sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

A Submissão Bíblica da Esposa e o Sétimo Mandamento - Não adulterarás - O Deus do Casamento - parte 05

Pregado em 18 de fevereiro de 2018 – Na Capela Missional/Porto Alegre

O DEUS DO CASAMENTO – Sermão n.05
PERGUNTA 70. Qual é o sétimo mandamento?
R. O sétimo mandamento é: "Não adulterarás" - Ex 20.14



 A SUBMISSÃO BÍBLICA DA ESPOSA – Efésios 5.22-24
v. 22 As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor;
23 porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. 24 Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido.

A submissão da esposa ao marido, é consequência de sua vida espiritual, de sua fé em Cristo e de ser cheia do Espírito.
Dentro deste mandamento – Não adulterarás – temos afirmado que Deus é o Deus do casamento e este mandamento é uma demonstração desta verdade. Deus tem o casamento em alta conta. Na mais alta categoria dos relacionamentos. Por aquilo que o casamento representa – sendo o espelho da casamento de Cristo e a igreja, o casamento é santo e deve ser vivido na máxima santidade. Esta é a vontade de Deus. E um dos requisitos de Deus para o casamento é a submissão da mulher ao seu marido.
Neste sermão, portanto, vamos tratar da submissão da esposa ao marido. No próximo do amor do marido à esposa.
O texto lido e todo o texto que fala sobre os deveres e posição da esposa  e do marido deve ser colocado dentro do contexto do texto todo.
Veja que no verso 18 – ele diz enchei-vos do Espírito”. Na sequência, ele fala o que é ser cheio do Espírito e como vivem as pessoas cheias do Espírito.  Não podemos inventar nada sobre o que é ser cheio do Espírito, pois está explicado na sequência.
1 – Ser cheio de Espírito é viver para a glória de Deus – v. 19 falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais,
2 – Ser cheio do Espírito é viver satisfeito em Deus pela salvação em Cristo – v. 20 dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo,
3 – Ser cheio do Espírito é viver em sujeição aos irmãos - 21 sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo.
4 - O texto não para aqui – mas, continua sobre o que é uma esposa cheia do Espírito Santo – afirmando que ela se submete ao marido v.22 As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; 23 porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo.  24 Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido.
5 - Na sequência, ele afirma o que é um marido cheio do Espírito – Ele ama a sua esposa como Cristo ama a igreja e como seu próprio corpo. V. 25 Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela,
26 para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra,
Veja que no verso 27 – ele diz – “porque somos membros do seu corpo – Isto é, pertencemos à igreja – somos cristãos.
Na evolução  do texto ele ainda demonstra:
6 - Como é a família cheia do Espírito – 6.1-4
7 - Como são as relações comerciais dos cheios do Espírito – 6.5-9
Portanto, não se deve tomar esta porção das Escrituras como se o autor estivesse falando sobre um assunto isolado, simplesmente ensinando sobre casamento. Na verdade, ele está falando sobre cristianismo, sobre vida cristã, sobre como vivem os cristãos no mundo.
O mesmo se aplica ao texto paralelo em Colossenses 3.16 - Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração. 17 E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai. 18 Esposas, sede submissas ao próprio marido, como convém no Senhor.
 O que determina nossa vida é o Evangelho. O Evangelho é aplicação verdadeira da Lei de Deus. Como vimos nos sermões anteriores, o casamento é regulamentado por Deus e sua Palavra e não pelo cultura e costumes da época ou de épocas. Vamos analisar hoje, a questão da posição da esposa no casamento à luz das Escrituras. O que é uma esposa cheia do Espírito Santo? O que é uma esposa cristã? É isto que o apóstolo está explicando. No próximo sermão, veremos a questão da posição do marido.
I – A ESPOSA É SUBMISSA AO MARIDO, PORQUE ISTO É SER CRISTÃ21 sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo. v.22 As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido,
A sujeição da esposa a seu marido se exerce dentro do principio mais amplo da sujeição mútua. Os cristãos se sujeitam uns aos outros, o que não elimina o princípio complementar da autoridade, o que caracteriza qualquer ordem social, de sociedade e de comunidade. O que é esta sujeição? – o termo não é o mesmo que a obediência dos filhos (6.1) e dos servos (6.5).
A sujeição da esposa é consequência do seu entendimento da vida cristã. A obediência bíblica é devido ao mandamento. Quando é um mandamento, a obediência é imperativa e não é passível de ajustes.  A obediência dos filhos é um mandamento. A submissão da esposa não se enquadra neste conceito. A submissão da esposa não é algo que se lhe imponha ao marido exigente – do tipo – me obedece, mulher! Mas, é a deferência que uma esposa cristã consciente de que seu marido também é chamado às suas responsabilidades. É uma deferência que a esposa cristã prazerosamente manifesta ao seu marido também devotado a cristo. 
A submissão da mulher faz parte do seu proceder cristão, de sua vida de devoção a Cristo e sua vida piedosa. 1 Pedro 3. 1 Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a vosso próprio marido, para que, se ele ainda não obedece à palavra, seja ganho, sem palavra alguma, por meio do procedimento de sua esposa, 2 ao observar o vosso honesto comportamento cheio de temor.3 Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário;4 seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranquilo, que é de grande valor diante de Deus.5 Pois foi assim também que a si mesmas se ataviaram, outrora, as santas mulheres que esperavam em Deus, estando submissas a seu próprio marido, 6 como fazia Sara, que obedeceu a Abraão, chamando-lhe senhor, da qual vós vos tornastes filhas, praticando o bem e não temendo perturbação alguma.
Isto parece ridículo diante da cultura de nossa época, mas o que vamos seguir, a cultura decadente de casamentos iníquos, profanos, promíscuos ou a bendita Palavra de Deus. A quem as esposas cristãs vão seguir o exemplo, dos casamentos culturais ou da bendita Lei de Deus? Onde mora a felicidade?
A Pergunta é o que esta submissão e como se submeter?
1 - De acordo com todo o contexto a mulher peca quando é rebelde ao seu marido o desafiando em sua liderança.
2 -  A mulher peca quando é manipuladora e faz chantagens emocionais, fazendo com o marido não aja como homem. Quando tenta ser o pescoço que conduz a cabeça onde quer – manipulando seu marido a fazer a sua vontade – liderando o marido a liderar. Isso acontece muito com mulheres cristãs.
3 -  A mulher peca quando transforma o relacionamento num inferno emocional, afetando a vida espiritual do casal e da família.
4 - A mulher peca quando não dá as condições para que seu marido cumpra o que a Palavra diz e como ele deve proceder como marido.
A submissão da mulher, portanto, é parte de sua vida cristã. É o padrão bíblico. Nada menos do que isto caracteriza sua vida como salva em Cristo Jesus.
II – A ESPOSA DEVE SER SUBMISSA, MAS ESTA SUBMISSÃO É NO SENHOR - 22 As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; 23 porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo.24 Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido.
A submissão da esposa não é imposta pelo marido, porque sua fonte é a própria vida espiritual da esposa. Sua submissão vem de sua fé em Cristo. Sua submissão é fruto de sua vida piedosa. A submissão tem de ser voluntária. A própria forma do verbo grego que está na voz média no verso 22 não é uma ordem formal e categórica, mas como um chamado do autor. Um apelo amoroso. O “sejam submissas” deve soar como “submetam-se vocês mesmas ao marido”. A submissão da mulher ao marido é algo que ela deve ao Senhor.  A submissão da esposa deve ter por modelo e padrão a submissão da igreja a Cristo (v.24).  O cristão não necessita de uma ordem divina, para se submeter a Cristo – ou não deveria – mas eles se submetem com alegria e coração voluntário – assim deveria ser a esposa em relação ao seu marido. Veja que esta submissão é no Senhor. O marido não tem direito a nada sobre a esposa que viole este padrão.
Concluímos então que
1 – A submissão não significa concordar com tudo o que marido diz, faz ou quer fazer. A mulher tem Cristo como sua referência de submissão antes do marido.
2 – A submissão não significa que ao casar a mulher se transforme numa nulidade, sem voz, sem cérebro e sem  vontades.  A esposa é parte do corpo de Cristo. Ela é antes de tudo uma filha de Deus por quem Jesus morreu na cruz.
3 – A submissão não significa que a vontade do marido será colocada antes e acima da vontade de Deus, de seus mandamentos e do evangelho. Sua submissão é no Senhor. Se o marido ordenar o pecado, conduzir ao pecado, à praticas pecaminosas, a mulher deve dizer não.
4 – A submissão não significa que a esposa não terá vida espiritual, ela mesma, dependendo da fé do marido. A mulher deverá ter sua vida devocional, seu relacionamento pessoal com Cristo.
Vejam, meus irmãos que no casamento, marido e esposa devem viver uma vida comum em comum. Nem insubmissão por parte da mulher, nem autoritarismo por parte do marido.
1 Corintios 11.3 Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de todo homem, e o homem, o cabeça da mulher, e Deus, o cabeça de Cristo./4 Todo homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria /11 No Senhor, todavia, nem a mulher é independente do homem, nem o homem, independente da mulher.
Por isso, as jovens que são solteiras, que ainda vão casar, devem saber do que a Bíblia diz. Devem orar a respeito disso. Destas  coisas vêm o casamento abençoado.
São João Crisóstomo,  na Vigésima Homilia  sobre Efésios traz as seguintes conclusões:
“Deste problema se originam grandes males e grandes bens para as casas e as cidades. Nada combina tanto com nossa vida como a vida de um casal, se vivem em concórdia. Do contrário, tudo e revoluciona e se confunde”.  “A submissão da mulher não é por causa do marido apenas, mas primeiramente por causa do Senhor.” “Quando a mulher cristã cede ao marido, considera que é para servir ao Senhor.”
Para finalizar e para nos encaminhar ao próximo sermão onde vamos falar aos maridos – veja a sentença maravilhosa de João Crisóstomo novamente: “ Ouviste o excesso da submissão. Muito bem; Mas ouve o que de ti reclama. Viste a medida da obediência? Escuta a medida do amor. Queres que a mulher te obedeça, conforme a igreja a Cristo? Tem solicitude por ela bem como Cristo pela Igreja. Mesmo se preciso dar a vida, até mesmo ser mil vezes ferido, suportar e sofrer seja o que for, não recuses. Procede assim em relação à sua mulher. Se tiver que sofrer algo por causa dela, não a ultrajes. Cristo não procedeu desta maneira. "
No próximo sermão voltaremos ao texto bíblico, voltaremos a Crisostómo.
Mas para concluir quero afirmar que mulheres cristãs pecadoras devem ter esperança. Cristo perdoa mulheres insubmissas e as chama ao arrependimento. Mas é preciso que as mulheres saibam, inclusive as solteiras – este é o proceder da mulher cristã.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

O Sétimo Mandamento - Não adulterarás - O Deus do Casamento - Parte 04

Pregado em 11 de Fevereiro de 2018 – Na Capela Missional/Porto Alegre

Exposições no Breve Catecismo de Westminster
PERGUNTA 70. Qual é o sétimo mandamento?
R. O sétimo mandamento é: "Não adulterarás" - Ex 20.14



                            O DEUS DO CASAMENTO – Sermão n.04

                         QUANDO A ALIANÇA É QUEBRADA – Mt 5.31-32 e Mt 19.9
Mt  5.31-32 - Também foi dito: Aquele que repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio. 32 Eu, porém, vos digo: qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério.
Mt  19.9. Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério [e o que casar com a repudiada comete adultério].
Deus odeia o divórcio, porque sempre é consequência de pecados.
Na Lei, adultério não apenas era pecado, como era punido com a morte. O adultério, a infidelidade quebrava a aliança do casamento. Este é o conceito do Antigo Testamento. Os adúlteros deveriam morrer. Adultério é infidelidade conjugal. É a violação os laços do pacto do casamento, por isso este mandamento é a maior declaração de Deus quanto a seriedade do casamento e da gravidade deste pecado. O pecado de adultério é tão sério, tão ofensivo a Deus que Ele deseja a morte de quem o cometer. Lv 20.10 – “O homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a mulher de seu próximo, com certeza morrerá  adúltero e a adúltera.”
Em um casamento, nada é tão grave como o adultério. A infidelidade é tão grave que é a quebra do pacto. É a morte do casamento. Os adúlteros morriam sob a Lei.
Jesus ensina que a infidelidade conjugal pode ser causa do divórcio. Sobre o divórcio alguns ensinam que ele em qualquer instância ou circunstância é proibido. Por exemplo, se um dos cônjuges é infiel, adúltero, violento, molestador, criminoso, pedófilo, a outra parte não pode divorciar e se divorciar não pode casar de novo.
 Outros admitem que pode acontecer o divórcio, mas não se pode casar novamente, a menos que o outro morra. 
Mas, existia ou não divórcio no Antigo Testamento? Sim ! Vejamos o que diz em Deuteronomio 24.1 ao 4 / 1 Se um homem tomar uma mulher e se casar com ela, e se ela não for agradável aos seus olhos, por ter ele achado coisa indecente nela, e se ele lhe lavrar um termo de divórcio, e lho der na mão, e a despedir de casa; 2 e se ela, saindo da sua casa, for e se casar com outro homem; 3 e se este a aborrecer, e lhe lavrar termo de divórcio, e lho der na mão, e a despedir da sua casa ou se este último homem, que a tomou para si por mulher, vier a morrer,4 então, seu primeiro marido, que a despediu, não poderá tornar a desposá-la para que seja sua mulher, depois que foi contaminada, pois é abominação perante o SENHOR; assim, não farás pecar a terra que o SENHOR, teu Deus, te dá por herança.
O próprio Deus reconhece o divórcio por infidelidade, tendo ele mesmo dado carta de divórcio ao seu povo Israel. Isaías 50.1 -   Assim diz o SENHOR: Onde está a carta de divórcio de vossa mãe, pela qual eu a repudiei? Ou quem é o meu credor, a quem eu vos tenha vendido? Eis que por causa das vossas iniquidades é que fostes vendidos, e por causa das vossas transgressões vossa mãe foi repudiada.
Jeremias 3.8  Quando, por causa de tudo isto, por ter cometido adultério, eu despedi a pérfida Israel e lhe dei carta de divórcio, vi que a falsa Judá, sua irmã, não temeu; mas ela mesma se foi e se deu à prostituição.
Os costumes dos tempos antes da Lei eram confusos e injustos com as mulheres, pois o homem poderia despedir uma mulher por motivos banais. A Lei passou a exigir que os homens que despedissem uma mulher que não por traição, o que no caso seria a morte, ele deveria dar carta de divórcio para que ela pudesse casar novamente. Mas, caso ela casasse com outro homem, e este desse carta de divórcio para ela, ele, não poderia recebê-la como esposa novamente. Mas, note que ela poderia casar-se novamente.  Além de limitar os motivos para que um homem pudesse despedir uma mulher, sendo somente se achasse nela “coisa indecente” ou “imundície”, deveria dar-lhe liberdade de casar-se novamente.
O que Jesus aqui está ensinando é sobre a interpretação dos fariseus de que o homem poderia se divorciar de uma mulher sob qualquer condição. É isto que eles perguntam: É permitido ao marido repudiar sua mulher por qualquer motivo? Jesus diz que não, que se um homem quiser divorciar de uma mulher, só poderá fazê-lo sob condições específicas. Os fariseus tinham deixado um principio importante da Lei – de que a mulher tinha direito a ter carta de divórcio para poder casar novamente.  Alguns argumentam que o novo casamento não está sendo ensinado aqui. Como não? Porque forçar uma anti-interpretação? A carta de divórcio não tinha outra finalidade, senão legalizar a situação da mulher, para que pudesse casar novamente. Esta carta era legal, porque prevista pela Lei de Deus.
O que Jesus disse está claro: “ qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas (porneia) a expõe a ser adultera”. Mais claro impossíveis. Logo, em caso de relações sexuais ilícitas e houver novo casamento por parte da pessoa traída, não há adultério.  O que alguns intérpretes dizem é que, como Jesus não disse “Moicheia” (adultério), mas “Porneia” (imoralidade), ele não está falando de pessoas casadas. Eles dizem que Jesus está ensinando sobre noivos que fazem sexo com outra pessoa que seu noivo ou noiva antes do casamento. Esta interpretação é quase impossível de defender, porque Jesus está falando em divórcio, carta de divórcio e isto, tanto naquela época, como agora e até nas dimensões paralelas só é possível em casamentos e com casados.
O que Jesus está ensinando aqui:
1 – O CASAMENTO É ALGO SÉRIO E É REGULAMENTADO POR DEUS. “qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas...”
O casamento não é apenas um contrato civil, um ajuntamento de duas pessoas. O casamento é uma instituição divina. O casamento é algo santo. O casamento santifica o relacionamento e muitas ações de um homem e uma mulher. Os dois se tornam uma só carne. O casamento é uma obra da criação. É algo que Deus regulamenta e diz como tem que ser.  O divórcio não estava previsto originalmente por Deus, mas é uma concessão graciosa aos duros de coração. Aos pecadores. Para que ninguém sofresse, nem homem ou mulher por causa do pecado do outro. Deus nunca ordenou ou abençoou o divórcio de ninguém. O divórcio sempre é consequência do pecado e de pecados.  O profeta Malaquias diz que “Deus odeia o divórcio” (Ml 2.16).  No caso da Lei da Carta de Divórcio, Deus não está autorizando, nem ordenando o divórcio, ele está usando graça com a mulher repudiada.  É a graça de Deus e nada mais. Por isso, o perdão e a reconciliação é a melhor saída para casamentos em crises. É preciso reconhecer que ambos são pecadores e que não há perfeição nos relacionamentos. Mesmo um adultério pode ser perdoado, pois Deus  perdoa  adúlteros e adúlteras e adúlteros e adúlteras devem perdoar adúlteros e adúlteras.
2 – A REGULAMENTAÇÃO DE DEUS, PREVÊ O DIVÓRCIO COMO MISERICÓRDIA A PECADORES VITIMAS DA INFELIDADE.  “Qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas a expõe a tornar-se adultera.”
Jesus ensina isso, que a infidelidade conjugal é motivo suficiente para o divórcio.  Não é um mandamento, mas é causa suficiente para o divórcio. A infidelidade  rompe os laços. A infidelidade rompe a aliança, assim como a idolatria rompeu o pacto entre Deus e Israel, conforme os texto lidos.  Jesus não diz mais que o adultero deve morrer. Esta Lei civil está, portanto, ab-rogada.  Agora, ele diz, que se alguém é vitima de infidelidade que se divorcie. Mais uma vez, afirmo a possibilidade do perdão e da reconciliação. A pessoa divorciada por este motivo por sim casar-se novamente. É isto que ensina a Lei toda, desde Deuteronômio 24 ao ensino de Jesus.
A nossa confissão afirma o seguinte – Capitulo XXIV – DO MATRIMÔNIO  E DO DIVÓRCIO.
 V. O adultério ou fornicação cometida depois de um contrato, sendo descoberto antes do casamento, dá à parte inocente justo motivo de dissolver o contrato; no caso de adultério depois do casamento, à parte inocente é lícito propor divórcio, e depois de obter o divórcio casar com outrem, como se a parte infiel fosse morta.
VI. Posto que a corrupção do homem seja tal que o incline a procurar argumentos a fim de indevidamente separar aqueles que Deus uniu em matrimônio, contudo só é causa suficiente para dissolver os laços do matrimônio o adultério ou uma deserção tão obstinada que não possa ser remediada nem pela Igreja nem pelo magistrado civil; para a dissolução do matrimônio é necessário haver um processo público e regular. Não se devendo deixar ao arbítrio e discreção das partes o decidirem seu próprio caso.
Veja que em caso de uma mulher ser abandonada pelo marido ou se um marido é descrente, a Bíblia prevê também o divórcio como possibilidade.
I Cor. 7.15 - Mas, se o descrente quiser apartar-se, que se aparte; em tais casos, não fica sujeito à servidão nem o irmão, nem a irmã; Deus vos tem chamado à paz.
Uma mulher cristã ou um homem cristão pode continuar casado com um descrente mesmo se este descrente não abraçar a fé.
Mas veja o que Paulo diz:
1cor 7.12 Aos mais digo eu, não o Senhor: se algum irmão tem mulher incrédula, e esta consente em morar com ele, não a abandone; 13 e a mulher que tem marido incrédulo, e este consente em viver com ela, não deixe o marido. 14 Porque o marido incrédulo é santificado no convívio da esposa, e a esposa incrédula é santificada no convívio do marido crente. Doutra sorte, os vossos filhos seriam impuros; porém, agora, são santos. 15 Mas, se o descrente quiser apartar-se, que se aparte; em tais casos, não fica sujeito à servidão nem o irmão, nem a irmã; Deus vos tem chamado à paz.
No Antigo Testamento, houve um caso de divórcio coletivo, quando os Israelitas tiveram que deixar suas esposas de outras nacionalidades. Veja que eles fizeram conforme a Lei, ou seja, deram carta de divórcio para as mulheres - Esdras 10.3. Agora, pois, façamos aliança com o nosso Deus, de que despediremos todas as mulheres e os seus filhos, segundo o conselho do Senhor e o dos que tremem ao mandado do nosso Deus; e faça-se segundo a Lei.
Seria crueldade extrema simplesmente abandonar estas mulheres e seus filhos. Por isso, fizeram “conforme a Lei.”
Este é o contexto de Malaquias 2 quando Deus reclama que os homens de seu povo casou-se com mulheres adoradoras de deuses estranhos.
O povo é obrigado a fazer aquilo que Deus odeia. Deus odeia o divórcio, por aquilo que o faz acontecer. Os israelitas em questão, tiveram que dar o divórcio para aquelas mulheres, porque eles desobedeceram. Deus, em sua graça, fez com que o pecado deles, não trouxesse consequência ainda piores àquelas mulheres e seus filhos. A carta de divórcio era um sinal da misericórdia de Deus. Deus odeia o divórcio, porque, sempre ele é causado pelo pecado.
Veja que o cristão, seja homem ou mulher não são obrigados a continuar casados em caso do cônjuge descrente viver no pecado e na imundície.
Mas, veja que as regras são limitadas. Não está previsto nas Escrituras outros motivos senão estes.
O casamento é algo sério diante de Deus. Deus odeia o divórcio. Os divorciados porém, podem ser alvos do perdão divino.
Não há divórcio aprovado por Deus por causa de genialidade, incompatibilidade,  diferenças ou coisas menos sérias do que adultério e abandono por parte do cônjuge.
O casamento é santo e devemos preservá-lo. Devemos lutar pelo casamento até o fim. Com todos os recursos, com toda a força,  de acordo com a Palavra.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

O Sétimo Mandamento - Não adulterarás - O Deus do Casamento - SERMÃO 03

Pregado em 04 de Fevereiro de 2018 - Na Capela Missional / Porto Alegre
                              Exposição no Breve Catecismo de Westminster 
                              PERGUNTA 70. Qual é o sétimo mandamento? 
                            R. O sétimo mandamento é: "Não adulterarás" - Ex 20.14
                                     O DEUS DO CASAMENTO – Sermão n. 03
    O CASAMENTO É UM ESPELHO DO PRIMEIRO      CASAMENTO – AS BODAS DO CORDEIRO – O CASAMENTO ENTRE CRISTO E A IGREJA – Efésios 5.22 -33 – Parte 2
Efésios 5. 22 As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor;
23 porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo.
24 Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido.
25 Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela,
26 para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra,
27 para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito.
28 Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama.
29 Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja;
30 porque somos membros do seu corpo.
31 Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne.
32 Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja.
33 Não obstante, vós, cada um de per si também ame a própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido.

Para chegarmos ao verdadeiro significado do casamento, devemos entender as Bodas do Cordeiro, o casamento de Cristo e a Igreja.  
Para o casal entender como agir. Como é o marido e para entender o que é a esposa.
 Para entender os papeis de cada um , devemos começar descobrindo, entendendo o relacionamento entre Cristo e a igreja. Depois, somente depois, entenderemos o relacionamento entre marido e esposa.  Por isso, o mandamento “Não adulterarás” mostra a importância que Deus dá ao casamento. Ao relacionamento fiel entre o casal. Esta fidelidade do casal ilustra a fidelidade de Cristo pela igreja.

   I – SOBRE A ESPOSA COM O ESPOSO -   Vs 22 – 24
Vamos considerar a relação da esposa com o marido. É importante observar que o verso 22, tem relação com o 21 onde diz que “cada um se submeta ao outro no temor de Cristo”.
1 – ELA ENTENDE SUA POSIÇÃO.
O texto diz que ela se submete no Senhor. A esposa cristã entende que o casamento é no Senhor. Que o casamento é no Senhor. Que o casamento é uma aliança, um pacto diante do Senhor. Ela tem o poder de conduzir o casamento. Ela tem condições de conduzir o casamento, mas no Senhor, ela abre mão dos seus direitos, de suas condições e no Senhor se submete à liderança do marido. Assim é a igreja. Ela se submete. A igreja se submete ao seu noivo, ao seu esposa – as esposas aprendem isso entendendo o que é a igreja.
 2 – ELA O TRATA COM HONRA.
A igreja precisa saber que Cristo é seu cabeça. Que como cabeça, ele dever ser reconhecido em sua posição. Ela não o desonra. Ela não o expõe , não o despreza, não faz menor. Ela o considera o cabeça, ele tem a primazia na relação, para que ele a trate como ela deve ser tratada. A esposa necessita descobrir e se alegrar com esta ideia divina.
3  -  ELA SE SUBMETE A ELE. 
O problema da submissão não é um problema das mulheres, mas de todos.  A submissão é resistida. As pessoas não acham a submissão uma boa ideia. As esposas não acham uma boa ideia. A Bíblia acha uma boa ideia, esta é a notícia.  A igreja precisa ser exortada à pratica da submissão. Submissão é abrir mão dos direitos. A igreja necessita ser ensinada a se submeter. A ter Cristo como Senhor. A esposa necessita aprender a se submeter.

              II – SOBRE O ESPOSO  E A ESPOSA – Vs 25-27
Vamos considerar a relação de Cristo com a igreja. Cristo é o noivo da igreja. Ele é o esposo. Ele amou a igreja. Ele se entregou por ela. Ele a santificou. Ele a purificou. Ele apresenta a si mesmo uma esposa gloriosa, sem mácula, sem ruga, nem impureza. Ela apresenta a si mesmo uma esposa santa e sem defeito.
Esta é a visão de Cristo sobre a sua noiva, a igreja.
Apocalipse 21.2 Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo. 3 Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles.
Que tipo de amor é este de Cristo pela igreja:
1 – ELE E SEU AMOR POR ELA.
 Cristo ama a igreja. Ele escolheu a igreja para amar. Ele elegeu, selecionou, quis para si. Amor no sentido bíblico é uma atitude. Veja que o amor de Cristo exigiu de Cristo amar apesar dos defeitos da noiva. Ele a santificou, a separou do pecado. Ele a purificou de seu pecado. Ela não era gloriosa, mas ele a torna gloriosa. Ela perfeita, mas ele a aperfeiçoa. Ele a torna sem ruga, sem mancha. Ele a torna sem defeito. Este é o amor de Cristo pela igreja. Este é o amor do noivo, do marido verdadeiro.
2 – ELE SE ENTREGA POR ELA .
Este é o mais excelente amor, o amor sacrificial, que se entrega pela outra pessoa. Cristo como noivo, vai às últimas consequência pela noiva. Esta entrega foi para que ela se tornasse dele. Se tornasse santa e pura.
3 – ELE A  DESEJA  PARA SI.
Para apresentar a si mesmo... apresentar a si mesmo a igreja. indica que ele a deseja. Ele a desejou, por isso se entrega por ela. Por isso a santifica. Por isso a purifica.  Este é o tipo de amor de Cristo pela igreja, é o deseja que ela seja dele.
Esta é atitude de Cristo como noivo. Ele ama sua esposa.  O casamento é um espelho deste relacionamento.
Cristo zela pela noiva.
 Não vemos Cristo traindo sua esposa. 
Não vemos Cristo sendo infiel nunca. 
Não vemos Cristo maltratando a esposa.
 Não vemos Cristo sendo grosseiro com a esposa.
 Não vemos Cristo olhando, desejando outra esposa.
 Não vemos Cristo violentando, estuprando, sujando a sua esposa. 
Não vemos Cristo agredindo, machucando, ofendendo, entristecendo, 
envergonhado sua esposa. 
Não vemos Cristo expondo, desprezando, desistindo de sua esposa.
 Não vemos Cristo se divorciando, dizendo que não dá mais. 
Não vemos Cristo desistindo de sua esposa.
Por isso, os jovens deveriam pensar muito bem sobre o casamento.
 Os jovens devem aprender a ter um alto conceito sobre relacionamento.
 Tudo deve ser feito no Senhor.
Não é uma questão de concordar ou não, mas daquilo que é.
Por isso o sexo deve ser resultado de comunhão entre casados.
 Jovens que fazem sexo antes do casamento, têm como primeira opção o arrependimento,
 pois o Senhor morreu para perdoar pecados dos pecadores. 
A opção seguinte é separem-se, deixem de pecar. Mas, se eles se amam, devem casar.  
Não há outras opções.
 Não há relacionamento que envolva sexo entre solteiros que seja reconhecido por Deus.

Portanto finalizo com duas mensagens finais:
Esta é a mensagem para a esposa:
Você tem observado o significado da igreja como noiva do cordeiro – Este é seu modelo.
Este é seu exemplo. 
Confie em seu marido. Cumpra a Bíblia. 
Seja uma esposa conforme o modelo original. O protótipo.
 A noiva, a esposa original.
Esta é a mensagem para o marido:
Você tem dado condições para sua esposa cumprir a Palavra?
Você tem amado sua esposa com o mesmo tipo de amor de Cristo? 
Até onde você se entregaria por sua esposa?
  O amor de Cristo envolve sacrifício pela esposa. 
Este é o tipo de amor de um marido pela esposa.
Que tragédias são muitos casamentos de cristãos.
 Que tragédia anunciada é aprender
 sobre casamento com alguém que não seja Cristo.
Que tragédia é não aprender que o casamento 
tem como modelo as Bodas do Cordeiro.
Que nossos casamentos sejam ajustados
 segundo o seu modelo original - Para a glória de Deus.

VIVER COM PACIÊNCIA, ESPERANÇA E PERSEVERANÇA – Romanos 8.18-25

  Pregado em 03 de maio de 2020 sexto sermão na Pademia                                                                                     ...