser humano, mas uma obra divina em todos os sentidos. A natureza de Jesus não foi santificada pelo Espírito Santo, mas ele era santo em si mesmo. A santidade do ser humano somente é possível por uma ação divina, mas a santidade de Jesus é o princípio de sua existência. Ele tinha a substância de Maria, mas tinha a natureza do Pai, pois ele era o Filho de Deus.
Esta é a luz para nossa redenção. Este é o sentido da redenção. Não há esperança de redenção fora da Pessoa de Cristo. Não há redenção nenhuma sem a luz de Deus, sem Cristo.
Tudo o que ser humano mais quer é redenção e tudo o que ele procura é redenção. Veja a música de Bob Marley.
“Velhos piratas, sim, eles me roubaram / Me venderam para navios mercantes
Minutos depois de eles terem me tirado / Do poço sem fundo / Mas, minha mão foi fortalecida
Pela mão do Todo-Poderoso / Nós avançamos nessa geração / Triunfantemente
Você não vai me ajudar a cantar / Estas canções de liberdade?
Pois, tudo que eu sempre tenho / Canções de redenção
Canções de redenção
...Até quando vão matar nossos profetas/ Enquanto nós permanecemos de lado, olhando?
Alguns dizem que isso faz parte / Nós temos que cumprir o Livro
Ajude-me a cantar/ Estas canções de liberdade? / Pois, tudo que eu sempre tenho / Canções de redenção/ Canções de redenção.”
 Toda a redenção que necessitamos está em Cristo. Desde a mais elementar escravidão até a salvação final.
O pecado nos lançou em escuridões sem fim. Em becos, em sarjetas existenciais e morais. Nos perdemos sempre. Nossa mente, nossas decisões, nossos caminhos sempre nos levam à lugares sem saída. Cristo é nossa redenção.
Não há a mínima possibilidade de redenção em nós mesmos. Não vamos conseguir consertar as coisas. A redenção está em Jesus. Todas as redenções. Todas as redenções. A principal redenção foi anunciada na cruz - a redenção do pecado.

SOBRE O CREDO - "Creio em Jesus Cristo, seu único filho, nosso Senhor."


Pregado em 02 de outubro de 2016


                                   Sobre o Credo Apostólico - Sermão n.07
 
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                         A PESSOA DE CRISTO
IDENTIDADE ETERNA DE CRISTO E SUA MISSÃO    NO MUNDO.

João 1.1-5 -
1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
2 Ele estava no princípio com Deus.
3 Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.
4 A vida estava nele e a vida era a luz dos homens.
5 A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.

 Creio no Senhor Jesus Cristo, o unigênito Filho de Deus, gerado pelo Pai antes de todos os séculos, Deus de Deus, Luz da Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus” Credo de Niceia.
Estes primeiros versos do Evangelho de João, nos apresenta a maravilhosa pessoa de Jesus, sua identidade eterna e sua missão no mundo. É uma apresentação diferente dos outros evangelhos. Mateus – inicia apresentando os antepassados de Jesus.
Marcos – Inicia com a pregação de Jesus. Lucas – Narra os detalhes do nascimento de Jesus. João começa o seu Evangelho destacando a eternidade de Jesus. Ele mostra que antes de Jesus nascer como ser humano – Ele era eterno – ele estava com Deus – Ele era Deus. Esta é a Doutrina da Preexistência de Jesus. João, portanto, destaca a Doutrina da Divindade de Jesus. Por isso, ele chama Jesus de Logos. No português, Verbo ou Palavra. Logos, era a palavra que designava ou dava o sentido da realidade da vida. Logos, era a palavra viva. A palavra criara o mundo. Jesus é apresentado como o Logos – Verbo – era portanto, a Palavra eterna tornando-se humano. Verbo ou Palavra é a revelação de Deus e a Palavra ou Revelação tornou-se uma pessoa, um ser humano. “No princípio era o verbo, o verbo estava com Deus e o verbo era Deus.”
A ETERNIDADE DO LOGOS – JESUS É O PRINCÍPIO DE TUDO. “No princípio era o verbo, o verbo era Deus, o verbo estava com Deus...”
Ele era – ou seja, ele já existia no principio. Ele estava com Deus no princípio. A palavra princípio, significa o passado que não se pode medir, contar, descrever. Jesus, portanto, mais do que estar no princípio, ele é o princípio. Ele é, portanto, o fundamento de todas as coisas. É o fundamento de toda a verdade. Jesus existia desde o princípio – ou seja, ele nunca foi criado – ele é eterno. Antes de vir ao mundo, ele existia. Ele era antes de existir o mundo. Ele é o princípio de toda a criação e tudo o que existe foi criado por ele e para ele. Ele tem a primazia sobre toda a criação, por isso tudo é dele. Ele tem autoridade sobre tudo, pois antes de tudo ele já estava lá, e por ele e para ele, tudo foi criado.
A DIVINDADE DO LOGOS – JESUS É DEUS.  “...o verbo era Deus...”
Ele estava com Deus Pai, e ele era igual ao Pai. O Pai era Deus e o Verbo, Jesus também era Deus. Ele não é um anjo ou como os anjos. Ele é um ser superior. Ele é Deus – Deus eterno. Ele é Deus – não é apenas uma questão de crer que ele existe ou não. Isto não faz diferença para ele, mas para quem não crer nele, faz toda a diferença. Jesus é Deus – Deus existe e veio ao mundo, se manifestou  na pessoa real e histórica de Jesus. Aqui se revela a vaidade e a inutilidade, bem como a loucura dos ídolos. Os ídolos afastam as pessoas do Deus vivo – do Deus verdadeiro.
A OBRA CRIATIVA DO LOGOS – O PODER DIVINO DE  JESUS. “todas as coisas foram feita por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.” V.3
Jesus como a Palavra viva – como o logos, o verbo divino, fez-se humano – habitou entre nós, mas antes disso, ele estava como o Pai – inclusive participando da criação de todas as coisas. Tudo o que existe foi feito por ele. Foi feito também para ele. Nada existiria sem a criação do verbo que é Jesus. Toda a criação veio a existir por intermédio do verbo. Tudo foi criado por ele e para ele. Tudo o que você tem a mão dele, inclusive eu e você.  Ele é o criador – ele está na origem de tudo. Tudo veio a existir conforme ele quis. Ele é a fonte de nossa origem. Eu e você somos criação dele. Existimos por ele. Somos, portanto, por direito, dele. Por causa do pecado, nos tornamos pessoas caídas. Por isso nos distanciamos de Deus – mas ele veio para resgatar os pecadores – eu e você.
 A GLÓRIA DO LOGOS – A VITÓRIA DE JESUS SOBRE A ESCURIDÃO. “Nele estava a vida, e a vida era a luz a humanidade; e luz resplandeceu nas trevas e as trevas não prevaleceram contra ele” VS 4,5
Ele é a vida, vida principalmente no sentido eterno. *João 17.3 – Por isso, Jesus é quem pode dar sentido à existência humana.  Jesus é a vida que precisamos viver. Ninguém encontrará o verdadeiro sentido da existência fora de Jesus, pois ele é o princípio, o verbo, a vida vem dele. A nossa sede por sentido, por eternidade, vem dele. A vida significativa é a vida na luz. Vida na luz é a manifestação da vontade de Deus às pessoas. Andar na luz é andar com Jesus. *João 8.12 –Jesus é a luz que nos tira das trevas, da ignorância e do pecado. A humanidade caída, pois é isso que somos, seres caídos – atingidos pela corrupção total, que tornou nosso ser corrompido radicalmente.
O pecado trouxe escuridão ao ser humano. Desde a queda a humanidade ficou escravizada, escrava da escuridão. A nossa vontade foi escravizada. A vontade humana ficou sob trevas. Por isso escolhemos tão mal. Fazemos as piores escolhas possíveis. Mas Jesus veio ao mundo para iluminar nossas trevas. Esta é a glória dele – ele é a luz eterna nas nossas maiores trevas.
O pecado ao trazer a escuridão nos deixou cegos, a nossa cegueira, a nossa ignorância vem do pecado, do nosso ser corrompido – e cegos não vemos luz nenhuma, por isso tem horas que não conseguimos ter esperança. Cegos, não vemos a luz. Cegos, não vemos o amor de Deus. Cegos, não enxergamos a vida.  A cegueira provocada pela escuridão nos distancia de Deus, por isso amamos o pecado.
A cegueira nos faz andar em pânico, em pavor, nos faz odiar, fazer inimizades, vingança, morte do outro. Nos faz andar sem rumo.
João 12.35 – “ Quem anda na escuridão, não sabe para onde vai.” Cegos, não somos felizes. Mas a glória de Jesus é que ele é a luz e esta luz veio a mundo.  Jesus deixou a glória e eterna e veio para iluminar as trevas.
Que área de seu ser ainda não foi iluminado?  Você sabe que o egoísmo, a inveja, o ódio, a rebeldia, a infidelidade são trevas na vida que precisam receber a glória de Jesus?
Você sabe que as escolhas pecaminosas não levam à felicidade, mas trazem angustia, infelicidade e desespero porque são trevas? Mas que você pode receber luz, esta luz que é a própria glória de Jesus?
Você sabe que é o pecado, a corrupção radical do ser, a corrupção de todas as áreas do ser, físico, espiritual e psicológicos pelo pecado que nos leva às más escolhas, aos maus caminhos, à tragédia e finalmente à perdição?
Mas saiba que Jesus Cristo, o verbo eterno, a palavra eterna sendo a luz, vem para nos tirar nas trevas, da perdição, nos dar esperança, salvação e nos tornar pessoas felizes, pois ao receber a pessoa de Jesus, nossa alma é iluminada.
 Alma iluminada é alma feliz. Alma iluminada é alma satisfeita. Alma satisfeita.

SOBRE O CREDO - "Creio em Deus, Pai Todo-Poderoso..."



Pregado em 25 de setembro de 2016


                             Credo Apostólico - Sermão n. 06


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                       A IMUTABILIDADE DE DEUS 
 Efésios 1.4-12
4 assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor  5 nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade,
6 para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado,
7 no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, 8 que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e prudência,
9 desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo,
10 de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra; 11 nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade,
12 a fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo;

A imutabilidade de Deus é sua perfeição ligada à excelência de seu ser perfeito que o faz ser quem Ele é. Deus é o que é e sempre será.
O texto que estamos examinando nos diz muito sobre o caráter imutável de Deus, pois declara que tudo o que Deus fez e faz por meio de Cristo, foi planejado e decretado antes da fundação do mundo – foi realizado por meio do evento humilhação e exaltação de Cristo – sua vinda ao mundo, sua vida, morte, ressurreição e glorificação. É aplicado aos salvos em todos os tempos e por fim se realizará em plenitude na eternidade. Tudo o que Deus planejou ou decretou na eternidade passada, ele realizou, realiza ou realizará plenamente, sem mudança. *Ele é absolutamente digno de toda a confiança em suas promessas, pois ele é imutável e isto também significa sua fidelidade. Malaquias 3.6 –Tiago 1.17 –Salmos 102.25 –Salmos 33.11 –  Todos nós mudamos para melhor ou para pior, Deus, porém não muda. Se ele mudasse para melhor, então haveria alguma perfeição acima dele, melhor do que Ele. Se ele mudasse para pior, não haveria perfeição nele. Nada se pode acrescentar à Deus, por que ele é perfeito em todo o seu ser.
 
Vejamos como se desenvolve esta doutrina.
DEUS É IMUTÁVEL EM SEUS PLANOS E DECRETOS - vs.4 e 5a 
assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele.."
 
Aquilo que Deus planejou ou decretou desde a eternidade ele realiza. O conselho eterno de Deus, tudo aquilo que ele se propôs em sua sabedoria e soberania realizar, não vai falhar, pois ele é perfeito em sua sabedoria e perfeito em sua soberania.
Isaías 46.10 “O meu conselho permanecerá de pé.” Deus não volta atrás naquilo que ele prometeu, planejou ou decretou. Ele é infalível. Ele é fiel. Aquele que nos escolheu, nos chamou para que sua escolha se realizasse. No inicio se diz que Deus nos abençoou em Cristo, se ele nos abençoou, somos e seremos abençoados. Nos escolheu para ele. Logo, somos dele. Se Deus te escolheu para ser dele, você é dele e será dele. Deus é quem provê os meios e os fins para nossa salvação e benção. Filipenses 2.12b – 13 – desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.
DEUS É IMUTÁVEL NA REALIZAÇÃO DAQUILO QUE DESEJOU -  Vs 4-5 -  assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade.  
Deus não sonha. Deus não fica esperando que alguém realize algo para que sua vontade se cumpra. Sua vontade não está em espera. Ela se realizará. Sonhos podem ser frustrados. A vontade de Deus, naquilo que ele planeja é uma certeza. Não somos justificados e salvos por nossa causa, mas por causa dele. A morte do Senhor Jesus na Cruz foi o grande plano de Deus. Não havia como não acontecer e aconteceu. A Cruz de Cristo era o plano imutável de Deus. É por Ele e para Ele. Não somos salvos e justificados por causa de nossa fé. A fé não é causa, mas instrumento divino da nossa salvação. Não somos abençoados por causa de nossa fé, a fé o instrumento divino para sermos abençoados. A fé é gerada em Deus, é um dom do alto, é um dom perfeito, vindo do alto e vem ao nosso coração. É um instrumento e não a causa. Não somos salvos porque cremos, cremos porque Deus nos salvou. Cremos na benção, porque Deus nos abençoou. Somos abençoados, não porque cremos, mas cremos que somos abençoados, porque Ele nos abençoou e abençoados somos. Por sua bondade, por sua boa vontade, por seu beneplácito.

DEUS É IMUTÁVEL NA PERFEIÇÃO COMO REALIZA SEU PLANO. Vs 6-9
Deus planejou todas as bênçãos e benefícios por meio de Cristo, de sua vida,  morte e ressurreição. Veja a excelência divina na sua sabedoria em como ele realiza o que planeja. Ele desejou nos abençoar antes da fundação do mundo. Criou o mundo. Houve a queda, o pecado entrou no mundo, a imperfeição, a perdição. Ele anuncia desde o princípio o seu plano. Ele os benefícios naqueles que creem mesmo antes de Cristo morrer na cruz. Cristo morre na cruz e seus benefícios são aplicados a nós. ele nos liberta do pecado, perdoa nossos pecados, e derrama graça e mais graça sobre nós. Se isto não despertar em nós a maior felicidade, a maior alegria, a maior esperança, o que mais vai fazer estas coisas? Filipenses 1.6 –Ele começou a boa obra. Esta boa obra vai crescer em nós. Vai ser completada até a perfeição da obra.
DEUS É IMUTÁVEL NA SUA SOBERANIA PARA REALIZAR SUA VONTADE PERFEITA. Vs 10-12
Tudo está de acordo com sua boa vontade. Tudo está ligado à pessoa e obra de Cristo. Fomos feitos herança por meio de Cristo. Fomos escolhidos segundo o seu propósito. Tudo foi seu propósito. Tudo foi por seu conselho. Tudo foi por sua vontade. Aqui é revelado a soberania de Deus. O seu poder tanto para planejar como para executar seu plano. Ele tem o domínio sobre todas as coisas do inicio até o final. Nada escapa, nada há de imprevisto. Nada há de frustração. Isaías 46. 9 – Isaías 46.10 – Tudo muda, menos o nosso Deus.
As pessoas mudam, as pessoas mentem, se frustram e frustram os outros. Como somos volúveis, superficiais e cínicos. Como somos incapazes de sermos fieis aos nossos princípios. Como somos incompletos em nossos desejos, por isso vivemos de ilusão em ilusão. Como somos falíveis em tudo o que planejamos.
As decisões humanas são reflexos da natureza volúvel da mente e da vontade do ser. Esta inconstância é que gera frustração, pois apoiamos nossas melhores expectativas e esperanças em coisas transitórias, como somos transitórios. Como necessitamos da doutrina da imutabilidade de Deus. A descoberta da Imutabilidade de Deus como Doutrina, nos faz depositar nossa esperança e confiança nele - no Deus que não muda e que estabelece seus decretos infalíveis.
Este é o Deus verdadeiro, que é imutável em seu ser cheio de amor, bondade e misericórdia.

Você se identifica com esta descrição da natureza humana que é imperfeita, volúvel, inconstante e frustrante? Veja a excelência da natureza divina, Deus é imutável – lance-se com fé nele. Deposite sua expectativa nele, na obra que ele realiza em Cristo. Esta é a nossa única esperança.
 
Você percebe que a vida inteira, você tem colocado suas melhores forças, sua expectativa, sua esperança e tem dependido de realidades inexistentes, sonhos impossíveis e promessas ilusórias? Não percebe que estas coisas é que fazem os humanos infelizes e frustrados. É que nos levam ao desespero?
 A Doutrina da Imutabilidade de Deus, nos liberta da obsessiva busca egoísta, materialista, imediatista daquilo que não são bens eternos.
Confie que somente Deus é imutável. A felicidade por nos abandonar, as riquezas, os amigos, mas aquele que é fiel, o Deus imutável, que se revelou em Cristo e na sua cruz, não nos abandona.
Seu poder nos sustentará, seu Espírito nos santificará, sua misericórdia nos salvará, sua bondade estará presente. Sua graça nos sustentará, até o fim. Até o fim. Até que não haja fim.

VIVER COM PACIÊNCIA, ESPERANÇA E PERSEVERANÇA – Romanos 8.18-25

  Pregado em 03 de maio de 2020 sexto sermão na Pademia                                                                                     ...