Sermão pregado em 30 de setembro de 2018, na Capela Missional em Porto Alegre.
Exposições em Levítico – Sermão nº 08
PECADOS CONTRA O PRÓXIMO, SÃO OFENSAS CONTRA DEUS.
Levítico 6.1-7
1 Falou mais o SENHOR a Moisés,
dizendo:
2 Quando alguma pessoa pecar, e
cometer ofensa contra o SENHOR, e negar ao seu próximo o que este lhe deu em
depósito, ou penhor, ou roubar, ou tiver usado de extorsão para com o seu
próximo;
3 ou que, tendo achado o perdido, o
negar com falso juramento, ou fizer alguma outra coisa de todas em que o homem
costuma pecar,
4 será, pois, que, tendo pecado e
ficado culpada, restituirá aquilo que roubou, ou que extorquiu, ou o depósito
que lhe foi dado, ou o perdido que achou,
5 ou tudo aquilo sobre que jurou
falsamente; e o restituirá por inteiro e ainda a isso acrescentará a quinta
parte; àquele a quem pertence, lho dará no dia da sua oferta pela culpa.
6 E, por sua oferta pela culpa,
trará, do rebanho, ao SENHOR um carneiro sem defeito, conforme a tua avaliação,
para a oferta pela culpa; trá-lo-á ao sacerdote.
7 E o sacerdote fará expiação por
ela diante do SENHOR, e será perdoada de qualquer de todas as coisas que fez,
tornando-se, por isso, culpada.
O pecado contra o próximo é pecado contra Deus – por isso Deus exige restituição como condição ao perdão da culpa.
OS TIPOS DE OFERTAS
1 - A Oferta de aproximação de Deus - O Holocausto – Levítico 1
2 - A oferta de Comunhão com Deus – a Oferta de Manjares ou Banquete – Levítico 2
2 - A oferta de Comunhão com Deus – a Oferta de Manjares ou Banquete – Levítico 2
3 - A oferta de reconciliação e paz com Deus
- A Oferta Pacífica – Levítico – 3
4 - A
Oferta pelos pecados – Levítico 4
5 -
Regulamentações da oferta pelos pecados
– Levítico 5, 6,e 7.
A Lei de Deus
é sempre perfeita. A Lei nos chama para amar a Deus. Para cultuar a ele de
forma exclusiva. A zelar pelo seu nome. Mas a Lei de Deus também nos chama para
amar o nosso próximo como amamos a nós mesmos.
Neste texto –
nós vemos que Deus nos ensina a proteger o próximo e as coisas que são dele.
A Aliança
entre Deus e seu povo torna um delito a quebra da lei, tanto quanto ao sagrado
como ao secular.
Visto que
Deus é o verdadeiro dono, é também o protetor das posses de uma pessoa.
As três formas
de ofensas consistem em fraude no que diz respeito a bens em depósito, roubo e
extorsão em relação ao próximo.
A Lei ensinava aquilo que sabemos por meio do Novo
Testamento:
- É proibido dar falso testemunho contra o próximo
Êxodo
20.16 – Não dirás falso testemunho contra o teu
próximo.
- Proibido
defraudar ou enganar o próximo
Levítico
19.13 – Não
oprimirás o teu próximo, nem o roubarás; a paga do jornaleiro não ficará
contigo até pela manhã.
Levítico
19.18 – Não te vingarás, nem guardarás ira
contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou
o SENHOR.
Veja
Mateus 5.43-44 - 43 Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás
o teu inimigo. 44 Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai
pelos que vos perseguem; 45 para que vos torneis filhos do vosso Pai
celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre
justos e injustos. 46 Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa
tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo? 47 E, se saudardes somente
os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo?
48 Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.
Romanos 13.8 -10 -
A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis
uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei. 9 Pois isto:
Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e, se há qualquer
outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás o teu próximo como a ti
mesmo. 10 O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o
cumprimento da lei é o amor.
Gálatas
5.14 – Porque toda a lei se cumpre em um só
preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Tiago
2.8 – 10 - Se vós, contudo, observais a lei régia segundo a Escritura: Amarás o
teu próximo como a ti mesmo, fazeis bem; 9 se, todavia, fazeis acepção de
pessoas, cometeis pecado, sendo arguidos pela lei como transgressores.
10 Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna
culpado de todos.
Especificamente
o que o texto no diz:
1 – É PECADO CONTRA O SENHOR QUEBRAR A CONFIANÇA
QUE O PRÓXIMO DEPOSITO EM NÓS. V.
2 Quando alguma pessoa pecar, e cometer ofensa contra o SENHOR, e negar ao
seu próximo o que este lhe deu em depósito, ou penhor, ou roubar, ou tiver
usado de extorsão para com o seu próximo;
O pecado aqui
era a pessoa negar devolver ao próximo aquilo que ele havia emprestado. O bem
de uma pessoa era primeiramente de Deus e Ele é protetor zeloso de tudo. Deus
não está impassível diante de qualquer injustiça, nem contra o dono da posse,
nem quando alguém quer aumentar suas posses tomando o que não é seu.
2 – É PECADO CONTRA O SENHOR DEFRAUDAR OU ENGANAR O
SEU PRÓXIMO. V. 3 ou que, tendo achado o perdido, o negar com
falso juramento, ou fizer alguma outra coisa de todas em que o homem costuma
pecar.
Defraudar é enganar com uma promessa
mentirosa. A ganância do ser humano leva a desejar o que não é seu, levando à
consequências pecaminosas. Quando alguém jurava, por exemplo que algo não
estaria com ele, já estando.
Isto é um exemplo e tipo dos vários
pecados que o ser humano pratica - ou
fizer alguma outra coisa de todas em que o homem costuma pecar.
Quantas mentiras se pratica do tipo –
não tenho, não está comigo, não estou fazendo, não fiz.
3 – O VERDADEIRO ARREPENDIMENTO ENVOLVE RESTITUIÇÃO
PLENA À PARTE OFENDIDA. 4 será,
pois, que, tendo pecado e ficado culpada, restituirá aquilo que roubou, ou que
extorquiu, ou o depósito que lhe foi dado, ou o perdido que achou,
O arrependimento vem com o desejo de
prestar contas da dívida
Não faz sentido, por exemplo eu tomar
algo que outra pessoa considera valioso pra si. Indo para um lado existencial e
moral, roubar o bom nome, a boa fama de uma pessoa – eu ir – pedir perdão para
Deus, Deus me perdoar e ficar a pessoa sem o seu bem, sem sua boa fama.
4 – A RESTITUIÇÃO À PARTE OFENDIDA É O
RECONHECIMENTO DO PECADO E À RENÚNCIA AO PECADO PRATICADO.
4 será, pois, que, tendo pecado e ficado
culpada, restituirá aquilo que roubou, ou que extorquiu, ou o depósito que lhe
foi dado, ou o perdido que achou,
5 ou tudo aquilo sobre que jurou falsamente; e
o restituirá por inteiro e ainda a isso acrescentará a quinta parte; àquele a
quem pertence, lho dará no dia da sua oferta pela culpa.
O arrependimento
vem também com o desejo de prestar contas do prejuízo causado.
Onde foi
cometido o pecado, deve se fazer a restituição.
Esta
restituição era de um quinto do valor do dando causado – 20 por cento.
Até que seja
feita a justiça, meus irmãos, até que seja feito o máximo e o que estiver ao
nosso alcance fazer à pessoa prejudicada, não deveríamos ter o consolo do
perdão.
5 – O PERDÃO DE DEUS MAIS DO QUE TUDO É O PERDÃO
QUANTO À CULPA PELO PECADO.
6 E, por sua oferta pela culpa, trará, do
rebanho, ao SENHOR um carneiro sem defeito, conforme a tua avaliação, para a
oferta pela culpa; trá-lo-á ao sacerdote.
7 E o sacerdote fará expiação por ela diante
do SENHOR, e será perdoada de qualquer de todas as coisas que fez, tornando-se,
por isso, culpada.
Sendo um
pecado contra Deus, o dano causado a uma pessoa, tornava a pessoa culpada
diante de Deus. O Senhor havia sido ofendido.
Esta é a
expiação que o Senhor Jesus Cristo efetuou na cruz. Ele levou a nossa culpa.
Era isso que a oferta pela culpa representava.
Significa que
o Senhor aquele pecado não será punido com o juízo divino.
Mas o que o
ritual da oferta pela culpa nos ensina é que Deus está pronto para perdoar o
meu pecado contra o meu próximo – mas também, Deus que é misericordioso comigo
é justo com o próximo.
Por isso, só
depois de devolver e restituir o dano é que se
poderia oferecer uma oferta a
Deus para alcançar o perdão.
Não valia
somente devolver o objeto ou valor – não valia apenas oferecer a oferta para
ser perdoada.
Este é o sentido de: Mateus 5.23-24
- 23 Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares
de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24 deixa perante o altar a
tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze
a tua oferta.
O que aprendemos:
Se pecamos contra alguém, temos que pedir perdão
para esta pessoa. Além de pedir perdão para a pessoa, temos que devolver o que
é dela.
O significa
dos 20 por cento para nós é a responsabilidade da restituição. – por exemplo –
se eu falei mal de uma pessoa para a outra – não basta eu pedir perdão para a
pessoa – eu tenho que procurando a pessoa
pra quem eu falei da outra, falar a verdade. Isso é devolver a verdade sobre
quem eu falei mal.
Daí sim, eu
posso pedir para Deus me perdoar. Deus não perdoa se eu não devolver o que eu
peguei da pessoa – seja um objeto, seja o bom nome desta pessoa.
Assim aprendemos que antes de pedir para Deus me
perdoar – eu preciso acertar com meus irmãos.
O perdão de
Deus é um perdão baseado nos méritos de Cristo. O perdão de Deus custou a morte
de seu Filho.
O perdão de
Deus não é uma graça sem sentido, incondicional.
O perdão de
Deus é uma oferta divina ao arrependido.
O verdadeiro
arrependido não é aquele que se diz arrependido, que pensa estar arrependido,
que imagina estar arrependido. O arrependido é aquele que ao reconhecer a sua
ofensa a Deus, a sua quebra dos mandamentos, lamenta seu pecado, volta atrás na
sua decisão de pecar e decide abandonar o seu pecado.
Quem não
decidiu abandonar o pecado não está arrependido.
Arrependimento
é conversão, é lamento pelo pecado e abandono do pecado.
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