terça-feira, 31 de julho de 2007

SER UM PREGADOR

John Knox pregando




SOBRE A EXPERIÊNCIA DE SER UM PREGADOR
Ser um pregador é ser fiel à proclamação da Palavra que o transformou. "Sou grato para com aquele que me fortaleceu, Cristo Jesus, nosso Senhor, que me considerou fiel, designando-me para o ministério, a mim que noutro tempo era blasfemo, perseguidor e insolente. Mas obtive misericórdia, pois o fiz na ignorância, na incredulidade. Transbordou, porém, a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus" 1Tm 1.12-14

O pregador do Evangelho, não é um qualquer, é um proclamador dos céus na terra. Existem muitos chamados neste mundo. Há pessoas que são chamadas para ser empresários, executivos, governantes, reis e rainhas, mas o chamado para ser um pregador está além destes chamados. É uma determinação soberana do próprio Deus, escolhendo alguns para tão grande tarefa.
Neste texto temos um retrato das características essenciais do ministro e daquele que almeja ser considerado um pregador. Não apenas considerado, mas ser.
1. Capacitação - "..me capacitou" - O termo grego "endunamasanti" de endunamoo, significa "receber poder", receber capacidade, receber as qualificações". Aquele que chama é aquele que dá a capacidade. Que qualifica. Há um poder do alto entregue ao pregador.
2. fidelidade - "me considerou fiel" - ele diz que o próprio Senhor atribui esta característica à ele. O Senhor o achou confiável para tão grande missão. O pregador do Evangelho precisa ser fiel ao Evangelho. Ele não pode substituir o Evangelho. Ele precisa ter a Palavras, as Escrituras à sua frente. Ele não pode pregar outra palavra, outra mensagem senão a Palavra de Deus, revelada nas Escrituras.
3. Chamado - "me designou.." - O termo grego "Titemi" - traz o sentido de nomear, deu autoridade, chamou para o fim especifico, deu as credenciais necessárias, concedeu a honra, comissionou. Ele não pode considerar sua missão, uma missão qualquer. Ele não pode negligenciar este chamado. Ele não pode menosprezar. Ele não pode achar que é mais uma função na vida. Ele não pode conciliar esta com outra função. Ele tem que priorizar este chamado.
4. Transformação - "...noutro tempo eu era" - Este testemunho do que noutro tempo ele era, nos mostra a transformação que ele experimentou após conhecer o evangelho. Ele experimentou esta transformação. Não pode o pregador não ser transformado. Ele não pode ter o coração envelhecido e sem transformação.
5. Conhecimento experimental da graça - "...alcancei misericórdia...transbordou a graça". Esta é uma declaração gloriosa. "eu experimentei a graça" eu fui "alvo da misericórdia".
Ser um pregador não é uma missão qualquer. O pregador da Palavra tem uma tarefa grandiosa, que é proclamar principalmente o amor de Deus aos pecadores. A principal função do pregador é levar ao mundo a mensagem que Deus quer salvar e abençoar, através de Cristo.
Um pregador é um apaixonado pelo evangelho, pois, por ele foi transformado e por ele dá a vida. A vida do pregador deve ser o Evangelho de Cristo.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

ADORAÇÃO ALÉM DOS GESTOS - Isaías 1

pregado me julho de 2007


ADORAÇÃO ALÉM DOS GESTOS
Is 1.10-20

Os gesto que fazemos não adora a Deus, a menos que no coração estejamos adorando.


10 Ouvi a palavra do SENHOR, vós, príncipes de Sodoma; prestai ouvidos à lei do nosso Deus, vós, povo de Gomorra.
11 De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? – diz o SENHOR. Estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de animais cevados e não me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes.
12 Quando vindes para comparecer perante mim, quem vos requereu o só pisardes os meus átrios?
13 Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e também as Festas da Lua Nova, os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniqüidade associada ao ajuntamento solene.
14 As vossas Festas da Lua Nova e as vossas solenidades, a minha alma as aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer.
15 Pelo que, quando estendeis as mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue.
16 Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer o mal.
17 Aprendei a fazer o bem; atendei à justiça, repreendei ao opressor; defendei o direito do órfão, pleiteai a causa das viúvas.
18 Vinde, pois, e arrazoemos, diz o SENHOR; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã.
19 Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra.
20 Mas, se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; porque a boca do SENHOR o disse.
 
  
Assim como os magos e os pastores adoraram ao Senhor Jesus, também nós devemos adorá-lo. Mas vejam que eles adoraram cada um de forma diferente. Quanto aos magos, uns ofereceram ouro, outros incenso, outros mirra. Os pastores falaram palavras de adoração: Gloria a Deus nas alturas...
Cada um de nós é chamado a adorar a Deus através de Jesus. O que é um adorador? Um adorador é aquele que:
a) Entrega toda a sua vida a Jesus para glorificar a Deus.
b) Através da rendição se oferece a Deus através de Jesus.
c) Expressa-se publicamente em adoração a Deus.
d) Faz parte da igreja de Jesus.
Na nova aliança, não pode existir adoração autêntica a não ser através da Palavra e através de Jesus. Na Antiga aliança as pessoas adoravam a Deus através dos rituais. O que passou a chamar-se culto. Na nova aliança não há mais necessidade de rituais para adorar a Jesus, mas alguns ritos não foram abolidos, pois é através de ritos que nos expressamos publicamente diante do Senhor..
Os ritos não são inúteis, pois seria praticamente impossível cultuar publicamente sem rituais. Todo gesto ou expressão corporal é chamado de rito. Eles servem para materializar ou dar significados aos sentimentos interiores a serem comunicados.
Através dos ritos nos colocamos na cena, não apenas como expectadores, mas como participantes.
A principal forma é através dos gestos.
O gesto é expressão da alma.
O gesto é a maneira de expressar o que vai no interior.
O gesto reflete um sentimento, ou estado de espírito.
Os gestos são: expressões faciais, dos olhos, postura do corpo, das mãos etc.
O “sim” acompanha a expressão – olhar de aprovação...
Em nossos cultos usamos o corpo para expressar nossa adoração e louvor ao Senhor.
Exemplos:
Fechar os olhos, curvar as frontes, erguer as mãos, postar-se de pé, ajoelhar-se.
Agora isso tudo por si só não é adoração.

1 – O GESTO NÃO TEM SIGNIFICADO ALGUM, SE NÃO FOR EXPRESSÃO DE UMA ATITUDE INTERIOR DO CORAÇÃO (IS 1.11)
Os gesto que fazemos não adora a Deus, a menos que no coração estejamos adorando.
A própria fala não tem valor algum se não expressar o interior. O rito, não tem valor em si mesmo. O rito é vazio sem a verdade. O rito é mágica, sem o coração, sem a intenção verdadeira que sai da alma, do ser de quem reconhece a soberania de Deus.

2- O GESTO MAIS A VOZ NÃO SÃO SUFICIENTES PARA PRESTAR CULTO (IS 1.12-14)
 Alguns gestos e expressões usados no culto:
a) Levantar as mãos – é um dos gestos mais comuns na igreja hoje. É uma marca dos carismáticos, renovados ou pentecostais. É um gesto incentivado pela palavra (Sl 63.3,5)
Muitos, porém levantam as mãos porque querem se identificar com os outros. Esse gesto as vezes revela os que têm e os que não tem algo mais..
se você levanta as mão você é um adorador, se não levanta.... mas, é claro que não tem nada ver isso.
Esse gesto só tem real significado se usado como expressão da alma.
Sinal de rendição. Sinal de suplica. Sinal de quem quer receber, sinal de quem quer entregar, se entregar. Sinal de quem está se abrindo para receber algo de Deus. Sinal quem quer voar, tocar na mão do Senhor.
Se não significar algo é um gesto vazio. Nenhum gesto em si mesmo pode produzir efeitos e manifestações se não houver significados neles.
b) Aleluia – é uma expressão muito usada nos cultos. Significa “louvado seja o Senhor” . é uma expressão de adoração e só deve ser usada com o sentido de realmente adorar e declarar nossa profunda adoração ao Senhor.
c) Amém – é concordância com Deus. Quem diz amém, diz: É assim, eu concordo, eu aceito, eu estou nessa. É isso mesmo. Verdade. Está completo. Tem sentido.
“estas coisas diz o amém” Ap. 3.14 – "amém, vem Senhor Jesus". Ap 22.16
Amém também significa a máxima verdade. Jesus usava a expressão: Amém, amém.
d) Glória- A expressão usada pelos pastores em Belém. Gloria é a presença de Deus. É todo o significado de Deus.
Gloria a Deus nas alturas é uma expressão de admiração e espanto. É uma expressão de exaltação ao Senhor. Glorificar a Deus é a maior expressão da vida. quem não glorifica a Deus não agrada a Deus. Não adianta eu “dar glória” com a boca e com a vida não glorificar a Deus.
Falar sem perceber o significado é desonrar o valor da expressão.

3) O CORPO PRECISA ESTAR ENVOLVIDO NA ADORAÇÃO, MAS SOMENTE O CORPO NÃO É SUFICIENTE PARA ADORAR AO SENHOR (IS 1.15-16)
Fechar os olhos tem sua utilidade, mas não é uma necessidade da oração. Pode orar com os olhos ou fechados.
Dobrar os joelhos é um sinal de reverência, uma atitude interior de submissão, sem essa condição interior é vazio.
Devemos adorar com o nosso corpo. Tudo o que há mim, bendiga ao Senhor.
A Bíblia nos diz para louvar ao Senhor com as mãos; aplaudindo, prostrando-se, gritando, cantando, dançando, porém se não for autêntico, de coração.
 Se não for para o Senhor é ritual vazio que Deus não recebe.
Sou a favor da coreografia, desde que ela seja feita por pessoas que se consagram a Deus. 
Existem muitas igrejas que usam a coreografia no culto, algumas com pessoas dedicadas à oração outras por puro modismo. 
Deus não recebe nosso culto se não for autêntico. Se não for em espírito.

4) A VIDA PRECISA ESTAR ENVOLVIDA NA ADORAÇÃO (IS 1.16,17).
Sem vida, sem caráter santo, sem consagração, sem temor a Deus não existe adoração.
a) Se você quer adorar como os magos adoraram ofereça o que você tem de melhor a Deus.
b) Se você quer adorar como os pastores adoraram ofereça palavras, expressões e gestos autênticos ao Senhor.
c) Se você quer adorar como os anjos adoram a Deus, renda-se totalmente, sem reservas de corpo, alma e espírito ao Senhor. Quem adora não precisa mostrar que adora. Adorar não se exibir. Adoração não é exibição. Não é um show para os outros. Não é fazer cena. Adoração é uma entrega ao Senhor. É dizer, Deus! Quem adora, precisa saber adorar sozinho.

O Senhor quer fazer de você um adorador autêntico, não um imitador. Tire da sua alma uma adoração. Entre no tempo com temor. Entre no templo com ações de graças (Sl 100).
Adoramos a Deus somente se reconhecemos o senhorio de Cristo.
 A adoração precisa ser cristocêntrica. 
Não existe mais a adoração do Antigo Testamento. 
Aquela era a Antiga Aliança, estamos 
na Nova Aliança e, agora, 
somente existe verdadeira adoração em Jesus. 
Através do Espirito adoramos a Cristo,
 assim, adoramos a Deus.

terça-feira, 24 de julho de 2007

A ORAÇÃO DE NEEMAIS - Neemias 01


pastor Rogério Nascimento
Pregado em julho de 2007





                                      APRENDENDO COM A ORAÇÃO DE NEEMIAS
Ne 1.1-11

A atitude de orar não se encontra entre as principais atividades das pessoas.
 
  
1 As palavras de Neemias, filho de Hacalias. No mês de quisleu, no ano vigésimo, estando eu na cidadela de Susã,
2 veio Hanani, um de meus irmãos, com alguns de Judá; então, lhes perguntei pelos judeus que escaparam e que não foram levados para o exílio e acerca de Jerusalém.
3 Disseram-me: Os restantes, que não foram levados para o exílio e se acham lá na província, estão em grande miséria e desprezo; os muros de Jerusalém estão derribados, e as suas portas, queimadas.
4 Tendo eu ouvido estas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus.
5 E disse: ah! SENHOR, Deus dos céus, Deus grande e temível, que guardas a aliança e a misericórdia para com aqueles que te amam e guardam os teus mandamentos!
6 Estejam, pois, atentos os teus ouvidos, e os teus olhos, abertos, para acudires à oração do teu servo, que hoje faço à tua presença, dia e noite, pelos filhos de Israel, teus servos; e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, os quais temos cometido contra ti; pois eu e a casa de meu pai temos pecado.
7 Temos procedido de todo corruptamente contra ti, não temos guardado os mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos que ordenaste a Moisés, teu servo.
8 Lembra-te da palavra que ordenaste a Moisés, teu servo, dizendo: Se transgredirdes, eu vos espalharei por entre os povos;
9 mas, se vos converterdes a mim, e guardardes os meus mandamentos, e os cumprirdes, então, ainda que os vossos rejeitados estejam pelas extremidades do céu, de lá os ajuntarei e os trarei para o lugar que tenho escolhido para ali fazer habitar o meu nome.
10 Estes ainda são teus servos e o teu povo que resgataste com teu grande poder e com tua mão poderosa.
11 Ah! Senhor, estejam, pois, atentos os teus ouvidos à oração do teu servo e à dos teus servos que se agradam de temer o teu nome; concede que seja bem sucedido hoje o teu servo e dá-lhe mercê perante este homem. Nesse tempo eu era copeiro do rei.
 
Muitos acham que é uma atitude ultrapassada.
Existem pessoas porém que estão descobrindo que a oração os sustenta quando os problemas que enfrentam parecem maiores que elas.
Neste texto Neemias nos conta sua experiência com a oração. Ele soube noticias que seu povo e que a cidade de Jerusalém encontrava-se em miséria. Ele estava em outro pais e sentia-se impossibilitado de ajudar. O que ele fez. Voltou-se para Deus em oração.
Do seu exemplo na oração podemos aprender como a oração pode tornar-se um fator decisivo em nossa vida.
Ao analisarmos a experiência da oração de Neemias chegamos a algumas conclusões que são lições práticas para nossa vida.

Primeira lição – A oração deve proceder do conhecimento de uma necessidade especifica – vs 1-4
Muitas de nossas orações são vagas, vazias. São apenas pedidos a Deus que abençoe a alguém ou a nós mesmos. Quando oramos por alguém geralmente não procuramos saber a real situação e necessidade da pessoa. Quando quisermos orar por alguém devemos entender que devemos nos concentrar numa luta por aquela pessoa. A oração disse Jesus não mera tagarelice, é uma guerra.
O relato de Hanani era um relato preocupante. E o conhecimento das condições daquelas pessoas leva Neemias a orar. Ele passa dias orando e jejuando. Ele não soltou apenas algumas palavras. Ele lutou em oração.

Segunda lição – A oração deve ser fruto de reverência a Deus – v.5
Neemias começa sua oração exaltando ao Senhor. “Ó Senhor, Deus dos céus, Deus grande e Temível...”.
Ele focaliza sua oração sobre a grandeza daquele de quem se aproxima. Ele está diante da majestade do Senhor, reconhece e declara isso. Quanto mais ele declara a grandeza do Senhor, menor se torna seu problema. Menos medo da vida ele tem.
O Senhor Jesus nos ensinou este tipo de oração, na oração do Pai Nosso.

Terceira lição – A oração deve ser fruto de um coração arrependido – v. 6-7
Neemias reconhece que é um pecador. Ele não está ali para fazer nem uma exigência a Deus. Ele não diz que tem algum direito. Ele não está em uma posição de colocar Deus contra a parede. Ele se confessa um pecador.

Quarta lição – A oração deve se basear numa aliança com Deus – v. 8-9
Muitas de nossas orações são ocasionais, descompromissadas. A oração de Neemias demonstra que ele conhecia as promessas do Senhor, ele conhecia a Palavra de Deus. Demonstra também como a Palavra controlava sua vida.

Quinta lição – A oração deve também louvar a Deus. V.10
Muitas pessoas oram, mas só pedem. Pedir é muito importante, mas não esqueça de agradecer a Deus, reconhecendo que ele tem agido na sua vida.

Sexta lição – a oração deve ser perseverante . v.11
Suas palavras finais neste texto revelam que ele seguirá orando. Na continuação do texto chegamos a conclusão que ele orou quatro meses até que a resposta viesse.
Há muitas pessoas que oram, seguem o mesmo exemplo da oração de Neemias, mas não obtém o resultado que ele obteve, mas falham em perseverar.
Ele continuou orando. Muitas vezes começamos a orar e depois não perseveramos. Ele poderia orar uma ou duas vezes e depois deixar tudo como estava.

Algumas lições práticas que tiramos são:
1) Não podemos orar como se estivéssemos apertando um botão de um microondas ou uma campanhia que chama um atendente.
2) Não podemos orar como se o Senhor fosse um garoto de recados que saltasse sempre que ocasionalmente soltamos nossas palavras.
3) Não podemos orar apenas uma ou duas vezes e já cobrarmos uma resposta.A oração coloca nossa vida em conformidade com a vontade de Deus.
A oração nos prepara para receber a resposta.
A oração fortalece nosso propósito de vida. estabelece e firma nossos planos.
A oração nos eleva da desconfiança para a confiança.
Da incredulidade para a fé.
Da independência para a dependência de Deus.
Os auto-suficientes não oram, apenas falam consigo mesmos.
Os auto-satisfeitos não tem conhecimento de sua necessidade.
A oração também tem o poder de colocar os problemas no lugar deles. Todos eles são menos do que o Senhor.
A oração nos dá novas perspectivas. Abre nossos olhos para coisas nunca vistas antes.
A oração também não é fruto nem reflexos de mentes e corações egoístas.
A oração torna Deus maior para nós e quanto maior o Senhor se torna para nós, menor é nossa visão dos problemas.
Para concluir: nossas orações diárias diminuem nossas preocupações diárias.
Jesus orava sempre. Devemos orar sempre. Neemias era um homem de grandes orações e foi um homem de grandes ações.








Exposição em Rute - A teologia da História


Pregado em fevereiro de 2006

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A SANTIFICAÇÃO DA HISTÓRIA COMO HISTÓRIA DA SALVAÇÃO.

Vemos a Graça através do domínio soberano e providencial de Deus sobre os acontecimentos.
 
O livro de Rute nos traz algumas lições importantes.
Vemos a Graça através do domínio soberano e providencial de Deus sobre os acontecimentos.
Vemos também que existe uma outra história a ser escrita através dos acontecimentos das escolhas e das circunstâncias humanas.



I - AÇÃO SOBERANA DE DEUS NA HISTÓRIA DA REDENÇÃO.

capitulo 1 – de Belém a Moabe.

No livro de Rute todos os nomes são significativos. Em toda a Bíblia, aliás, os nomes são importantes. Na maneira hebraica de pensar, saber o nome de uma pessoa é conhecer seu caráter, conhecer a pessoa. O nome é a pessoa.. Quando Abraão se tornou uma nova pessoa, ele recebeu um novo nome.
A Bíblia não é uma alegoria, nem esconde significados ocultos por trás de histórias e personagens. Minha intenção nesta mensagem é tirar lições a partir da história e seus detalhes. No livro de Rute, como em muitas outras passagens, temos uma riqueza muito grande nos detalhes. Cada verso, cada lugar e cada nome são altamente significativos. Vejamos os nomes e os significados dos personagens do Livro de Rute. Em primeiro lugar o nome Belém, significa Casa do Pão.
Elimeleque significa “Deus é meu Rei”.
Noemi significa doçura, amável.
Malom significa estar enfermo.
Quiliom aquele que é fraco.
Vejamos agora como se desenrola o drama dos primeiros versículos:
Falta Pão em Belém, na terra do pão. O termo Lehem – “pães” fartura de pães. Lugar onde se fabrica pães (padaria). Lugar onde há pão.
Elimeleque (Deus é meu Rei), cujo nome deveria expressar toda confiança na provisão de Deus sai de Belém, onde o Senhor era Deus, onde Javé era Deus e vai para Moabe, terra onde o Senhor não era Rei. Lá o deus que era adorado era um deus falso, chamado Camos.
Noemi que tinha o nome de doçura, tem que enfrentar a dureza extrema da vida.
Vejamos também que a mudança ao invés de trazer benção, trouxe maldição. Ao invés de trazer soluções trouxe mais complicações. A segunda opção tornou-se pior do que a primeira.
Note ainda que Malom e Quiliom que tinham nome de doença e fraqueza acabam cumprindo seus destinos.
Noemi tinha um nome maravilhoso. Seu nome era doçura, mas a vida para ela foi dura.
Noemi tenha enfrentado as maiores dificuldades, ela recebeu a ajuda do Senhor.
Se Elimeleque contrariou seu destino incluído no nome. Se Noemi não encontrou na vida o que tinha no nome. Seus filhos cumpriram exatamente o que havia sido determinado em seus nomes. Malom que tinha doença no nome morre jovem. Quiliom que tinha fraqueza no nome também morre cedo.
Veja que Elimeleque sai de Belém, casa do pão. Terra onde Javé, o Senhor era Deus, e vai para Moabe, terra onde Javé o Deus verdadeiro não era Rei. Ele sai da terra onde Senhor se manifestava, abençoava e foi para um lugar onde não havia a benção de Deus.
Podemos resumir que Elimeleque – Que Deus como rei – Sai da terra do Pão (da provisão) e vai para a Moabe (onde Deus não era rei).
As noras moabitas.
Rute significa – “a que é companheira”, “a que fica”. Na hora da escolha ela segue com Noemi –
Orfa – a que se vê pelas costas.
Noemi volta e seu diz que seu nome deveria ser Mara (amarga) – 1.20
Elas voltam no inicio do tempo da colheita – 1.22

Capitulo 2 – A colheita e os parentes pobres. Rute colhe nos campos de Boaz – o forte, o que ajuda.
A providência divina a leva a este campo, porque era parente (2.3; 2.19-20).


III - A GRAÇA DO REMIDOR
CAPÍTULO 3
Vemos que geralmente há uma graça especial de Deus atuando nos momentos de sofrimento humano e que há recursos confortadores vindo dos céus.
Vemos a graça de Deus trazendo provisão, de maneira muito material, na oportunidade que Rute teve de rebuscar nos campos de Boaz e através da generosidade do próprio Boaz.
Vemos neste texto a graça do parente remidor de quem veio os grandes benefícios para Rute e Noemi.
Da perspectiva do Novo Testamento podemos ver como a graciosa providencia de Deus está relacionada à pessoa de Cristo.
Todos os benefícios de Rute eram providencias de Deus, através de Boaz.
Agora, todos os benefícios de Deus para nós é através de Cristo.
Precisamos conhecer estes benefícios.
Como diz Calvino: "Conhecemos a Cristo, na medida em que conhecemos os seus benefícios.
Cristo é nosso parente remidor e traz consigo o perdão de nossos pecados e todos os outros benefícios de sua paixão".
1) É nele que Deus estabeleceu seus propósitos para o mundo. (Ef 15.10)
2) É nele que Deus estabeleceu seus propósitos eternos. ( Ef 3.11ss)
3) É nele que Deus tem seus propósitos consoladores para as dores do mundo (2 Cor 1.3-5)
4) É nele que Deus nos traz provisões. É através de Cristo que os ricos recursos da provisão de Deus nos são transmitidos (2Cor 8.9)
5) É em cristo que aprendemos a viver acima das circunstâncias (Fp 4.11-19).
Ele nos chama para sermos membros de sua família.
Ele penetra na dor do nosso sofrimento e carrega a dor conosco encorajando-nos a confiar em nosso pai celestial para fazer duas coisas:
a) Aqui nos dando o pão de cada dia e a salvação do pecado.
b) E depois nos recebendo no banquete das bodas do Cordeiro.
É preciso mais do que conhecer os baneficios de Cristo, crer na obra de Cristo e também receber em nossa vida estes benefícios.
A tentativa de Noemi de tomar o controle da situação.
Rute vai até a eira de Boaz. Deus assume o controle, através da atitude de Boaz de não tomar Rute naquela noite como esposa.


Capitulo 4 – Vê-se o controle soberano de Deus sobre a história
– pois as famílias de Ló e Abraão se encontram. A geração de Ló tem sua redenção e passa a ter parte na genealogia do Salvador.
Obede – “servo, aquele que adora.”
Jessé – “Deus existe” ou “presente de Deus”.

Exposição em Rute 3 - O homem mais íntegro do mundo

Pregado em Fevereiro de 2006


QUEM É VOCÊ QUANDO NINGUÉM ESTÁ OLHANDO? Rt 3.1-18

Muitas pessoas colocam têm duas faces. Na frente das pessoas agem de uma forma, longe de outra. São pessoas que vestem uma máscara.


Disse-lhe Noemi, sua sogra: Minha filha, não hei de eu buscar-te um lar, para que sejas feliz?
2 Ora, pois, não é Boaz, na companhia de cujas servas estiveste, um dos nossos parentes? Eis que esta noite alimpará a cevada na eira.
3 Banha-te, e unge-te, e põe os teus melhores vestidos, e desce à eira; porém não te dês a conhecer ao homem, até que tenha acabado de comer e beber.
4 Quando ele repousar, notarás o lugar em que se deita; então, chegarás, e lhe descobrirás os pés, e te deitarás; ele te dirá o que deves fazer.
5 Respondeu-lhe Rute: Tudo quanto me disseres farei.
6 Então, foi para a eira e fez conforme tudo quanto sua sogra lhe havia ordenado.
7 Havendo, pois, Boaz comido e bebido e estando já de coração um tanto alegre, veio deitar-se ao pé de um monte de cereais; então, chegou ela de mansinho, e lhe descobriu os pés, e se deitou.
8 Sucedeu que, pela meia-noite, assustando-se o homem, sentou-se; e eis que uma mulher estava deitada a seus pés.
9 Disse ele: Quem és tu? Ela respondeu: Sou Rute, tua serva; estende a tua capa sobre a tua serva, porque tu és resgatador.
10 Disse ele: Bendita sejas tu do SENHOR, minha filha; melhor fizeste a tua última benevolência que a primeira, pois não foste após jovens, quer pobres, quer ricos.
11 Agora, pois, minha filha, não tenhas receio; tudo quanto disseste eu te farei, pois toda a cidade do meu povo sabe que és mulher virtuosa.
12 Ora, é muito verdade que eu sou resgatador; mas ainda outro resgatador há mais chegado do que eu.
13 Fica-te aqui esta noite, e será que, pela manhã, se ele te quiser resgatar, bem está, que te resgate; porém, se não lhe apraz resgatar-te, eu o farei, tão certo como vive o SENHOR; deita-te aqui até à manhã.
14 Ficou-se, pois, deitada a seus pés até pela manhã e levantou-se antes que pudessem conhecer um ao outro; porque ele disse: Não se saiba que veio mulher à eira.
15 Disse mais: Dá-me o manto que tens sobre ti e segura-o. Ela o segurou, ele o encheu com seis medidas de cevada e lho pôs às costas; então, entrou ela na cidade.
16 Em chegando à casa de sua sogra, esta lhe disse: Como se te passaram as coisas, filha minha? Ela lhe contou tudo quanto aquele homem lhe fizera.
17 E disse ainda: Estas seis medidas de cevada, ele mas deu e me disse: Não voltes para a tua sogra sem nada.
18 Então, lhe disse Noemi: Espera, minha filha, até que saibas em que darão as coisas, porque aquele homem não descansará, enquanto não se resolver este caso ainda hoje.

Na volta de Moabe, depois de todos os fracassos, tudo agora começa a dar certo. Enquanto o capitulo primeiro narra a tragédia atingindo em cheio uma família, no capitulo dois, vemos vemos a providência de Deus dirigindo a vida de Rute. Rute vai justamente ao campo de Boaz. Este era um parente de Noemi, e era candidato a ser um remidor de Rute.
Noemi então aconselha a Rute a ir à noite à eira onde Boaz dormia e tentar seduzi-lo. Ela se perfuma e deita aos pés de Boaz e quando este acorda de madrugada lá está Rute, perfumada e sedutora, mas Boaz ao invés de aproveitar-se da situação, já que estava sozinho, já que ninguém estava vendo, ele abençoa a Rute e não toca nela, e ainda a protege e não deixa que ninguém, saiba que ela estivera ali.
Vemos aqui portanto alguns traços do caráter de Boaz.
Em primeiro lugar ele era um homem temente a Deus – Numa situação incomum ele se lembra da benção de Deus.
Em segundo lugar ele era um homem de caráter incomum – Ele protege a reputação e a honra de Rute.
Em terceiro lugar ele era um homem de integridade rara – Ele não um homem comum, sua integridade era espantosa. Mesmo no escuro, com uma mulher bonita e disponível ele não tira proveito da situação.

Vejamos a lições práticas que podemos tirar deste texto.
1 – DEVEMOS SER INTEGROS NO PENSAMENTO.
Nossos pensamentos secretos devem ser tão íntegros quanto nossas ações públicas.
“Os pensamentos do justo são íntegros” Pv 12.5 .
Jesus disse: “a boca fala o que o coração está cheio”
Nossos pensamentos devem ser íntegros. Todo pecado começa com um pensamento. Precisamos controlar nossos pensamentos, através da renúncia. O diabo trabalha muito com nossa mente. Ele coloca pensamentos malignos em nossa mente. Ele nos induz a pensamentos maliciosos.
Veja o diz a Bíblia para nossos pensamentos em Fp 4.8 – “ tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que justo, tudo o que puro, tudo o que é amável, tudo o que de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso que ocupe o vosso pensamento”.

2 - DEVEMOS SER INTEGROS EM NOSSAS PALAVRAS.
O que falamos longe das pessoas devem ser tão verdadeiras quanto às que falamos na frente delas.
“ o que guarda a boca e a língua guarda a sua alma das angústias” Pv 21.23
“ a boca dos insensatos derrama a tolice” Pv 15.2
Nossas palavras nos denunciam. Uma pessoa verdadeira sempre falará a verdade seja onde estiver. Existe muitas pessoas que longe das pessoas falam o que não devem de depois na frente não sustentam suas palavras.
São pessoas que não são integras no seu falar.

3 – DEVEMOS SER INTEGROS EM NOSSAS AÇÕES.
Nossa vida secreta deve ser tão integra quanto nossa vida pública.
“não entres no caminho dos impios, nem sigas pela vereda dos maus. Evita-o; não passes por ele; desvia-te dele e passa de largo” Pv 14.14-15
O que vale mesmo na avaliação do caráter de uma pessoa não é o que ela faz em público.
Não é a vida publica de uma pessoa que é avaliado no caráter de uma pessoa.
A verdadeira face de uma pessoa é sua vida privada. O que acontece no segredo das quatro paredes. O que acontece longe da família.
O que o filho ou filha faz longe dos pais.
O que a esposa faz longe do marido.
O que o marido faz longe da esposa.
O que a pessoa faz longe dos olhos dos outros.
Esta á verdadeira vida, esta é a que vale.
Muitas pessoas colocam têm duas faces. Na frente das pessoas agem de uma forma, longe de outra. São pessoas que vestem uma máscara.

CONCLUSÃO.
Boaz fez aquilo que deveria ser exemplo para todos. todos deveriam imitar
 Boaz na sua integridade. 
Este foi um homem que viveu sua vida privada com tanta integridade quanto em sua vida publica. 
Suas ações naquela noite foi um culto ao Senhor.
 Deus foi glorificado em suas ações.
Como cristãos, vivemos segundo a graça.
 Não estamos debaixo de leis ou preceitos.
 Não temos que “fazer” para que sejamos salvos, mas o “ser” em Cristo. 
Estamos em Cristo, por isso nele somos.
 Nele vivemos. 
Nosso testemunho como cristãos, 
deve ser firme, 
mostrando nosso caráter formado pela Palavra de Deus.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Exposições em Rute - Capítulo 02 - Bênçãos nos Campos do Senhor


Pregado em Janeiro de 2006

COLHENDO BENÇÃOS NOS CAMPOS DO SENHOR  - Rt 2.1-18


Há grande provisão de Deus e em Deus para aqueles que buscam abrigo em sua presença.
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1 Tinha Noemi um parente de seu marido, senhor de muitos bens, da família de Elimeleque, o qual se chamava Boaz.
2 Rute, a moabita, disse a Noemi: Deixa-me ir ao campo, e apanharei espigas atrás daquele que mo favorecer. Ela lhe disse: Vai, minha filha!
3 Ela se foi, chegou ao campo e apanhava após os segadores; por casualidade entrou na parte que pertencia a Boaz, o qual era da família de Elimeleque.
4 Eis que Boaz veio de Belém e disse aos segadores: O SENHOR seja convosco! Responderam-lhe eles: O SENHOR te abençoe!
5 Depois, perguntou Boaz ao servo encarregado dos segadores: De quem é esta moça?
6 Respondeu-lhe o servo: Esta é a moça moabita que veio com Noemi da terra de Moabe.
7 Disse-me ela: Deixa-me rebuscar espigas e ajuntá-las entre as gavelas após os segadores. Assim, ela veio; desde pela manhã até agora está aqui, menos um pouco que esteve na choça.
8 Então, disse Boaz a Rute: Ouve, filha minha, não vás colher em outro campo, nem tampouco passes daqui; porém aqui ficarás com as minhas servas.
9 Estarás atenta ao campo que segarem e irás após elas. Não dei ordem aos servos, que te não toquem? Quando tiveres sede, vai às vasilhas e bebe do que os servos tiraram.
10 Então, ela, inclinando-se, rosto em terra, lhe disse: Como é que me favoreces e fazes caso de mim, sendo eu estrangeira?
11 Respondeu Boaz e lhe disse: Bem me contaram tudo quanto fizeste a tua sogra, depois da morte de teu marido, e como deixaste a teu pai, e a tua mãe, e a terra onde nasceste e vieste para um povo que dantes não conhecias.
12 O SENHOR retribua o teu feito, e seja cumprida a tua recompensa do SENHOR, Deus de Israel, sob cujas asas vieste buscar refúgio.
13 Disse ela: Tu me favoreces muito, senhor meu, pois me consolaste e falaste ao coração de tua serva, não sendo eu nem ainda como uma das tuas servas.
14 À hora de comer, Boaz lhe disse: Achega-te para aqui, e come do pão, e molha no vinho o teu bocado. Ela se assentou ao lado dos segadores, e ele lhe deu grãos tostados de cereais; ela comeu e se fartou, e ainda lhe sobejou.
15 Levantando-se ela para rebuscar, Boaz deu ordem aos seus servos, dizendo: Até entre as gavelas deixai-a colher e não a censureis.
16 Tirai também dos molhos algumas espigas, e deixai-as, para que as apanhe, e não a repreendais.
17 Esteve ela apanhando naquele campo até à tarde; debulhou o que apanhara, e foi quase um efa de cevada.
18 Tomou-o e veio à cidade; e viu sua sogra o que havia apanhado; também o que lhe sobejara depois de fartar-se tirou e deu a sua sogra.


Após a longa jornada, Noemi e Rute chegam a Belém. Duas viúvas em tempos de abandono social à esta condição. Depois de algum tempo pensando o que fazer, sem ter o que fazer, Rute toma uma iniciativa corajosa. Ela diz á sua sogra: “deixa-me ir ao campo, vou tentar achar provisão para nós (2.2). Indo ela chega por casualidade (2.3), aos campos de Boaz. Ali a casualidade se transforma em providência divina - Era a Providência - Ali estava a sua provisão, pois os campos de Boaz eram o campos da benção de Deus para aquela cidade e foi o campo da provisão para Rute e Noemi.
Na verdade a casualidade humana é causalidade divina. A providência divina provoca aquilo que chamamos casualidade.
Não haveria outro lugar melhor em Belém. Rute não só pode colher espigas naqueles campos como também é notada pelo dono do campo. o seu trabalho persistente chama a atenção dos trabalhadores (2.7). Quando Boaz chega ele pergunta: “quem á moça?”. Os trabalhadores informam que é a estrangeira e nora de Noemi sua parente. Boaz, então age de uma forma maravilhosa e dá os seguintes privilégios que se transformam em bênçãos para Rute:
1 – Diz à Rute que não vá a outro campo, tudo o que ela precisa está ali.
2 – Diz à Rute para acompanhar suas servas e colher o que elas colherem.
3 – Diz à Rute que nenhum empregado irá lhe assediar e que ali não correrá perigo.
4 – Diz à Rute que quando tiver sede pode beber da água dos vasos que servia para suprir todos os empregados daquele campo. Ou seja diz à Rute não passe sede, aqui há água em abundância.
5 – Diz à Rute que à hora da refeição ela compartilhe da comida de todos.
6 – Dá ordem que Deixem Rute colher à vontade não apenas das sobras da colheita.
O que podemos aprender como lições à igreja com este texto? Os campos de Boaz podem muito bem representar os campos do Senhor hoje.
Os campos de Boaz, eram para Rute os campos do Senhor. Os campos do Senhor, são lugares onde encontramos a melhores provisões para a vida.

 Vejamos, portanto, as lições deste texto para os que estão nos campos do Senhor.
I
 NOS CAMPOS DO SENHOR HÁ ACOLHIMENTO -V.8
Boaz diz à Rute que não vá a outro campo, pois ali há provisão para ela. Da mesma forma o Senhor nos acolhe e nos diz que não precisamos ir de um lado para outro buscando bênçãos, mas que onde estamos tem bênçãos, tem provisões, tem a graça de Deus.
Muitas pessoas vão de um lado para outro, são caçadores de bênçãos, mas a benção nunca chega e nem a “benção que chegue” para elas.
Assim como Boaz diz a Rute não vá para outro campo, nossa igreja precisa dizer às pessoas que ali existe a benção, mas, veja, ali realmente havia a provisão. Onde não há a manifestação de Deus não pessoas colhendo. Quem colhe em campo seco, procura outro campo.
II
 NOS CAMPOS DO SENHOR HÁ PROTEÇÃO E SEGURANÇA V.9
Também Boaz diz à Rute que ali ela estará protegida, bem cuidada e em absoluta segurança. Os campos de Boaz era seguro para quem quisesse ali colher. Quem colhe nos campos do Senhor está seguro debaixo das asas do Senhor (ver v.12). A palavra nos garante que se habitarmos no Senhor teremos abrigo e proteção (Sl 91.1,2). A grande condição de segurança para nossa vida é permanecermos nos campos do Senhor. Não podemos sair fora dos limites deste campo. Não podemos não obedecer a Palavra a ainda assim termos vitórias contra o inimigo. Não preciso viver lutando contra o inimigo, podemos viver em permanente vitória contra ele. Muitas pessoas estão sofrendo na luta contra o diabo, porque estão lutando apenas com sua fé, com suas orações de guerra, mas não está a Palavra. A nossa vitória contra o inimigo é estarmos debaixo da mão do Senhor, ou seja, obedecendo a Deus (ver João 10.1-6) Se estivermos debaixo da proteção do Senhor Jesus então estaremos bem protegidos. Ele mesmo afugentará o inimigo (ver também Tg 4.7). Não existe batalha espiritual contra forças invisíveis do mal, a não ser nos termos da Palavra.
III
NOS CAMPOS DO SENHOR HÁ PROVISÃO CONTINUA V.9B
Boaz também oferece à Rute que beba da água que ele providencia para seus empregados. Diz ele: quando tiveres sede venha às águas e beba. Ou seja, não passe sede. A mesma palavra Jesus diz àqueles que querem lhe seguir. No Evangelho de João 7.37, Jesus diz: “aquele que tem sede, venha a mim e beba”. Não precisamos viver a vida sem a presença de alegria em nosso coração. Não precisamos viver nossa vida na secura, sem felicidade, sem prazer de viver e sem a graça de Deus. A água de Boaz era um presente para o dia de sol que Rute tinha que enfrentar. A água que Jesus oferece é a graça que sacia nossa alma neste deserto que é o mundo.
IV
NOS CAMPOS DO SENHOR HÁ PROVISÃO ABUNDANTE V.14
Quando chega a hora da refeição, Boaz não deixa que Rute fique sem juntar-se aos seus empregados. Ele diz para Rute compartilhar da refeição que ele todos os dias providenciava para seus trabalhadores. A frase marcante é: “sirva-se do pão e molha o teu bocado no vinho”. Assim ao invés de Rute ficara à margem, ele serve-se à vontade e diz o texto que ela comeu até fartar-se.
Esse fato ilustra muito bem o que acontece àqueles que servem-se da graça de Deus. No mundo comemos o “pão que o diabo amassou”. No mundo comemos o “pão seco” da solidão e do desaparo. No mundo comemos o “pão de lágrimas”, mas Jesus diz “eu sou o pão da vida”( Jo 8.35 e 48). Ele é o pão de Deus “ que desceu do céu” (Jo 8. 32,33). O pão de Deus é Jesus, é pão molhado no vinho, e Ele nos convida hoje a “molhar nosso bocado no vinho”. Chega de viver na secura da vida, chega de comer no deserto, chega de viver sem alegria, de viver sem vida.
V
NOS CAMPOS DO SENHOR HÁ A RECOMPENSA À FIDELIDADE V.15-18
Depois de alimentada ela colheu à vontade. Ela teve forças para trabalhar. Colher mais do que esperava. Voltou para casa com alegria. Voltou com os braços pesados. Noemi quase não acreditou quando viu. Rute saiu naquele apenas fazer uma tentativa, voltou alegre, voltou feliz, como a muito não acontecia. Trabalhou o dia inteiro. Seu trabalho fiel, seu coração crente teve a recompensa e aquele dia foi o primeiro dia do resto de uma vida feliz e abençoada.

CONCLUSÃO
Na vida precisamos tomar iniciativas. Não adianta ficar parado esperando que aconteça algum milagre. Não vai acontecer. Precisamos ir ao Senhor, buscar a benção, buscar a solução. A solução é o próprio Senhor. Não podemos ficar pensando em benção materiais, quando o grande bem do Senhor para nós são os benefícios da salvação. Não adiante também tentar colher bênçãos, senão nos campos do Senhor. Fique nos campos do Senhor e seja abençoado. Seja feliz, experimentando a alegria da salvação.



sexta-feira, 20 de julho de 2007

Exposições em Rute 1 - Passado e Futuro

Rogério Nascimento - Pregado em janeiro de 2006

NÃO DEIXE O PASSADO DOMINAR SEU FUTURO Rt 1.8-18

O nosso futuro é determinado pela maneira como enfrentamos nosso passado.



8 disse-lhes Noemi: Ide, voltai cada uma à casa de sua mãe; e o SENHOR use convosco de benevolência, como vós usastes com os que morreram e comigo. 9 O SENHOR vos dê que sejais felizes, cada uma em casa de seu marido. E beijou-as. Elas, porém, choraram em alta voz
10 e lhe disseram: Não! Iremos contigo ao teu povo. 11 Porém Noemi disse: Voltai, minhas filhas! Por que iríeis comigo? Tenho eu ainda no ventre filhos, para que vos sejam por maridos?
12 Tornai, filhas minhas! Ide-vos embora, porque sou velha demais para ter marido. Ainda quando eu dissesse: tenho esperança ou ainda que esta noite tivesse marido e houvesse filhos,
13 esperá-los-íeis até que viessem a ser grandes? Abster-vos-íeis de tomardes marido? Não, filhas minhas! Porque, por vossa causa, a mim me amarga o ter o SENHOR descarregado contra mim a sua mão.14 Então, de novo, choraram em voz alta; Orfa, com um beijo, se despediu de sua sogra, porém Rute se apegou a ela.15 Disse Noemi: Eis que tua cunhada voltou ao seu povo e aos seus deuses; também tu, volta após a tua cunhada.16 Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me obrigue a não seguir-te; porque, aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus.
17 Onde quer que morreres, morrerei eu e aí serei sepultada; faça-me o SENHOR o que bem lhe aprouver, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti.18 Vendo, pois, Noemi que de todo estava resolvida a acompanhá-la, deixou de insistir com ela.
 

Todos nós temos uma história. Rute e Órfa também tinham uma história. A história das duas eram histórias tristes. De sonhos desfeitos, de lágrimas, de perdas, de luto e de frustração. As duas foram visitadas pela dor. As duas receberam duros golpes da vida. Tanto Rute, quanto Órfa
Estavam destruídas por dentro. Quanto aos sentimentos ambas estavam amarguradas. Quanto às memórias, o que dominava eram as lembranças amargas.
A volta de Noemi para Belém representava para as duas uma oportunidade de mudança. Era a oportunidade de esquecer o passado e apostar no futuro.
Noemi diz que vai seguir em frente e oferece às duas a oportunidade de voltar atrás.
Uma das duas noras opta por regressar a sua casa e ao seu passado. O nome dela é Orfa que singnifica “a que volta as costas”. Ela representa todas aquelas pessoas que voltam ao passado para resolver seus problemas. Ela representa também as pessoas que vivem presas ao seu passado.
A outra é Rute e opta pela fidelidade à sua sogra. O nome dela significa “fiel, amiga”.
Uma opta pelo passado, outra pelo futuro
As lições que aprendemos com as duas noras de Noemi tem muita relevância para nossa vida, pois somos pessoas com história. E somos hoje o que o passado fez de nós. O ódio de hoje foi o ressentimento de ontem.A amargura de hoje foi tristeza ontem. A inimizade de hoje, foi um simples desentendimento ontem. Também o sucesso de hoje foi um risco ontem. A alegria de hoje foi uma tentativa ontem.
O nosso futuro é determinado pela maneira como enfrentamos nosso passado.

1 – O PASSADO SEMPRE VAI TENTAR NOS SEGURAR PRESOS A ELE . vs 8 -10
O passado é uma força capaz de nos dominar. O passado é terra onde já pisamos. O futuro ainda é uma possibilidade.
As duas receberam a oportunidade de voltar. Voltar para casa, tentar tocar a vida, sem contudo tomar nenhuma decisão de mudança.
Não podemos tocar nossa vida enquanto não esquecermos o passado. Não podemos seguir rumo à vitória, enquanto não nos libertarmos do passado. O Apóstolo Paulo nos ensinou muito bem a lição: “esquecendo das coisas que para trás ficaram, prossigo para o alvo” (Fp 3.13-14)

2 – O PASSADO QUANDO AMARGO É INIMIGO DE NOSSAS ESPERANÇAS – vs 11-13
Noemi diz a elas que não pode oferecer esperança nenhuma a elas. Noemi não tem nada a oferecer a lhes oferecer..
O passado sempre volta nos momentos mais difíceis de nossa vida. Quando pensamos que vamos ter alguma esperança. Quando pensamos que nossa vida vai mudar, vem à nossa mente as lembranças amargas, as memórias dos momentos difíceis que vivemos. Precisamos lembrar que o passado não pode ser mudado. As coisas que fizemos no passado não podem não existir, mas para isso o Senhor já providenciou soluções. Para os nosso erros passados ele providenciou o perdão. Para toda a vida que passou ele providenciou o novo nascimento, que faz com que possamos viver uma nova vida. Através da presença de Jesus em nossa vida passamos a viver as coisas novas de Deus (2 Cor 5.17)

3- VOLTA ATRÁS AQUELE QUE VIVE PRESO AO PASSADO . V.14
Orfa não conseguiu acreditar no futuro. Orfa achou melhor voltar. Ela preferiu o seu passado do que o futuro.
Assim como ela muitas pessoas não conseguem ir adiante em sua aposta no futuro. Não conseguem mudar de vida. Não acreditam na cura, pois já estiveram doentes. Não acreditam em amizades porque tiveram inimigos. Não confiam nas pessoas porque já foram traídas.
Estas pessoas não deixam que o poder do Senhor Jesus transforme seu coração. Estas pessoas não são abençoadas pois uma força as puxa para baixo. Elas ficam paradas, vêem o tempo passar, outras pessoas sendo abençoadas, prosperando, crescendo e sendo ungidas, mas elas estão amarguradas com o que aconteceu ontem que não reconhecem o poder de Jesus.
Um exemplo é Marta. Quando seu irmão Lázaro morreu, Jesus demorou quatro dias para chegar, ela ficou presa ao dia da morte de seu irmão e não acreditou que Jesus poderia ressucitá-lo. É preciso reconhecer que Jesus é poderoso hoje para transformar sua vida.

4 – A CURA PARA O PASSADO AMARGO É DEIXÁ-LO PARA TRÁS, VIVENDO AS OPORTUNIDADES DO PRESENTE V. 16-18
Rute ao contrário de Orfa e da maioria das pessoas tomou uma atitude bem diferente. Ao invés de usar seu passado para lamentar, parar, ficar chorando ela surpreendeu todo mundo usando o passado para não voltar à ele.
Ela não queria sofrer outra vez. Aquela terra não a fez feliz. Aquele povo não a ajudou. Aquele Deus não mudou sua vida.
Rute ao deixar seu passado para trás tomou a única atitude que um vencedor em Cristo pode tomar. Se ficarmos remoendo, lembrando nossas mágoas, nossas revoltas, nossas tristezas, nossos erros, não daremos oportunidades para o Senhor agir em nossa vida. Não cresceremos, não seremos abençoados e veremos outras pessoas avançando e nós ali, paralisado pelas lembranças que já deveriam estar anuladas.

CONCLUSÃO
Nossa vida em Cristo é tão profunda, quanto a intensidade de nossas decisões. Nossa atitude com o passado é uma questão de decisão. Decida vencer o passado. Dê um passo a frente. Moabe a terra da ausência da benção deve ficar para trás. Devemos escolher Belém a terra do pão. Jesus é o nosso pão. Ele é nossa melhor decisão. Ele diz: “Venha a mim, você que está cansado e exausto” (Mt 11.28). Você que cansou de viver aprisionado pelo passado, aceite a provisão de Cristo para ser liberto e Deus vai te abençoar.

VIVER COM PACIÊNCIA, ESPERANÇA E PERSEVERANÇA – Romanos 8.18-25

  Pregado em 03 de maio de 2020 sexto sermão na Pademia                                                                                     ...