O sétimo Mandamento - "Não adulterarás" - O Deus do Casamento - parte 2 -

Pregado em 28 de janeiro de 2017 - Na Capela Missional/Porto Alegre
Série Breve Catecismo de Westminster

PERGUNTA 70. Qual é o sétimo mandamento?

R. O sétimo mandamento é: "Não adulterarás" - Ex 20.14

                                        
                                   O Sétimo Mandamento - Sermão 02

O CASAMENTO É UM ESPELHO DO PRIMEIRO CASAMENTO – AS BODAS DO CORDEIRO – O CASAMENTO ENTRE CRISTO E A IGREJA – Efésios 5.22-33

O conceito cristão do casamento é segundo a Escritura. Unicamente pela Escritura e não pela cultura ou mentalidade da época ou de épocas.

O casamento é uma obra da criação é exigido de toda a humanidade. Quem casa, está obedecendo esta ordem da criação. Quem viola a ordem da criação é culpado de violar a vontade e determinação de Deus esteja onde estiver. O casamento não é uma invenção ou convenção humana, mas ordenança do Criador, Ele instituiu o casamento – não apenas isso – mas sendo uma obra da criação – ele instituiu, ordenou, designou, arranjou, preparou e estabeleceu para os seres humanos. Ele deixou os princípios, as regras, as condutas, como deve ser o casamento e o que ele representa. O casamento é de Deus e não do ser humano. É uma invenção divina e não humana. Ninguém deveria casar sem entender os propósitos do casamento. Ninguém deveria casar sem entender o significado do casamento. O casamento não é um álibi. Não é um meio de sair de casa, de ficar livre dos pais. De alcançar qualquer coisa. O casamento, deveria ser ensinado, é uma das coisas mais sérias da vida. O mandamento divino – “Não adulterarás”, é a demonstração de Deus é Deus do casamento. É uma ordem de comportamento, atitude e posição para o casado.

O casamento faz parte da ordem da criação, é parte de decreto do criador, da vontade do criador, daquilo que Deus estabeleceu quanto á relação entre homens e mulheres.
O casamento, portanto, é uma bênção. É parte da providência divina e uma provisão para a humanidade, pois sem o casamento, não haveria nem mesmo a humanidade. O casamento, portanto, vem antes da humanidade, pois é o gerador da humanidade. Se acabasse o casamento como Deus ordenou, acabaria a humanidade. O texto em Efésios, que lemos nos traz uma assombrosa revelação sobre o casamento. Que o casamento é um espelho do casamento origina – do Pacto de Deus com seu povo – As Bodas do Cordeiro – a união entre Cristo e a igreja. Quando o apóstolo fala da esposa como modelo da igreja e do marido como modelo de Cristo é disso que ele está falando.
Vejamos:
I – 0 CASAMENTO É SOMBRA DE UMA REALIDADE SUPERIOR QUE É O PACTO DE REDENÇÃO. “Eu me refiro a Cristo e a Igreja” v.32
O casamento é um pacto de significados muito amplos ricos. Ele não pode ser visto apenas como tendo a função principal de procriação. Ter filhos é uma razão primária do casamento, mas não é única razão.
O casamento também não pode ser visto como tendo o sexo como razão principal. Deus não criou o casamento porque o homem precisava ter filhos ou prazer. Nem porque o homem estava só. Estes fatores, foram os criadores da necessidade do primeiro casamento humano. Mas o casamento existe para a glória de Deus.
O casamento é um pacto humano, ordenado e arranjado por Deus. É a união de dois pecadores que se comprometem em juramento pactual diante de Deus, a criar um ambiente de amor onde os dois se darão um ao outro, serão um do outro e se dedicarão um ao outro em uma relação exclusiva e fechada.
O casamento, porém só existe como pacto, porque representa o pacto de Deus com seu povo. É um espelho do pacto da redenção. O primeiro casamento ordenado não foi o de Adão e Eva, mas de Cristo e a igreja. O primeiro casamento ordenado foi as Bodas do Cordeiro. Ef 5.31-32 -  Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. 32  Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja.
O propósito divino para o casamento é que ele seja o reflexo mais fiel deste pacto entre Cristo e a Igreja feito na eternidade.  O propósito inicial do casamento é unir pactualmente em amor um homem e uma mulher. Mas, o propósito final é testemunhar, representar, demonstrar a aliança entre Cristo e a igreja. O amor de Cristo pela igreja.  A fidelidade da igreja para com Cristo.
O casamento tem a função e a missão de expressar no tempo, na cultura e ao tempo e á cultura as Bodas do Cordeiro – o casamento de Cristo e a igreja. 
1 - A esposa evangélica – a esposa tem a missão de demonstrar e viver a submissão, a devoção e a fidelidade que a igreja demonstra por Cristo.
v. 22 As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor;
23 porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo.
24 Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido.
2- O marido evangélico – O marido tem a missão de amar a esposa com o mesmo tipo de amor com que Cristo ama a igreja. Um amor sacrificial de cuidado e entrega incondicional. V. 25 Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela,
3 - O casal evangélico – Marido e esposa têm a missão de completar um ao outro em um relacionamento de amor, fidelidade e honra,
v. 33 Não obstante, vós, cada um de per si também ame a própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido.
4 – A família evangélica – A família tem a missão de representar o que Cristo e a igreja representam.  A missão de glorificar a Deus e tornar o evangelho conhecido.
v. 31 Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. 32 Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja.
O modelo do casamento é sua realidade superior – As Bodas do Cordeiro. Não é a união do casal humano que vem primeiro, daí se usar a figura do casamento entre Cristo e a igreja – mas é o contrário – primeiro vem o casamento entre Cristo e a igreja, daí o texto afirmar depois de falar do relacionamento entre um homem e uma mulher casados, o apóstolo afirmar que se referia a Cristo e à igreja.
O modelo que marido e mulher devem seguir é o de Cristo e a igreja. Não é a cultura. Não são os costumes. Não é a moralidade da época. Não é a mentalidade ou realidade do mundo. Cristo é o primeiro noivo. O verdadeiro noivo. O modelo do noivo. O modelo do marido. Cristo é o esposo fiel. Não dá pra imaginar Cristo traindo sua noiva. É impossível imaginar Cristo traindo sua esposa. O mandamento "não adulterarás" é cumprido plenamente por Cristo.
II –O CASAMENTO SENDO UM ESPELHO DO PACTO DIVINO, TORNA POSSÍVEL NELE EXPERIMENTAR AS MELHORES DÁDIVAS DO CRIADOR AOS PECADORES - 31 Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne.
O casamento por representar o que ele representa proporciona a possibilidade da experiência de viver os mais maravilhosos benefícios de um relacionamento.
O capitulo que lemos chama o casamento de “mistério”. Deus usa o casamento para ser metáfora de seu decreto. No casamento podemos ver – como possibilidade – a riqueza da glória de Deus. Não podemos ver o casamento como um fim em si mesmo. Casei para ser feliz. Para ter uma esposa. Para ter sexo. Para ter carinho, para fazer alguém feliz, para ter filhos, para morar em uma casa, para dormir no inverno mais aquecido, para ter um homem para chamar de meu, uma mulher para chamar de minha.....
O casamento é a possibilidade de vivermos um amor verdadeiro.
Isto não é algo automático, mas que deve ser construído a partir da prática da Palavra de Deus.
Ninguém tem o direito de tirar, diminuir ou mudar o significado do casamento.
O casamento sendo uma obra de Deus, ele permite, ou dá a possibilidade de nele ser experimentado todas as bênçãos prometidas.
1 - Uma esposa pode ser amada com o tipo de amor de Cristo pela igreja - v.25 Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela,
2 - Um marido pode ter uma esposa que se submeta a ele, o honre, se dedique a ele e seja fiel a ele, como a igreja faz com Cristo - v.22 As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; 23 porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. 24 Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido.
3 - Uma esposa pode ter um marido que zele tanto por ela como Cristo zela pela igreja - v.25 Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela,26 para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra,
27 para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito.28 Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama.29 Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja;
4 - Marido e mulher podem ter um relacionamento, um casamento que seja modelo de Cristo e a igreja - v.31 Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. 32 Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja. 33 Não obstante, vós, cada um de per si também ame a própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido.
Um casal pode ter as melhores dádivas da graça de Deus. Um casal pode viver um relacionamento da mais verdadeira amizade; da mais verdadeira fidelidade; das mais maravilhosas conversas; dos melhores risadas.
O casal pode viver os mais intensos e incríveis momentos de prazer no sexo.
O casal pode fazer de sua casa, uma casa acolhedora, um ambiente agradável, um lugar de amor e misericórdia.
O casal pode ter quantos filhos desejarem, puderem ou que Deus permitir, inclusive adotando de várias formas.
O casal pode se dedicar ao evangelho, à pregação, ao pastoreio, à missão.
O casal pode ter um casamento confessional, onde colocará em prática aquilo que é expressão de sua fé.
O casal, meus irmãos é um milagre divino, onde dois pecadores são abençoados por Deus para expressarem no mundo – o Evangelho.
Os jovens estão levando a serio seus relacionamentos?
Os jovens estão santificando sua vida e seus relacionamentos?
Os casais estão entendendo o que significa do casamento e porque casaram?
As famílias estão vivendo como família evangélica?
Reformemos nossos relacionamentos. Reformemos nosso casamento. Reformemos nossa família.

Rogerio Nascimento  - https://www.facebook.com/pastorrogerionascimento 
Capela Missional - https://www.facebook.com/Igrejacristadeconfissaoreformada/

O Sétimo Mandamento - Não adulterarás - O Deus do Casamento I

Pregado em 21 de Janeiro de 2018 - Na Capela Missional/Porto Alegre

Série Breve Catecismo de Westminster

PERGUNTA 70. Qual é o sétimo mandamento?

R. O sétimo mandamento é: "Não adulterarás" - Ex 20.14

                                    

                   O SÉTIMO MANDAMENTO – SERMÃO 01
          O CASAMENTO É UM PACTO E O DEUS DO PACTO É   
         OFENDIDO QUANDO SEU MANDAMENTO É VIOLADO.

Deus, é o Deus do casamento, por isso, a finalidade do sétimo mandamento é a proteção do casamento e da família.

A santificação do casamento é condição indispensável para a sociedade não entrar em decadência moral e cultural.

O casamento é parte das obras da criação de Deus conforme registrado nos dois primeiros capítulos de Gênesis.

O sétimo mandamento deve ser relacionado ao Preâmbulo – “Eu sou o Senhor, teu Deus...não adulterarás”. O motivo principal é a glória da pessoa de Deus. Quem tem o Senhor como Deus, não quebrará o sétimo mandamento, porque o Senhor é o seu Deus.

O que é adultério? É a violação da castidade do coração exigida por Deus. Compreende todos os pecados sexuais que levam ao pecado maior que é a infidelidade conjugal. Na Bíblia temos descritos os seguintes pecados: Adultério, fornicação e prostituição.

Adultério é a infidelidade de uma pessoa casada. Fornicação é o pecado sexual de pessoas solteiras. Prostituição, é a impureza sexual em qualquer instância. Por exemplo, sexo por negócio, sexo casual. Neste caso, a fornicação entra na categoria de prostituição na definição dos termos bíblicos. Adultério, no grego é Moicheia. O outro termo é Porneia, que pode ser prostituição, imoralidade ou fornicação.  Por exemplo, quando Jesus diz em Mateus 5.32 e 19.9 sobre o divórcio pelo motivo de “relações sexuais ilícitas” o termo que ele usa é “porneia”.  Os três termos mencionados violam o “setimo mandamento”.

Vejamos o que diz nosso catecismo.

PERGUNTA 71. Que exige o sétimo mandamento?

R. O sétimo mandamento exige a conservação da nossa própria castidade, e da do nosso próximo, no coração, nas palavras e nos costumes.

PERGUNTA 72. Que proíbe o sétimo mandamento?

R. O sétimo mandamento proíbe todos os pensamentos, palavras e ações impuras.

I - O CASAMENTO É UM PACTO RELACIONAL ENTRE MARIDO E MULHER, BASEADO NO PACTO ETERNO DE DEUS COM SEU POVO. “Eu Sou o Senhor teu Deus...Não adulterarás”

O Sétimo Mandamento proíbe toda a atividade sexual e ligação emocional que viole a aliança do casamento. Não há exceções e não escapatórias. Não há desculpas, não há concessões, não há meio adultério. Não há adultério justificado.

Adultério tem a ver com sexo, isto é óbvio. O casamento é um pacto de relacionamento onde marido e mulher se aprofundarão em todos os níveis de relacionamento. Corporal, emocional e espiritual. Um pertencerá ao outro. Um não será mais de si mesmo. Um será do outro. Em todas as dimensões mencionadas. O sexo é o significado máximo deste relacionamento. Por isso é pecado o sexo fora do casamento. Seja de pessoas casadas ou solteiras.

Quem gosta de sexo e é solteiro, deve orar a Deus para casar. O fato de eu falar isso, não significa que o solteiro precise experimentar ou estar experimentando para ver se gosta ou não. Todos são inteligentes o suficiente para entender o que quero dizer. Enquanto espera, o corpo do solteiro pertence a Deus. O solteiro não pode usar seu corpo para impureza, mas deve usar seu corpo para a glória de Deus.

1 Corintios 6 - 13/ o corpo não é para a impureza, mas, para o Senhor, e o Senhor, para o corpo. /14 Deus ressuscitou o Senhor e também nos ressuscitará a nós pelo seu poder. / 15 Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? E eu, porventura, tomaria os membros de Cristo e os faria membros de meretriz? Absolutamente, não. / 16 Ou não sabeis que o homem que se une à prostituta forma um só corpo com ela? Porque, como se diz, serão os dois uma só carne. / 17 Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele. / 18 Fugi da impureza. Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo. / 19 Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? / 20 Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo.

Por outro lado, quem não gosta de sexo, não deve casar. Porque o sexo é parte do pacto do casamento. Quem nega sexo ao cônjuge está violando uma parte importante e essencial do pacto que fez.

1 Corintios 7 - 3 /O marido conceda à esposa o que lhe é devido, e também, semelhantemente, a esposa, ao seu marido. 4/ A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim o marido; e também, semelhantemente, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim a mulher. 5 /Não vos priveis um ao outro, salvo talvez por mútuo consentimento, por algum tempo, para vos dedicardes à oração e, novamente, vos ajuntardes, para que Satanás não vos tente por causa da incontinência.

Deus concede o direito do corpo dos casados aos cônjuges. A violação deste princípio ofende a Deus.

O casamento só existe, porque é a expressão humana de seu pacto com seu povo. Ele sempre comparou a idolatria com infidelidade. Ele mesmo, por causa da idolatria, deu carta de divórcio ao seu povo.

Isaías 50.1 - Assim diz o SENHOR: Onde está a carta de divórcio de vossa mãe, pela qual eu a repudiei? Ou quem é o meu credor, a quem eu vos tenha vendido? Eis que por causa das vossas iniquidades é que fostes vendidos, e por causa das vossas transgressões vossa mãe foi repudiada.

Jeremias 3.8 Quando, por causa de tudo isto, por ter cometido adultério, eu despedi a pérfida Israel e lhe dei carta de divórcio, vi que a falsa Judá, sua irmã, não temeu; mas ela mesma se foi e se deu à prostituição.

O nosso corpo, pertence ao Senhor Jesus (1Cor 6.13 - 15).

O nosso corpo, é também moradia do Espírito Santo ( 6.18-20).

Logo, o que fazemos com nosso corpo, está relacionado com o Deus Trino. O solteiro precisa glorificar a Deus com seu corpo, servindo ao Senhor.

Catecismo de Heidelberg

108. O que o sétimo mandamento nos ensina?

R. Toda impureza sexual é amaldiçoada por Deus. Por isso, devemos detestá-la profundamente e viver de maneira pura e disciplinada, sejamos casados ou solteiros.

109. Mas Deus, neste mandamento, proíbe somente adultério e outros pecados vergonhosos?

R. Não, pois como nosso corpo e nossa alma são o templo do Espírito Santo, Deus quer que os conservemos puros e santos. Por isso, Ele proíbe todos os atos, gestos, palavras, pensamentos e desejos impuros e tudo o que possa atrair o homem para tais pecados.

O casado precisa glorificar a Deus com seu corpo, entregando-o pactualmente ao seu cônjuge. Não apenas corpo, mas este envolvimento um com o outro deve ser pleno em todos os sentidos e dimensões – tanto física quanto emocional. Como em Cantares – “eu sou do meu amado, e ele é meu.”

II - O CASAMENTO É UM PACTO E O ADULTÉRIO É A VIOLAÇÃO DO PACTO. “Eu sou o Senhor teu Deus...Não Adulterarás”

Adultério é infidelidade conjugal. É a violação os laços do pacto do casamento, por isso este mandamento é a maior declaração de Deus quanto a seriedade do casamento e da gravidade deste pecado. O pecado de adultério é tão sério, tão ofensivo a Deus que Ele deseja a morte de quem o cometer. Lv 20.10 – “O homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a mulher de seu próximo, com certeza morrerá adúltero e a adúltera.”

Quem trai o seu cônjuge, será capaz de trair qualquer outra pessoa e em primeiro lugar está traindo o próprio Deus.

O problema é que geralmente as pessoas aprenderam com o fariseus, que os mandamentos são exteriores, e só violam os mandamentos quem os violam exteriormente. Jesus ensinou a validade interior. Violam os mandamentos quem os viola no coração.

O Senhor Jesus explicou isso ao interpretar o Sétimo Mandamento como ele deveria ser interpretado.

Mateus 5. 27 - Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. 28 Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela.

Como em todos os mandamentos, o mandamento condena as formas mais extremas de todo os tipos de pecados – mas implicitamente também todos os pecados menores que levam ao pecado maior.

No caso do Sétimo Mandamento, então, é proibido tudo o que causa o adultério.

Catecismo Maior – Pergunta 138. Quais são os deveres exigidos no sétimo mandamento?

Os deveres exigidos no sétimo mandamento são: castidade no corpo, mente, afeições, palavras e comportamento; e a preservação dela em nós mesmos e nos outros; a vigilância sobre os olhos e todos os sentidos; a temperança, a conservação da sociedade de pessoas castas, a modéstia no vestuário, o casamento daqueles que não têm o dom da continência, o amor conjugal e a coabitação; o trabalho diligente em nossas vocações; o evitar todas as ocasiões de impurezas e resistir às suas tentações.

Pergunta 139. Quais são os pecados proibidos no sétimo mandamento?

Os pecados proibidos no sétimo mandamento, além da negligência dos deveres exigidos, são: adultério, fornicação, rapto, incesto, sodomia e todas as concupiscências desnaturais; todas as imaginações, pensamentos, propósitos e afetos impuros; todas as comunicações corruptas ou torpes, ou o ouvir as mesmas; os olhares lascivos, o comportamento impudente ou leviano; o vestuário imoderado; a proibição de casamentos lícitos e a permissão de casamentos ilícitos; o permitir, tolerar ou ter bordéis e a frequentação deles; os votos embaraçadores de celibato; a demora indevida de casamento; o ter mais que uma mulher ou mais que um marido ao mesmo tempo; o divórcio ou o abandono injusto; a ociosidade, a glutonaria, a bebedice, a sociedade impura; cânticos, livros, gravuras, danças, espetáculos lascivos e todas as demais provocações à impureza, ou atos de impureza, quer em nós mesmos, quer nos outros.

O Sétimo Mandamento proíbe não só o homem e a mulher ir pra cama com outra pessoa, mas também flertar, assediar. Proíbe o homem casado de buscar amparo, conforto, carinho em outra mulher que não a sua. Proíbe a mulher casada buscar apoio emocional primário em outro homem, buscar amparo e suporte emocional em outro homem. O casal precisa aprender a ter um relacionamento que supra todas as suas carências um no outro e um com o outro.

Lutero – “ Este mandamento se aplica a todas as formas de falta de castidade, seja como que seja chamada. Não só o ato externo é proibido, mas também todo o tipo de causa, motivo e meio, O coração, a boca e corpo são para serem castos e não para proporcionarem oportunidade, ajuda ou incentivo à falta de castidade.”

Um casamento casto é aquele que não se molda aos padrões da contaminação mundana. Nenhum casal precisa de outro incentivo para o sexo a não ser a atração do corpo um do outro. O carinho pelo outro. A paixão pelo outro, o desejo pelo outro.

Nenhum casamento precisa de um motel, de prostituição feita ou produzida por qualquer mídia. Um casamento casto agrada a Deus e é sinal da felicidade do casal. Da fidelidade do casal ao pacto feito diante de Deus.

Hebreus 13. 4 - Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros.

Nosso casamento precisa passar pela purificação da Palavra. Nosso casamento precisa se ajustar à Palavra. Nosso casamento precisa ser santificado à luz da Palavra. O marido precisa ser marido conforme a Palavra. A esposa precisa ser esposa conforme a Palavra.

Não viole o Sétimo Mandamento, porque o Senhor é o teu Deus.

De alguma forma já violamos o Sétimo Mandamento. Alguns de forma mais grave, outros menos. Jesus morreu na cruz para nos substituir. Assim como na semana passada falamos que ele morreu pelo assassino, hoje quero afirmar que ele morreu por adúlteros, por adúlteras, por infiéis, por maus maridos, por más esposas. Agora vamos, e procuremos restaurar nosso casamento, nossos pensamentos, nossa perspectiva sobre ser solteiro ou casado – à luz deste mandamento – à luz da cruz.

Rogerio Nascimento  - https://www.facebook.com/pastorrogerionascimento
Capela Missional - https://www.facebook.com/Igrejacristadeconfissaoreformada/

O Sexto Mandamento - Não Matarás

Pregado em 14 de janeiro de 2018 / Capela Missional em Porto Alegre
Sermões no Breve Catecismo de Westminster - perguntas 67 a 69

                            PERGUNTA 67. Qual é o sexto mandamento?
                            R. O sexto mandamento é: "Não matarás".
                                                                                                              Ex 20.13

             SOBRE O VALOR DA NOSSA VIDA E A DO PRÓXIMO.

O sexto mandamento nos ensina o valor da vida como vinda de Deus.

Nestas exposições dos Dez Mandamentos, estamos seguindo pelo caminho da tradição reformada, onde a validade de cada mandamento é reafirmada como resumo de toda a lei de Deus.

Há uma outra tradição que teve início em um movimento paralelo à Tradição dos Reformadores que foi o movimentos dos anabatistas. Deste movimento vem Menno Simons que foi o pai dos menonitas. Esta outra tradição afirma que a Antiga Aliança passou e foi totalmente abrogada e Cristo trouxe uma nova lei e novos mandamentos que anularam os antigos.
O sexto mandamento é interpretado de forma totalmente diferente pela duas tradições. Nossa interpretação segue na linha da tradição reformada.
A tradição reformada vê no sexto mandamento um mandamento que visa em primeiro lugar e como objetivo principal a proteção da vida. Este mandamento à luz de toda a Lei e também do Novo Testamento, na Nova Aliança é um chamado à que todos zelem pela vida do próximo, amando o próximo.
O sexto mandamento proíbe tirar a vida de alguém porque Deus é o Senhor. Lembrem-se que os motivos dos mandamentos está registrado no preâmbulo, “Eu sou o Senhor teu Deus.”
Antes de tudo é preciso prestar atenção ao significado do – Não matarás”. O termo hebraico é Lo-ratzach e o significado primário é “não assassinarás”. Não matar no sentido de assassinato. É usado para mortes pessoais, intencionais ou acidentais (Dt 4.42). Não é usado este termo para o matar no sentido em que era permitido, como nas guerras, na aplicação da lei ou da punição divina. Também não é usado para morte de animais, por exemplo. Não matarás fala de não matar ilegalmente. Não matar o próximo, por nenhum motivo que não seja legalmente ou moralmente aceitável.
Neste sentido não se aplica às mortes em nome da defesa da família, por exemplo. Às mortes de soldados numa guerra, desde que esta guerra sejam aceitáveis em suas reivindicações diante das leis internacionais que regulamentam as guerras – em tratados, convenções ou pactos entres as nações.

O SEXTO MANDAMENTO AFIRMA O VALOR DA VIDA COMO DOM DE DEUS.

PERGUNTA 68. Que exige o sexto mandamento?
R. O sexto mandamento exige todos os esforços lícitos para conservar a nossa vida e a dos nossos semelhantes.
A vida é preciosa porque todos os seres humanos são criados à imagem de Deus.
Calvino – “O próximo tem a imagem de Deus. Usá-lo, abusá-lo ou maltratá-lo é fazer violência à pessoa de Deus, cuja imagem está em cada alma humana.”

O SEXTO MANDAMENTO AFIRMA A SOBERANIA DE DEUS SOBRE A VIDA.
O sexto mandamento afirma a santificação da vida e afirma a soberania de Deus sobre a vida e a morte. Tirar a vida de uma pessoa ilegalmente é violar a soberania de Deus sobre a vida e a morte. Deus dá autoridade para algumas situações. O estado, o pai, alguém que está protegendo outra pessoa mais fraca, desprotegida, desprovida de condições de se defender, por exemplo. A polícia na sua função de proteção, repressão ao crime, prevenção ou manutenção da ordem, é outro exemplo.
Mas na ordem comum, não temos autoridade ou permissão para violar o sexto mandamento. Quem tira a vida de alguém está roubando a glória de Deus que deu a vida àquela pessoa.

O SEXTO MANDAMENTO É UMA ADVERTÊNCIA CONTRA A BANALIZAÇÃO DA MORTE.
PERGUNTA 69. Que proíbe o sexto mandamento?
R. O sexto mandamento proíbe o tirar a nossa própria vida, ou a do nosso próximo injustamente, e tudo aquilo que para isso concorre.
A morte é um assunto que tem a ver com a soberania de Deus. Ninguém deveria morrer sem que a ordem fosse dada por Deus na hora de Deus. Deus, sendo o Senhor da vida tem o direito de determinar a hora e a forma de alguém morrer. Nenhum ser humano deveria ter o direito de determinar isso.
O cristão que entende o sexto mandamento entende isso. O cristão deveria se opor à cultura da violência. O cristão deveria se opor à banalização da violência. O cristão deveria se opor à cultura da morte. Neste sentido, o cristão deveria se opor á cultura do suicídio. Cometer suicídio é se assenhorar da vida. É tornar a si mesmo seu deus.  O cristão deveria ser sempre contra o aborto. Calvino: “o feto, embora encerrado no ventre de sua mãe, já é um ser humano, e é um crime monstruoso roubá-lo da vida que ele ainda não começou a desfrutar.” O aborto é um pecado, porque é uma afronta à criação divina que está formando aquela criança no ventre da mãe (Sl 139.13-16). O feto no ventre da mãe já se relaciona com sua mãe. O feto no ventre da mãe, já se relaciona com Deus.
Toda vida humana deve ser preservada, o feto, as crianças, os pobres, os desamparados, os idosos, os indefesos, os deficientes. Todos foram feitos e carregam a imagem de Deus.
O SEXTO MANDAMENTO NOS ORDENA NÃO APENAS NÃO MATAR, MAS LUTAR PELA VIDA UNS DOS OUTROS.
A má noticia deste mandamento é que mais do que não matar, o sexto mandamento é um chamado à proteção da vida dos outros. Isto está bem ilustrado e ensinado por Jesus na Parábola do Bom Samaritano em como aquele homem zelou pela do outro e lutou pela vida do próximo.
Para quebrar o sexto mandamento basta não fazer nada pelo próximo que necessita da nossa ajuda, proteção, cuidado ou amparo.
Catecismo Maior de Westminster
P. 135. Quais são os deveres exigidos no sexto mandamento?
R. Os deveres exigidos no sexto mandamento são todo empenho cuidadoso e todos os esforços legítimos para a preservação de nossa vida e a de outros, resistindo a todos os pensamentos e propósitos, subjugando todas as paixões, e evitando todas as ocasiões, tentações e práticas que tendem a tirar injustamente a vida de alguém; por meio de justa defesa dela contra a violência; por paciência em suportar a mão de Deus; sossego mental, alegria de espírito e uso sóbrio da comida, bebida, remédios, sono, trabalho e recreios; por pensamentos caridosos, amor, compaixão, mansidão, benignidade, bondade, comportamento e palavras pacíficos, brandos e corteses; a longanimidade e prontidão para se reconciliar, suportando pacientemente e perdoando as injúrias, dando bem por mal, confortando e socorrendo os aflitos, e protegendo e defendendo o inocente. 
Veja o que Lutero falou sobre isso: Este mandamento é violado não só quando a pessoa faz o mal, porém também quando não faz o bem para o próximo; ou, embora tenha a oportunidade, não impede, protege e salva o próximo de sofrer danos corporais. Se você despede uma pessoa nua quando pode vesti-la, você a deixa morrer de fome. Da mesma forma, se você vê alguém condenado à morte ou em perigo semelhante e não o salva, embora tenha meios e recursos para fazê-lo, você o mata.
Não lhe fará bem argumentar que não contribuiu para a morte dessa pessoa por palavra e ação, pois você deixou de amá-lo e lhe roubou do serviço pelo qual a vida poderia ter sido salva.”
Catecismo de Heidelberg - 107. Mas é suficiente não matar nosso próximo?
R. Não, porque Deus, condenando a inveja, o ódio e a ira, manda que amemos nosso próximo como a nós mesmos  e mostremos paciência, paz, mansidão, misericórdia e gentileza para com ele. Devemos evitar seu prejuízo, tanto quanto possível, e fazer bem até aos nossos inimigos.

O SEXTO MANDAMENTO NOS ENSINA QUE DEUS QUE QUE AMEMOS NOSSO PRÓXIMO COMO A NÓS MESMOS.
Precisamos ser para nosso próximo o que o samaritano foi para o homem encontrado à beira da morte. Precisamos ser os heróis do próximo. Ele tratou o inimigo, como se fosse um amigo. O sexto mandamento significa mais do que não matar alguém. Significa amar o próximo, mostrar bondade aos estranhos e misericórdia até mesmo ao inimigo.
Catecismo Heidelberg - Pergunta 105. O que Deus exige no sexto mandamento?
R. Eu não devo desonrar, odiar, ofender ou matar meu próximo , por mim mesmo ou através de outros. Isto não posso fazer, nem por pensamentos, palavras, ou gestos e muito menos por atos. Mas devo abandonar todo desejo de vingança, não fazer mal a mim mesmo ou, de propósito, colocar-me em perigo. Por isso as autoridades dispõem das armas para impedir homicídios.
Pergunta 106. Este mandamento trata somente de matar?
R. Não, proibindo o homicídio, Deus nos ensina que Ele detesta a raiz do homicídio, a saber: a inveja, o ódio, a ira  e o desejo de vingança. Ele considera tudo isto homicídio.
O sexto mandamento é muito mais difícil de guardar, pois Jesus interpretou este mandamento desta forma.
Mateus  5.21 -  Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem matar estará sujeito a julgamento. 22 Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo.
O apóstolo João também dá seu parecer inspirado sobre isto;
1Jo 3.15 -  Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si.
Todos nós, portanto, quebramos este mandamento. Ao quebrar o mandamento nos tornamos merecedores do inferno, da condenação eterna. Os assassinos vão para o inferno (Ap 21.8). Esta é a má notícia para nós. A mais terrível notícia.
Jesus cumpriu plenamente este mandamento. Ele morreu na cruz por todos os pecadores. Pecador é quem quebra a lei. Ele morreu por quem quebra a lei. Ele morreu no lugar de quem quebra a lei. Ele morreu inclusive por assassinos. Ele morreu por mim e por você. Em meu lugar e em seu lugar. Nós somos culpados de quebrar este mandamento. Jesus obedeceu este mandamento e morreu em meu e em teu lugar. Ele é nosso salvador. Esta é a maravilhosa notícia. A mais maravilhosa notícia da noite.

Rogerio Nascimento  - https://www.facebook.com/pastorrogerionascimento

Capela Missional - https://www.facebook.com/Igrejacristadeconfissaoreformada/

O Quinto Mandamento - Honrar Pai e Mãe

Pregado em 07 de janeiro de 2018 / Capela Missional em Porto Alegre
Sermões no Breve Catecismo de Westminster - perguntas 63 a 66


PERGUNTA 63. Qual é o quinto mandamento?
R. O quinto mandamento é: Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá. Êxodo 20.12

               HONRAR PAI E MÃE, O QUINTO MANDAMENTO.
Ex 20.12. Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá.

A verdadeira religião começa com Deus e com os pais.

Os Dez Mandamentos são divididos em – Duas Tábuas.
A Primeira tábua são os mandamentos onde Deus nos instrui em relação á piedade e aos deveres próprios da religião, mediante os quais sua majestade e seu ser santo deve ser cultuado.
Na segunda tábua, ele prescreve como, em razão do temor de seu nome, como devemos nos conduzir em comunidade e com as pessoas.
Jesus ao resumir os mandamentos e a Lei encerra toda a Lei em duas partes – uma ele a dirige para com Deus, a outra ele destina ao relacionamento com as pessoas.
Os mandamentos são: Sobre nós e Deus – do 1º ao 4° / Sobre nós e o próximo – do 5° ao 10°
Este é o resumo. Amar a Deus sobre tudo e sobre todos e com todas as forças. Com todo o nosso ser. Amar o próximo, como amamos a nós mesmos.
O culto a Deus é o que fundamenta todas as coisas e relações. O culto saudável e verdadeiro a Deus molda nossa vida. Nossa visão da santidade de Deus, moldará nossa visão da vida e do mundo.
Vamos lembrar os 4 primeiros mandamentos:
I - “Não terás outros deuses diante de mim” (Ex. 20:3).
II - “Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma de Deus (vv. 4-6).
III - “Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão  (v. 7)
IV -  “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar  (vv. 8-10).
Os mandamentos da segunda tábua santificam nossos relacionamentos.
A verdadeira motivação para termos relacionamentos santificados é a santidade de Deus.
O próximo é qualquer pessoa que conhecemos. Do mandamento 5º ao 10º temos os mandamentos sobre amar o próximo.
Vamos lembrar estes mandamentos:
V - “Honra a teu pai e a tua mãe

VI - “Não matarás” 

VII - “Não adulterarás”

VIII - “Não furtarás”

IX - “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” 
X - “Não cobiçarás  nada do teu próximo
Calvino – “O primeiro fundamento de todas as coisas, de todas as atitudes, de todos os relacionamentos e de toda a justiça e santidade é o culto a Deus. Subvertido este, tudo o mais desmorona e se dissipam as virtudes como se fossem rompidas totalmente.  O exercício da verdadeira religião forma a base e o fundamento da vida piedosa.”
A segunda tábua da Lei começa com o quinto mandamento. Isso é significativo, porque ao ordenar nosso tratamento com os outros, Deus começa com a família, na nossa casa.  Amar a Deus e ao próximo começa em casa, começa com a família. Nossa religião prática começa com os pais. Os mandamentos têm com preâmbulo “Eu sou o teu Deus.”
Este mandamento então é: Eu sou o teu Deus, honra teu pai e tua mãe.
A primeira relação após a nossa relação com Deus, é a relação com o pai e mãe. Nenhuma relação é tão fundamental e nada é mais importante. Quem desonra pai e mãe não aprendeu honrar ninguém. Não honrará ninguém.  Agostinho – “ Se alguém não honrar os pais, haverá alguém que ele poupará.Se ele abandonar pai e mãe, a quem ele não abandonará?”
1- O QUINTO MANDAMENTO NOS EXIGE HONRAR PAI E MÃE.
Pergunta 63. Qual é o quinto mandamento?
R. O quinto mandamento é: "Honrarás a teu pai e a tua mãe, para teres uma dilatada vida sobre a terra que o Senhor teu Deus te há de dar".
O termo honrar é kvd - Keved ou kavod – Que significa “peso”. É o mesmo termo traduzido para glória.  Quando Deus diz que vai passar sua glória diante de Moisés, é seu kvd que ele passa. Honrar é uma palavra pesada. Lutero – Honrar quer dizer que os veneremos e tenhamos eles em apreço acima de todas as coisas, como o maior tesouro da terra.
O contrário de honrar é desonrar. Desonrar é não considerar a posição dos pais. Desonrar é ofender, desprezar, não cuidar ou abandonar os pais. Calvino – “são monstros, não seres humanos, os que infringirem o poder paterno por desrespeito e insubordinação.
2 –  O QUINTO MANDAMENTO EXIGE CUIDAR DOS PAIS
Pergunta 64. Que exige o quinto mandamento?
R. O quinto mandamento exige a conservação da honra e o desempenho dos deveres pertencentes a cada um em suas diferentes condições e relações, como superiores, inferiores, ou iguais.
Os pais nunca podem ser abandonados pelos filhos. Quando crianças, os filhos precisam obedecer os pais em tudo. Quando adolescentes, os filhos precisam ouvir os pais, não os desrespeitar com palavras agressivas ou ofensivas.
Quando adultos solteiros, os filhos de devem servir os pais ajudando-os em tudo o que eles necessitam. O filho adulto não está isento de honrar os pais em nenhum momento.
Lutero – “Compete-nos honrá-los por meio de atos, servindo-os, ajudando-lhes e cuidando deles quando idosos, enfermos, alquebrados ou pobres. Tudo isso se há de fazer não apenas prazerosamente, senão com humildade e reverencia, como na presença de Deus.”
3  - O QUINTO MANDAMENTO EXIGE PARTILHAR O QUE TEMOS COM OS PAIS SEMPRE QUE NECESSÁRIO.
Pergunta 65. Que proíbe o quinto mandamento?
R. O quinto mandamento proíbe negligenciarmos ou fazermos alguma coisa contra a honra e dever que pertencem a cada um em suas diferentes condições e relações.
Os pais não podem ser abandonados pelos filhos quando estes se casam e têm outros filhos. Cada um dentro de suas condições, caso os pais necessitem de amparo precisam lembrar do quinto mandamento. É pecado grave não atender aos pais em necessidade.
Lutero – Quem sabe de que maneira deve considerá-los no coração, não permitirá que sofram penúria ou fome, porém os colocará acima de si mesmo e a seu lado, partilhando com eles quanto possuir e estiver ao seu alcance.” 
4 – O QUINTO MANDAMENTO QUANDO OBEDECIDO NOS TRAZ RECOMPENSA DIVINA.
Pergunta 66. Qual é a razão anexa ao quinto mandamento?
R. A razão anexa ao quinto mandamento é uma promessa de longa vida e prosperidade (quanto sirva para glória de Deus e bem do homem) a todos aqueles que guardam este mandamento
Ef 6.2-3.  Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), 3 para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra.
O quinto mandamento é tão importante para Deus, que ele faz uma promessa a quem o cumprir. Deus não necessitaria fazer nenhuma promessa, apenas exigir.
Ele promete vida longa, um dos motivos é para que os pais sejam cuidados. Nossa sociedade tem descartado aqueles que não têm função social produtiva. O cristão não pode entrar nesta cultura. Lute por seus pais. Glorifique a Deus, sendo honrando seus pais. Não apenas seus pais, mas os mais velhos com quem te relacionais.
A verdadeira religião começa com os pais, com a honra aos pais e aos mais velhos.
A verdadeira religião, dentre outras coisas cuida das viúvas - Tiago 1.27 – A verdadeira religião que Deus aceita como pura é: cuidas dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se corromper com o mundo.
Não guardamos o quinto mandamento para sermos salvos, porque Jesus foi o filho perfeito. Até cruz lembrou-se de sua mãe, pedido que alguém cuidasse dela. Jesus obedeceu este mandamento em nosso lugar, para que quebrando-o, como todos o quebramos, não fossemos condenados ao inferno. Obedecemos ao mandamento não para sermos salvos, mas por honra a Deus e aos nossos pais. Porque Deus é glorificado quando honramos nossos pais. Porque é vontade de Deus que honremos nossos pais.

Porque somos cristãos, honramos e cuidamos deles.