sábado, 27 de julho de 2019

O Primeiro Sacrifício e a Manifestação da Glória de Deus - Exposições em Levítico nº 15

Sermão pregado em 18 de novembro de 2018 na Capela Missional em Porto Alegre


                                                  Exposições em Levítico nº 15

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                                           A OBEDIÊNCIA E A APROVAÇÃO DE DEUS
Texto: Levítico 9

No primeiro sacrifício da era sacerdotal, Deus mesmo acendeu o fogo no altar.

No primeiro sacrifício da era sacerdotal, Deus mesmo acendeu o fogo sobre o altar.
Este fogo sobre o altar foi a manifestação da sua glória.
A manifestação de sua glória apontava para aquilo que aqueles sacrifícios representavam que era a glória do último sacrifício que aconteceria na cruz, quando o próprio Filho de Deus, Jesus, foi oferecido como oferta para salvação dos pecadores, para a glória de Deus.

No final do capítulo 8 vimos que depois que os sacerdotes foram consagrados, eles ficaram 7 dias dentro da tenda sem poder sair. Era uma ordem divina. Era um teste de obediência. O sacerdote precisava demonstrar que era totalmente obediente a Deus.
No capitulo 9 eles podem sair e deveriam oferecer dois sacrifícios – um por eles mesmos e outro pelo povo todo. Depois do sacrifício, Deus promete que sua glória iria se manifestar.
Eles oferecem o sacrifício e depois disso a glória do Senhor realmente se manifesta. Esta glória se manifestou em forma de fogo que desceu sobre o altar do sacrifício.

                                           I – NOTAS TEXTUAIS
1 –  DEUS PROMETE MANIFESTAR SUA GLÓRIA AOS SACERDOTES. – VS 1 - 6
1 Ao oitavo dia, chamou Moisés a Arão, e a seus filhos, e aos anciãos de Israel
2 e disse a Arão: Toma um bezerro, para oferta pelo pecado, e um carneiro, para holocausto, ambos sem defeito, e traze-os perante o SENHOR.
3 Depois, dirás aos filhos de Israel: Tomai um bode, para oferta pelo pecado, um bezerro e um cordeiro, ambos de um ano e sem defeito, como holocausto;
4 e um boi e um carneiro, por oferta pacífica, para sacrificar perante o SENHOR, e oferta de manjares amassada com azeite; porquanto, hoje, o SENHOR vos aparecerá.
5 Então, trouxeram o que ordenara Moisés, diante da tenda da congregação, e chegou-se toda a congregação e se pôs perante o SENHOR.
6 Disse Moisés: Esta coisa que o SENHOR ordenou fareis; e a glória do SENHOR vos aparecerá.
Veja que Deus pede três ofertas – holocausto que era para tratar a questão do pecado.
A Pacífica e Banquete para o relacionamento com Deus.
Os sacerdotes haviam sido nomeados e consagrados. Para que estivessem aptos a oficiar em favor do povo, eles deveriam estar qualificados. Aprovados por Deus. Eles seriam mediadores de Deus com o povo. Ele foram submetidos a um teste de obediência.
A glória se referia à manifestação divina entre o povo. O termo glória no hebraico é Kabod ou Kavod – significava o “peso ou valor”. Por exemplo, a gordura era a glória do animal, pois era o que lhe dava valor. Também significava “excelência”, “majestade”, “grandeza”. No grego do NT é Doxa, que significa brilho, fulgor, majestade.
Por isso, Deus diz que iria fazer aparecer sua glória – que era mostrar que ele estaria presente.
 2 – O ESTABELECIMENTO DO SISTEMA DE SACRIFICIOS PELOS SACERDOTES. V.7
 Depois, disse Moisés a Arão: Chega-te ao altar, faze a tua oferta pelo pecado e o teu holocausto; e faze expiação por ti e pelo povo; depois, faze a oferta do povo e a expiação por ele, como ordenou o SENHOR.
Deus exige que seja oferecido sacrifício pelo pecado dos sacerdotes e também pelo pecado do povo.
Havia a necessidade antes da manifestação da glória de Deus, antes de Deus se manifestar – de que fossem oferecidas ofertas em favor dos próprios sacerdotes e pelo povo. Deus se manifestaria em resposta aos sacrifícios. Lembrando que este era o sistema de culto da Antiga Aliança. Na Nova Aliança, Jesus cumpriu este sistema e ele é o sistema.
 3 – A NECESSIDADE DE TRATAR O PECADO. VS 8-16
8 Chegou-se, pois, Arão ao altar e imolou o bezerro da oferta pelo pecado que era por si mesmo.
9 Os filhos de Arão trouxeram-lhe o sangue; ele molhou o dedo no sangue e o pôs sobre os chifres do altar; e o resto do sangue derramou à base do altar. 10 Mas a gordura, e os rins, e o redenho do fígado da oferta pelo pecado queimou sobre o altar, como o SENHOR ordenara a Moisés. 11 Porém a carne e o couro queimou fora do arraial. 12 Depois, imolou o holocausto, e os filhos de Arão lhe entregaram o sangue, e ele o aspergiu sobre o altar, em redor. 13 Também lhe entregaram o holocausto nos seus pedaços, com a cabeça; e queimou-o sobre o altar.
14 E lavou as entranhas e as pernas e as queimou sobre o holocausto, no altar. 15 Depois, fez chegar a oferta do povo, e, tomando o bode da oferta pelo pecado, que era pelo povo, o imolou, e o preparou por oferta pelo pecado, como fizera com o primeiro.
16 Também fez chegar o holocausto e o ofereceu segundo o rito.
O primeiro sacrifício foi pelo pecado, tanto do sacerdote como do povo.
Esta era a demonstração da sublimidade de Deus e sua santidade. Só pode existir um Deus se ele for santo, caso contrário não seria Deus. Ver Deus como santo. Entender Deus como santo, nos leva a crer na sua justiça, na sua bondade e no seu amor. Principalmente na sua justiça. A santidade é o que dá credibilidade. O termo santo é Kadosh – que significa Separado. Aquele que é separado, superior, excelso, que está acima, que é puro, que é absolutamente perfeito. A necessidade de tratar o pecado tanto do sacerdote como do povo é devido à santidade de Deus.
4 –  O RELACIONAMENTO PACTUAL ENTRE DEUS E O POVO. Vs 17-22
17 Fez chegar a oferta de manjares, e dela tomou um punhado, e queimou sobre o altar, além do holocausto da manhã.
18 Depois, imolou o boi e o carneiro em sacrifício pacífico, que era pelo povo; e os filhos de Arão entregaram-lhe o sangue, que aspergiu sobre o altar, em redor,
19 como também a gordura do boi e do carneiro, e a cauda, e o que cobre as entranhas, e os rins, e o redenho do fígado.
20 E puseram a gordura sobre o peito, e ele a queimou sobre o altar;
21 mas o peito e a coxa direita Arão moveu por oferta movida perante o SENHOR, como Moisés tinha ordenado.
22 Depois, Arão levantou as mãos para o povo e o abençoou; e desceu, havendo feito a oferta pelo pecado, e o holocausto, e a oferta pacífica.
O Segundo Sacrifício foi pela comunhão com Deus.
As duas outras ofertas foram a de Manjares ou Banquete e a Pacifica. As três foram colocadas no altar. O pecado deveria ser tratado, este era o objetivo da oferta de holocausto. A comunhão com Deus deveria ser estabelecida, este era o propósito da oferta de manjares ou banquete. A comunhão com Deus deveria ser mantida, este era o objetivo da oferta pacífica.
Mais uma vez lembrando que todo este ritual representava Jesus. Antes de Jesus vir ao mundo morrer na cruz, havia a necessidade destes rituais. Jesus cumpriu, deu significado aos rituais. Ele é o significa e ele é o verdadeiro ritual.
5 – A MANIFESTAÇÃO DA GLÓRIA DE DEUS. VS 23-24
23 Então, entraram Moisés e Arão na tenda da congregação; e, saindo, abençoaram o povo; e a glória do SENHOR apareceu a todo o povo.
24 E eis que, saindo fogo de diante do SENHOR, consumiu o holocausto e a gordura sobre o altar; o que vendo o povo, jubilou e prostrou-se sobre o rosto.
A manifestação da glória foi o sinal da aceitação do sacríficio.
A manifestação da glória foi o sinal de que o sacrifício representava algo maior que havia de vir.
Estava inaugurado pacto de Deus com o povo hebreu.
A glória de Deus se manifestou na forma de fogo.
Fogo desceu sobre o altar e queimou o sacrifício.
Este fogo foi uma manifestação miraculosa. Ele não foi acendido por um homem, ele foi aceso de forma sobrenatural.
O povo todo ficou assombrado e todos se curvaram em sinal de adoração.

                                           II – NOTAS HOMILÉTICAS
1 – A OBEDIÊNCIA DO SACERDOTE REPRESENTAVA A OBEDIÊNCIA DE JESUS.
A promessa de Deus em manifestar sua glória foi feita após os sete dias de obediência dos sacerdotes. Os sacerdotes representavam Jesus até que ele viesse ao mundo. Jesus foi o verdadeiro sacerdote. Ele foi totalmente obediente ao Pai. A morte de Jesus na cruz em nosso lugar e em nosso favor foi uma obra de obediência ao Pai. Ele várias vezes afirmou que tinha prazer em obedecer ao Pai.
João 5.38 - Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou.
2 –   OS SACRIFÍCIOS REPRESENTAVAM O PRÓPRIO SACRIFÍCIO DE JESUS.
Os sacrifícios oferecidos pelos sacerdotes representavam Jesus sendo morto na cruz.
O holocausto representava a morte de Jesus.
As  ofertas de banquete representava a vida perfeita de Jesus. 
A Oferta Pacífica representava a obra completa e realizada por Jesus.
Ele deu sua própria vida em nosso favor. Sua morte é o sacrifício que nos salva da condenação eterna. Sua morte é o sacrifício que nos abençoa.
Sua morte é o sacrifício que nos torna filhos de Deus. Sua morte é o sacrifício que Deus aceitou para nos aceitar.
3 - A GLÓRIA DO SENHOR ERA A PROVA DA PRESENÇA DO SENHOR. 
No Antigo Testamento a glória do Senhor era a presença do Senhor se manifestando.
Como Deus não podia ser visto, o povo via algo como um fogo, um brilho grandioso.
Este sinal era para mostrar como Deus era grandioso e majestoso. Como ele era santo e poderoso. Esta manifestação divina representava a excelência da pessoa de Jesus que se manifestou vindo ao mundo. João 1.14 E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.
Jesus é a maior manifestação de Deus, porque é Deus vindo ao mundo.
Muitas pessoas pensam que Deus ainda vai se manifestar com brilho e fogo – mas não entendem que aqueles sinais representavam a Excelência, a majestade e preciosidade da pessoa de Jesus.
4 -  O FOGO DESCENDO SOBRE O ALTAR SIGNIFICA A ACEITAÇÃO DE DEUS DO SACRIFÍCIO.
O fogo descendo sobre o sacrifício mostrava que aquele sacrifício apontava para algo maior.
O fogo descendo sobre o sacrifício apontava para a glória do verdadeiro sacrifício que aquele representava.
Aquele primeiro sacrifício, apontava como sombra para o último e definitivo sacrifício; a oferta divina, a morte do Filho de Deus.
Representava a aceitação de Deus do sacrifício de Jesus. Deus aceitou o sacrifício de Jesus e sua glória se manifestou – Isto é, o melhor aconteceu – a nossa salvação chegou – que é a melhor coisa que poderia ter acontecido e aconteceu.
Não necessitamos mais oferecer sacrifícios, Jesus é o nosso sacrifício.
Não necessitamos mais de manifestação divina para crermos, Jesus é a manifestação de Deus em quem nós cremos.
Não necessitamos mais oferecer nada como oferta para Deus, porque a oferta definitiva já foi apresentada.
Jesus é a oferta sobre o altar. Todas as religiões exigem ofertas aos deuses. No cristianismo, Deus é quem oferece a oferta no altar. Esta oferta foi oferecida a si mesmo, como sacrifício em favor de seus escolhidos.
Esta é a glória do sacrifício de Jesus - ele mesmo. Deus sendo oferecido no altar em favor dos pecadores que Deus quis salvar.

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