quinta-feira, 17 de abril de 2008

O HOMEM QUE TRAIU JESUS - I -

 Pregado em julho de 2007




O PERFIL DE JUDAS ISACRIOTES

Texto: Mt 26.14-25,45-46

Judas não resistiu àquilo que sua natureza pedia.

INTRODUÇÃO
Após ter sua alma prensada, sentir sozinho a agonia da alma e o terror da noite. Após sofrer a angustia do cálice amargo que teria que beber e derramar a sua alma em oração ao Pai, foi confortado por um anjo.
Agora, corajosamente levanta-se para enfrentar a sua hora, a hora de enfrentar a morte na cruz, desperta os discípulos e diz: “Vamos, levantem-se o traidor se aproxima”.
Mas quem era o traidor?
O nome dele era Judas Iscariotes. Muitos tentaram entender o porque Judas traiu Jesus.
As razões que se supõe são as seguintes:
Judas teria traído a Jesus por má índole e foi usado pelo diabo.
Judas teria traído a Jesus porque era membro de um partido político, de nome Zelotes, e esperava que Jesus libertasse o povo de Israel através de uma revolução, e quando isso não aconteceu resolveu entregar Jesus à morte.
Judas teria traído a Jesus porque era um gnóstico e entregou Jesus para que fosse morto e assim libertasse o espírito de Jesus que estava preso pelo corpo físico de Jesus.
Judas era um mercenário e traiu Jesus porque amava o dinheiro (Mt 26.14-16)
O que sabemos, é que as Escrituras dizem que o diabo entrou no coração de Judas (Jo 13.27)
Diz também que Judas era o filho da perdição (Jo 17.2).
Analisando o perfil de Judas segundo os Evangelhos, chegamos às seguintes conclusões
1 – ELE EXPERIMENTOU MOMENTOS ESPECIAS DE GRAÇA, MAS NÃO EXPERIMENTOU A GRAÇA ESPECIAL.
Ele esteve com Jesus por quase três anos. Ele não escolheu estar com Jesus, mas Jesus o escolheu para ser um dos amados discípulos.
Ele fora enviado junto nas muitas missões, para pregar o Evangelho e realizar milagres.
Ele escutou as palavras de Jesus e viu todos os milagres que Jesus fez.
Ele sentiu de perto o amor de Jesus.
Porém, mesmo experimentando demonstrações especiais da graça, não experimentou a graça especial. Não provou da graça, não viveu a graça.
2- ELE DESFRUTOU DE GRANDE BENÇÃOS.,MAS NÃO SE DEIXOU ABENÇOAR.
Judas, dispunha dos mais elevados privilégios religiosos possíveis. Ele foi escolhido para ser um Apóstolo de Jesus.
Ele viu e ouviu o que nenhum dos personagens do Antigo Testamento viram ou ouviram.
Mesmo assim, seu coração não foi mudado, nem sua vida foi mudada. Ele se apegava ao pecado, ao seu jeito de ser, seu gênio e apesar de ter a benção ao seu alcance, não quis ser abençoado.
3 – ELE FEZ UMA GRANDE CONFISSÃO DE FÉ, MAS NÃO VIVEU SUA CONFISSÃO.
Judas Iscariotes havia dito sim a Jesus. Ele havia feito a confissão que cria em Jesus. Fosse ele um cristão dos tempos da Igreja, ele teria feito a declaração do Credo Apostólico.
Ele falava como um discípulo, agia como um discípulo, pregava como um discípulo, mas na essência não era um discípulo de Jesus.
Ele não parecia um traidor, mas o seu coração não era convertido.
Por isso, não podemos nos enganar, precisamos ter uma conversão verdadeira.
4- ELE SEGUIA O CAMINHO CERTO PELOS MOTIVOS ERRADOS E SABIA O QUE ERA CERTO, MAS FEZ TUDO ERRADO.
Judas seguia a Jesus, O caminho, verdade e a vida (Jo 14.6). Judas seguia a Jesus a luz do mundo (Jo 8.12). Judas gostou do Evangelho, gostou das verdades do Evangelho, mas não se converteu ao Evangelho, não se deixou mudar, transformar pelo Evangelho.
Muitas pessoas, hoje, estão fazendo a mesma coisa. Estão sempre ouvindo as Palavras de Jesus, mas não vivem as Palavras de Jesus.
A hipocrisia dominava o coração de Judas. Ele foi amado por Jesus, mas com um beijo o traiu.
Quando ele chega Jesus diz a ele: amigo, o que você veio fazer?.
Podemos dizer que ele começou fazendo o certo, mas terminou no erro.
Judas amou o erro, mesmo sabendo a verdade. Vendeu-se à perdição eterna, mesmo sabendo o caminho do céu.

APLICAÇÕES PARA NOSSA VIDA
1 – Precisamos viver a graça e não apenas experimentar a graça.
2 – Mais do que receber bênçãos, precisamos ter a benção. Você precisa ser uma pessoa abençoada.
3 – Mais do que nossa confissão, precisamos viver o que confessamos.
4 – Precisamos seguir o caminho certo pelo motivo certo. A glória de Deus.

CONCLUSÃO Precisamos examinar nossa fé. Precisamos analisar nossa vida com Deus.
Como estamos vivendo nossa fé, nosso cristianismo, pois Judas se perdeu, mesmo estando muito perto de Jesus.
No caminho para cruz, onde Jesus pagou por nossos pecados, ele foi traído por Judas.

sexta-feira, 14 de março de 2008

AOS PREGADORES

 

1- Seja uma pessoa satisfeita em Deus e com Deus.

2 -Compreenda a obra de Cristo em sua plenitude, como obra substitutiva por você.

3 - Seja uma pessoa sensível à atuação transformadora do Espírito pela Palavra.

4 - Considere a suficiência de Cristo em sua vida (você não precisa de nenhum artificio extra).

5 - Seja um cativo da Palavra de Deus.

6 - Seja cristocêntrico.

7 - Pregue como uma testemunha, não um advogado de Jesus e da Palavra.

8 - Mergulhe nos grandes interpretes da Palavra - Agostinho, Lutero, Calvino, Mathew Henry, J.C. Ryle, John Stott e Hendriksen.

9 - Se faça acompanhar dos grandes mestres da espiritualidade prática - Agostinho, John Owen, Richard Baxter, Dietrich Bonhoeffer, Richard Foster, Dallas Willard, James Houston, Eugene Petersen, e Brenno Maning.

10 - Apegue-se sem reservas aos grandes expositores da Palavra - Agostinho, Lutero, Calvino, Jonathan Edwards, Robert McCheyne, Spurgeon, Martyn Lloyd Jones, John McCartur, Russel Shedd, Charles Swindoll.

11 - Aprenda sempre com os pregadores e expoentes da teologia prática - John Owen, J.C. Ryle, James Packer, Sproul, A.W. Pink, Stott e John Piper.
12 - Conheça as Teologias Sistemáticas de Hodge, Dagg, Berkhof, Wayne Grundem e Franklin Ferreira

12 - Seja uma pessoa satisfeita em Deus e com Deus.
Pastor Rogerio Nascimento

terça-feira, 11 de março de 2008

JESUS SOFREU SOZINHO, O TERROR DA NOITE

Rogério Nascimento
Pregado em junho de 2007

Mt 26.36-46 - 36
Em seguida, foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar; 37 e, levando consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. 38 Então, lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo.
39 Adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres. 40 E, voltando para os discípulos, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudestes vós vigiar comigo? 41 Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca. 42 Tornando a retirar-se, orou de novo, dizendo: Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade. 43 E, voltando, achou-os outra vez dormindo; porque os seus olhos estavam pesados. 44 Deixando-os novamente, foi orar pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras. 45 Então, voltou para os discípulos e lhes disse: Ainda dormis e repousais! Eis que é chegada a hora, e o Filho do Homem está sendo entregue nas mãos de pecadores. 46 Levantai-vos, vamos! Eis que o traidor se aproxima.

JESUS SOFREU SOZINHO O TERROR DA NOITE
Jesus sofreu sozinho, porque ninguém poderia sofrer o sofrimento substitutivo por todos os atingidos pela queda e pelas dores causadas pelo pecado.
Estes versos falam da agonia de Jesus no Getsêmani. Quando ele entra no jardim, a tristeza o abate.
Ali começa sua paixão. Ali, Deus começou a feri-lo, ali ele foi moído por nós.
Era o momento de sua angustia. Não se tratava, porém, de nenhuma dor corporal ou tormento exterior.
Não era também um conflito interior, nem com o Pai. Não era desespero, nem desconfiança. A sua angustia tinha as seguintes razões:

I- ELE ESTAVA EMPENHADO CONTRA OS PODERES DAS TREVAS.
Ele estava enfrentando a oposição das trevas.
Jesus disse: “ Esta é a hora das trevas reinarem” Lc 22.53
A pressão dos poderes das trevas era muito grande. Os terrores das forças malignas geravam dores e angustias em Jesus. O diabo sabia que Jesus viera para salvar e resgatar pecadores e queria impedi-los.
Jesus veio para nos resgatar como um grande vencedor (Colossenses 2.13-15).

II - ELE ESTAVA LEVANDO A INIQUIDADE DE MUITOS.
As iniquidades do mundo seriam lançadas sobre Jesus. O Pai havia posto esta missão para ele. Os sofrimentos que iria padecer era por nossos pecados.
Muitos hoje, sofrem por seus próprios erros, seus pecados, suas ignorâncias, seus erros, suas escolhas e suas más obras.
Jesus, estava sofrendo porque estava obedecendo ao Pai, renunciando à sua própria vontade.

III - ELE ESTAVA TENDO UMA VISÃO CLARA E PLENA DE TODOS OS SOFRIMENTOS QUE O AGUARDAVAM.
Ele conhecia antecipadamente a traição de Judas, a negação de Pedro, a maldade e ingratidão dos judeus.
A morte em seu aspecto mais aterrador, a morte com toda a sua pompa e seus terrores se lançava em seu rosto.
A morte substituta por nós seria o pagamento para alcançar para nós o perdão pelos nossos pecados. Ele sabia também como seria amargo o cálice da ira de Deus que ele teria que beber.

IV - ELE TINHA CONHECIMENTO QUE AO ENFRENTAR TUDO ISSO, ELE NÃO RECEBERIA AJUDA NENHUMA, DE NINGUÉM.
Seu sacrifício não seria como os outros. Não haveria a misericórdia de Deus, nem a graça especial que é derramada sobre os mártires.
É verdade que os mártires sofreram e sofrem por Cristo. Os mártires sofrem e morrem, mas ao entregar a vida, eles recebem a ajuda de Cristo, o poder de Deus.
Com Jesus foi bem diferente:
Ele não teria o apoio e o consolo que os mártires desfrutavam, porque se negou a receber esta ajuda. Ele não estava morrendo, sofrendo como um justo, mas como pecado.
 Sobre as cruzes dos santos se pronunciava uma benção que lhes dava animo, para que se alegrassem mesmo no suplicio (Mt 5.10,12), mas Cristo na cruz, leva a maldição, a nossa maldição (Gl 3.13).
Debaixo do peso daquela cruz, se sentia cheio de tristeza e maldição, e esta maldição da cruz era o fundamento da alegria das cruzes dos demais.
Os testemunhos nos falam da alegria nas arenas, nas fogueiras e nas cruzes dos cristãos que foram martirizados.
Jesus, portanto, suportou a noite sozinho. Sem apoio, sem amigos , sem companhia, sem a benção e sem Deus.
Por isso, temos a possibilidade da benção em nossa vida. No nosso sofrimento não seremos abandonados.
Nenhum sofrimento nosso é em vão. Nossas dores, ele levou, por isso, hoje temos a graça, temos a benção. Temos a certeza de que sofrimento algum, luta alguma, cruz alguma pode nos vencer.
Nada tem poder para nos separar da benção final (Rom 8.31-39).

APLICAÇÕES PRÁTICAS
a – Sabendo que Jesus lutou contra as trevas eu vou me identificar todos os dias nesta luta, pois sei que nele sou um vencedor.
b – Sabendo que Jesus levou minhas iniquidades, vou aceitar sua provisão para vencer o pecado em minha vida.
c – Sabendo que Jesus sofreu sabendo o que ia sofrer, eu vou viver na consciência do seu amor por mim.
d - Sabendo o que Jesus sofreu por mim, eu preciso segui-lo, por amor, pois por amor ele fez tudo por mim.

quarta-feira, 5 de março de 2008

A ALMA DE JESUS FOI PRENSADA

A ALMA DE JESUS FOI PRENSADA
Rogério Nascimento - Pregado em maio de 2007



Lc 22.39-46

No Getsêmani Jesus sofreu na alma todas as angústias do ser humano.


Jesus no jardim do Getsêmani, sofreu a maior das agonias, porque sobre ele seria descarregada a ira de Deus, contra o pecado de toda a humanidade que ele estava levando.
Esta agonia é inexplicável. Não sabemos descrever o que seja agonia. Somente quem já sentiu sabe explicar.
O sentimento de Jesus no Getsêmani, nos é apresentado de diversas maneiras pelos evangelistas.
Em Lucas, é uma consternação pavorosa. Ele estava consternado, apavorado, horrorizado.
Em Mateus, a ideia é de uma perturbação misturada com tristeza profunda.
A gente sabe o que é ter a mente perturbada. Não conseguimos nos aquietar.
Em Marcos, ele está assombrado, com o espírito horrorizado, um momento de horror, como se um sombra pavorosa viesse sobre ele.
Getsêmani, quer dizer: lugar onde a azeitona é prensada.
A alma de Jesus também estava sentindo tudo isto por causa do cálice que teria que beber.
O verdadeiro cálice não eram as dores físicas.
Ele não temia as dores do calvário. Ele não era um fraco.
Ele era um forte. Sua presença era forte, sua mão era forte, sua voz era forte.
Ele não era menor do que aqueles foram condenados á morte antes e depois dele.
Jesus não era menor do que aqueles heróis da fé de Hb 11.36-38 – gente que o mundo não era digno.
O cálice que Jesus temia, o motivo da angustia de Jesus era a Ira, o juízo de Deus.
O cálice era a ausência de Deus, das trevas sobre a alma que aconteceria na cruz.
Como nos identificamos com o Getsemani?

1 – TAMBÉM NÓS EM ALGUMAS FASES DA VIDA ATRAVESSAMOS A ESCURIDÃO.
Assim como Jesus, também em determinados momentos temos a alma prensada.
São momentos em que enfrentamos a escuridão na alma.
É nosso Getsemani.
Um desses tempos é quando lutamos contra a vontade de Deus.
Fazer a vontade de Deus significa abrir mão de certos direitos, de coisas que julgamos importantes. Muitas e muitas vezes, Deus nos pressiona dizendo: quero fazer a minha vontade em tua vida.
Acontece também quando lutamos batalhas espirituais. Temos, então o nosso getsemani, onde sentimos nossa alma prensada. Onde nos sentimos no escuro.

2- QUANDO ESTIVERMOS NO GETSEMANI, DEVEMOS ENFRENTAR NOSSA PRÓPRIA ANGUSTIA.
Ninguém pode passar por este processo em nosso lugar. Como Jesus, oramos, suamos sozinhos...totalmente sozinhos.
Alguém pode interceder por nós, mas não nos substituir.
Alguém pode sentar ao nosso lado, mas ninguém pode fazer nada por nós. Não podemos nos salvar do Getsêmani, o custo, seria perder a benção.

3- NOS MOMENTOS DO GETSEMANI E DE ANGUSTIA, DEVEMOS ABRIR MÃO DE NOSSA PRÓPRIA VONTADE. Durante esta prova de decisão, antes de tudo, há uma batalha entre duas vontades. A nossa e a de Deus. Podemos implorar e barganhar, mas no final das contas – se quisermos sair vitoriosos devemos entregar a ele o controle de nossa vontade.

4- ACEITANDO A VONTADE DE DEUS, VENCEMOS O EGOISMO DE NOSSOS PLANOS E ENTENDEMOS QUE DEVEMOS VIVER PARA A GLÓRIA DE DEUS.Muitas pessoas sofrem a dor do seu próprio egoísmo.
Muitos estão buscando a felicidade a qualquer custo.
Deus não quer em primeiro lugar neste mundo nos dar felicidade, mas santidade.
Assim como Jesus no Getsemani, a única maneira de cumprir o propósito de Deus é dizer como Jesus: “não se faça a minha vontade mas a tua” - “não como eu quero, mas como tu queres”.
As perguntas que eu tenho que fazer:
Será que minhas metas não são frutos de meu egoísmo?
Será que minhas decisões não são baseadas em egoísmo?
Será que minha vida não está sendo construída só para satisfazer minha própria vontade?
Será que estou procurando saber a vontade de Deus para minha vida.
Será que eu posso dizer em qualquer circunstância: “não a minha vontade, Senhor, mas a tua”?

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

AS DORES DE JESUS E O CÁLICE DE DEUS


AS DORES DE JESUS E O CÁLICE DE DEUS
pastor rogerio nascimento
Pregado em maio de 2007


Resultado de imagem para Cristo na cruz


Mt 26.36-46; Lc 22.39-46

Ao sofrer na cruz, Jesus experimentou
a ira de Deus que era para nós.


Depois de celebrar a Ceia, onde anunciou a inauguração da era da salvação, da Nova Aliança, quando seu sangue iria ser derramado na cruz, Jesus e os seus discípulos se dirigiram para um monte, chamado de Monte das Oliveiras, ali havia um jardim, chamado “Getsêmani”, que significa “fabrica de óleo”.
Chegando ali, pediu que os discípulos ficassem na entrada do jardim, e se retirou para orar, levando apenas três deles.
Ao chegar ai no Getsêmani ele revelou: “estou sentindo uma tristeza mortal”.
Quando Jesus entrou no jardim, ele já sabia de sua humilhação, daquilo que estava para vir (Jo 18.4).

Antes de pisar naquele jardim, ele sabia do cálice que tinha que beber, um cálice amargo. Por isso, sua enorme tristeza. Era uma missão muito difícil e dolorosa, por isso sua enorme tristeza.
No jardim, foi confirmada uma aliança feita pelo Pai, Filho e Espírito Santo antes do mundo ser criado.
Na sua oração, ali no jardim, ele experimentou completamente a profundidade da tristeza humana.
Ele estava experimentando a angustia da alma. Nunca saiu tanta tristeza da alma de uma só pessoa.
Vamos analisar as razões da sua angústia.

1 – A REALIDADE DE SUA ANGUSTIA V.37
Não existem palavras para explicar esta tristeza. Uma angustiante sensação de terror veio sobre o Senhor Jesus, quando ele encarou o que o esperava,
Ele não escondeu seus sentimentos. Ele seria conhecido como homem de dores (ver Is 53.3). Ele foi autentico, ele não escondeu sua dor.

2 - A PROFUNDIDADE DE SUA AGONIA – Lc 22.44
A agonia que ele sofreu no jardim, era suficiente para matá-lo – isto teria acontecido, se Deus não o tivesse preservado para o pior na cruz. Ele precisava chegar à cruz. Lucas nos informa que sua agonia era tanta que seu “suor se transformou como gotas de sangue”.
Porque tanto sofrimento?
Ele não estava com medo na cruz. Ele não temia a morte. O que o fazia sofrer tanto, era o cálice amargo de Deus.
Ele não estava tentando rever a cruz, mas o cálice (Jo 18.11)

3- A NATUREZA DE SUA AGONIA – Lc 22.42
O que era o cálice?
Não era apenas a morte. Não era a dor física da cruz. Não era o açoite ou a humilhação.
Não era a sua horrível tortura, nem sua sede horrível.
O que levou Jesus ao pavor era a ira divina que seria derramada sobre ele.
Este era o cálice. E era insuportável (ver Jr 25.15,16; 25.27,28)
Deus estava para fazer duas coisas com ele: Lançar todos os pecados do mundo sobre ele e julgá-lo pelos pecados do mundo todo. Este era o cálice.
Cristo não temia tanto a dor da crucificação. Ele não temia o que os homens pudessem fazer.
Seu pavor era que no dia seguinte ele iria levar o pecado de todo mundo (Hb 9.28).
A plenitude da ira divina cairia sobre ele.
Deus, Pai, viraria o rosto a ele, e Cristo seria cobrado, amaldiçoado, condenado pelo Pai com toda a fúria divina contra o pecado. Veja Isaias 53.10.
Cristo, foi pendurado na cruz, ele estava carregando os pecados do seu povo e estava sofrendo a ira de Deus em favor deles (ver 2 Cor 5.21).
Ou seja, Deus atribuiu nosso pecado a Cristo, e então, o castigo por isso (1Pe 2.24).

4- O PROPÓSITO DA SUA AGONIA  - Mt 26.45
O preço era para ser pago por completo. O preço era a plenitude da ira divina contra o pecado. Deus o fez sentir a rejeição completa. O desprezo divino e também da humanidade que o crucificava. Por isso ele grita, o grito do abandonado (Ver Mt 27.46).
Este grito, foi o auge de sua dor, foi o inferno de angustia na alma de Jesus. ali, Jesus tomava o cálice amargo de Deus.
Ele sofreu a ira por nós.
Quando Deus julgar as pessoas por causa de seus pecados, aquelas pessoas pelas quais Jesus morreu não serão julgadas, pois Jesus os substituiu na cruz (1Ts 1.9).

Esta foi a tristeza, a angustia que sentiu sentiu.
Ele estava afligido, porque sabia que toda a culpa, de todo o pecado, de todos os tempos seria atribuída a ele.
Ele sofreria o ímpeto da ira divina em nome dos outros.
Ele, o filho de Deus, se tornaria o próprio pecado – um objeto da fúria de Deus.
Hoje, podemos ter paz com Deus e no dia da Ira de Deus, nos levantaremos e louvaremos a Jesus por sua obra maravilhosa na cruz.

VIVER COM PACIÊNCIA, ESPERANÇA E PERSEVERANÇA – Romanos 8.18-25

  Pregado em 03 de maio de 2020 sexto sermão na Pademia                                                                                     ...