terça-feira, 23 de julho de 2019

Oferta pelo Pecado contra o Próximo - Exposições em Levítico nº 08

Sermão pregado em 30 de setembro de 2018, na Capela Missional em Porto Alegre.



                                               Exposições em Levítico – Sermão nº 08
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         PECADOS CONTRA O PRÓXIMO, SÃO OFENSAS CONTRA  DEUS.  
Levítico 6.1-7
1 Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo:
2 Quando alguma pessoa pecar, e cometer ofensa contra o SENHOR, e negar ao seu próximo o que este lhe deu em depósito, ou penhor, ou roubar, ou tiver usado de extorsão para com o seu próximo;
3 ou que, tendo achado o perdido, o negar com falso juramento, ou fizer alguma outra coisa de todas em que o homem costuma pecar,
4 será, pois, que, tendo pecado e ficado culpada, restituirá aquilo que roubou, ou que extorquiu, ou o depósito que lhe foi dado, ou o perdido que achou,
5 ou tudo aquilo sobre que jurou falsamente; e o restituirá por inteiro e ainda a isso acrescentará a quinta parte; àquele a quem pertence, lho dará no dia da sua oferta pela culpa.
6 E, por sua oferta pela culpa, trará, do rebanho, ao SENHOR um carneiro sem defeito, conforme a tua avaliação, para a oferta pela culpa; trá-lo-á ao sacerdote.
7 E o sacerdote fará expiação por ela diante do SENHOR, e será perdoada de qualquer de todas as coisas que fez, tornando-se, por isso, culpada.

O pecado contra o próximo é pecado contra Deus – por isso Deus exige restituição como condição ao perdão da culpa. 

OS TIPOS DE OFERTAS
1 - A Oferta de aproximação de Deus  - O Holocausto – Levítico 1
2 - A oferta de Comunhão com Deus – a Oferta de Manjares ou Banquete – Levítico 2
3 - A oferta de reconciliação e paz com Deus - A Oferta Pacífica – Levítico – 3
4 - A  Oferta pelos pecados – Levítico 4
 5 - Regulamentações da oferta pelos pecados  – Levítico 5, 6,e 7.

A Lei de Deus é sempre perfeita. A Lei nos chama para amar a Deus. Para cultuar a ele de forma exclusiva. A zelar pelo seu nome. Mas a Lei de Deus também nos chama para amar o nosso próximo como amamos a nós mesmos.

Neste texto – nós vemos que Deus nos ensina a proteger o próximo e as coisas que são dele.
A Aliança entre Deus e seu povo torna um delito a quebra da lei, tanto quanto ao sagrado como ao secular.
Visto que Deus é o verdadeiro dono, é também o protetor das posses de uma pessoa.
As três formas de ofensas consistem em fraude no que diz respeito a bens em depósito, roubo e extorsão em relação ao próximo.
A Lei ensinava aquilo que sabemos por meio do Novo Testamento:
- É proibido dar falso testemunho contra o próximo
Êxodo 20.16 – Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
Proibido defraudar ou enganar o próximo
Levítico 19.13 –   Não oprimirás o teu próximo, nem o roubarás; a paga do jornaleiro não ficará contigo até pela manhã.
 - Amar o próximo como a si mesmo
Levítico 19.18 – Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o SENHOR.
Veja Mateus 5.43-44 - 43 Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. 44 Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; 45 para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos. 46 Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo? 47 E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo? 48 Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.
Romanos 13.8 -10 -  A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei. 9 Pois isto: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e, se há qualquer outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. 10 O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor.
Gálatas 5.14 – Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Tiago 2.8 – 10 - Se vós, contudo, observais a lei régia segundo a Escritura: Amarás o teu próximo como a ti mesmo, fazeis bem; 9 se, todavia, fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, sendo arguidos pela lei como transgressores. 10 Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos.

Especificamente o que o texto no diz:

1 – É PECADO CONTRA O SENHOR QUEBRAR A CONFIANÇA QUE O PRÓXIMO DEPOSITO EM NÓS.  V. 2 Quando alguma pessoa pecar, e cometer ofensa contra o SENHOR, e negar ao seu próximo o que este lhe deu em depósito, ou penhor, ou roubar, ou tiver usado de extorsão para com o seu próximo;
O pecado aqui era a pessoa negar devolver ao próximo aquilo que ele havia emprestado. O bem de uma pessoa era primeiramente de Deus e Ele é protetor zeloso de tudo. Deus não está impassível diante de qualquer injustiça, nem contra o dono da posse, nem quando alguém quer aumentar suas posses tomando o que não é seu.

2 – É PECADO CONTRA O SENHOR DEFRAUDAR OU ENGANAR O SEU PRÓXIMO.  V. 3 ou que, tendo achado o perdido, o negar com falso juramento, ou fizer alguma outra coisa de todas em que o homem costuma pecar.
Defraudar é enganar com uma promessa mentirosa. A ganância do ser humano leva a desejar o que não é seu, levando à consequências pecaminosas. Quando alguém jurava, por exemplo que algo não estaria com ele, já estando.
Isto é um exemplo e tipo dos vários pecados que o ser humano pratica  - ou fizer alguma outra coisa de todas em que o homem costuma pecar.
Quantas mentiras se pratica do tipo – não tenho, não está comigo, não estou fazendo, não fiz.

3 – O VERDADEIRO ARREPENDIMENTO ENVOLVE RESTITUIÇÃO PLENA  À PARTE OFENDIDA. 4 será, pois, que, tendo pecado e ficado culpada, restituirá aquilo que roubou, ou que extorquiu, ou o depósito que lhe foi dado, ou o perdido que achou,
O arrependimento vem com o desejo de prestar contas da dívida
Não faz sentido, por exemplo eu tomar algo que outra pessoa considera valioso pra si. Indo para um lado existencial e moral, roubar o bom nome, a boa fama de uma pessoa – eu ir – pedir perdão para Deus, Deus me perdoar e ficar a pessoa sem o seu bem, sem sua boa fama.

4 – A RESTITUIÇÃO À PARTE OFENDIDA É O RECONHECIMENTO DO PECADO E À RENÚNCIA AO PECADO PRATICADO.
4 será, pois, que, tendo pecado e ficado culpada, restituirá aquilo que roubou, ou que extorquiu, ou o depósito que lhe foi dado, ou o perdido que achou,
5 ou tudo aquilo sobre que jurou falsamente; e o restituirá por inteiro e ainda a isso acrescentará a quinta parte; àquele a quem pertence, lho dará no dia da sua oferta pela culpa.
O arrependimento vem também com o desejo de prestar contas do prejuízo causado.
Onde foi cometido o pecado, deve se fazer a restituição.
Esta restituição era de um quinto do valor do dando causado – 20 por cento.
Até que seja feita a justiça, meus irmãos, até que seja feito o máximo e o que estiver ao nosso alcance fazer à pessoa prejudicada, não deveríamos ter o consolo do perdão.

5 – O PERDÃO DE DEUS MAIS DO QUE TUDO É O PERDÃO QUANTO À CULPA PELO PECADO.
6 E, por sua oferta pela culpa, trará, do rebanho, ao SENHOR um carneiro sem defeito, conforme a tua avaliação, para a oferta pela culpa; trá-lo-á ao sacerdote.
7 E o sacerdote fará expiação por ela diante do SENHOR, e será perdoada de qualquer de todas as coisas que fez, tornando-se, por isso, culpada.
Sendo um pecado contra Deus, o dano causado a uma pessoa, tornava a pessoa culpada diante de Deus. O Senhor havia sido ofendido.
Esta é a expiação que o Senhor Jesus Cristo efetuou na cruz. Ele levou a nossa culpa. Era isso que a oferta pela culpa representava.
Significa que o Senhor aquele pecado não será punido com o juízo divino.
Mas o que o ritual da oferta pela culpa nos ensina é que Deus está pronto para perdoar o meu pecado contra o meu próximo – mas também, Deus que é misericordioso comigo é justo com o próximo.
Por isso, só depois de devolver e restituir o dano é que se  poderia oferecer uma oferta  a Deus para alcançar o perdão.
Não valia somente devolver o objeto ou valor – não valia apenas oferecer a oferta para ser perdoada.
Este é o sentido de: Mateus 5.23-24  - 23 Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24 deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta.
O que aprendemos:
Se pecamos contra alguém, temos que pedir perdão para esta pessoa. Além de pedir perdão para a pessoa, temos que devolver o que é dela.
O significa dos 20 por cento para nós é a responsabilidade da restituição. – por exemplo – se eu falei mal de uma pessoa para a outra – não basta eu pedir perdão para a pessoa – eu tenho que procurando a  pessoa pra quem eu falei da outra, falar a verdade. Isso é devolver a verdade sobre quem eu falei mal.
Daí sim, eu posso pedir para Deus me perdoar. Deus não perdoa se eu não devolver o que eu peguei da pessoa – seja um objeto, seja o bom nome desta pessoa.
Assim aprendemos que antes de pedir para Deus me perdoar – eu preciso acertar com meus irmãos.
O perdão de Deus é um perdão baseado nos méritos de Cristo. O perdão de Deus custou a morte de seu Filho.
O perdão de Deus não é uma graça sem sentido, incondicional.
O perdão de Deus é uma oferta divina ao arrependido.
O verdadeiro arrependido não é aquele que se diz arrependido, que pensa estar arrependido, que imagina estar arrependido. O arrependido é aquele que ao reconhecer a sua ofensa a Deus, a sua quebra dos mandamentos, lamenta seu pecado, volta atrás na sua decisão de pecar e decide abandonar o seu pecado.
Quem não decidiu abandonar o pecado não está arrependido.
Arrependimento é conversão, é lamento pelo pecado e abandono do pecado.


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