terça-feira, 23 de julho de 2019

A Seriedade do Pecado e o Valor do Sacrifício - Exposições em Levítico 07

Sermão pregado em 23 de setembro de 2018 na Capela Missional em Porto Alegre.



                                    Exposições em Levítico – Sermão nº 07

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                       A SERIEDADE DO PECADO E A NECESSIDADE DO SACRIFICIO
Levítico 5.14 -19
14 Disse mais o SENHOR a Moisés:
15 Quando alguém cometer ofensa e pecar por ignorância nas coisas sagradas do SENHOR, então, trará ao SENHOR, por oferta, do rebanho, um carneiro sem defeito, conforme a tua avaliação em siclos de prata, segundo o siclo do santuário, como oferta pela culpa.
16 Assim, restituirá o que ele tirou das coisas sagradas, e ainda acrescentará o seu quinto, e o dará ao sacerdote; assim, o sacerdote, com o carneiro da oferta pela culpa, fará expiação por ele, e lhe será perdoado.
17 E, se alguma pessoa pecar e fizer contra algum de todos os mandamentos do SENHOR aquilo que se não deve fazer, ainda que o não soubesse, contudo, será culpada e levará a sua iniquidade.
18 E do rebanho trará ao sacerdote um carneiro sem defeito, conforme a tua avaliação, para oferta pela culpa, e o sacerdote, por ela, fará expiação no tocante ao erro que, por ignorância, cometeu, e lhe será perdoado.
19 Oferta pela culpa é; certamente, se tornou culpada ao SENHOR.


Precisamos entender que a oferta pelo pecado é uma demonstração da seriedade do pecado e da grandiosidade da graça de Deus.

Neste texto temos a continuação das regras e implicações da oferta pelo pecado e culpa.
Vimos anteriormente os tipos de ofertas ou sacrifícios.
A Oferta de aproximação de Deus  - O Holocausto – Levítico 1
A oferta de Comunhão com Deus – a Oferta de Manjares ou Banquete – Levítico 2
A de reconciliação e paz com Deus - A Oferta Pacífica – Levítico - 3
A  Oferta pelos pecados – Levítico 4
Oferta pelos pecados de sacrilégio – Levítico 5.1-3
Este texto de hoje, nos apresenta ainda as ofertas pelo pecado. Os capítulos 5 e 6 são regulamentações da oferta por vários tipos ou categoria de pecados.
O que vamos ver hoje são proposições importantes, que se seguem:

I – DEUS LEVA A SÉRIO AS COISAS SAGRADAS.
v. 15 Quando alguém cometer ofensa e pecar por ignorância nas coisas sagradas do SENHOR, então, trará ao SENHOR, por oferta, do rebanho, um carneiro sem defeito, conforme a tua avaliação em siclos de prata, segundo o siclo do santuário, como oferta pela culpa.
Na época do Antigo Testamento, havia coisas sagradas. Tinha de tudo. Um altar, a Arca da Aliança, a bacia onde os sacerdotes lava as mãos, o tabernáculo e tudo que havia nele era sagrado. Sagrado, significa que era de Deus.  Era pecado tocar nestas coisas sem a permissão de Deus. somente os sacerdotes poderiam tocar nestas coisas.
Quem tocasse sem permissão ou fizesse mau uso destas coisas poderia sofrer o castigo divino – a menos que oferecesse um sacrifício. Esta é a misericórdia e a graça de Deus – sempre tinha uma saída para quem pecasse.
Não podemos banalizar aquilo que é sagrado. Aquilo que é prescrito pelas Escrituras não pode ser relativizado. O povo de Israel foi chamado a ser separado das outras nações. Este é o sentido do livro de Levítico. A igreja é o povo de Deus, e fomos separados para sermos santos, ou seja pensar como Deus pensa neste mundo miserável e imundo. Nesta cultura imunda.
1 Pedro 2.9 - Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
Hoje não existem mais coisas sagradas. Todos os objetos que foram mencionados, apontavam para Jesus. Eles simbolizavam Jesus.
Por isso, hoje não tem mais coisas santas. Temos que cuidar bem da igreja, do púlpito da igreja, das cadeiras – mas nada disso sagrado. Tudo é para nosso uso por isso, temos que cuidar bem.
O que é santo hoje é o nome de Deus, por isso, não devemos usar seu nome em vão. A igreja e não devemos maculá-la com práticas pecaminosas. Não devemos profanar o culto, oferecendo aquilo que não está prescrito nas Escrituras. Não devemos colocar elementos profanos em nosso culto. Havia o pecado, mas havia o sacrifício pelo pecado.
Hoje existe o pecado, mas existe Jesus que é nosso sacrifício pelo pecado.

II  – DEUS LEVA A SÉRIO SEUS MANDAMENTOS.
V. 17 E, se alguma pessoa pecar e fizer contra algum de todos os mandamentos do SENHOR aquilo que se não deve fazer, ainda que o não soubesse, contudo, será culpada e levará a sua iniquidade.
Os mandamentos de Deus são sagrados e Deus leva muito a sério cada um deles.
É pecado quebrar os mandamentos. Pecar é quebrar os mandamentos.
Os dez mandamentos são um resumo do que devemos guardar.
Aquele que ama a Deus deve guardar seus mandamentos e quem diz que ama a Deus mas não ama seus mandamentos, na verdade não ama a Deus. O texto diz que – se alguma pessoa pecar contra algum de todos os mandamentos do Senhor – Isto significa que Deus quer obediência à sua Palavra toda.
Podemos resumir o que Deus pede de nós:
Amar a Deus sobre todas as coisas. Amar a Jesus. Amar o Espírito Santo.
Não usar o nome de Deus em vão nunca.
Cultuar a Deus nos domingos. Só não vir ao culto se tiver alguma coisa mais importante pra fazer – mas não há coisa mais importante, né?
Honrar os pais –Não fazer mal às pessoas – valorizar a família – Valorizar as coisas dos outros – não mentir – não acusar ninguém – não desejar as coisas dos outros – ler a Palavra – orar – cultuar – não falar palavrões.
Estas coisas não devem ser feitas para sermos salvos – nem pensando que fazendo isso, ou por fazermos isso, vamos para o céu.
Mas devem ser feitas porque são mandamentos de Deus. Amar os mandamentos é sinal e prova do nosso amor a Deus.
Lembrando que aquelas pessoas que lemos no texto – na época de Levítico tinham que oferecer sacrifício de forma muito frequente por seus pecados.
Nosso sacrifício já foi oferecido.
Nosso sacrifício foi Cristo que é válido para nós todos os dias.

III –  DEUS LEVA A SÉRIO O PECADO A PONTO DE PUNIR O PECADOR
16 Assim, restituirá o que ele tirou das coisas sagradas, e ainda acrescentará o seu quinto, e o dará ao sacerdote; assim, o sacerdote, com o carneiro da oferta pela culpa, fará expiação por ele, e lhe será perdoado.
17 E, se alguma pessoa pecar e fizer contra algum de todos os mandamentos do SENHOR aquilo que se não deve fazer, ainda que o não soubesse, contudo, será culpada e levará a sua iniquidade.
Veja que aqui já se coloca a restituição como norma ou condição do perdão. Este pecado estava relacionado a todo tipo de situação, inclusive naquilo que era pego nas guerras – como aconteceu com Acã em Josué 5 – 7, quando ele se apossou de objetos que Deus havia consagrado para si. Junto com o sacrifício para perdão, deveria ser trazido junto, além do que se tinha pego, mais um quinto ou vinte por cento. O perdão estava condicionado à restituição. Isso nos mostra que o pecado não fica encoberto ou esquecido – mas deve sempre ser punido.
Mais adiante vamos ver este mesmo princípio sendo aplicado em caso de prejuízos ao próximo.
Quanto a Deus, não que ele necessitasse dessa restituição, quem precisava disso era o próprio pecador. Era como se ele estivesse sendo liberto daquele pecado. Este é o principio do perdão dos pecados. Deixar, abandonar o pecado. Aqui também está a ideia prefigurada da conversão. Provérbios 28.13 -  O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia.
 Salmos 32.1 Bem-aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é coberto.
2 Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não atribui iniquidade e em cujo espírito não há dolo. 3 Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. 4 Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio. 5 Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado.
A restituição ou devolução envolvia esta ideia de não encobrir o pecado. De revelar o pecado.

IV – DEUS LEVA A SÉRIO A RESPONSABILIDADE DO PECADOR
18 E do rebanho trará ao sacerdote um carneiro sem defeito, conforme a tua avaliação, para oferta pela culpa, e o sacerdote, por ela, fará expiação no tocante ao erro que, por ignorância, cometeu, e lhe será perdoado.
19 Oferta pela culpa é; certamente, se tornou culpada ao SENHOR.
Aqui fala do valor da oferta que precisava ser avaliada. O ofertante precisava saber o valor da oferta. No caso aqui a avaliação era o SICLO. O siclo era uma medido de peso, assim como o Kilo hoje e não uma moeda. A oferta valia pelo peso dela.
O valor da oferta nos mostra o quanto é ofensivo o pecado. O Novo Testamento nos fala do valor do sacrifício de Cristo para avaliar quanto nosso pecado – nossa vida de pecado ofende a Deus.
1 Pedro 1. 18 sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram,
19 mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo,
O sacrifício de Cristo é comparado à coisas chamadas de corruptíveis como outro e prata que são metais preciosos – mas veja que ele afirma que ouro e prata não se comparam à preciosidade, ao valor do sangue de Jesus, da morte de Jesus.

V – DEUS LEVA A SÉRIO O SEU JUÍZO, MAS TAMBÉM OFERECE MISERICÓRDIA E GRAÇA AO PECADOR.
v.18 o sacerdote, por ela, fará expiação no tocante ao erro que, por ignorância, cometeu, e lhe será perdoado. 19 Oferta pela culpa é; certamente, se tornou culpada ao SENHOR.
Nestas ofertas vemos o peso do pecado. Vemos a seriedade do pecado. Vemos como Deus leva a serio o pecado e o porque do juízo sobre o pecador. Mas também vemos que a iniciativa do perdão é de Deus. É isto que chamamos de graça e misericórdia. A ideia da oferta foi de Deus. A culpa é transferida do pecador para a oferta. Isto é graça. Isto é misericórdia. A ideia no Novo Testamento é que Deus nos regastou.
Colossenses 1.13 Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, 14 no qual temos a redenção, a remissão dos pecados.
Efésios 1.7 - no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça,
1 Coríntios 1.30 Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção,
31 para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.

Vamos às aplicações:
CONSIDERANDO QUE DEUS LEVA A SÉRIO AS COISAS SAGRADAS.
Devemos zelar por aquilo que Deus ama.
Uma das coisas que devemos fazer é ensinar nossos filhos a amar o que Deus ama. A amar a igreja. Amar o culto. Amar o dia do Senhor.
CONSIDERANDO QUE  DEUS LEVA A SÉRIO SEUS MANDAMENTOS.
Devemos amar seus mandamentos.
Aqui também vai uma recomendação de ensinar o valor dos mandamentos para nossos filhos. Dizer que a Bíblia é um livro de mandamentos.
CONSIDERANDO QUE DEUS LEVA A SÉRIO O PECADO A PONTO DE PUNIR O PECADOR
Devemos levar o pecado muito a sério, levando em conta que não se trata apenas de um erro, mas de uma ofensa Deus.
CONSIDERANDO QUE DEUS LEVA A SÉRIO A RESPONSABILIDADE DO PECADOR
Devemos assumir nossas responsabilidades como povo de Deus.
CONSIDERANDO QUE DEUS LEVA A SÉRIO O SEU JUÍZO, MAS TAMBÉM OFERECE MISERICÓRDIA E GRAÇA AO PECADOR.
Podemos contar com sua misericórdia.
Sim, podemos contar com a misericórdia de Deus, porque Jesus na cruz pagou nossos pecados.
Podemos contar com a misericórdia de Deus, porque Jesus sofreu a punição do transgressor.
Podemos contar  com a misericórdia de Deus, porque Jesus substituiu aquele que merecia a punição por seu pecado.
Podemos contar com a misericórdia de Deus, porque Jesus sofreu a ira de Deus.
Podemos contar com a misericórdia de Deus, porque toda justiça de Deus foi satisfeita, ou realizada no sacrifício de Jesus na cruz.
Podemos contar com a misericórdia de Deus, porque os méritos de Jesus na cruz são suficientes para que o pecador seja aceito por Deus, considerado limpo de seus pecados que o sujavam.
Podemos contar com a misericórdia de Deus, porque Jesus conquistou este direito ao pecador.
Desfrutemos, portanto, de tão grande misericórdia demonstrada a cada um de nós.



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